APCT: Público e JN com saldo positivo na circulação paga num primeiro semestre onde as quebras no papel não deram tréguas à imprensa generalista
As quebras na circulação impressa paga não pouparam nenhum dos títulos generalistas no primeiro semestre de 2022. O Jornal de Notícias, que havia sido o único capaz de contrariar a tendência de erosão das vendas nas edições imprensas durante o primeiro trimestre, continua a ser aquele que melhor resiste mas contabiliza agora um recuo de 1,94%. Em sentido inverso, o Diário de Notícias, também detido pelo Global Media Group, volta a surgir como o título mais castigado, com uma quebra na ordem dos 18%.
Pedro Durães
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As quebras na circulação impressa paga não pouparam nenhum dos títulos generalistas no primeiro semestre de 2022. O Jornal de Notícias, que havia sido o único capaz de contrariar a tendência de erosão das vendas nas edições imprensas durante o primeiro trimestre, continua a ser aquele que melhor resiste mas contabiliza agora um recuo de 1,94%. Em sentido inverso, o Diário de Notícias, também detido pelo Global Media Group, volta a surgir como o título mais castigado, com uma quebra na ordem dos 18%.
Na circulação digital paga os resultados são mais animadores, com vários títulos a registar evolução positiva, mas continuam a ser apenas dois aqueles que conseguem ver compensadas pelo digital as quebras sofridas nas edições impressas. Feitas as contas ao primeiro semestre de 2022, Público e Jornal de Notícias voltam a posicionar-se como os únicos títulos de informação geral com saldo positivo. O diário da Sonaecom regista um crescimento de 10,13% quando comparada a circulação total paga nestes primeiros seis meses do ano com o período homólogo em 2021. O Jornal de Notícias, ainda que com um resultado menos expressivo (+0,35%) mantém igualmente o saldo da circulação paga em terreno positivo.
As dificuldades enfrentadas pela imprensa portuguesa voltam a ser sublinhadas pelo mais recente relatório da APCT, relativo ao primeiro semestre de 2022. Analisando o desempenho de cada um dos títulos, o Expresso mantém o estatuto de jornal com maior circulação impressa paga no mercado português, assumido pela primeira vez no primeiro semestre do último ano. No entanto, a média de 49.400 exemplares vendidos por edição nestes primeiros seis meses do ano traduz um recuo de 13% comparativamente ao semestre homólogo, altura em que as vendas do semanário da Impresa se situavam nos 56.802 exemplares por edição. O Expresso, recorde-se, tinha sido o título que melhor resistiu ao impacto da pandemia em 2021, encerrando o ano com um recuo de 6,8% num contexto em que os restantes títulos do segmento registaram quebras no patamar dos dois dígitos.
O Correio da Manhã, que vendia, em média, 51.544 exemplares por edição entre janeiro e junho de 2021, surge na segunda posição igualmente abaixo da fasquia dos 50 mil exemplares, tendo vendido uma média de 44.531 exemplares por edição no primeiro semestre de 2022, o que representa uma quebra de 13,6% para o diário da Cofina. O Jornal de Notícias, que continua a ser o terceiro jornal mais vendido, apresenta a quebra menos acentuada, vendo a sua circulação impressa paga recuar 1,9% na comparação entre os primeiros semestres de 2021 e 2022. Com uma média de 11.164 exemplares vendidos por edição entre janeiro e junho, o Público regista um recuo de 4,85% face aos 11.733 exemplares vendidos em média no mesmo período do ano anterior. Já o Diário de Notícias vê a sua circulação impressa paga diminuir 18%, passando de uma média de 2.739 exemplares vendidos por edição no primeiro semestre de 2021 para 2.246 exemplares entre janeiro e junho deste ano.
Feitas as contas, o quadro geral da imprensa diária de informação geral traçado pelo mais recente relatório da APCT é pouco animador. Correio da Manhã, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Público, os quatro diários generalistas auditados, venderam em média, e no seu conjunto, menos 8.526 exemplares por edição, um recuo de 9,55% relativamente à circulação impressa paga registada entre janeiro e junho de 2021.
O cenário agrava-se no segmento das newsmagazines, onde as quebras entre o primeiro semestre de 2021 e igual período de 2022 chegam aos 12,5%. Apesar de uma queda de 14,7%, dos 27.226 para os 23.222 exemplares vendidos por edição, a Visão mantém a liderança assumida no primeiro semestre do último ano. Com uma média de 20.023 exemplares vendidos por edição, a Sábado regista um recuo menos acentuado (-9,9%) face ao primeiro semestre de 2021, altura em que a publicação da Cofina vendia em média 23.335 exemplares por edição.
Analisando as vendas em banca, a perda de expressão dos jornais generalistas e newsmagazines volta igualmente a acentuar-se. Neste indicador, é o Público que surge como o título menos castigado, recuando 4,81%. Apenas a Sábado regista recuo também no patamar de um dígito, vendo as suas vendas em banca diminuírem 6,62%, enquanto todos os restantes títulos de informação geral apresentam quebras na ordem dos dois dígitos quando analisadas as vendas em banca: Jornal de Notícias (-10,03%), Expresso (-12,33%), Correio da Manhã (-13,65%), Visão (-15,58%) e o Diário de Notícias (-33,14%).
Expresso recupera liderança no digital
Após ter perdido para o Público o estatuto de jornal mais vendido no digital, num primeiro trimestre cujos resultados terão sido condicionados pelo impacto do ataque informático de que foi alvo no arranque deste ano, o Expresso volta a assumir a liderança quando contabilizados os primeiros seis meses de 2022. Apesar de voltar a registar uma quebra na circulação digital paga face ao primeiro semestre de 2021, o recuo situa-se agora nos 6,45% quando no primeiro trimestre tinha chegado aos 13%. O semanário da Impresa apresenta agora uma circulação digital paga de 45.929, média que compara com os 49.098 registados nos primeiros seis meses de 2021 mas permite ao Expresso posicionar-se à frente do Público. O diário da Sonaecom surge muito próximo, com uma circulação digital paga de 45.797, valor que traduz um crescimento na ordem dos 14,52%.
No terceiro lugar mantém-se o Jornal de Notícias, que vê a sua circulação digital paga reforçada em 14,72%, passando dos 3.696 no primeiro semestre do último ano para os 4.240 neste primeiro semestre de 2022. Também com evolução positiva, a mais expressiva em termos percentuais, surge o Correio da Manhã, quarto neste indicador, com uma média de 2.870, um crescimento de 20,94% face aos 2.373 registados no primeiro semestre de 2021. Já o Diário de Notícias, com uma média de 1.528, apresenta uma quebra de 29,52%.
Entre as newsmagazines, a Visão, líder do segmento na circulação impressa paga, vê a Sábado distanciar-se cada vez mais na circulação digital paga. A publicação detida pela Cofina cresce 47,79% neste primeiro semestre, passando de 4.066 para 6.009, enquanto a newsmagazine editada pela Trust in News vê a sua circulação digital paga recuar 8,72%, para os 2.442.
Público e JN com mais circulação paga
Apesar do crescimento registado por vários títulos na circulação digital paga, continuam a ser poucos os casos em que este incremento compensa as quebras registadas na circulação impressa paga. Como já referido, Público e Jornal de Notícias são, segundo os dados divulgados no mais recente relatório da APCT, os únicos títulos de informação geral a registar saldo positivo, com crescimentos igualmente ao nível da circulação total paga. No caso do diário da Sonaecom, o crescimento na circulação total paga é de 10,13%, passando dos 51.722 para os 56.961. Já o título detido pelo Global Media Group apresenta um crescimento ligeiro, de 0,35%, dos 26.922 no primeiro semestre de 2021 para 27.015 nestes primeiros seis meses de 2022. O Expresso, que segue líder na soma da circulação impressa paga e da circulação digital paga e que habitualmente apresenta também saldo positivo, regista neste primeiro semestre de 2022 um recuo de 9,98%, de uma média de 105.900 nos primeiros seis meses de 2021 para 95.329 entre janeiro e junho deste ano.
Com saldo negativo ficam o Correio da Manhã, com 47.401 (-12.09%) e o Diário de Notícias, com 3.774 (-23,09%). Nas newsmagazines, embora também com saldo negativo, a Sábado assume a liderança, com 27.032 (-1,35%), seguida pela Visão, com 25.451 (-14,21%).