Qual o papel da formação na educação de uma geração empreendedora, conectada e activista, que necessita ser preparada tanto ao nível de competências comportamentais como profissionais? Como equilibrar a expectativa e a realidade do mercado de trabalho? Como gerir as diferentes competências entre os mais experientes e a inovação dos mais jovens? Ao celebrarem-se 25 anos das competições Young Lions Portugal, importa reflectir entre as diferentes gerações de profissionais sobre os desafios e as oportunidades que reformularão o futuro da indústria da criatividade.

Mas é bom, também, olhar para trás. E relembrar a primeira competição Young Lions em Portugal, que aconteceu em 1996. Tal como hoje, o objetivo era o de seleccionar jovens profissionais para a representação nacional no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, cuja designação evoluiu posteriormente, e até hoje, para Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions.

Nessa altura, há 25 anos, o tema de lançamento foi arrebatador: A Juventude contra a Droga. E com a frase “Esta vai ser a tua última grande pedra” inscrita numa lápide, a dupla de criativos da Ogilvy & Mather – João Coutinho (hoje co-fundador da agência Atlantic em Nova York) e Tiago Guedes de Carvalho (actualmente realizador de cinema) – arrebatava o primeiro prémio.

Nesse primeiro ano – que marcaria também o início da minha aventura na representação do festival – a iniciativa Young em Portugal tinha como objectivo estimular e promover uma nova geração de profissionais, com a selecção não só de uma dupla de criativos para as competições internacionais, como a selecção de jovens profissionais para formação em Cannes. Iniciava-se então, no festival, um programa diário de workshops para formação de criativos: os Creative Market Workshops, com o alto patrocínio da Apple.

Estas competições, que começaram apenas com uma categoria – Imprensa – têm sido alargadas ao longo dos anos às de Filme, Media, Digital, Marketing, Design e Relações Públicas. Ser hoje Young Lion, tal como no passado, continua a ser um trampolim importante na carreira de muitos jovens profissionais, tanto a nível nacional como internacionalmente.

Nestes 25 anos, mais de 170 jovens profissionais representaram as cores nacionais em Cannes. Nomes como Susana Sequeira, Duarte Madeira, Frederico Saldanha, Diogo Anahory, José Bomtempo, Liliana Dantas, Sandro Porto, Nuno Jerónimo, Cláudio Lima, Ivo Purvis, Nuno Teixeira, Clara Terahni, Bruno Rio, Tiago Talone, só para citar alguns, integram esta vasta lista de representação.

Mas se em 1996 Portugal dava os primeiros passos na secção Young – ocupando hoje a segunda posição do ranking internacional – na secção oficial contava já com uma participação de mais de três décadas. Nesse ano celebrava-se não só o 30º aniversario dos primeiros prémios alcançados, como os dois Leões de Bronze e três shortlists na categoria de Imprensa e um Leão de Prata e quatro shortlists na categoria de Filme.

A história da criatividade nacional passa também por Cannes, mas ainda agora começou a ser contada. Estou certa de que Portugal tem, nesta matéria, ainda muito para oferecer e que vai continuar a surpreender o júri internacional nas várias categorias. É também sobre isso que vamos falar no próximo dia 28 de outubro, no Cineteatro Capitólio. Junta-te a nós!

* Por Ana Paula Costa, representante Lions Festivals