Ser nómada digital não é estar de férias. Estar de férias é bem melhor
Comecei o meu nomadismo em Fevereiro e há umas semanas, pela primeira vez, tirei umas “férias” – uma semanita, pois fui fazer o Caminho de Kumano Kodo no Japão. O […]
Meios & Publicidade
RTP transmite jogos do UEFA Euro Feminino Sub-17 em direto
Crescer sozinha e em parceria não é uma contradição
Clube da Criatividade apresenta programa do 26º Festival CCP 2024 e da Semana Criativa de Lisboa
Sónia Araújo e Mário Daniel são mecânicos por um dia em campanha da Mercedes (com vídeo)
Perfect Storm produz nova campanha internacional da Coca-Cola (com vídeo)
Carlos Maciel assume direção da Caras e da Caras Decoração. Mariana Correia de Barros convidada a dirigir Activa
APECOM continua a crescer em número de associados
Microagências de comunicação estão a mudar paradigma
Oliveira da Serra explica importância de renovar, reciclar e reaproveitar com ajuda da McCann Lisboa (com vídeo)
Audiências: TVI reforça liderança e pay TV atinge valor mais elevado do ano em abril
Comecei o meu nomadismo em Fevereiro e há umas semanas, pela primeira vez, tirei umas “férias” – uma semanita, pois fui fazer o Caminho de Kumano Kodo no Japão. O Caminho de Kumano Kodo e o Caminho de Santiago são as únicas rotas de peregrinação contempladas pela UNESCO e é lindo, lindo! Feito pelo meio de montanhas, com aquele sentimento de que não há ninguém, com alguns templos pelo meio e histórias de peregrinos com mais de mil anos! E, claro, a passagem pelo Japão rural. Aquele Japão sem luzes ou neons, onde há silêncio e se planta arroz à porta de casa.
Isto significou muitas horas caminhada e de mochila às costas e, claro, nada de computador. Na semana anterior às “férias”, foi um verdadeiro corre-corre. Lançar um site, preparar campanhas, avisar clientes, deixar indicações, agendar trabalho. Pelo meio, um misto de excitação e muita ansiedade. Esta foi a primeira vez que me ausentei por um período tão longo e há sempre aquele medo do “e se algo corre mal?”
A verdade é que nem mesmo com tudo preparado, desconectar totalmente foi possível – e foi por isso que, em cima, coloquei férias entre aspas. Quando dei por mim, estava agarrada ao telemóvel a fazer uma tradução com vista para a montanha ou a rever os anúncios de uma campanha, junto à paragem do autocarro onde apanhava melhor a Internet gratuita da localidade onde estava. Pelo meio, houve e-mails, posts de Facebook que tiveram de promovidos, etc.
Antes, quando eu ia de férias, assim que saía do escritório desconectava-me totalmente. Quando ia de férias, não lia notícias, não via e-mails do trabalho e nem sequer abrir o Facebook – quando uma pessoa trabalha com o bicho, acaba por fugir dele o mais que pode. Se do trabalho me enviavam alguma mensagem, ficava piurça. São férias, pessoas, deslarguem-me! Sempre adorei aquela sensação plena de férias, onde trabalho não entra. Paz. Tranquilidade. Isolamento. Não falar ou sequer ter de pensar em trabalho. Só estar ali, explorar, comer, dormir, conhecer e ser feliz.
Antes de terminar, quero aqui deixar claro que não me estou a queixar. Continuo a dar (muito) valor a esta experiência e sei bem o quão privilegiada sou, mas será que volto a ter férias sem ter de olhar para o telemóvel?
Artigo de Sofia Macedo (Sofiamacedo.com). Sofia Macedo partilha, todos os meses, a sua experiência como nómada digital.