A formação multimédia
É um facto que a expansão do jornalismo multimédia trouxe alterações ao modo como se faz jornalismo. Mas terá mudado também a forma como se ensina?Começando por notar que esta […]
Maria João Morais
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É um facto que a expansão do jornalismo multimédia trouxe alterações ao modo como se faz jornalismo. Mas terá mudado também a forma como se ensina?Começando por notar que esta realidade implica “reciclar as redacções” e que aquelas “mais tradicionais e antigas são as que sentem mais dificuldades para trabalhar simultaneamente em várias plataformas”, António José Teixeira admite que os cursos se estão a adaptar, mas não esconde que cada instituição é um caso. Se “há universidades que já fazem o cruzamento de plataformas e que introduziram nos programas de formação dos alunos essa componente experimental de contacto com as novas tecnologias”, o facto é que “ainda estão aquém da velocidade a que o mundo e as redacções têm evoluído”. Para além disso, se algumas universidades apostam bastante na componente prática, a verdade é que “nem todas estão igualmente equipadas”.
Francisco Rui Cádima também acredita que tem havido uma evolução no sentido da formação multimédia do jornalista, que “não sendo excelente, é interessante, pois há cada vez mais cursos com essas componentes”, fruto de um “esforço significativo nesse sentido”. O docente da Universidade Nova aponta com agrado o protocolo assinado entre o Governo português e universidades norte-americanas como o Massachussetts Institute of Technology (MIT) ou a Universidade de Austin, que permite, por exemplo, aos jovens portugueses rumarem a Austin, no Texas, para prosseguir com cursos de pós-graduação em Digital Media. Mas também neste sentido tem havido evolução em Portugal, com destaque para a oferta na própria Universidade Nova um Mestrado em Jornalismo Digital, coordenado por Nélson Traquina e António Granado e um outro denominado Novos Media, da responsabilidade do próprio Cádima.
Sobre esta questão, Martim Cabral não tem dúvidas de que “é obrigação da entidade patronal promover a formação constante dos seus jornalistas”. Se por um lado “cada vez mais o jornalista desempenha funções diferentes”, também é verdade que “há funções que estão a desaparecer e outras que estão a nascer”, nomeadamente nas áreas técnicas. Mas para o responsável da SIC, o melhor local para aprender a lidar com as novas tecnologias e as novas plataformas acaba por ser o próprio local de trabalho, uma vez que “as televisões em Portugal têm os melhores técnicos e estão mais adaptadas às novas realidades do que as instituições de ensino”.
Apesar disso, António José Teixeira pensa que a realidade das empresas de media “não está ainda tão up date como se gostaria”. Embora já se esteja a enraizar cada vez mais a noção de “no futuro importa tirar mais partido de todas as plataformas, estamos ainda no início”. As empresas estão atentas mas muitas das experiências estão a ser “feitas com o auxílio de empresas estrangeiras, embora já há know-how português para fazer algum desse trabalho”.
Pelo contrário, José António Saraiva, é de opinião que os “jornalistas multimédia são uma fantasia”, dizendo que conhece apenas dois ou três casos de profissionais que conseguem conjugar um bom desempenho nas várias vertentes. O director do semanário Sol acredita, pelo contrário, que “o caminho do jornalismo é o inverso: o da especialização”. Ou seja, não é suposto o jornalista saber fazer de tudo um pouco, mas antes especializar-se numa área ou num suporte em concreto.