Jacques Rodrigues detido por fraude. Sede da Impala alvo de buscas
Jacques Rodrigues, dono do grupo Impala, foi detido esta manhã pela Polícia Judiciária por suspeita de fraude.
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Jacques Rodrigues, dono do grupo Impala, foi detido esta manhã pela Polícia Judiciária por suspeita de fraude. A notícia, que começou por ser avançada pela CNN Portugal, foi entretanto confirmada pela PJ, num comunicado onde refere que, “através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu, no dia de hoje e no âmbito de inquérito titulado pelo DIAP de Sintra, à realização de uma operação policial visando a execução de trinta e dois mandados de busca, designadamente, oito buscas domiciliárias e vinte e quatro buscas não domiciliárias”. Além de Jacques Rodrigues, segundo a CNN, foram também detidos o filho do empresário, um advogado e um revisor oficial de contas.
O proprietário de títulos como as revistas Nova Gente, Maria ou TV 7 Dias, de 83 anos, é suspeito de burla qualificada, corrupção e insolvência dolosa de sociedades onde acumulou uma fraude na ordem dos 100 milhões de euros, o que terá prejudicado vários credores do grupo, muitos deles trabalhadores das revistas. Só aos funcionários, e de acordo com a revista Visão, o grupo terá dívidas de 38 milhões de euros.
A Polícia Judiciária acrescenta, no mesmo comunicado, que “durante a ação policial, que se desenvolveu em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal, procedeu-se ainda ao cumprimento de quatro mandados de detenção fora de flagrante delito e à constituição de dez arguidos”. A operação, designada Última Edição, foi levada a cabo com o objetivo de recolher provas relacionadas “com suspeitas de atividades criminosas fortemente indiciadoras da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos”.
Em causa está, segundo a PJ, “uma investigação criminal cujo objeto visa um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de diversos credores, v.g., os trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100.000.000,00€ (cem milhões de euros). Acresce a forte indiciação do desvio de valores com origem nas estruturas societárias, para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros”.
A PJ conduziu esta manhã diversas buscas domiciliárias e em empresas relevantes para a investigação, tendo, entre elas, realizado bucas na sede da Impala, em Sintra. Na sequência das detenções desta manhã, os detidos serão agora presentes no Tribunal de Instrução Criminal de Sintra para o primeiro interrogatório judicial.