Especial – Imprensa generalista
No papel os próximos tempos são de resistência. No digital são de experimentação e descoberta”.
Pedro Durães
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No papel os próximos tempos são de resistência. No digital são de experimentação e descoberta”. A afirmação é de Henrique Monteiro, director do Expresso, e resume o momento que o sector da imprensa generalista e o próprio jornalismo vive actualmente, com uma mão crescentemente a ficar com pouco (o papel) e a outra ainda sem (quase) receita nenhuma (o digital).
Os números de circulação das edições em papel de praticamente todos os diários dão noção da lenta (ou não tão lenta quanto isso) erosão da receitas oriundas por desta via. No ano passado o segmento caiu 6,76 por cento em relação ao anterior, ou seja, menos uma média de quase 23 mil exemplares não foram vendidos no mercado português, e os dados mais recentes do boletim do APCT também não dão mostras de melhoria. Pelo contrário. Quando comparados os primeiros dois meses do ano verifica-se uma descida de 10,1 por cento. Assim, saíram das contas dos diários receitas representativas de mais de 34 mil exemplares de média de circulação paga.
“Vivemos a fase mais grave de sempre em Portugal, na Europa e neste mundo globalizado. A comunicação social é uma indústria e não pode ficar de fora desta crise”, afirma Nuno Azinheira. “Estamos todos, não diria a navegar à vista, mas sem perceber quando vai parar esta situação, até quando vamos viver nesta crise e a refazer planos e projectos ao longo do ano. Qualquer expectativa que possamos ter tem de ser corrigida ao longo do ano”, descreve o director do 24Horas. “Nesta crise europeia e mundial temos pequenos sinais de que a indústria publicitária bateu no fundo, mas estamos longe de viver uma situação minimamente sustentável”, acredita o responsável do título da Controlinveste.
Da fuga de leitores, pelo menos das edições em papel dos diários, como reconhece Miguel Gaspar, director-adjunto do Público, apenas o Correio da Manhã, “por qualquer razão que valia a pena perceber ”, parece passar incólume, já que os “outros vivem uma vida complicada”. Menos leitores a comprar jornais e outros que optam apenas pelas edições digitais onde, apesar das “receitas continuarem a crescer, o retorno em relação ao papel é ainda muito limitado”, descreve o responsável do Público, é o paradoxo com que o sector se debate ainda à procura do modelo de negócio que sustente a operação jornalística.
“A imprensa tem que se redescobrir, tem que abandonar as velhas práticas em que vale tudo, em nome das audiências e da circulação. Hoje em dia, há um fenómeno muito preocupante: a oferta de jornais e/ou venda em pacote para distribuição gratuita. Isto acontece com os principais títulos da imprensa diária portuguesa”, frisa, por seu turno, Francisco Rebelo Santos. “Outro fenómeno preocupante são os descontos escandalosos do preço da publicidade. É urgente que o papel das agências e das centrais seja mais activo e encontre outras formas de remuneração que não estejam tão focadas no desconto, na comissão, no rappel”, defende o administrador da Lena Comunicação, editora proprietária do I.
Haverá concentração no sector?
Um panorama com que a indústria se debate que talvez explique o facto de no estudo anual realizado pela Obercom, junto a um conjunto de profissionais dos diversos sectores de media, as perspectivas menos optimistas serem as referentes à imprensa, sector onde os responsáveis consideram que este ano se poderá vir a registar o encerramento de mais títulos. “Com todo o respeito, não é preciso o Obercom fazer um estudo [que aponta para o encerramento de títulos este ano] para se perceber isso”, ironiza Nuno Azinheira. “Num cenário de crise é natural que qualquer grupo de comunicação social reveja o seu portfólio de forma a torná-lo financeiramente mais competitivo”, justifica o director do 24Horas. E será que este é um desfecho que pode vir a atingir a imprensa diária e semanal em banca? E o 24Horas, título que, apesar da reformulação gráfica efectuada em Maio do ano passado, tem vindo a registar em sucessivos boletins do APCT quebras de circulação paga? “Esta é uma crise generalizada da imprensa portuguesa. Vivemos um momento de contracção do investimento publicitário que se reflecte nos orçamentos de marketing dos órgãos de comunicação social que são mais apertados do que eram em 2008 e até no primeiro semestre de 2009”, refere Nuno Azinheira. “O 24Horas é o único jornal português que no último ano não teve uma única campanha de marketing ou marketing associado. Não oferecemos nada: DVD, talheres… É uma opção do grupo”, diz. Mas dado que os números do jornal não inverteram com a mudança gráfica operada, será que esse não será também um factor impactante nos resultados do jornal em banca? “A mudança não foi bem recebida pelos leitores. É um facto”, admite o responsável, embora frise que a mudança de grafismo coincidiu com o fim das campanhas de oferta de produtos associados, como pratos e copos, que “levavam a que no fim-de-semana tivéssemos vendas de 50 a 60 mil jornais. Eram números inflacionados”. Sem o factor ‘marketing associado’ “se calhar [os actuais números] são os números reais, num mercado que lê pouco e em forte contracção”, concede Nuno Azinheira que, no entanto, assegura que “2009 foi o melhor ano económico do 24Horas”. “Temos custos hoje 30 por cento abaixo do que tínhamos há um ano”, adianta. “A ‘história’ do fim do 24Horas, de que se vai transformar num gratuito ou num suplemento, é quase tão velha como a história do fim da imprensa”, comenta Azinheira. “Quem trabalha aqui aprendeu a viver com isso”, sintetiza.
Com seis diários em banca no mercado português, será que a crise e as quebras de circulação não estarão também relacionadas com excesso de oferta? Haverá mercado para ‘tanto’ diário? Octávio Ribeiro, director do Correio da Manhã, líder em circulação paga e audiências, parece acreditar que não, e não é de agora. “Há cerca de três anos, em declarações ao M&P, alertei para o facto de não haver mercado real para o número de títulos diários. Desde então surgiu ainda mais um título. O natural é que esse mesmo mercado dite quem deve permanecer no mercado e que ofertas deverão sair das bancas por manifesta falta de espaço e condições para competir”, comenta.
I agora?
E será que o mais recente título a chegar ao mercado dos diários, o I, será a primeira baixa a registar nesta guerra? Lançado em Maio do ano passado, o jornal, de acordo com os últimos números da APCT, tem uma média de circulação paga a rondar os 14 mil exemplares, e a menos de um ano do seu surgimento no mercado viu sair o seu fundador, Martim Avillez Figueiredo, em confronto com a administração do Grupo Lena, que exigia cortes nos custos de operação do título. Tudo isto no meio de um processo de ‘refoco’ nos negócios core anunciado pelo grupo e no qual o sector de media não está incluído. Em Março, para esta área de negócio, em cima da mesa estavam duas hipóteses algo contraditórias: ou crescer por via de parcerias na área de media, ou “sair do sector da comunicação social, alienando este activo”, área onde, além do I, o grupo detém mais de uma dezena de jornais regionais. Em nota posterior aos colaboradores, na sequência da saída do até então director do jornal, a administração afirmava que a análise sobre esta matéria “deverá estar concluída dentro de 90 dias e aponta para a entrada em novas geografias e em novos suportes”. Mais, haveria que procurar um “novo rumo para o jornal I, garantindo a sua viabilidade”. “Esse novo caminho passa obrigatoriamente pelo controlo dos custos, pelo aumento das receitas e pelo aprofundamento de sinergias com outras marcas da Lena Comunicação”, podia ler-se na missiva. “As receitas da empresa Sojormedia Capital, S.A. estão muito longe dos valores projectados e necessários, apesar de estes terem sido apresentados numa óptica de grande prudência”, continua. Chegados ao fim dos 90 dias estipulados pelo grupo, ainda não se sabe que novos parceiros foram angariados para o projecto e Manuel Queiroz mantém-se como director interino. “O I é um projecto fantástico que tem conseguido acrescentar valor ao panorama da imprensa portuguesa. O seu desenvolvimento futuro passa pela aposta e consolidação de sinergias. É aliás o que já estamos a fazer, através da selecção de uma parceria que garanta o reforço da viabilidade do projecto. Esse objectivo está igualmente presente no conceito I + 7, na relação entre o I e os projectos regionais da Lena Comunicação. Estamos a falar de um grupo com tiragens superiores a 100 mil exemplares por edição”, limita-se a comentar Francisco Rebelo Santos e mais não adianta. Contudo, ao que o M&P sabe, no seio do I o conselho de redacção (CR) já manifestou em reunião recente a sua “preocupação pela saída de colaboradores da redacção e os seus efeitos na qualidade do jornal”, tendo ainda pedido, de acordo com a nota interna do CR a que o M&P teve acesso, “esclarecimentos sobre as soluções de accionista, de direcção e de modelo de organização do jornal, depois de ter passado o prazo de final de Maio sem que nada tivesse sido anunciado”. Na reunião, a administração do jornal fala em “processo de ‘afinação’ do conceito I, apostando num jornal capaz de ganhar a guerra da banca, que ganhe novos mercados e leitores, com o objectivo de atingir uma consequente e sustentada subida de vendas”. Além do conceito I+7, estão “também em curso algumas novas aplicações para o online, onde se reconhece que existem falhas, e uma maior integração com os jornais do grupo também nesta plataforma”, estando igualmente prevista “uma campanha de assinaturas digitais do I”.
“Audacioso” foi, na opinião de Miguel Gaspar, “lançar um jornal em contra-ciclo” como foi o caso do I, projecto que, dada a sua juventude, ainda “está numa fase em que, de acordo com o plano de negócio do jornal, deveria estar a perder dinheiro”. Mas com as questões levantas pelo accionista, admite o responsável, e a saída da direcção, “as pessoas acharam que ia acabar, mas o jornal, mesmo do ponto de vista editorial, continua a fazer o que fazia antes, e isso é um indicador importante”, refere. “A minha opinião pessoal é que não vão fechar títulos, mas vamos continuar a lutar todos com muitas dificuldades”, diz o director-adjunto do Público.
O I “é um caso paradigmático” do “risco de se fazer algo tão diferente do que se faz” que se “torna desfasado dos leitores de jornais”, que “por definição são conservadores” como demonstram as reacções dos leitores quando os títulos operam mudanças de grafismo ou outras, começa por comentar Nuno Azinheira. O diário – que “até uma determinada fase” o director do 24 Horas classifica de “muito bem feito”, mas onde “terá faltado essa parte do lado clássico” do que são os jornais tipicamente – , “perdeu esse lado arrojado nos últimos meses”. “Os números do I não são justos, do meu ponto de vista enquanto leitor, para o que um projecto como o I merecia”, considera o director do diário da Controlinveste.
O futuro digital e outras plataformas
“É urgente revolucionar o sistema de distribuição e venda nos quiosques, porque obriga a um investimento muito elevado. Também o sector da distribuição necessita de ser reinventado”, defende Francisco Rebelo Santos, administrador da Lena Comunicação. “Este é o momento em que a imprensa precisa de maior lucidez na gestão dos seus recursos. Por um lado, as receitas oriundas da publicidade e das vendas em banca estão a baixar e, por outro, os leitores estão a migrar para outras plataformas”, continua o responsável. “Isso significa que é necessário canalizar recursos para o que é verdadeiramente importante: a inovação. Inovação para estar onde as pessoas estão. E onde é que elas estão? No telemóvel, na web, no iPad. Aos dados cada vez menos animadores da circulação, a imprensa tem que responder com inovação. É muito importante que os editores se unam e trabalhem em conjunto sobre estas questões e, sobretudo, sobre a forma de estar presente nas novas plataformas”, argumenta.
Embora reconheça que o sector não está propriamente a viver momentos de grande pujança, Henrique Monteiro acredita que muitos daqueles mais pessimistas relativamente ao futuro da imprensa são os que “olham para a frente, olhando para trás”, ou seja, ponderam as receitas geradas por novas formas de distribuição tendo como comparativo as anteriormente registadas no papel em tempo de vacas mais gordas e “hoje já falamos de receitas no online representativas de muitos milhares de euros”. “Os que tiverem mais prudência e audácia, o que por só é um oximoro, hão-de triunfar. Os que tiverem maior capacidade de resistência – que são aqueles com mais leitores e que geram mais receitas no final do ano – irão sobreviver”, considera.
Pedro Camacho, director da Visão, mostra-se optimista quanto ao que o futuro reserva para o segmento das newsmagazine que, diz, segundo os “especialistas”, é aquele com “maior potencial de resistência à revolução digital”. “A palavra mais correcta será, eventualmente, a de maior capacidade de convivência com a era da informação digital. O formato que apresenta, a qualidade de impressão, a portabilidade, o estilo de jornalismo praticado, são trunfos das newsmagazines”, clarifica o também publisher da Impresa Publishing, que considera que ainda existe espaço para o segmento crescer. “Possivelmente não no imediato, mas a médio prazo. Se calhar não apenas no papel, mas com uma oferta combinada de informação em vários suportes. A informação digital tem associada uma componente muito forte de novidade e de ‘moda’. Quando esta fase passar, as pessoas acabarão por ter uma percepção mais clara do real valor das coisas, das vantagens e dos limites de cada plataforma de distribuição de informação”, argumenta. Todavia, ressalva, “o suporte é, no limite, o que menos importa”. “Se a tecnologia conseguir substituir as newsmagazines (em papel) por uma nova news ‘magazine’, produzida num outro qualquer material, igualmente amigo do leitor e do jornalista, espero que a Visão apanhe esse comboio. Isto é, o essencial é que continue a existir espaço para o jornalismo credível e para uma imprensa independente e livre, independentemente da forma de impressão”, comenta Pedro Camacho.
Octávio Ribeiro não revela se opções de distribuição com recursos a terminais como o iPad ou o Kindle estão a ser equacionadas no seio do Correio da Manhã – “para o Correio da Manhã todas as plataformas de distribuição de conteúdos são boas desde que possam tornar-se rentáveis” – ou se será a marca a liderar no grupo a cobrança de conteúdos online, um processo em que o presidente da Cofina, Paulo Fernandes, já afirmou querer ser pioneiro no mercado português (“essa é uma decisão que cabe à administração”), mas considera que ainda há muito caminho a percorrer no que se refere às edições em papel. “Enquanto não forem modernizados os instrumentos de medição de audiências na imprensa e rádio, o caminho tenderá a ser cada vez mais penoso, perante a competição e os saldos das televisões – RTP incluída, o que é escandaloso”, frisa.
Miguel Gaspar não se mostra muito entusiasmado com o potencial sucesso de uma política generalizada de conteúdos pagos no online. “O que tenho visto [de cobrança de conteúdos online] são ofertas de serviços”, diz o director-adjunto do Público. “Acredito que os sites devem ter áreas pagas paralelas, onde só se acede se o utilizador for assinante. Agora isso implica que o resto dos conteúdos esteja em aberto”, comenta. “Temos de ter muito cuidado. A resposta certa para cada mercado tem de ser adequada àquilo a que cada mercado está disposto”, acrescenta. O diário da Sonaecom é o único no mercado português que tem desde Fevereiro uma edição disponível no Kindle. Miguel Gaspar não revela números de assinantes, mas assegura que “são muito animadores” e que demonstram “que as pessoas estão disponíveis”. Diversificar, diversificar e entrar em novas fórmulas de financiamento dos projectos jornalísticos é também algo que o responsável coloca em cima da mesa. Fórmulas de fundação ou de mecenato são iniciativas para as quais olha com atenção, tendo inclusive essa última medida já sido implementada no Público. O jornal, descreve, tem vindo a realizar um ciclo de reportagens sobre biodiversidade, tendo o BES como mecenas. “Os jornais são bens de interesse público. Acredito que as fundações são uma forma da sociedade civil apoiar os jornais”, diz. “Há uma dimensão de mecenato que pode funcionar com um reflexo do interesse público do jornalismo”, defende.
– E os gratuitos?
Depois de um ano em que o segmento dos gratuitos viu quebrar para quase metade (-41,6 por cento) a sua circulação total e desaparecer das ruas mais de 220 mil exemplares, os dois primeiros meses do ano dão sinais mais animadores, com o segmento a melhorar em 12,15 por cento a sua circulação total. “As publicações, também as gratuitas, devem saber ajustar-se às dinâmicas dos mercados. Nesse sentido verificamos em 2009 alguma redução de circulação, por opção estratégica, mas essencialmente porque verificamos que as tiragens de 2008 já não faziam sentido para um país com a dimensão de Portugal e porque o segmento já se tinha imposto no mercado”, refere António Zilhão. “Essa medida proporcionou que este ano esteja a ser um ano de crescimento. Nos últimos dados da APCT é visível esse crescimento, com o Destak, por exemplo, a incrementar a sua circulação em 50 por cento” [46,09 por cento], acrescenta o administrador da Metro News. A editora foi, de resto, no ano transacto, protagonista do movimento de concentração no sector dos gratuitos com o enceramento do Meia Hora e a compra – inicialmente de 20 por cento e mais tarde a totalidade dos 80 por cento, através da aquisição da Holdimédia de Alberto do Rosário -, da Transjornal, a editora do Metro, esta última operação registada em Outubro do ano passado. “Fizemos um comunicado a informar que estávamos em negociações para adquirir a maioria do capital e foram seguidos os procedimentos normais da empresa”, diz apenas António Zilhão, quando questionado pelo M&P sobre o facto da concretização do processo de intenção não ter sido comunicado ao mercado. Da compra do Metro o responsável da Metro News faz um balanço “positivo”. “A marca é muito forte e tem um potencial fantástico. Estamos muito satisfeitos com a aquisição, com a forma como a integração decorreu, com a equipa que montámos e acresce que contribui para uma maior diversidade de informação e para a pluralidade na imprensa”, afirma Zilhão.
A operação, todavia, levantou questões junto da Global Notícias (grupo Controlinveste), editora do gratuito Global, que junto da Autoridade da Concorrência (AdC) inquiriu sobre o negócio, considerando que esta concentração levantaria questões de concorrência desleal. “Não nos cabe a nós pronunciar-nos sobre as atitudes de outros operadores do mercado. Cada instituição é livre de solicitar os esclarecimentos que entenda”, responde António Zilhão. “Neste caso em particular, não se percebe a dúvida, e não tem naturalmente, como a prática o demonstra, fundamento. O Metro e o Destak sempre existiram. Concorrem entre eles, com a restante imprensa e com os restantes meios num mercado global de publicidade”, argumenta.
Sobre este processo, também Gonçalo Pereira, desde Maio director do Global Notícias, não é pródigo em comentários, afirmando que este é um assunto que está nas mãos da administração e que “é anterior ao momento em que estou [à frente da direcção]”. Mas, em entrevista ao M&P em Maio, o responsável dizia partilhar as preocupações do grupo sobre esta matéria. Sobre a receptividade do título junto dos leitores após a reformulação gráfica e de organização ocorrida no mês passado Gonçalo Pereira diz ser ainda muito cedo para determinar, não estando previsto alterações na circulação do jornal. “Tomar uma decisão destas é mexer numa área que tem mais custos”, comenta o responsável. Actualmente o jornal tem uma média de circulação total de 140 mil exemplares.