Na sequência das mudanças no algoritmo anunciadas por Mark Zuckerberg, que colocam os conteúdos dos media em segundo plano, o Folha de S. Paulo, jornal com maior circulação no Brasil, decidiu abandonar o Facebook. Um mês após o anúncio de que iria ser dado mais destaque aos conteúdos de amigos e família e diminuir a visibilidade de conteúdos jornalísticos e de empresas e marcas no feed dos utilizadores, o jornal brasileiro justifica a decisão de deixar de publicar conteúdos na rede social afirmando que “as desvantagens de utilizar o Facebook como um caminho para essa distribuição ficaram mais evidentes após a decisão da rede social de diminuir a visibilidade do jornalismo profissional nas páginas de seus utilizadores”.

As alterações, prossegue o título, “reforçam a tendência de o utilizador consumir cada vez mais conteúdo com o qual tem afinidade, favorecendo a criação de bolhas de opiniões e a propagação de fake news. Além disso, não há garantia de que o leitor que recebe o link com determinada acusação ou ponto de vista terá acesso também a uma posição contraditória a essa”.

Segundo uma análise levada a cabo pelo Folha de S. Paulo, o volume total de interacções alcançadas pelas dez maiores páginas de jornais brasileiros no Facebook durante o passado mês de Janeiro terá sofrido uma quebra na ordem dos 32% em comparação com o mês homólogo em 2017. “Com a queda do alcance das páginas, o Facebook perde espaço como fonte de acessos a sites de jornalismo”, reforça, em comunicado, o jornal, que conta actualmente com 5,95 milhões de seguidores no Facebook, o que faz deste título o maior jornal brasileiro nesta rede social.

Apesar da decisão de não publicar conteúdos na rede social, o Folha de S. Paulo continuará a permitir que os leitores partilhem conteúdos do jornal nas suas páginas pessoas do Facebook. Nas restantes redes sociais manterá a sua presença, tendo actualmente 6,2 milhões de seguidores no Twitter, 727 mil seguidores no Instagram, e 726 mil no LinkedIn.