Assessoria de imprensa em festivais de música: 3 erros e 3 dicas
Como em quase tudo na vida, na assessoria de imprensa de festivais é má ideia “meter tudo no mesmo saco” e acreditar em receitas. Portanto, há que privilegiar abordagens à […]
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Como em quase tudo na vida, na assessoria de imprensa de festivais é má ideia “meter tudo no mesmo saco” e acreditar em receitas. Portanto, há que privilegiar abordagens à medida, desenhadas em função das especificidades de cada evento e de cada marca – e da respectiva conjuntura –, baseadas em doses generosas de sensibilidade e bom senso, conhecimento… e muito empenho. Mas, se as receitas mágicas não existem, partilhar alguns erros clássicos e algumas dicas pode dar uma ajuda a quem tem as mãos na massa.
Antes de mais, interessa assumir que os grandes festivais são, eles próprios – e cada vez mais -, marcas: marcas em construção ou já marcas fortíssimas, com estratégias, notoriedade e posicionamento “cientificamente” desenhados e construídos… que nada ficam a dever às grandes marcas que os patrocinam. E que, por si só, justificam um trabalho de assessoria especializada e dedicada. Um trabalho abrangente e consistente, que passa, acima de tudo, por garantir que o promotor se lembra sempre dos jornalistas e da comunicação social (e do impacto que pretende junto destes) em todas as grandes decisões de comunicação, contribuindo para definição de objectivos e momentos e comunicação.
Erro clássico: dizer que se respeita e privilegia o trabalho da imprensa e, depois, não resistir à tentação de dar sempre as novidades em primeira mão nas redes sociais.
Dica: convencer o promotor a envolver a assessoria – com a máxima antecipação – em todos os processos, a começar logo pela afinação do conceito. Porque, com um olhar afinado, os mais pequenos detalhes podem revelar-se preciosos para o trabalho com a imprensa. Por regra, em Portugal, os promotores de festivais contam com equipas internas ou contratam este serviço durante parte do ano. Depois, há o trabalho de assessoria para as marcas que patrocinam os grandes festivais. E, aqui, entramos num terreno bastante delicado, que é preciso abordar com calma, com mais sangue frio e com visão estratégica de longo prazo, contribuindo para que o foco nunca se desvie do que realmente importa, tanto ao evento como às marcas.
Erro clássico: aceitar ou acentuar a disputa pela atenção dos media, por parte das marcas e dos promotores, como se estivéssemos perante interesses antagónicos.
Dica: perceber que é um trunfo ter – à volta de um mesmo acontecimento – promotores e marcas mobilizados para aparecer nos media, e canalizar toda essa energia para o reforço ou criação de iniciativas diferenciadoras para a imprensa, centradas nos aspectos que, em simultâneo, sirvam os interesses das marcas e do evento. Sendo, tipicamente, entre nós, o promotor o ‘dono’ do evento, é a este que cabe a verdadeira quadratura do círculo: além de ser o responsável pela imagem e posicionamento do festival, tem de dominar a arte de compatibilizar as legítimas expectativas de todas as marcas envolvidas. E, na relação com a imprensa, há que criar regras claras que evitem a entropia e amplifiquem as sinergias. Quando existe naming sponsor a articulação entre promotor e marca só pode ser… perfeita, porque, de certa forma, o evento acaba por ser uma extensão da marca, mas com identidade e gestão autónomas – o que comporta alguns riscos.
Erro clássico: privilegiar tácticas de grande efeito imediato, que, em vez de resultarem de um trabalho de reflexão estratégica, se focam na notícia fácil e no (aparente e inconsistente) sucesso no curto prazo.
Dica: perceber que, se todos estão unidos à volta de determinado evento, é porque há atributos comuns ao evento e às marcas – e, portanto, todos devem privilegiar a mediatização desses aspectos mais abrangentes.
Mas não há nada que um olhar pragmático e desempoeirado não resolva. Se toda a gente tiver feito o trabalho de casa, acaba por resultar evidente que é esse mesmo evento que os une que deve estar no topo das prioridades… E que todos ganham se as marcas souberem estar ao serviço do evento… e o evento ao serviço das marcas.
Artigo de opinião de João Pinho, assessor de imprensa, Press Link