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“Temos a expectativa de o ano 2015 marcar o equilíbrio operacional”

Um ano após a entrada em funções da nova administração, José Carlos Lourenço, chief operating officer do Global Media Group, faz o balanço deste período e traça os objectivos para o futuro.

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“Temos a expectativa de o ano 2015 marcar o equilíbrio operacional”

Um ano após a entrada em funções da nova administração, José Carlos Lourenço, chief operating officer do Global Media Group, faz o balanço deste período e traça os objectivos para o futuro.

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José Carlos Lourenço, chief operating officer do Global Media Group

Em Março do ano passado, indigitada pelos novos accionistas, entrou em funções a nova administração da então Controlinveste Media, desde esse momento propriedade de António Mosquito (27,5 por cento), Luís Montez, BCP e BES (15 por cento cada), ficando Joaquim Oliveira, anterior proprietário, com os restantes 27,5 por cento. Um despedimento colectivo e um conjunto de rescisões que levaram à saída de cerca de 200 colaboradores, mudanças na direcção do Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN), Volta ao Mundo e Evasões marcaram este período, no qual também se assistiu a alterações na direcção de marketing, diminuição do tamanho dos jornais ou encerramento da Notícias TV em papel. O grupo prepara-se agora para dar início à segunda fase do mandato da nova administração.

Meios&Publicidade (M&P): Assumiram a administração da agora Global Media em Março de 2014. A casa já está arrumada?
José Carlos Lourenço (JCL): A casa vai estando arrumada. Isto é um processo que nunca tem fim, até porque a dinâmica do nosso negócio a isso obriga, mas podemos considerar que este primeiro ano era uma etapa difícil, com objectivos muito focados na reorganização e reestruturação do negócio e da sua sustentabilidade.. Essa parte está no essencial concluída. Tivemos que tomar medidas que não são simpáticas e que nenhum gestor gosta de tomar, mas que são essenciais para a etapa que agora estamos a começar. No ano passado estivemos muito focados na reorganização das empresas do grupo, tivemos que começar a fazer com menos recursos aquilo que anteriormente se fazia com mais, mas ainda assim fomos fazendo muitas coisas no sentido de antecipar esta etapa. Arrancámos no essencial em Abril, poucas semanas depois lançámos um novo standard do ponto de vista de dimensão dos jornais, praticamente hoje todos os jornais têm essas dimensões, o que obrigou desde logo a um exercício importante no sentido dos leitores não terem a sensação de que apenas tínhamos encolhido o produto e tivemos que o adaptar do ponto de vista gráfico. Em Maio houve alterações importantes na Evasões e na Volta ao Mundo.

M&P: Que também mudaram de direcção.
JCL: Que também mudaram de direcção e o produto teve algumas alterações interessantes. Os resultados foram muito animadores, a circulação paga ou aumentou ou ficou em linha com o ano anterior, inverteu a tendência de queda. Em Agosto lançámos o novo O Jogo e os resultados também foram muito animadores no sentido em que fomos o único jornal desportivo que não caiu em circulação relativamente ao ano anterior. Em Setembro fizemos uma apresentação ao mercado de uma nova grelha da TSF, algo que não acontecia há três anos, e , sem descaracterizar o produto, conseguimos introduzir dinâmicas adicionais e o resultado imediato, no Bareme seguinte, foi conseguirmos atingir níveis de audiências que não eram atingidos há três anos. Houve alterações ao nível das pessoas, é verdade, temos uma nova direcção no Diário de Notícias desde Setembro, a nova direcção do JN arrancou em Novembro, ficou completa em Dezembro. Houve também nas áreas funcionais, nomeadamente nas áreas do marketing, novos negócios e digital, reforços que chegaram em Dezembro. Quase como corolário deste caminho de infraestruturação do negócio, em Dezembro alterámos a nossa imagem corporativa. Deixamos a designação Controlinveste Conteúdos, que era desde o arranque temporária, e passámos para a designação Global Media Group, que tem uma definição gráfica que aporta muito esta ideia multimédia e multiplataforma que queremos trazer para o negócio e a referência global porque queremos, manifestamente, ir além do espaço que actualmente ocupamos, desde logo geográfico. Acreditamos que, para um grupo de media de conteúdos em português, a língua é verdadeiramente a fronteira definitiva. Já este ano, em Fevereiro, lançámos uma plataforma de descontos que envolvem as marcas DN, JN e O Jogo, uma parceria com a Goodlife que é manifestamente um dos operadores de referência do mercado neste tipo de actividade. As parcerias vão marcar muito o nosso futuro, acreditamos muito que juntando competências e juntando vontades seremos sempre muito mais fortes do que tendo que internamente resolver todas as questões e todos os desafios que viermos a enfrentar. Agora estamos na fase de partilhar com o mercado aquilo que vamos fazer. Desde logo com o JN, será uma evolução na continuidade, mas acreditamos que há factores de melhoria muito significativos e que vão atrair a atenção das pessoas. Estamos também a reinventar a fórmula da Evasões, que é uma marca muito reputada, com 18 anos de existência, a assinatura é “especialistas em Portugal”. Vamos continuar a ser especialistas em Portugal, mas é uma reinvenção do modelo de negócio e do produtos que tem tido um feedback muito positivo. Foi um ano muito intenso, com muitas mudanças e muitas coisas a acontecer.

M&P: Antes de irmos ao pormenor nas diferentes marcas, quanto é que pouparam com a reformulação do grupo? Julgo que na altura se tinha falado em 5,5 milhões com pessoas e depois mais 5,5 milhões com outros custos.
JCL: O grupo não é cotado em bolsa, não tem contas publicadas.

M&P: Assim está mais à vontade para falar de números…
JCL: A referência que posso dar, e acho que é muito importante para o mercado, que precisamos que confie em nós e no caminho que estamos a fazer. Numa situação de desequilíbrio, os esforços que foram concentrados no ano de 2014 permitem encarar já o ano de 2015, eventualmente antecipando até em um ano aquilo que eram os nossos planos, com uma situação de contas equilibradas. Este esforço foi disseminado por diferentes áreas. A parte dos recursos humanos é aquela que tem uma visibilidade mais significativa, mas tivemos que aplicar o nosso melhor esforço e criatividade em reinventar a totalidade do negócio. Na estrutura de custos os recursos humanos representarão pouco mais de um terço e tivemos que fazer face a um desafio que era grande, mas com o envolvimento e a motivação de toda a equipa fomos bem-sucedidos.

M&P: Mas hoje a operação já é equilibrada?
JCL: O ano de 2015 ainda está no início, os primeiros sinais têm alguma preocupação associada, para nós e para os restantes operadores do mercado, mas temos a expectativa do ano 2015 marcar um ano de equilíbrio operacional. Isso para nós é absolutamente definitivo. Para um grupo como o nosso, que está na comunicação social, enquanto grupo independente, profissional, que se rege pelos objectivos específicos de um grupo de comunicação social e não por outros, a sustentabilidade económica é absolutamente definitiva. A nossa independência está muito associada a este equilíbrio, portanto é um objectivo não só para os gestores da empresa mas também para os cerca de 750 colaboradores.

M&P: Tem-se falado na venda do edifício do DN e do JN, no Porto, que permitiria um encaixe de cerca de 40 milhões. Já há decisão?
JCL: Relativamente aos activos do grupo, fazemos a gestão mais adequada a cada momento. Tendo o grupo um endividamento que é razoável, mas ainda assim tem um valor significativo, devemos fazer a gestão mais adequada dos activos que temos no nosso portfólio e a oportunidade de vir a alienar edifícios ou qualquer outro activo pode fazer sentido desde que estejam cumpridos um conjunto de requisitos que lhe dêem esse sentido. Nada aconteceu até ao momento, acontecerá no momento oportuno o que tiver que acontecer.

M&P: À partida será ainda este ano?
JCL: Criadas as condições para haver uma evolução, essa evolução concretizar-se-á.

M&P: Acabaram por não vender nem encerrar nenhum título. É uma opção definitiva? Todas as marcas fazem sentido neste momento?
JCL: Encaramos os nossos activos da mesma forma com que fazia referência ao resto do negócio. A percepção que criámos após o início das funções desta comissão executiva é que cada um dos projectos necessitava de continuar a fazer a sua evolução normal, mas continuava a fazer muito sentido no nosso portfólio. Cada um deles pode a determinada altura, do ponto de vista mais táctico ou mais estrutural, assumir diferentes tipos de configurações e ter uma utilidade diversa – como vai acontecer com a Evasões – mas não sentimos necessidade de encerrar nenhum dos projectos editoriais. Estamos muito apostados em retirar de cada um deles o seu máximo potencial, seja do ponto de vista do contributo económico para o grupo, seja para acrescentar soluções no mercado aos anunciantes e aos nossos parceiros de negócio.

M&P: E a compra do Económico? Julgo que terão pedido para ver os números e que a decisão estava do vosso lado… Há decisão?
JCL: Não. De facto, não só não há decisão como não vimos números. Existem rumores de mercado, notícias contraditórias, mas não estamos na posse de nenhuma notícia privilegiada.

M&P: Não analisaram a compra?
JCL: O grupo Global Media tem objectivos muito bem determinados no seu plano de acção. A primeira prioridade é termos a estabilidade adequada para olharmos para o futuro com outra confiança e com uma ambição reforçada. Olharemos sempre com muita atenção para todas as oportunidades de consolidação que se apresentarem no mercado e estamos sistematicamente a fazer o nosso trabalho de casa, no sentido de perspectivar movimentos que possam acontecer. Portanto, não analisámos nenhuma operação em concreto, não obstante todos os rumores que possam circular, e não fecharemos a porta à possibilidade de analisar operações em concreto ou a estar envolvidos em operações de consolidação.

M&P: Então, hipoteticamente, porque é que um título como o Económico faria sentido no Global Media?
JCL: Na área económica temos o Dinheiro Vivo. Completou o seu terceiro aniversário, este ano perspectiva-se que seja o melhor de sempre e temos planos para continuar a fortalecer esta marca. Na área económica, ou em outra área, em devido tempo poderemos fazer as análises que são adequadas. Não faria sentido estar a antecipar que tipo de prós e contras um determinado projecto podia ter, com o que isso significaria de estar a partilhar informação com os nossos concorrentes.

M&P: Vamos então aos projectos que podem ser públicos. Começando pelo Jornal de Notícias, o que podemos esperar no novo JN?
JCL: O Jornal de Notícias vai celebrar este ano 127 anos. Uma data extraordinária para um projecto que vive muito da sua tradição mas que tem que permanentemente redescobrir-se e reinventar-se para continuar sobretudo a ter futuro. O JN é um realidade ímpar em Portugal. Tem uma penetração junto de uma área geográfica que é extraordinária e nessa área de influência compete não com outros órgãos de comunicação mas com o prime time das televisões, é deste nível de influência que estamos a falar. Sentimos em todo o caso que havia uma oportunidade para melhorar o projecto, desde logo na plataforma papel na qual continuamos a acredita muito. As alterações vão no sentido de ficarmos ainda mais próximos das características de audiência muito especificas do JN, que é provavelmente o título mais transversal em todos os eixos, quer do ponto de vista etário, quer social.

M&P: Está é geograficamente muito localizado.
JCL: É um jornal que tem cobertura nacional mas como é evidente tem uma maior concentração numa zona do pais. A oportunidade que identificamos foi tornar o jornal mais próximo e mais acessível a esta riqueza de audiências que o caracterizam, desde classes A/B até C1 e mesmo D. A nova formulação é suposto dar resposta a essa necessidade de cobertura. Associado àquilo que se vai ver no papel, tem por trás algo que do ponto de vista estratégico é ainda mais relevante para o percurso que estamos a fazer. A organização do jornal fica mais simples e isso tem associada uma reorganização da redacção, que tem em vista não só o desafio do produto em papel como o desafio multimédia e multiplataforma que deve caracterizar cada um dos projectos da Global Media. As consequências expectáveis passam por termos uma maior assertividade no jornalismo que produzimos, dentro do rigor e seriedade que caracteriza a marca. Mas acreditamos que ficaremos ainda mais úteis para os leitores actuais e para aqueles que iremos ganhar aos concorrentes ou àqueles que não estão a ler neste momento jornais em papel. Em simultâneo, e cruzando o JN e o DN, vamos lançar à sexta-feira um reforço importante da nossa proposta editorial com a nova Evasões. A Evasões era uma revista mensal, de nicho, e de repente transforma-se num produto com mais de 100 mil exemplares. É pensado para o fim-de-semana dos nossos leitores, em todas as suas vertentes em todos os tempos do lazer e tempos livres.

M&P: Então a Evasões, que hoje está em banca, vai passar a ser o suplemento que substitui a Notícias TV?
JCL: Isso. A nossa ambição é que por oposição a distribuirmos um suplemento com cada jornal vamos distribuir uma revista.

M&P: E vão conseguir manter a Evasões como uma revista? O grupo já teve essa experiência com a Grande Reportagem, que acabou por morrer.
JCL: Esta reformulação não passa por agarrar a revista tal como existe e passar a disponibiliza-la com os jornais. Há uma transformação muito significativa a todos os níveis. A Evasões era especialista no turismo interno e vai passar a ter muito mais. Vai ser mais compacta, terá menos páginas e será mais portátil. A nossa proposta de valor e a nossa grande ambição é ter o melhor que a revista foi produzindo ao longo do tempo, com esta adaptação e este fortalecimento da comunicação. Penso que estaremos a fornecer ao mercado uma plataforma de comunicação em áreas muito especificas onde julgo que vamos acrescentar valor, como temos a forte convicção que vamos fortalecer os nossos jornais à sexta-feira. No JN vamos ter ao sábado uma aposta forte no desporto, com um novo suplemento que acresce ao Dinheiro Vivo, e ao domingo continuamos com a Notícias Magazine. No segundo semestre é nossa intenção que quer o Dinheiro Vivo quer a Notícias Magazine venham a ser reforçados de modo a no final no semestre termos toda a nossa proposta editorial revitalizada em linha com os objectivos.

M&P: Quais serão as alterações no Dinheiro Vivo (DV)?
JCL: O DV pretende alavancar as vendas do DN e JN ao sábado, tem um posicionamento estratégico que vamos continuar a perseguir: está onde está a inovação, as startups, as boas ideias de marketing, mas queremos que reflicta melhor o tecido empresarial a norte, que tem tanto para partilhar com o país. Há também algumas novidades do ponto de vista gráfico, mas não gostava de antecipar excessivamente o que aí virá.

M&P: Voltando ao JN. Vai continuar a ser um jornal focado no Norte e em particular no Porto?
JCL: Não, vai continuar a ser um jornal centrado no país mas produzido, de forma assumida, a partir do Porto. Por simplificação, podemos falar de uma interpretação da realidade do país de quem está a Norte.

M&P: Normalmente dividimos os jornais entre populares, de referência ou tablóides. Como é que se caracteriza o JN nesta nova fase?
JCL: É um jornal muito interclassista, e nesse sentido não é um tablóide e não concorremos nesse mercado, e também não queremos classifica-lo como um jornal de elite, porque continua a ser um jornal de grande dimensão e circulação e é nessa faixa que o queremos manter.

M&P: Durante muito tempo o JN esteve taco-a-taco com o Correio da Manhã. As vossas ambições passam por voltar a disputar a liderança?
JCL: O JN lidera inequivocamente em 55 por cento do território nacional. As nossas, referências, mais do que a nossa concorrência, são o potencial que temos por explorar. O Jornal de Notícias é um projecto diferente do Correio da Manhã e é aí que vamos continuar a fazer o nosso caminho.

M&P: Vamos então ao Diário de Notícias. Vai ter um novo site ainda no primeiro semestre e estará a ser feita, pelo Javier Errea, uma reformulação gráfica…
JCL: Ao contrário do que está a acontecer no JN, no Diário de Notícias começámos a fazer um caminho diferente, uma evolução na continuidade. Quem tem memória do que era o DN, há diferenças significativas. Está a fazer um caminho no sentido do que estrategicamente definimos como poder vir a ser um jornal da capital. Não se confunde com um jornal de Lisboa, mas queremos dizer com isto um jornal focado naquilo que de essencial acontece no plano político, no plano económico, no plano cultural. Para o melhor e para o pior, o essencial do processo de decisão do país passa muitas vezes por aquilo que acontece no governo, nas grandes empresas, nas infraestruturas culturais e tudo o mais. O DN dirige-se ao país mas está muito ficado nessa dinâmica. Acresce a nossa ambição, tanto no DN como no JN, de chegarmos mais longe do que apenas Portugal e existem planos, sobretudo para o segundo semestre, para irmos mais adiante nessas frentes. O produto em papel tem vindo a conhecer alterações importantes, achámos mais prudente que fossem feitas de forma gradual. O bom resultado dessa caminhada é que protegemos audiência e circulação que existia e agora no segundo semestre vamos preparar outro tipo de alterações, se calhar mais assertivas. Uma aposta muito importante, seja no DN como em outras marcas, é a frente digital. Temos um programa muito preenchido e ambicioso de transformação das nossas plataformas digitais e uma das mais prioritárias é do DN, onde também existe um esforço grande do ponto de vista do design, mas como disse em relação ao JN, tem existido sobretudo um esforço de preparação da redacção para os desafios que entretanto se avizinham. Estar no mundo digital implica, para além do texto e da fotografia, ter uma abordagem verdadeiramente multimédia, com cada vez mais vídeo e capacidade de resposta. Queremos fazer promessas e queremos fazê-las de forma ambiciosa. Mas queremos cumprir as promessas. A nossa convicção é que no segundo semestre o DN vai ter muitas coisas para dizer ao mercado.

M&P: O André Macedo, director do DN, dizia recentemente que havia uma aposta grande no áudio e vídeo, “uma narrativa nova que temos que financiar”. Como?
JCL: Existem caminhos de natureza vária, desde logo as extensões comerciais que beneficiam cada vez mais quem tem este tipo de conteúdos. Estamos absolutamente convencidos que as boas ideias terão sempre cabimento, porque o financiamento normalmente é atraído pelas boas ideias. Não vemos limitações por aí.

M&P: O Notícias TV foi descontinuado em papel…
JCL: Na tal gestão dinâmica de plataformas, vai deixar de existir uma revista em papel que se chama Notícias TV e vamos ter um canal digital que se chama Notícias TV. O conjunto das competências dessa equipa vão continuar a trabalhar para os nossos títulos, esta equipa para além da Notícias TV produzia conteúdos específicos nessas áreas para o DN e JN e vai continuar a fazer esse caminho.

M&P: Em outsourcing. A questão é as páginas dos jornais serem feitas em outsourcing…
JCL: Outsourcing pode ser uma forma menos positiva de olhar para esta questão. A propósito da área dos descontos referia o nosso propósito de firmarmos parcerias para sermos mais eficazes e eficientes. Do que estamos a falar é de um verdadeiro centro de competências, não é uma operação apenas de redução de headcount. Há um contrato de longo prazo estabelecido com uma empresa…

M&P: Palavras Ditas, de Nuno Azinheira, director do título.
JL: Exactamente. Nuno Azinheira que conhecemos muito hem e que queremos que continue a fazer parte do nosso universo. Do ponto de vista cooperativo há um desenho diferente, mas naquilo que é o essencial, disponibilizar conteúdos de qualidade, o propósito mantém-se.

M&P: Ainda no DN, olhando apenas para as percentagens, as assinaturas em papel cairam 79 por cento no último ano, mas deixaram de existir aquelas oscilações que aumentavam ou diminuíam mensalmente as assinaturas em alguns milhares de exemplares. Tem a ver com a alteração na politica de assinaturas, imagino.
JCL: Diria que mudamos sobretudo a abordagem e a politica. Houve acções muito especificas e pontuais, que foram úteis para deixar um lastro muito  interessante no contexto da circulação total do DN. Ultrapassada essa fase, estamos muito mais orientados para um crescimento mais sustentável. Vamos apostar muito nas assinaturas em papel, mas sobretudo nas assinaturas em formato digital.

M&P: Passando do DN para o mercado. Como é que estão a ser estes primeiros três meses em termos de publicidade?
JCL: Os dados do arranque do ano não permitem ter certezas muito fechadas. A nossa expectativa é que com as notícias que existem sobre a recuperação económica e a conclusão de processos em vários sectores de actividade, como na área das telecomunicações ou da banca, o caminho da normalização irá também traduzir-se numa normalidade no mercado publicitário. A nosso expectativa continua a ser de um ano de crescimento, eventualmente menor do que o que ocorreu em 2014, mas um ano de crescimento. No nosso caso em concreto, esperamos algum crescimento. Conservador, mas crescimento.

M&P: Como é que define hoje, versus há um ano, o grupo?
JCL: Acho que temos razões acrescidas, internamente e junto do mercado, para se acreditar no futuro de cada uma das marcas e deste grupo como um todo.

“Admito que no topo das nossas prioridades estejam mais os países africanos do que o Brasil”

M&P: Em Março de 2014, Daniel Proença de Carvalho, presidente do grupo, afirmava que o objectivo passava por “crescer nos mercados em que [a empresa]está inserida” e “conquistar novos mercados nos espaços da lusofonia”, ideia que voltou a ser sublinhada quando alteraram o nome do grupo.  Como é que este crescimento ou conquista de novos mercados pode ser concretizada?
JCL: Das mais diferentes formas. Desde logo as plataformas digitais permitem ultrapassar barreiras que o mundo offline não permitia. Essa é a forma mais fácil de chegar mais longe.

M&P: Mas é preciso também o interesse de quem está lá fora…
JCL: Claro, claro. Mas isso já conseguimos contabilizar através da proveniência dos acessos, nomeadamente aos produtos editoriais e nas redes sociais. Conseguimos captar uma atenção muito significativa, quer do Brasil, quer em particular dos PALOP, com Angola e Moçambique à cabeça.

M&P: O Público anunciou recentemente que o Brasil seria uma das suas prioridades, precisamente devido ao número de acessos.
JCL: Admito que no topo das nossas prioridades estejam mais os países africanos do que o Brasil. Acho que ai podemos acrescentar mais valor e é um caminho mais relevante para fazer no imediato do que o Brasil. O Brasil fala português mas é um português diferente, tem uma organização empresarial e corporativa que tem particularidades muito próprias e, não pondo de lado essa geografia, diria que não é a nossa primeira prioridade. Relativamente a outros países, existem as mais variáveis fórmulas para podermos concretizar esta nossa ambição. Aquela que provavelmente privilegiaremos é a forma da parceria, que poderá ter desenhos corporativos dos mais diversos. Não temos nenhuma fixação em criar empresas locais ou o que seja. O nosso objectivo é, relativamente ao nosso potencial de produção de conteúdos e activação de marca, podermos ir o mais longe possível. A forma de o concretizar será aquilo que em cada circunstância,  até em cada país, se revelar a solução mais adequada.

M&P: Estava na administração da Impresa Publishing quando lançaram em parceria, precisamente em Angola, a Rumo. Ao que se sabe o projecto estava a correr bastante bem, mas terá havido um problema que não teria a ver com o desempenho da revista no mercado e acabou por ser descontinuada. Estaremos a falar de parcerias semelhantes?
JCL: Não comentaria episódios de outras etapas da minha vida profissional, mas seja eu pessoalmente, seja o grupo, temos experiência e competências muito específicas para a abordagem a estes mercados. Acho que podemos acrescentar muito valor, de uma forma humilde, mas temos a noção de que há um campo de progressão significativa a fazer nesses mercados e que nós podemos emprestar a nossa experiência, vontade e ambição para que esse caminho possa ser feito. Como digo, o recorte final de como essas parcerias se irão concretizar não é para nós uma questão estratégica, é muito mais uma questão táctica de saber depois como é que se concretiza. Posso-lhe adiantar que existem várias conversas. Não tenho a certeza se em 2015 pode ser já visível o resultado desse  caminho, mas faz parte do nosso road map essas geografias serem cada vez mais relevantes no nosso negócio.

M&P: Já existem portanto conversas.
JCL: Existem muitas conversas, até porque, dada a singularidade e a complexidade destes mercados, a cautela não é demais. Temos essa ambição,  estamos a evoluir no sentido certo, com a velocidade que é normal e que é possível nestas circunstâncias.

“Gostaríamos que em 2015 o digital entrasse na fasquia dos dois dígitos”

M&P: A monetização de conteúdos digitais é uma prioridade do Global Media Group?
JCL: Sim. Uma parte muito significativa das nossas receitas vem exactamente da venda dos conteúdos, mais nas plataformas offline do que digitais, mas temos planos a partir do segundo semestre para fazer um caminho por ai. Não temos opções dogmáticas do género ‘tudo aberto’ ou ‘tudo fechado’, cada um dos projectos terá abordagens distintas porque se dirige a audiências distintas e tem uma natureza diferenciada, mas queremos fazer um caminho no sentido da monetização dos nossos conteúdos, seja daqueles que têm actualidade seja com recurso a conteúdos que já foram produzidos com um determinado objectivo e que depois podem ser reformatados.

M&P: Como é que vê as experiências que tem sido feitas em Portugal?
JCL: Há experiências interessantes e há caminhos que têm vindo a ser desbravados que não nos parecem ser a resposta completa para estes desafios. Não vamos copiar nenhuma dessas soluções, mas tudo aquilo que passe por criar no mercado apetência para a aquisição de conteúdos ou para as pessoas poderem pagar por algo que vão consumir, atribuindo a esse conteúdo um factor premium na sua apreciação, são passos no sentido correcto.

M&P: Três jornais norte-americanos começaram a disponibilizar a venda de artigos por 20 cêntimos. Pode fazer sentido num mercado tão pequeno como Portugal? Ou pode fazer quando o vosso mercado for o da língua portuguesa, como pretendem?
JCL: Admito, em determinadas circunstâncias, que a venda isolada de conteúdos pode fazer sentido. Noutros casos far-me-á menos sentido na perspectiva de se perder o conceito de produto editorial mais elaborado. Mas, como digo, a avaliação concreta de cada marca fará uma solução mais orientada.

M&P: Quanto é que o digital representa na facturação do grupo?
JCL: Gostaríamos que em 2015 esse valor entrasse na fasquia dos dois dígitos.

“Está na hora de as empresas assumirem a responsabilidade social no domínio do investimento em comunicação”

M&P: Com excepção da TSF e do Dinheiro Vivo, os títulos do Global Media Group são todos de imprensa, aquele sector para o qual ninguém tem perspectivas muito optimistas. Vocês têm? Como é que se dá a volta a um sector que vive uma crise estrutural?
JCL: Temos o optimismo de quem tem vindo a enfrentar desafios grandes e tem resultados que dão um ânimo reforçado. Dividiria a questão em dois planos. Por um lado, os nossos activos, independentemente das suas origens, são tratados como marcas de informação mais do que como um produto especifico e portanto há um longo caminho para fazer. Existem cada vez mais soluções de produção, empacotamento e distribuição de conteúdos e estamos nesse campeonato. Ainda estamos em menos plataformas, mas temos todo um universo à frente.

M&P: Quais são as prioridades no digital?
JCL: O digital é uma prioridade muito imediata, que passa tanto pelo reforço significativo da capacidade dos nossos sites, como por produtos mais híbridos que nos poderão permitir resultados mais imediatos. Os pontos de contactos em que as pessoas consomem conteúdos são cada vez mais diversos. Há uns anos podíamos ver aquelas imagens futuristas de pessoas na cozinha com um computador a consumir conteúdos. Hoje isso já não é futurismo, faz parte da nossa vida. Os ecrãs com que as pessoas são impactas são dos mais diversos e, com essa complexidade, existem também várias oportunidades que marcas como as nossas poderão perseguir. Acreditamos firmemente que num mundo cada vez mais complexo, em que as pessoas são bombardeadas com muita informação não editada, quem tem a credibilidade de editar informação tem um papel muito relevante na sociedade. Isso permite-nos ter a expectativa de continuar dentro do negócio. Há uma outra dimensão desta questão que nos últimos tempos temos vindo a discutir com os nossos parceiros de negócio e julgo que há um caminho aqui a fazer e que passa muito pela dificuldade em contabilizar o intangível que os órgãos de comunicação social, em particular a imprensa, acrescentam à sociedade. É uma verdade que todos aceitam com naturalidade que não há democracia sem uma imprensa livre, actuante e a cumprir o seu papel. Mas depois há a necessidade de as pessoas que aceitam esta circunstância sejam consistentes.

M&P: Monetizar também essa importância?
JCL: Poria a questão no domínio da responsabilidade social. As empresas hoje em dia sentem obrigação de terem responsabilidade social no domínio ambiental. Não muitas vezes porque poupem dinheiro mas porque é certo fazê-lo. Há muitas empresas que têm códigos de conduta no sentido de não transigir com países ou empresas que utilizam mão de obra infantil ou outras práticas condenáveis. Julgo que está na hora de as empresas assumirem a responsabilidade social no domínio do investimento em comunicação. A questão não passa por subsídios ou porque uns são ‘coitadinhos’ e outros muito grandes. Não tem nada a ver com isto. Tem a ver com assumir, de forma muito clara, que não é a mesma coisa investir um euro numa empresa que está sedeada num paraíso fiscal e a criar postos de trabalho em qualquer outro país, versus uma empresa que está sedeada em Portugal, paga os seus impostos em Portugal e cria postos de trabalho e contribui para a democracia portuguesa. Esta dimensão de responsabilidade deve estar presente em quem toma decisões de investimento.

M&P: Estamos a falar em investimento em Google vs media tradicionais. Deve estar presente mas tem estado? Pode vir a estar?
JCL: Não tem estado.

M&P: Temos abordado, em algumas das conferências que promovemos, a importância da imprensa e do investimento em imprensa. Os decisores concordam, mas depois na prática julgam que investir em outras acções tem mais retorno…
JCL: As pessoas concordarem é um ponto de partida absolutamente fundamental. Temos que conseguir canalizar esse acordo no essencial para questões muito concretas. É um caminho que no grupo temos vindo a discutir, mas não é um tema da Global Media e nem sequer só da imprensa. É um tema que se coloca ao nível de todos os órgãos de comunicação social e acho que é um tema que nos devia reunir em torno de uma ideia simples mas clara e que seja exequível. Portanto, seja porque existe negócio para as nossa marcas, seja porque acreditamos que há questões culturais que podem e devem ser discutidas e traduzidas em acções concretas que podem reequilibrar as decisões dos anunciantes, estamos optimistas.

M&P: Estão a conversar com outros grupos no sentido em que se passe das intenções aos actos?
JCL: A necessidade de fazermos algo é partilhada por todos. Existe um fórum muito especifico que é a Plataforma dos Meios de Comunicação Privados onde algum esforço tem vindo a ser feito e a nossa expectativa é que através de vários caminhos possamos no futuro dar passos significativos nesta direcção. Não pretendemos nenhum tipo de protagonismo, queremos dar o nosso contributo e estou confiante que em Portugal, pela circunstância das nossas características e do nosso mercado, possamos vir a desenhar uma solução que outros possam vir a copiar. Porque não?

M&P: Já há então algum esboço de  solução?
JCL: Não queria de todo passar a falsa ideia que pretendemos, em torno de uma questão tão sensível e tão decisiva para o futuro de todos nós, termos qualquer protagonismo desajustado. Mas é um ema que tem consumido a nossa atenção e para o qual vamos consolidando algumas ideias de natureza prática.

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Sara Sousa Pinto é a nova apresentadora de New in Town. O programa produzido pela NiT regressa à antena da CNN Portugal no próximo sábado, 18 de maio. Os vídeos do formato são disponibilizados na plataforma NiTtv e nas redes sociais da marca da MadMen

O programa New in Town, produzido pela NiT, regressa à antena da CNN Portugal, no dia 18 de maio, sábado, com Sara Sousa Pinto na apresentação, confirmou ao M&P Jaime Martins Alberto, diretor-geral da MadMen, empresa que detém a marca. Para além da antiga pivô de Esta Manhã, programa matinal diário da TVI que foi suspenso no início do ano, a versão televisiva da publicação digital de lifestyle conta com a participação de Sara Ribeiro, Marcos Pinto e Miguel Lambertini.

“O desafio da NiT é diferente porque não é em direto. Acabo por ter um papel diferente e a oportunidade de crescer na área do lifestyle. Vou ter uma linguagem diferente e isto acaba por me desafiar”, afirmou Sara Sousa Pinto nas primeiras declarações públicas que fez sobre o projeto, em entrevista à NiT. Também disponíveis na plataforma NiTtv e nas redes sociais da NiT, YouTube e Instagram, os vídeos do programa New in Town integram um código QR que remete para o site da NiT.

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Comon cria campanha provocadora e humorística para a Makro

A Comon recorreu a estátuas gregas, zebras e fatos espaciais para, com base nas análises data driven feitas ao comportamento dos clientes da Makro, idealizar uma campanha publicitária multimeios disruptiva e divertida que pretende reforçar o posicionamento da marca

A nova campanha publicitária da Makro, idealizada pela Comon, revoluciona a forma de comunicar da marca. Estátuas gregas, zebras e fatos espaciais são os protagonistas dos anúncios. Além das redes sociais da marca e dos media digitais, também figuram nos múpis e nos cartazes de lojas que estão a ser espalhados por todo o país, com maior concentração na região de Lisboa, apresentando um discurso humorístico e provocador. “Tínhamos o desafio de fazer uma comunicação diferenciadora”, assume ao M&P Salvador Mathias, gestor nacional de excelência multicanal da Metro, empresa que detém a marca.

“Quem poderia esperar que esses elementos fossem os protagonistas de uma campanha de uma empresa de distribuição grossista? Mas é exatamente isso que nos torna únicos. Escolhemos uma abordagem menos óbvia, que certamente surpreenderá o mercado. Ao combinar o humor e o tom até provocador, sentimos que estamos a abrir novas oportunidades para a imagem da marca e a cumprir os objetivos da campanha”, refere o responsável. Reforçar o posicionamento como parceiro grossista, mostrando aos clientes que podem encontrar os produtos essenciais os seus negócios, é o propósito da iniciativa.

“O grande objetivo é reforçar o nosso compromisso com o setor da restauração, sublinhando que, no nosso portefólio de produtos alimentares e não alimentares, temos tudo o que os clientes deste segmento necessitam para o sucesso dos seus negócios. É certo que esta tem sido a nossa mensagem nas campanhas que temos vindo a desenvolver, mas desta vez quisemos fazê-lo com este tom disruptivo”, justifica Salvador Mathias. A mensagem da campanha tem em conta os resultados das análises ‘data driven’ feitas ao comportamento dos clientes da Makro, que também ouviu um grupo de clientes habituais da insígnia.

A campanha multimeios, que arrancou a 15 de maio, prolonga-se até junho, sendo amplificada por um cartaz de formato diferenciado instalado na loja da Makro de Alfragide. “Este ano, o objetivo é maximizar o nosso plano de marketing, de forma estratégica e cirúrgica, com ações e iniciativas que nos projetem como, mais do que fornecedores, parceiros. Esta campanha representa uma aposta criativa, muito grande e disruptiva, que vem reforçar aquilo em que, diariamente, estamos focados, o sucesso dos clientes é o nosso negócio”, refere Salvador Mathias, sem revelar valores de investimento publicitário.

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Rosalía é a nova embaixadora global da Dior

A artista espanhola protagoniza a nova campanha publicitária da marca. Produzida pela North Six, com direção criativa de Margot Populaire e figurinos de Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior desde 2016, promove a carteira Lady Dior e vai ter grande divulgação nos meios digitais

A cantora, compositora e produtora musical espanhola Rosalía é a nova embaixadora global da Dior. A intérprete protagoniza a nova campanha publicitária da marca, que vai ser maioritariamente divulgada nas redes sociais e nos media digitais, apurou o M&P. Produzida pela North Six, com direção criativa de Margot Populaire e produção adicional de Emma Roach, integra um filme publicitário realizado por Collier Schorr, que também assina as fotografias promocionais da parceria.

O estilismo é de Elin Svahn, com maquilhagem de Ariel Tejada e cabelos de Olivier Schawalder. Os figurinos são da responsabilidade de Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior desde 2016. Além de apresentar a nova embaixadora global da marca, a campanha publicita a carteira Lady Dior, uma das criações da etiqueta fundada pelo estilista francês Christian Dior em 1946.

“Explorando a emoção espontânea da cor e a intensidade profunda do preto e branco, as fotografias captadas por Collier Schorr transmitem uma pluralidade maravilhosa. Num ambiente íntimo, apenas com um microfone e um piano, um tributo às atuações ao vivo e às ligações apaixonantes entre moda, palco e música, a multitalentosa cantora espanhola é revelada, incrivelmente radiante”, informa a Dior, que em Portugal é comunicada pela Press Club, em comunicado de imprensa.

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Quase metade dos criativos têm uma relação difícil com as marcas

A inteligência artificial, o comércio social e as comunidades baseadas em interesses são as áreas do marketing e da criatividade que terão mais investimento este ano, segundo o estudo Estado da Criatividade, da Lions Advisory

Se a voz de Pedro Ribeiro, diretor criativo da Tux & Gill, refletir o mercado publicitário, a conclusão do relatório internacional Estado da Criatividade, da Lions Advisory, que indica que 45% dos criativos tem uma relação difícil com as marcas, não está longe da realidade portuguesa.

“Revejo-me nesses 45% e até me surpreende que não seja um número maior”, adianta o diretor criativo da Tux & Gill. O estudo em causa, conduzido pela consultora do Cannes Lions que se dedica à análise do mercado publicitário, a Lions Advisory, revela que a rutura na comunicação entre os principais intervenientes no processo criativo, agências e marcas, representa um risco para o mercado, nomeadamente por acontecer num momento em que há um maior investimento no setor.

Para Vasco Perestrelo, diretor-geral da MOP e representante em Portugal do Festival de Publicidade de Cannes, a perspetiva é outra, mas a realidade é a mesma. “Uma das coisas que o relatório indica é que, não havendo do lado dos clientes pessoas com perfil virado para a criatividade e que gostam de arriscar e fazer coisas novas, a tendência é cortar esse ímpeto que as agências têm, por definição. Até boas ideias, que podem ser transformadoras, acabam por ser condenadas à partida por serem arriscadas. A criatividade vive muito de fazer a diferença e isso implica alguma assunção de risco. Se as marcas não arriscarem no posicionamento e nas campanhas, torna-se mais difícil distinguirem-se umas das outras”, afirma Vasco Perestrelo.

Para Pedro Ribeiro, os desafios que tornam mais complexa a relação de trabalho entre criativos e marcas passam pelos “orçamentos mais reduzidos, prazos mais apertados, processos de ‘pitch’ mais insustentáveis, equipas mais reduzidas e inexperientes, de ambos os lados, e um foco maior nos resultados imediatos, com menos consideração pela construção de marca a longo-prazo”.

Já Levi Olivares, diretor digital da McCann Lisboa, assinala, à semelhança de Vasco Perestrelo, a necessidade de as marcas arriscarem mais no que toca ao processo criativo, uma vez que “a baixa competitividade entre as marcas leva a uma menor necessidade de arriscar, logo cria-se um cenário de poucas oportunidades para o mercado criativo inovar e sair do ‘mais do mesmo’, que para mim é a principal razão pela qual me revejo nessa estatística”.

Questionado sobre o estado da criatividade em Portugal face aos resultados apresentados no estudo internacional da Lions Advisory, Vasco Perestrelo considera que “estamos em linha com as principais tendências do mundo, não nos destacamos de forma muito diferente dessas tendências e conclusões. A única vertente que nos distingue é a situação política que vivemos”.

Levi Olivares, por seu lado, acredita que o nível criativo e o potencial do mercado português são muito bons. Admite, no entanto, que “face a outros mercados existe alguma falta de competitividade, não entre as agências, mas entre as marcas, e esse contexto de pouca apetência para arriscar e lutar pelo ‘spotlight’ de cada categoria não colabora para um mercado criativo, que tem potencial para ter mais expressão e trabalho destacado no cenário internacional”.

Pedro Ribeiro vai mais além e defende que a melhoria do desempenho das nossas agências em prémios internacionais nos últimos anos revela a capacidade que existe no mercado português, contudo, o criativo também refere que “Portugal não escapa à falência do modelo de gestão e de remuneração das agências criativas, em que parece que ainda ninguém encontrou a fórmula certa para cobrar de forma justa pelo pensamento e pelas ideias”.

O relatório, que se baseia num inquérito feito a cerca de 3000 profissionais criativos e marketers, alguns dos quais portugueses, revela que 51% dos inquiridos prevê que a indústria do marketing e da criatividade cresça fortemente, em 2024, tendo em conta que 60% dos inquiridos, no primeiro semestre de 2023, afirmaram que tencionavam reduzir os gastos em criatividade em 2024. A realidade, afinal, é outra e em vez de irem cortar, 69% das marcas dizem que vão manter ou aumentar o investimento este ano.

Em termos das áreas que vão acolher a maioria dos investimentos, o estudo salienta a inteligência artificial (IA), o comércio social e as comunidades baseadas em interesses. Em relação à IA, o relatório refere que, em 2023, 7,3% dos trabalhos a concurso no Festival de Publicidade de Cannes foram criados com recurso a IA, enquanto em 2022 havia apenas 3,7%. Até as marcas que em 2024 vão investir menos em marketing (62% dos inquiridos) vão aumentar os gastos com IA.

Para Pedro Ribeiro, a IA na criatividade é inevitável e a resposta das agências não pode ser de negação nem rejeição. “Pode reforçar o papel das agências criativas, ao automatizar processos mais executivos, trazendo o protagonismo de volta ao pensamento e à ideia. A IA exige estratégia, criatividade e critério, capacidades que o nosso mercado tem de sobra”.

Levi Olivares defende que “a utilização da IA veio para ficar”, não acreditando que o seu uso no mercado criativo “deva ficar restrito a geração de imagens através de ‘prompts’, nem seria essa a sua mais-valia. Idealmente o seu uso devia ficar ligado à performance, automação e à otimização de processos”.

No que toca ao comércio social, o relatório conclui que 44% dos inquiridos vão investir mais nesta área, em 2024, com 8% a excluir a aposta neste formato de vendas. Com as redes sociais e o comércio eletrónico a fundirem-se, o comércio social torna-se num canal fundamental para envolver os consumidores, destaca o relatório. De acordo com o Statista, empresa de pesquisa de mercado citada no estudo da Lions Advisory, as vendas globais do comércio social estão projetadas para atingir 8,5 triliões de dólares (€7,9 biliões), até 2030.

“As marcas estão cada vez mais a usar a comunicação que fazem nas redes sociais como um drive-in direto para vendas. Mas em vez desta linha, de fazer comunicação que pode derivar numa venda, as marcas vão investir cada vez mais em redes sociais para vendas diretas, utilizando-as como lojas. Estas acabam por ser simultaneamente, janelas de comunicação, mas também de retalho por ídolo disso, que é o chamado comércio social”, explica Vasco Perestrelo.

Relativamente às comunidades baseadas em interesses, o relatório afirma que 54% dos inquiridos vão investir mais nesta área, que irá tornar-se mais importante para satisfazer as gerações mais jovens. De acordo com os dados da Euromonitor, referidos no estudo Estado da Criatividade, 48% dos consumidores da geração Z quer ativamente interagir com as marcas em plataformas como o TikTok, para terem mais influência nos produtos que as marcas lançam.

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Iscte Executive Education realiza webinars gratuitos sobre comunicação de destinos e marcas locais

O webinar Placebrand e Turismo Sustentável, moderado por Ana Simaens, realiza-se a 20 de junho, às 18h30, no Iscte Executive Education. Uma semana depois, à mesma hora, Designed in Portugal: Reinventar Tradição, Criar Marcas é a temática abordada. As vagas são limitadas

O Iscte Executive Education está a organizar sete webinars temáticos sobre comunicação e promoção de destinos e marcas locais. Moderados por docentes da pós-graduação em placebrand e place marketing da instituição, contam com a participação de especialistas da área e são gratuitos, apesar de exigirem uma inscrição prévia que pode ser feita online. As vagas são, no entanto, limitadas a 20 participantes por sessão.

O webinar Placebrand e Turismo Sustentável, moderado por Ana Simaens, realiza-se a 20 de junho, às 18h30. Além de Carolina Mendonça, coordenadora da estrutura de sustentabilidade do destino turístico Açores DMO, a iniciativa conta com a participação de Maria de Lurdes Vale, diretora do Turismo de Portugal em Espanha.

Uma semana depois, a 27 de junho, à mesma hora, Designed in Portugal: Reinventar Tradição, Criar Marcas é o webinar que se segue. Moderado por João Faria Gomes, tem Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, como convidado. Diáspora Como Ativo Estratégico de Portugal, Cidades Inteligentes: Criação de Valor e Um Futuro Que Passa por África e Bacalhau Bridge Effect são outros dos webinares gratuitos agendados.

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Adidas escolhe modelo e desportista português para campanha internacional

Com assinatura do estúdio criativo alemão Aboutkokomo, a campanha publicitária foi produzida pela Twentyfour Seven. João Pinto, filho do ex-jogador de futebol João Vieira Pinto e da atriz e apresentadora de televisão Marisa Cruz, é uma das imagens da marca desportiva alemã

Depois de ter usado a imagem do futebolista português Rafael Leão para promover as novidades de calçado desportivo da marca, a Adidas acaba de contratar o modelo e desportista João Pinto, filho do ex-jogador de futebol João Vieira Pinto e da atriz e apresentadora Marisa Cruz, para a nova campanha internacional. Desenvolvida pelo estúdio criativo alemão Aboutkokomo, sediado em Berlim, foi produzida pela Twentyfour Seven, produtora internacional com escritórios em Portugal, Espanha, Polónia, Lituânia, Estados Unidos, Chile, Argentina e República Dominicana.

Fotografada por Raquel Chicheri, com estilismo de Carolina di Leo e imagem de Paulo Fonte, responsável pelos cabelos e pela maquilhagem, a campanha vai ser divulgada internacionalmente em media digitais, redes sociais e múpis. Em Portugal, ainda não foi definida uma data para a exibir, apurou o M&P. No perfil global da marca nas redes sociais, houve outro desportista português a destacar-se no último mês. O futebolista João Félix, avançado do FC Barcelona, é um dos protagonistas do filme publicitário que a marca partilhou a 2 de maio para promover a aplicação Adidas Running.

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7 em cada 10 portugueses atribui responsabilidade às marcas na resolução dos problemas globais

Os consumidores sentem que as marcas não estão a conseguir corresponder às novas exigências, chegando a afirmar que não se importariam se 75% das marcas que existem hoje desaparecessem. 84% dos portugueses esperam que as marcas sejam transparentes sobre o que prometem, mas apenas 22% acreditam que as marcas realmente o fazem

Sete em cada 10 portugueses afirma que as empresas e as marcas têm o poder e o dever de contribuir para a resolução de alguns dos problemas globais da sociedade, revela o estudo Meaningful Brands, realizado pela Havas Media Network.

Apesar de 91% dos inquiridos destacar a crise ambiental como a preocupação mais urgente a nível global, a crise económica é o que mais preocupa os consumidores a nível pessoal. O estudo revela que 54% dos inquiridos, a nível global, defendem que as empresas deveriam estar mais focadas em ajudar os clientes, e não só na venda dos produtos ou serviços.

“As pessoas têm plena consciência de que estão a enfrentar crises globais que afetam quase todos os aspetos das suas vidas. Todas as crises representam uma enorme ameaça à nossa capacidade de sobreviver e prosperar. As pessoas vêem-se obrigadas a adaptar-se e a mudar e, com isso, o que exigem das marcas muda também”, sustenta Mark Sinnock, diretor global de estratégia, dados e inovação da Havas Creative Network.

Os consumidores inquiridos definem as marcas e as empresas como o segundo interveniente mais importante na resolução dos desafios económicos, depois das entidades governamentais e políticas. No entanto, os inquiridos sentem que as marcas não estão a conseguir corresponder às novas exigências, chegando a afirmar que não se importariam se 75% das marcas que existem hoje desaparecessem.

A falta de confiança e aparente indiferença estão relacionados à disparidade entre as expectativas dos consumidores e o desempenho das marcas, sendo que 84% dos portugueses esperam que as marcas sejam transparentes sobre o que prometem, mas apenas 22% acreditam que as marcas realmente o fazem.

Por outro lado, a crescente exigência global dos consumidores observa-se a vários níveis, nomeadamente no que toca ao papel das marcas na promoção de um mundo melhor, mas sobretudo na promoção do bem-estar individual dos seus clientes. Segundo os dados do estudo, 80% dos inquiridos em Portugal esperam que as marcas façam mais pelo seu bem-estar e saúde. Uma percentagem semelhante à dos que esperam que as marcas ajam pelo bem da sociedade e do planeta.

As conclusões do Meaningful Brands referem que esta é a era da ‘Economia do Eu’, na qual os benefícios pessoais assumem maior peso na construção de marcas relevantes. Expectativa reflete-se no facto de as marcas relevantes e significativas atualmente terem um desempenho superior em termos de benefícios pessoais em comparação com a média das marcas. E, nesta perspetiva, a capacidade de uma marca ajudar os consumidores a simplificar a sua vida (63%), a poupar tempo e dinheiro (61%), e a inspirá-los (56%), é o principal desafio para as marcas permanecerem relevantes e significativas.

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Quem são os favoritos do Euro 2024?

Com o Euro 2024 a aproximar-se rapidamente, os entusiastas do futebol em toda a Europa estão ansiosos para ver as suas seleções favoritas em ação. Com uma série de seleções talentosas a competir pelo prestigioso título europeu, é hora de analisar quem são os favoritos para levantar o troféu do Euro 2024.

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Muitos dos entusiastas do futebol já pensam no Campeonato da Europa de 2024, que este ano é organizado na Alemanha. Esta promete ser uma das edições do Europeu mais disputada, com várias seleções de enorme qualidade, não sendo fácil prever quem pode, de facto, levantar o troféu. Por esse motivo, fomos ver aquilo que acha um dos sites de referência nas previsões desportivas e a página de prognósticos do Campeonato Europeu 2024 é bastante elucidativa, analisando os principais favoritos, mas também quem vai levantar o troféu no final do torneio, a 14 de julho, em Berlim.

Inglaterra: a jovem e talentosa seleção dos Três Leões

A Inglaterra chega ao Euro 2024 com uma seleção jovem e talentosa, repleta de jogadores emocionantes que têm impressionado nos respetivos clubes. Sob a liderança do treinador Gareth Southgate, os Três Leões têm mostrado um futebol vibrante e ofensivo, e muitos acreditam que esta pode ser a sua oportunidade de finalmente conquistar um título importante. Com jogadores como Harry Kane, Jude Bellingham e Phil Foden no seu auge, a Inglaterra está pronta para desafiar qualquer seleção que se atravesse no seu caminho. Apesar de ser a favorita das casas de apostas, a Sportytrader prefere apostar numa equipa com maior força psicológica.

França: em busca do troféu que escapa há mais de 20 anos

Com uma seleção repleta de estrelas, incluindo Kylian Mbappé, Antoine Griezmann e Ousmane Dembelé, os Les Bleus estão entre os favoritos para o Euro 2024. Com o último europeu a ser conquistado na edição de 2000, a França vai em busca do troféu que escapa há mais de 20 anos. Sob a liderança do experiente treinador Didier Deschamps, os franceses estão determinados a lutar pelo título e acabar esta “seca” de títulos europeus. O que é bastante estranho tendo em conta que nesse período, a França já disputou três finais de Mundiais (venceu mesmo em 2018) e perdeu a final do Europeu em Paris, frente a Portugal. Os finalistas do último Mundial são de facto, os grandes favoritos dos especialistas em previsões desportivas. Vai a França sagrar-se campeã da Europa no país vizinho?

Alemanha: nova geração de talentos joga em casa

A Alemanha que ainda está a passar por um período de transição, chega ao Euro 2024 como uma seleção a ser levada a sério. Com uma nova geração de talentos emergentes encabeçada pelo craque do Bayern, Jamal Musiala, os alemães estão determinados a mostrar ao mundo que ainda são uma força a ser reconhecida no futebol europeu. Sob a orientação do treinador Julian Nagelsmann, a Mannschaft está pronta para surpreender os seus adversários e levantar o troféu no Euro 2024. Por também jogar em casa, a Sportytrader aposta que a Alemanha chegue pelo menos às meias-finais.

Portugal: a nova cara da Seleção das Quinas

Portugal chega ao Euro 2024 com uma seleção repleta de talento e experiência, incluindo alguns dos melhores jogadores do mundo, como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva ou Bruno Fernandes. Com a chegada do treinador Roberto Martínez, os campeões europeus de 2016, que fizeram uma fase de qualificação exímia e com performances bastante positivas, estão determinados a adicionar mais um troféu ao seu palmarés. Com um estilo de jogo baseado na posse de bola e na criatividade, a seleção das quinas é uma equipa que ninguém pode subestimar no Euro 2024. Portugal é também destacado como aquela Seleção que pode atrapalhar as melhores previsões e não surpreenderia se conquistar o Europeu alemão.

Espanha determinada em voltar ao topo

Depois de um desempenho dececionante no Euro 2020 e no Mundial 2023, a Espanha está determinada a mostrar ao mundo que ainda é uma força a ser reconhecida. Sob a orientação do experiente treinador Luis de la Fuente, a La Roja está a passar por uma fase de reconstrução, mas continua a contar com jogadores experientes como Daniel Carvajal e Álvaro Morata que se juntam com os jovens talentos como Gavi, Pedri e Lamine Yamal. Com um estilo de jogo baseado na posse de bola e na técnica refinada, a Espanha está determinada a fazer uma boa figura no Euro 2024.

Uma competição de elevado nível aguarda-nos

Com seleções como Inglaterra, França, Alemanha, Portugal e Espanha prontas para competir, o Euro 2024 promete ser uma competição emocionante e imprevisível. Desde os favoritos estabelecidos até às seleções em ascensão, há uma grande variedade de candidatos a ter em conta na maior competição europeia de seleções. Mal podemos esperar para ver como tudo se desenrolará quando o torneio começar. Preparem-se para um mês de futebol emocionante e cheio de emoções!

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Todos os influenciadores importam

Em 2023, o investimento em marketing de influência no Instagram em Portugal ascendeu a €59,5 milhões, num mercado em que os nano e microinfluenciadores aumentam. Os macroinfluenciadores e celebridades continuam a ser indispensáveis e a Prozis é a marca mais mencionada no Instagram, segundo o estudo da Brinfer

A aposta em nano e microinfluenciadores nas redes sociais está a aumentar, por permitir às marcas terem uma maior taxa de envolvimento com os utilizadores, revela o relatório Top Brands da Brinfer, que analisa os conteúdos partilhados por influenciadores portugueses no Instagram. Os macroinfluenciadores e as celebridades, no entanto, continuam a ser importantes nas estratégias de marketing digital. O estudo, referente a 2023, revela também que foram investidos €59,5 milhões em marketing de influência no Instagram em Portugal, no ano passado.

Este valor contabiliza o número de publicações pagas multiplicado pelo preço de tabela médio cobrado por cada um dos perfis de influenciadores. “Para chegar a um preço médio por publicação, consultámos agências de influenciadores para saber o valor médio pago a cada tipo de influenciador, seja por um post, por um reel ou por um story, e calculando a média entre esses valores, chegamos a um valor total”, explica Roberto Gomes, CEO da Brinfer.

Se o recurso a influenciadores com menos de 10 mil ou de 50 mil seguidores é cada vez mais uma realidade, os macroinfluenciadores (a partir de 50 mil seguidores), os megainfluenciadores (entre 500 mil e um milhão) e as celebridades (mais de um milhão) não são dispensados por algumas das marcas que lideram os rankings da Brinfer de menções no Instagram, devido à necessidade de adequar os perfis de influenciadores aos resultados pretendidos.

A Nespresso, que lidera a categoria Alimentação, “tem vindo a trabalhar com todo o tipo de perfis, tendo feito uma aposta crescente em nano e microinfluenciadores nos últimos tempos, mas que têm um bom envolvimento e um maior sentido de comunidade que, combinados entre si, permitem gerar uma ótima mancha no Instagram”, revela ao M&P Diogo Duarte João, responsável de relações públicas e eventos da Nespresso.

Do lado da Sephora, que lidera as menções do estudo da Brinfer em Beleza, a estratégia é trabalhar com todos os perfis de influenciadores. “Se procurarmos obter um alcance maior, apostamos em perfis de macroinfluencidadores e em celebridades. Se o objetivo for mais envolvimento vamos procurar nano e microinfluenciadores”, refere um porta-voz da Sephora.

O The Yeatman, o mais mencionado na categoria de Hotéis, por seu lado, faz mais parcerias de permuta com macro influenciadores e celebridades, porque geram uma maior taxa de alcance. “Ao mesmo tempo, temos expressão junto dos nano e dos microinfluenciadores, que muitas vezes são os nossos próprios clientes, visitantes ou participantes nos eventos e iniciativas que promovemos e organizamos”, diz Matilde Ribeirinho, diretora do departamento de marketing do The Yeatman.

Roberto Gomes, CEO da Brinfer, considera que a procura de microinfluenciadores é uma questão de volume e do algoritmo do Instagram. “As marcas não têm budget para investir nos segmentos mais altos de influenciadores constantemente, é mais fácil pagar menos a mais microinfluenciadores que, por sua vez, publicam mais conteúdos do que o oposto. Existe também outra vertente relacionada com o algoritmo, em que quanto mais pequeno for o número de seguidores do influenciador, maior é o número de interações e a taxa de envolvimento”, sustenta Roberto Gomes.

De acordo com o relatório da Brinfer, no top 5 das marcas mais mencionadas no Instagram em Portugal encontram-se a Prozis (Desporto, 199 mil menções), a Zara (Moda, 20 mil menções), a SIC (Media, 13 mil menções), a Sephora (Beleza, 6942 menções) e o Celeiro (Retalho Alimentar, com 6107 menções). Com um número inferior de menções, há líderes em outras categorias como Alimentação (Nespresso), Restaurantes & Cafés (Neto Restaurantes), Hotéis (The Yeatman), a Automóveis (Toyota), Eletrónica (Canon), a Telecomunicações (Nos) e Energia (Galp).

Em relação à liderança destacada da Prozis (muito distante da segunda marca mais mencionada, a Zara), Roberto Gomes argumenta que “a Prozis usou desde cedo a sua audiência para divulgar os seus produtos. Conseguiram criar um equilíbrio muito inteligente entre ações de notoriedade, com diversas estratégias de marketing de influência e de marketing de afiliados, para criar uma network de afiliados muito bem hierarquizada”.

Para o CEO da Brinfer, o grande sucesso da Prozis é o facto de ser quase obcecada por influenciadores e trabalhar bem todos os ângulos possíveis no mercado do marketing de influência, salientando que “o caso da Zara, é completamente o oposto da Prozis. A Zara lidera em menções na Moda, mas não lidera por ter uma estratégia de marketing de influência incrível. As menções da Zara são quase todas orgânicas.

O facto de a marca ter um impacto muito grande no seu segmento é a razão pelo qual lidera as menções na sua categoria, e esse também é o caso de muitas marcas que lideram os rankings”. Os resultados deste estudo dizem respeito ao período entre 1 de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2023, em que a Brinfer analisou 247 mil conteúdos publicitários publicados por mais de 26 mil pessoas.

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José Mourinho protagoniza campanha da Uber Eats (com vídeo)

Matilde Mourinho, Maya, Bárbara Tinoco, Marina Machete e Cifrão são outras das figuras públicas que acompanham o treinador na adaptação nacional da campanha Get Almost Almost Anything, feita pela Stream and Tough Guy. A produção é da Playground e a realização de Cristiana Miranda, com planeamento de meios da PHD Media

Depois de Luís Figo e Georgina Rodriguez na versão espanhola da campanha internacional Get Almost Almost Anything, da Uber Eats, com criatividade da Ogilvy Madrid e da equipa criativa da empresa, a plataforma de entregas recorreu à Stream and Tough Guy para, a partir do mesmo briefing, idealizar a versão portuguesa, Pede Quase Quase Tudo. Protagonizado pelo treinador José Mourinho, o filme publicitário que a integra recupera a ironia e o sarcasmo dos anúncios dos outros países.

A campanha pretende demonstrar que a Uber Eats é também uma plataforma onde se pode fazer encomendas de supermercados, farmácias, lojas de conveniência, floristas, mercearias e de todo o tipo de extravagância, além de comida.

Para além da empresária e designer de joias Matilde Mourinho, filha do orientador desportivo, a campanha, produzida pela Playground e realizada por Cristiana Miranda, conta com a participação da astróloga e apresentadora de televisão Maya, da modelo e miss Portugal Marina Machete, do ator e coreógrafo Cifrão e da cantora e compositora Bárbara Tinoco.

“Tratam-se de celebridades relevantes e com notoriedade para os diversos targets da marca e que têm particularidades divertidas para serem exploradas criativamente”, justifica ao M&P Ricardo Pabón. O diretor de marketing da Uber Eats revela que todas as figuras públicas presentes no anúncio foram remuneradas, escusando-se, no entanto, a revelar os valores envolvidos.

Disponível em televisão, digital e suportes exteriores, a campanha está no ar de 15 de maio e 30 de junho, numa primeira fase. “Haverá uma segunda vaga de comunicação em setembro, com novidades”, revela ainda o responsável. O planeamento de meios foi desenvolvido pela PHD Media, agência do Omnicom Media Group, enquanto a comunicação é assegurada pela Hill+Knowlton.

“Esta é, possivelmente, a maior campanha que já fizemos. E, depois de 17 versões de filme, 27 outdoors e 13 ‘social edits’ diferentes, não podíamos estar mais felizes com o resultado, com a forma perfeita com que todo o processo se desenrolou, com a liberdade criativa que nos foi dada numa adaptação de uma campanha e o constante desafio criativo por parte do cliente”, explica Miguel Durão, diretor criativo da Stream and Tough Guy, que também assinou a campanha do serviço Uber One.

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