Campanha das Europeias: Nada de novo
Artigo de opinião de Carlos Furtado, João Gomes de Almeida, Rodrigo Saraiva, Telmo Carrapa e Virgínia Coutinho, autores do blogue Imagens de Campanha, que acompanha as campanhas eleitorais

Meios & Publicidade
Portugal traz 20 prémios dos Eventex Awards 2025
Jovens já podem aceder a jornais e revistas digitais gratuitamente
Patrick Dempsey é o novo embaixador da TAG Heuer Eyewear
Crise habitacional em Lisboa vira campanha imobiliária
Nuno Riça é jurado de ‘shortlist’ de Films em Cannes
Dérbi Benfica-Sporting inspira campanha da Nos
SAPO e APENO firmam parceria para impulsionar o enoturismo com a Wine Tourism TV
Miguel Giménez de Castro dirige assuntos corporativos e ‘engagement’ da L’Oréal
SaTG amplifica campanha espanhola da Uber Eats com lançamento de restaurantes virtuais
8ª Avenida junta-se a Camaleaooo para recriar Liga dos Campeões
Do ponto de vista meramente político estas eleições tinham tudo para se tornarem menos chatas e desinteressantes do que todas as anteriores. Tinham. Mas conseguem ter o dom de não fazer sentir que os eleitores se estejam a mobilizar. Temos um candidato do PS que não alinha totalmente com o líder do partido, um candidato do PSD que foi adversário do líder do partido e um ex-deputado do BE que criou um partido e que amedrontado pelas sondagens teve que pedir a um humorista para vir a público dar seriedade à sua campanha.
Temos ainda os chamados pequenos partidos e o seu apaixonante exotismo. Um Leopoldo, um ex-candidato presidencial que encarna a figura de Che Guevara da Madeira e uma estrela dos programas light para reformados, que por acaso foi bastonário dos advogados e que tudo aponta poderá ser eleito, enquanto é levado ao colo pelos media.
Já do ponto de vista da comunicação, é outra história. A coligação governamental manteve a opção do PSD nas últimas Europeias e decidiu não “poluir” visualmente as ruas com outdoors oito por três. Da primeira vez que seguiram esta estratégia os resultados foram surpreendentes. Veremos no que dá esta vez.
De resto, até agora ainda só vimos mais do mesmo, com uns retoques de pseudo-criatividade que demonstram um facto: Se por um lado alguns partidos já entregam as suas estratégias e assessoria mediática a agências de comunicação, infelizmente ainda não decidiram fazer o mesmo na publicidade, entregando a sua imagem a boas agências de criatividade.
Entre selfies (boa opção) retocadas a Photoshop (oh ironia), o countdown do CDS, os excessos de informação nos cartazes (enquanto houver espaço é de enfiar mais uma frase ou desenho), as promessas vagas e os headlines do costume (Mudança, Esperança, Futuro… boring), esta é uma campanha que pouco (ou mesmo nada) veio acrescentar do ponto de vista de comunicação.
Mas ainda falta uma semana. Pode ser que as coisas mudem, mas duvidamos.
Artigo de opinião de Carlos Furtado, João Gomes de Almeida, Rodrigo Saraiva, Telmo Carrapa e Virgínia Coutinho, autores do blogue Imagens de Campanha, que acompanha as campanhas eleitorais