Opinião

As redes sociais vão às urnas

A exposição repetida a uma determinada mensagem cria de forma incremental votantes convictos, entre os indecisos ou voláteis, mas também os moderados que não identificam alternativas políticas

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As redes sociais vão às urnas

A exposição repetida a uma determinada mensagem cria de forma incremental votantes convictos, entre os indecisos ou voláteis, mas também os moderados que não identificam alternativas políticas

Catarina Nunes
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Uma análise exclusiva da Snack Content Portugal para o M&P indica que André Ventura é o candidato às eleições legislativas que gera mais envolvimento no Instagram, seguido por Mariana Mortágua, numa distante segunda posição.

Não é surpreendente, mas confirma aquilo que é observado de forma empírica: o elevado ‘engagement’ dos candidatos e os algoritmos contribuem para a ascensão do extremismo.

Este binómio amplifica os conteúdos mais polarizadores (o que justifica a segunda posição de Mariana Mortágua no ranking), por gerarem mais ‘conversa’ nas redes sociais; e cria ‘câmaras de eco’, que apresentam a mais utilizadores mais conteúdos semelhantes – com visibilidade desproporcionada em relação ao real peso político – num crescendo de isolamento informativo.

As mensagens de ‘conspiração’ ou de urgência de ação ajudam e ganham alcance com vídeos curtos, memes ou POV (situações do dia a dia que mostram o ponto de vista do emissor). A exposição repetida a uma determinada mensagem, por outro lado, cria de forma incremental votantes convictos, entre os indecisos ou voláteis, mas também os moderados que não identificam alternativas políticas.

Sem esquecer o efeito das ‘fakes news’. O TikTok removeu em Portugal 275 publicações por violarem as políticas de integridade cívica e eleitoral. Só entre 14 e 27 de abril, eliminou 45 mil contas falsas, 39 mil gostos falsos e 26 mil seguidores fictícios, e bloqueou a criação de cerca de 7.400 contas de ‘spam’.

Os debates para as legislativas perdem audiências, o que demonstra o menor interesse neste formato de ‘conversa’ política. Viralizam as entrevistas dos candidatos aos comediantes, que privilegiam o lado pessoal em detrimento das medidas políticas. Que a vitória no domingo não seja dada ao entretenimento nem às redes sociais.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

Diretora do Meios&Publicidade
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