‘Temos de medir o trabalho pelo que se faz lá fora’
A partir de Madrid, Horacio Puebla, que presidiu ao júri de publicidade que avaliou os trabalhos do Clube de Criativos, comenta a lista de prémios deste ano.
Rui Oliveira Marques
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A partir de Madrid, Horacio Puebla, que presidiu ao júri de publicidade que avaliou os trabalhos do Clube de Criativos, comenta a lista de prémios deste ano. Nas secções de filme, rádio e imprensa não foram atribuídos quaisquer ouros. O director criativo executivo da Leo Burnett Iberia explica porquê.
Meios & Publicidade (M&P): Foram atribuídos poucos ouros na competição de publicidade. A lista de prémios reflecte o estado da criatividade nacional?
Horacio Puebla (HP): O festival do CCP tem duas fases, uma é a de premiar localmente o nosso trabalho, o melhor do melhor. A outra é ser representante do nosso produto no mundo. Acho que devemos deixar de pensar em Portugal como um país isolado, pelo contrário, somos uma grande nação criativa e por isso temos de medir o trabalho que fazemos pelo que se faz lá fora. Foi tendo isto em conta que decidimos premiar o trabalho do festival. Se sentíamos que não havia um trabalho de imprensa ou de televisão que não fosse suficientemente potente para ser ouro, não o premiávamos. Premiámos o trabalho que representava o melhor de nós no mundo.
M&P: Foi uma decisão consensual entre o júri?
HP: Devo dizer que todos os jurados estiveram de acordo com este princípio e aproveito para agradecer ter partilhado com eles este processo de julgamento. Sempre tivemos a visão de fazer deste anuário o melhor. E apesar de, seguramente, haver algumas pessoas que não estejam de acordo, espero que o mercado goste. Pelo menos, nós estamos muito orgulhosos.
M&P: Existe alguma possibilidade de o grande prémio do Clube de Criativos sair da competição de publicidade ou os trabalhos mais interessantes estão noutras competições?
HP: Sentimos que os cinco ouros são grandes obras. São ideias poderosas dignas de um grande prémio. De qualquer forma, quando a votação terminou, queríamos fazer algumas alterações nos regulamentos e à forma como decorre o festival, porque sentimos que poderia crescer muito mais. O CCP tem muito potencial e acho que podemos continuar a melhorar.
M&P: Dado que tem agora um cargo ibérico, como vê o estado do mercado espanhol em comparação com o português? É mesmo verdade que a crise no mercado publicitário espanhol é pior que no nacional?
HP: O mercado espanhol não estava habituado a uma crise tão grande. No entanto, falando do ponto de vista da Leo Burnett, para nós é uma grande oportunidade. Estamos a crescer em termos de negócio ibérico e a trabalhar para que os nossos clientes actuais e futuros sintam que podem trabalhar com uma agência que tem o dobro de recursos, duas vezes as soluções e uma grande ambição para que as marcas que trabalhamos não parem crescer, mesmo estando a atravessar a crise em que estamos.