As tendências que influenciam os seguros em 2025
As seguradoras assumem um importante papel na sensibilização para o valor da proteção, comunicando de forma mais clara e acessível

Num mundo em constante transformação, o consumidor português enfrenta, em 2025, um cenário repleto de desafios e oportunidades. Mudanças demográficas, incerteza económica, preocupações ambientais e a omnipresença da tecnologia tecem uma complexa teia, que influencia as decisões de compra. Decifrar este intrincado labirinto é crucial para as empresas que almejam prosperar.
O envelhecimento da população, uma realidade inegável, transforma o perfil do consumidor. Com a projeção de que a relação entre o último salário e a primeira pensão cairá para 38% em 2050 (face aos 69% em 2022), a segurança financeira na terceira idade torna-se uma preocupação central.
A procura de produtos e serviços focados em saúde, bem-estar e planeamento financeiro – como planos de poupança específicos, consultoria financeira personalizada e seguros de saúde adaptados – tende a intensificar-se. A falta de planeamento para a reforma, com 72% dos portugueses sem um complemento, reforça a urgência destas soluções.
A estabilidade económica projetada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a queda da inflação, é um farol de esperança num cenário global incerto.
Contudo, o clima de incerteza geopolítica, os conflitos globais e a consequente crise energética introduzem volatilidade, impactando o poder de compra e a confiança do consumidor. As empresas precisam de ir além da oferta de produtos, construindo relações de confiança e de transparência.
A crescente consciência ambiental impulsiona a procura por produtos e serviços sustentáveis. No entanto, a baixa adesão a seguros que cobrem riscos climáticos, como sismos (apenas 19%), revela uma lacuna na perceção do risco. As seguradoras assumem aqui um importante papel na sensibilização para o valor da proteção, comunicando de forma mais clara e acessível e oferecendo soluções personalizadas, como seguros paramétricos baseados em tecnologia.
A pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde tem gerado um aumento da procura por seguros de saúde privados, em que atualmente mais de quatro milhões de portugueses já têm seguros de saúde. A inovação em modelos de negócio, com foco em soluções acessíveis e de qualidade, é cada vez mais crucial. A crise na habitação, com os preços das casas e dos arrendamentos em ascensão, agrava a pressão financeira, consumindo 40% do orçamento familiar e reduzindo o espaço para lazer e cultura.
A baixa literacia financeira amplifica o stresse e impacta as decisões de compra. Programas de educação financeira e ferramentas de gestão orçamental são essenciais para promover o consumo consciente.
Por fim, a crescente influência da tecnologia, com a inteligência artificial (IA), a personalização e a sustentabilidade a ganharem destaque, cria novas oportunidades para as empresas. Desde a implementação de assistentes virtuais que ajudam a gerir finanças pessoais, sugerindo planos de poupança e investimento com base no perfil do utilizador, ou plataformas online que comparam seguros com coberturas personalizadas, recorrendo à IA para analisar o risco individual e oferecer o melhor preço.
Aplicações que monitorizam hábitos de saúde e bem-estar, por outro lado, sugerem planos personalizados que ligam os seus utilizadores a profissionais de saúde. A sustentabilidade torna-se, por sua vez, um fator decisivo, com os consumidores a privilegiar empresas com práticas responsáveis.
O futuro do consumo em Portugal aponta para estas tendências-chave em 2025. As empresas que compreenderem este contexto complexo, investindo em inovação, transparência e responsabilidade social, estarão em melhor posição para conquistar a confiança e a fidelidade deste consumidor cada vez mais exigente.