As notícias não são a minha praia
Por um lado, as redes sociais, os influenciadores e a IA têm um papel na desinformação. Por outro, os jovens portugueses consideram as notícias tendenciosas e aborrecidas

Duas constatações, que infelizmente revelam uma evidência, são legitimadas nas últimas semanas por especialistas e por um estudo. Por um lado, as redes sociais, os influenciadores e a inteligência artificial têm um papel na desinformação. Por outro, os jovens portugueses consideram as notícias tendenciosas e aborrecidas.
Não sendo surpreendentes, as conclusões da conferência do projeto IBERIFIER e do inquérito do YouNDgital são o pano de fundo do desafio maior do jornalismo e da sociedade que se está a desenhar.
Algumas das ideias que ficam da conferência no Iscte: a facilidade de acesso leva à procura de informação nas redes sociais, porque custa menos intelectualmente e financeiramente; é cada vez mais difícil distinguir o que é jornalismo do que são opiniões; a inteligência artificial é capaz de criar diálogos e fazer comentários, potenciando a desinformação.
O inquérito do YouNDigital traz mais camadas. Além de considerarem as notícias tendenciosas e aborrecidas, os jovens em Portugal, predominantemente do sexo masculino procuram os media para conversar e passar tempo. Este grupo vê nos youtubers uma forma de estarem informados e as redes sociais são a principal fonte de informação.
Já a maioria das jovens procura os instagrammers para saber o que se passa no mundo, considerando que as notícias são tendenciosas e têm um impacto negativo na sua vida e estado de espírito.
O inquérito inclui um terceiro grupo, denominado ‘As Notícias Não São a Minha Praia’, que tem baixos níveis de interesse nos media, por considerar as notícias “aborrecidas”. A opção? Seguir youtubers como fonte de informação. Quanto à visão monolítica do mundo, devolvida pelas redes sociais, o estudo indica que os jovens estão satisfeitos com o algoritmo, que lhes dá mais sobre o que pensam. E agora?