Sic Gold, Sic Radical… Sic digital
A transição do analógico para o digital será muito provavelmente “seamless”, sem sobressaltos para o consumidor O anúncio informal de que a SIC irá lançar dois novos canais de televisão, […]

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A transição do analógico para o digital será muito provavelmente “seamless”, sem sobressaltos para o consumidor
O anúncio informal de que a SIC irá lançar dois novos canais de televisão, SIC Gold e SIC Radical, e de que deverá assumir o controlo do CNL, que na eventualidade poderá mudar de nome para SIC Informação, assinala a entrada do broadcaster na era da televisão digital. De facto, dispor em breve de mais canais é uma necessidade absoluta para qualquer um dos operadores de televisão (SIC, TVI e RTP) tendo em vista a iminente chegada da televisão digital terrestre. Embora o anúncio tenha sido feito no âmbito das negociações da SIC com a PT, e que o “drama” se desenrole centrado no controlo do canal de notícias lançado pela TV Cabo, é de crer que o broadcaster não tem como objectivo estratégico chegar apenas onde chega o cabo da PT. Se a TV Cabo chega a boa parte do “filet mignon” da audiência de televisão portuguesa — aquelas pessoas que dispõem de rendimento suficiente e regular para poderem pagar mais uma conta mensal e que, pelas mais diversas razões, têm interesse em receber mais canais de televisão -, não chega porém a todos os portugueses. Nem mesmo o satélite resolve o problema por completo porque a instalação de uma antena parabólica é, apesar de terem passado mais de 15 anos desde que foi introduzida em Portugal, um acto pro-activo para o qual nem todos estão preparados, além de que é mais caro do que a simples assinatura do serviço por cabo. No entanto, esta é uma estrada com dois sentidos, como de resto são a maior parte das estradas. Nas grandes cidades e em particular em Lisboa, cerca de metade da população é já assinante da TV Cabo, sendo de prever que na capital este número continue a crescer até aos 60 ou 70 por cento. Em princípio, estes lares abandonaram a clássica antena de televisão e não voltarão a utilizá-la. Deste modo, os broadcasters necessitam que os seus novos canais digitais estejam também presentes na rede de televisão por cabo de modo a poderem atingir a totalidade da audiência de televisão. Se o plano traçado pelo Governo for cumprido, o que é provável porque o ICP e o ICS o estão metodicamente a põr em prática, até ao fim deste ano ou princípio do próximo, Portugal deverá dispor de uma rede de televisão digital terrestre. É de crer que os três operadores actualmente licenciados terão cada um a possibilidade de utilizar o espaço correspondente a uma frequência analógica. Com as actuais técnicas de compressão e multiplexagem, esse naco de espectro rádio-eléctrico será adequado á transmissão de até cinco a seis canais de televisão. Com a televisão digital terrestre será tudo muito simples, pois a velha antena de televisão é apropriada para receber os sinais digitais. Contudo, será necessário instalar um IRD (receptor-descodificador), tal como para receber televisão via satélite. A transição do analógico para o digital será muito provavelmente “seamless”, sem sobressaltos para o consumidor. Nada foi dito quanto á natureza dos novos canais da SIC. Não se sabe ainda se serão de livre acesso ou por assinatura. Se a lógica do sistema for aplicada, serão por assinatura, o que siginificará para os broadcasters a entrada nesse mundo novo, o pay tv, que a SIC já conhece pela sua experiência na Premium TV. É um mundo muito diferente do broadcasting, palavra que traduzida literalmente significaria “lançar ao largo”. Com o pay tv não se lança: é preciso ir á pesca de cada cliente.