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‘Ainda há colaboradores que são surpreendidos pelas notícias nos media’

Acountry manager do grupo Inforpress em Portugal, Ana Margarida Ximenes, esteve à conversa com o M&P a pretexto do Observatório de Comunicação Interna que acaba de ser criado em parceria com a Universidade Católica e com a revista Executive Digest.

Pedro Durães
Protagonista

‘Ainda há colaboradores que são surpreendidos pelas notícias nos media’

Acountry manager do grupo Inforpress em Portugal, Ana Margarida Ximenes, esteve à conversa com o M&P a pretexto do Observatório de Comunicação Interna que acaba de ser criado em parceria com a Universidade Católica e com a revista Executive Digest.

Pedro Durães
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Acountry manager do grupo Inforpress em Portugal, Ana Margarida Ximenes, esteve à conversa com o M&P a pretexto do Observatório de Comunicação Interna que acaba de ser criado em parceria com a Universidade Católica e com a revista Executive Digest. Os objectivos passam por identificar as tendências da comunicação interna e promover esta disciplina da comunicação junto das empresas nacionais. “Quisemos criar um grupo de pessoas que se preocupasse em zelar pelo bom nome da comunicação interna em Portugal, criar um espaço de reflexão e partilhar boas práticas”. Para a profissional, “apesar de já existirem iniciativas interessantes, as pessoas estão ainda muito isoladas e não há partilha dessas best practices”. Para detectar as tendências nesta área, o Observatório está já a preparar um segundo estudo de comunicação interna em Portugal (o primeiro foi realizado em 2001 pela Inforpress). O funcionamento do organismo passará por um conselho directivo composto pelas entidades que o desenvolveram e por um conselho assessor do qual farão parte empresas que demonstrem ter trabalho reconhecido ao nível dessas práticas. Estão, para já, confirmadas a EDP, a BP e a Nestlé. A conversa acabou por se estender para lá do Observatório e a comunicação interna esteve em cima da mesa. Uma disciplina que, para Ana Margarida Ximenes, “já não é vista como uma soft skill, é um departamento crucial em RP e necessita de expertise e de um departamento próprio. Ainda que já haja um historial de iniciativas e ainda que já exista uma pessoa focada na comunicação interna, seja um director nessa área ou um director de pessoas (cargo que já se encontra em algumas empresas), achamos que esta área ainda está muito verde em Portugal”. Questionada sobre a possibilidade de este Observatório ser uma montra para a Inforpress ganhar visibilidade no segmento de comunicação interna, Ana Margarida Ximenes sublinha que a intenção “é colocar a comunicação interna nas prioridades das empresas” mas admite que “é inevitável que isso possa acontecer.”

Meios & Publicidade (M&P): Até que ponto é que a comunicação interna se encontra desenvolvida nas empresas portuguesas e é reconhecida como uma área importante?

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Ana Margarida Ximenes (AMX): Ainda há um caminho a ser percorrido. As empresas já têm suportes de comunicação interna, já fazem iniciativas neste área, mas a comunicação interna ainda não tem o lugar que realmente deve ter, porque é crucial em situações de mudança ou em situações diárias da vida da empresa. Um exemplo muito recente é a crise que está a afectar a Toyota. Neste caso, o papel dos trabalhadores é fundamental porque eles são chamados a resolver os problemas que surgiram com os carros. Se a empresa tiver o cuidado de os ouvir para encontrar a solução para os problemas, melhor que ninguém são eles que estão diariamente em contacto com a construção dos veículos. Nessas situações de crise, as pessoas são realmente o foco mais importante. Ao nível das iniciativas, as empresas estão já muito habituadas a comunicar externamente mas ainda existem empresas que se esquecem que o público interno deve ser o primeiro a saber das notícias, sejam boas sejam más, e ainda existem colaboradores que são surpreendidos pelas notícias nos media acerca da empresa. Isso é algo que tem de mudar. Ainda não há essa cultura em Portugal, apesar de estar a feito um esforço por várias empresas nesse sentido.

M&P: Quais são as novas tendências na comunicação interna?

AMX: A comunicação online foi uma das coisas que acabou de entrar pela nossa porta, já está completamente instalada e traz enormes potencialidades às empresas. Enquanto antes falávamos numa newsletter, um revista interna, que ia para casa dos colaboradores e que era importante que lessem com a família para que também estivesse envolvida no dia-a-dia do colaborador, hoje, embora esses instrumentos continuem a ser muito úteis, existem outros instrumentos com imensas potencialidades. A comunicação online é instantânea. Mas é preciso diversificar. O e-mail está a ser utilizado abusivamente. Nem tudo pode ser dito por e-mail, a comunicação pessoal é cada vez mais importante, as reuniões específicas com os colaboradores são sempre importantes, os kick-off para lançar novos desafios da empresa. Vamos tentar perceber quantas empresas fazem efectivamente e eficazmente esses kick-off e que sejam mais do que apresentações em power point e cheguem de facto ao coração dos colaboradores. É isso que ainda falta mudar.

M&P: Pode dar exemplos?

AMX: Com um simples vídeo online, uma empresa pode estar constantemente a comunicar com o trabalhador e as intranets oferecem grandes oportunidades porque podem veicular informação diversa e o trabalhador pode acompanhar um evento mesmo que não tenha tido possibilidade de ir assistir. A dificuldade que ainda têm os departamentos de comunicação interna, aqueles que já trabalham com todos estes instrumentos, é em saber disciplinar, saber fazer a triagem, saber colocar disponível para cada trabalhador aquilo que é realmente prioritário. É preciso ajudá-los nessa tarefa. Outra tendência é a televisão corporativa. Cada vez mais as empresas têm a televisão corporativa, que é uma forma de estar constantemente a alimentar o conhecimento dos colaboradores. Todos os instrumentos podem ter uma ligação, o que não é interessante em comunicação interna é quando estamos a dizer a mesma coisa em todos os instrumentos, isso não faz sentido. É preciso haver um alinhamento dos vários suportes, uma complementaridade. A comunicação dos resultados da empresa internamente é muito importante e é uma situação ainda em défice. A questão dos pequenos-almoços com os presidentes e com os membros da direcção está a acontecer mais. Esse get together já começa a acontecer. O grande desafio ao nível de tendências de comunicação interna é medir, perceber qualitativamente o que está a ser feito. Apesar de já serem feitas muitas acções nas empresas, a avaliação dos resultados dessas acções, por vezes, não existe. É preciso perceber a receptividade das acções junto dos colaboradores.

M&P: Faz sentido a criação de focus groups, à semelhança do que acontece com a comunicação externa?

AMX: Sem dúvida. Temos vindo a encabeçar vários projectos nesse sentido. É uma forma de ouvir várias opiniões e de fazer chegar conclusões à direcção. O que temos de ter cuidado é em não ter presente nesses focus groups o chefe directo porque obviamente inibe as pessoas e o grupo de trabalho acaba por não dar tudo aquilo que pretendemos dele, não é feito eficazmente o brainstorming.

M&P: Existe alguma prática que seja já comum a nível internacional mas que ainda não esteja a ser considerada pelas empresas portuguesas?

AMX: Acima de tudo, o que se vê são iniciativas que fazem com que os colaboradores sintam orgulho em trabalhar em determinada empresa. Lembro-me de um caso premiado em que uma empresa espalhou espelhos pelas instalações para que os trabalhadores se sintam orgulhosos da actual equipa. É o marketing interno, o endomarketing, que é uma iniciativa interessante. Em Portugal já se fazem algumas coisas mas isto ainda não é tão massificado. As empresas ainda se esquecem que a família e amigos dos colaboradores são os primeiros a poder integrar determinadas iniciativas e não os envolvem. A um nível internacional vemos muito essas tendências. As empresas lançam acções que envolvem os colaboradores e, através do Facebook ou outras redes sociais, acabam por gerar um grande buzz à volta de um projecto. Mas há várias coisas que estão a ser feitas, como a preocupação com a formação com as empresas a criarem as suas próprias academias para partilhar best practices.

M&P: Consegue apontar bons exemplos em Portugal?

AMX: A EDP está a ser um caso de sucesso com o que tem feito ao nível da televisão corporativa. Temos também o caso da BP, que está a fazer o pequeno-almoço com o presidente, entre várias iniciativas, e que está a ter um enorme sucesso. Outra das empresas que me ocorre, que tem feito uma coisa interessante, é a PT com a iniciativa e-PT com que conseguiu pôr a falar os vários instrumentos de comunicação interna e transformar uma série de colaboradores em porta-vozes da empresa. A Nestlé tem também muitas iniciativas ao nível da formação e tem uma coisa que é a procura de ideias, em que muitas vezes são os próprios colaboradores convidados a dar ideias para novos produtos ou para melhorar os produtos.

M&P: A importância da comunicação interna é já reconhecida no momento de delinear os budgets de comunicação da empresa ou ainda fica com uma fatia residual?

AMX: Essa é uma questão muito interessante porque é uma das perguntas que estamos a incluir no estudo que vamos fazer e ainda não temos dados. Mas fizemos o mesmo estudo em Espanha e posso adiantar que no mercado espanhol temos um budget já muito representativo para as acções de comunicação interna: sete em cada dez organizações já dispõem de um plano de comunicação interna estruturado e uma em cada quatro empresas disponibiliza entre 10 e 50 mil euros anuais para acções de comunicação interna. A realidade de Espanha vai um bocadinho à frente de Portugal mas são já dados que indiciam um grande espaço para esta área.

M&P: Mas a nível percentual é ainda uma fatia muito reduzida.

AMX: É uma fatia reduzida. Mas depende do tipo de orçamento. Outra questão que colocámos em Espanha mostra que 80 por cento das empresas tem um orçamento específico para a comunicação interna e nas outras depende do marketing. Quando bate na área do marketing tem uma percentagem, quando é no dos recursos humanos tem outra e, portanto, acaba por ser um valor representativo mas que ainda tem de crescer mais.

M&P: Nas empresas portuguesas um director de marketing tem autonomia para avançar com iniciativas de comunicação interna ou depende de outros departamentos?

AMX: O que acontece é que estes projectos são encabeçados pela direcção de recursos humanos, pela de marketing ou até pela direcção de formação. E vemos, cada vez mais, os directores com preocupação em ter esta divisão com orçamentos específicos e com projectos próprios. Se uma empresa faz uma apresentação de produto ou comunicação a nível externo, quantas e quantas vezes nos pedem um projecto de comunicação interna antes de sair cá para fora para serem os próprios colaboradores da empresa a conhecer o produto e a vestirem a camisola.

M&P: Falta uniformizar para desenvolver esta área?

AMX: Sem dúvida. A comunicação interna é transversal a todos estes departamentos, há imensas coisas que podem ser integradas. Mas um departamento e um orçamento específico seriam o ideal, talvez pudessem ser um caminho para cada empresa poder fazer vingar esta disciplina nos orçamentos e conseguir criar mais iniciativas. Mas os orçamentos de marketing devem sempre contemplar a comunicação interna porque se o new business passa por estar constantemente nos media e a comunicar para o exterior, os colaboradores devem ser os primeiros a saber de toda a informação e iniciativas da empresa.

M&P: Há pouco referia a importância de comunicar internamente nas situações más. Em casos de gestão de crise a comunicação interna assume maior importância?

AMX: Sim. Em qualquer situação de downsizing, por exemplo, há sempre um grande trabalho ao nível da comunicação interna. É preciso haver uma grande fatia de preocupação com iniciativas ao nível dos colaboradores, quer de informação, quer de sentido de pertença. Depois de ultrapassada uma crise, para além de informar os colaboradores e envolve-los na solução, também deve ser feita uma campanha interna para fazer com que os colaboradores abracem a empresa de novo. A comunicação interna é sempre fundamental, mas num plano de comunicação de crise ela tem que surgir imediatamente. Mas se estiver lá sempre, vai aparecer.

M&P: Mas a sua importância já é reconhecida na elaboração dos planos de gestão de crise?

AMX: Infelizmente ainda existem empresas que não têm essas boas práticas. Ainda há uma pequena parte de empresas que acha que esta comunicação interna pode ser feita de uma maneira mais simples, sem ser organizada. Porque ainda há um aquele conceito de que comunicar internamente é só enviar um e-mail ou ter uma revista interna… Quando fazemos o plano de comunicação externo e pensamos nos públicos e acções, também temos de ter ao lado, até antes, o plano de comunicação interna. É preciso pensar as várias situações, não pode ser em cima da hora. Tem de ser algo pensado e estruturado. Acredito que está a mudar, porque a comunicação interna é essencial para a vida das empresas e tem de ganhar o seu espaço. A primeira pessoa que tem de subscrever estas acções e dar-lhe o devido valor é o presidente da empresa.

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26ª Festival CCP tem 346 trabalhos finalistas. Categoria de Design lidera

As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do festival, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa, no mesmo local onde os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP

O júri do 26º Festival CCP selecionou 346 trabalhos para ‘shortlist’, entre um total de 933 inscrições a concurso, nas sete categorias abrangidas no festival do Clube da Criatividade de Portugal. As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do evento, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

De acordo com os dados da organização do Festival CCP, as categorias com mais trabalhos na final são Design (80; 40% de 200 inscrições), Craft em Publicidade (73; 33% de 220 inscrições), Digital (71; 44% de 162 inscrições), Publicidade (63 finalistas; 34% de 185 inscrições), Experiências de Marca (27; 31% de 88 inscrições), Criatividade em Meios (23; 44% de 52 inscrições) e Integração e Inovação (9; 35% de 26 inscrições).

A lista completa de finalistas por categoria pode ser consultada online e os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP, que se realiza no espaço da antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

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Beefeater patrocina Oeiras Padel Academy e aproveita prova para lançar gin sem álcool

A marca de destilados dá nome ao Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy. Para além de reforçar a estratégia de ligação ao desporto, divulga a nova variedade de gin sem teor alcoólico. Em preparação está também uma campanha para promover o produto

A Beefeater patrocina o Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy que se realiza entre os dias 17 e 19 de maio. É a segunda vez que a marca se associa ao torneio, aproveitando a edição deste ano para lançar publicamente a Beefeater 0.0, uma bebida elaborada com botânicos naturais, com um teor alcoólico de 0,0% em volume, inspirada no clássico Beefeater London Dry Gin, reforçando a estratégia de ligação da marca à modalidade desportiva.

“O padel é um desporto com uma procura crescente e com cada vez mais adeptos, ajudando não só ao bem-estar físico, mas também a ser um momento perfeito para socializar e juntar amigos e/ou família, motivo pelo qual, para Beefeater 0.0, um produto com 0% de álcool que nos permite entrar no território do desporto, esta associação nos pareceu natural e com sentido”, justifica ao M&P Yuliya Vashchyshyn, gestora de marca do gin.

“A presença de Beefeater 0.0 no Oeiras Padel Academy, enquanto main sponsor, vem marcar uma nova era para Beefeater que, com a qualidade a que o consumidor já está habituado, se eleva para outro patamar de momentos de consumo, vendo no desporto e em particular no padel, um momento onde se fomenta a socialização entre as pessoas, o lazer e o convívio”, refere ainda a responsável pela promoção do gin, que integra o portefólio de bebidas do grupo Pernod Ricard.

Dinamizar ativações em eventos significativos para a modalidade é uma das apostas da marca para potenciar a estratégia de comunicação que está a ser delineada para promover o produto. “Estamos ansiosos por explorar todas as oportunidades para fortalecer ainda mais a nossa conexão com este meio”, assegura Yuliya Vashchyshyn, revelando também que está a ser preparada uma campanha publicitária multimeios para divulgar o Beefeater 0.0 nos meses de maior calor.

Sem adiantar valores, a marca confirma o reforço do orçamento de marketing para promover as novidades de 2024. “Aumentámos o investimento em comunicação devido ao lançamento de três novas referências no portefólio, refletindo o nosso compromisso contínuo em impulsionar a marca, expandir a nossa presença no mercado e envolver eficazmente o nosso público-alvo. Este investimento adicional permitirá ampliar as nossas iniciativas de marketing”, refere a responsável.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P

Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) avaliam os trabalhos a concurso

Numa era cada vez mais dominada pela inteligência artificial generativa, premiar a criatividade humana é um ato pré-revolucionário. Chegará o dia em que, no limite, a ‘criatividade artificial’ poderá ser o que nos resta para avaliar e premiar?

Por enquanto, queremos continuar a olhar e a distinguir o que os humanos são capazes de criar em comunicação comercial, com mais ou menos colaboração de máquinas, Midjourney, ChatGPT e todos os seus parentes, que se estão a reproduzir em nome da produtividade, eficácia, eficiência e melhoria dos resultados.

Chegará o dia em que as fichas técnicas irão incluir, obrigatoriamente, as ferramentas de inteligência artificial generativa utilizadas em cada campanha, lado a lado com os seus ‘pares’ humanos? E o Photoshop e seus derivados, normalizados há décadas, com todas as consequências, boas e más, sobejamente conhecidas?

Não há dúvidas sobre o poder da inteligência artificial nas várias fases de criação de uma campanha publicitária, da ideia ao planeamento da veiculação, passando pelo desenvolvimento e execução. Mas devemos acreditar, enquanto indústria, que é a capacidade de pensar de forma criativa e original, empática e ética, disruptiva e inclusiva, que torna os seres humanos insubstituíveis na publicidade.

Na 13ª edição dos Prémios de Criatividade continuamos a avaliar e a distinguir os melhores trabalhos publicitários gerados por humanos empáticos, éticos e com pensamento crítico e estratégico.

Nesta edição, Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) são os humanos responsáveis pela avaliação dos trabalhos a concurso. Um dia teremos máquinas a avaliar a criatividade de máquinas? Que esse dia esteja longe.

A inteligência artificial não sabe transformar dados em histórias, nem conhecimento em emoções, mas analisa quantidades gigantescas de dados, identifica padrões e indica as opções mais certeiras em função desses padrões.

A criatividade humana tem a capacidade de gerar perceções, conectar ideias aparentemente desconexas e criar algo completamente novo e original. É capaz de pensar fora da caixa, encontrar soluções inovadoras e criar histórias que tocam o coração e o espírito, que constroem marcas e criam notoriedade.

É o que esperamos avaliar e distinguir nos trabalhos a concurso na 13a edição dos Prémios de Criatividade M&P, que se distribuem por 66 categorias, em 16 grandes áreas (Televisão/Cinema, Áudio, Imprensa, Outdoor, Digital, Ativação, Relações Públicas, Eventos, Marketing Relacional, Media, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Suporte Alternativo/Inovação, Ação Integrada, Mercados Internacionais e Mercados Lusófonos). Haverá espaço, no futuro mais ou menos longínquo, para termos uma categoria para trabalhos gerados por inteligência artificial? Chegará o dia.

Até lá, e até à revelação dos vencedores da 13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P, recorde os vencedores dos últimos anos, e inscreva-se aqui.

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Netflix lança plataforma própria de anúncios

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano

A Netflix vai lançar a sua própria plataforma de anúncios, com o objetivo de ter tanto controlo sobre a tecnologia de publicidade como tem sobre a tecnologia de streaming. A nova plataforma proprietária da Netflix vai começar a ser testada no Canadá, ainda este ano, para ser lançada nos Estados Unidos no segundo trimestre de 2025, estando previsto o lançamento mundial para o final do próximo ano.

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano.

Pretendendo tirar partido deste crescimento, a empresa demonstrou a intenção de diminuir a dependência do atual parceiro publicitário, a Microsoft, enquanto trabalha na criação da plataforma de anúncios própria.

A Netflix avança ainda que a The Trade Desk, a Display & Video 360 da Google e a Magnite são os novos parceiros programáticos da plataforma de streaming, em conjunto com a Microsoft.

A partir deste verão, a empresa disponibilizará a oferta publicitária através da Magnite, à qual os anunciantes podem aceder através da The Trade Desk ou da Display & Video 360. Atualmente, a Netflix apenas utiliza a Microsoft para vender anúncios de forma programática.

Na vertente da monitorização de resultados publicitários, a Netflix revela a entrada da iSpot.TV e da TVision enquanto parceiros, que se juntam à Affinity Solutions, DoubleVerify, EDO, Integral Ad Science, Kantar, Lucid, NCSolutions e Nielsen.

Para além das novidades publicitárias, a empresa aproveitou o Netflix Upfront 2024 para demonstrar as novidades da plataforma nas transmissões em direto, um formato que diversas plataformas de streaming têm vindo a incorporar no seu modelo de negócio.

Apesar deste ainda ser um segmento de negócio novo para a Netflix, a empresa tem vindo a explorar o formato, tendo estabelecido, recentemente, diversos acordos de transmissão de eventos desportivos, como o acordo de transmissão do jogo do dia de Natal, da National Football League, liga nacional de futebol americano, durante três anos, e o acordo de transmissão do WWE Raw, programa de televisão norte-americano de luta livre profissional, a partir de 2025.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Sofia Cartó preside a primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa

A PAPT, liderada por Sofia Cartó e tem Rita Serrabulho e Gonçalo Boavida como vice-presidentes, está a preparar um código de conduta. A nova organização é um dos novos membros da PACE, organização que agrega associações sectoriais de vários países europeus

Public Affairs Portugal (PAPT) é a denominação da primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa. A nova organização, presidida por Sofia Cartó, sócia-gerente da Loyal Ecosystem, tem como vice-presidentes a sócia-gerente da Political Intelligence Portugal Rita Serrabulho e o sócio da Lift Consulting Gonçalo Boavida. A mesa da assembleia geral é presidida por Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond. Luís Rhodes Baião, diretor de assuntos públicos e governamentais da Association of the European Self-Care Industry (AESGP), é secretário da mesa da assembleia geral.

Além da Loyal Ecosystem, da Political Intelligence Portugal e da Lift Consulting, também a Atrevia integra a lista de fundadores da PAPT. Apesar de a organização, que está a preparar um código de conduta, ter sido apresentada a 16 de maio, só vai ter o site disponível no início de junho, apurou o M&P. “A PAPT reunirá organizações que se dedicam à atividade profissional de representação de interesses, próprios ou de terceiros, de origem portuguesa ou estrangeira, a operar no mercado nacional, assim como profissionais a título individual”, informa a associação em comunicado.

Membro da Public Affairs Community of Europe (PACE), a PAPT vai funcionar em estreita relação com a organização europeia, que agrega associações sectoriais de diferentes países europeus, na definição de normas uniformes e de linhas orientadoras comuns para garantir uma maior transparência no setor em todo o continente europeu. “O trabalho conjunto entre profissionais e organizações que se dedicam a este setor é determinante para a profissionalização e reconhecimento de uma atividade legítima e alinhada com as melhores práticas a nível europeu”, defende Sofia Cartó.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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M&P 957: Como Bernardo Almeida fatura €300 mil com o YouTube + Assédio sexual na publicidade + Especial Euro 2024

O percurso do criador de conteúdos Bernardo Almeida, que fatura €300 mil com o YouTube, os casos de assédio sexual na indústria da publicidade denunciados na conta de Instagram The F Side e um especial sobre os patrocínios ao Euro 2024 são alguns dos destaques

Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

No Especial Euro 2024, é dada a palavra a algumas das marcas patrocinadoras da seleção nacional, da Federação Portuguesa de Futebol ou do campeonato europeu de futebol.

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O que pode ler na edição 957 do M&P

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Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

No Especial Euro 2024, é dada a palavra a algumas das marcas patrocinadoras da seleção nacional, da Federação Portuguesa de Futebol ou do campeonato europeu de futebol.

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Criatividade portuguesa premiada nos Adforum PHNX Awards 2024

A agência Cooprativa foi distinguida com Prata na categoria de Design: Brand Identity pelo projeto de rebranding que desenvolveu para a SPILM. A campanha Não Seja Bully De Bancada, que a Coming Soon criou para o IPDJ, conquistou um Bronze na cerimónia

A Cooprativa e a Coming Soon foram distinguidas no concurso de criatividade mundial Adforum PHNX Awards 2024, anunciados numa cerimónia transmitida online a 16 de maio. O júri, composto por um milhar de profissionais do setor provenientes dos quatro cantos do mundo, atribuiu um prémio Prata ao trabalho de renovação da identidade visual que a agência de Torres Vedras desenvolveu para a Sociedade Portuguesa Interdisciplinar do Laser Médico (SPILM), na categoria de Design: Brand Identity.

“Houve apenas um Ouro, o nosso Prata e um Bronze na categoria”, sublinha, em declarações ao M&P, André Sousa Moreira, sócio e diretor criativo da Cooprativa, visivelmente entusiasmado com a distinção. “O novo design da marca foi concebido tendo como inspiração a luz, especificamente o espetro visual composto por sete cores, que é utilizado em uma variedade de lasers médicos”, esclarece o responsável, que partilha a direção de arte com Simão Dias, motion designer do projeto premiado.

A Coming Soon venceu um prémio Bronze pela campanha Não Seja Bully De Bancada, criada para o  Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), na categoria Film: Creative idea. Com direção criativa de Marcelo Lourenço e Pedro Bexiga, também responsável pela direção de arte, o filme que a integra, com uma mensagem que pretende combater a intimidação e a violência no desporto, foi produzido pela Rocky Studios e realizado por Filipe Sampaio. A redação é de Marcelo Lourenço.

O júri dos Adforum PHNX Awards 2024 integrou três representantes portugueses. Além de Pedro Leal Almeida, fundador e diretor de comunicação do Leal Almeida Brand Studio, contou com a avaliação de José Vila Cardoso, CEO da Adso, agência de comunicação global sediada em Braga. Sávio Hatherly, diretor de arte sénior de O Escritório, foi outro dos jurados. As agências internacionais VCCP Madrid, Havas London, Critical Mass e VML Singapore e Wolf BCPP também figuram entre os premiados.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Niu investe €1 milhão em estruturas de produção e negoceia regresso a Espanha

No ano em que a empresa que detém e lidera assinala 30 anos no mercado, Nuno Santana avança ao M&P que está focado em conseguir uma maior complementaridade e autonomia, desenvolvendo áreas difíceis e fulcrais nos projetos da Niu, como a serralharia e a carpintaria, que são críticas na empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que o ano passado faturou €12 milhões

A Niu vai investir €1 milhão para reforçar a capacidade de produção. Com este investimento, a empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que faturou €12 milhões o ano passado e €30,4 milhões entre 2020 e 2023, pretende tornar-se mais autossuficiente. “Estamos focados em conseguir uma complementaridade interna ainda maior, desenvolvendo áreas difíceis, mas que são fulcrais à implementação dos nossos projetos. Vamos investir em áreas técnicas, como a serralharia e a carpintaria que, não sendo muito sofisticadas, são muito críticas”, justifica, ao M&P, Nuno Santana, proprietário e CEO da Niu.

“Este investimento permite-nos fazer coisas diferenciadoras, senão estaremos sempre limitados. O setor da construção atravessa uma fase muito complexa, porque há défice de mão de obra”, sublinha o empresário, que, com esta aposta estratégica, tem a ambição de continuar a fazer crescer o negócio. “Nos últimos 15 anos, temos mantido sempre um intervalo de faturação entre os €7 milhões e os €9 milhões e, nos últimos dois anos, crescemos praticamente 25% em termos de valor acumulado”, revela o gestor.

Os próximos meses são de grande atividade. “Vamos fazer a Fan Zone do Euro 2024 na Cidade do Futebol, entre 14 de junho e 14 de julho, em Oeiras. Também vamos estar presentes em todos os grandes festivais. Estamos agora em negociações, a fechar o plano com as marcas. O stand da Heineken no Nos Alive já está adjudicado. Vamos estar seguramente no Rock in Rio, no Meo Marés Vivas e no Meo Kalorama, mas ainda não consigo avançar com que insígnias”, confidencia o empresário.

Atualmente, a ativação de marca e a organização de eventos é responsável por 50% do volume de faturação da Niu. O negócio da produção 2D e 3D representa 25%, tal como o de marketing de compras, uma área que tem vindo a crescer.

“Somos uma empresa de serviço a clientes. Tão depressa estamos a fazer um jantar para cinco mil pessoas no Meo Arena como estamos a inaugurar uma loja criada e produzida por nós num centro comercial como o Ubbo. Como nascemos da produção, temos muitos ativos internos e somos relativamente autossuficientes”, sustenta Nuno Santana.

O CEO da Niu salienta os 4.000 m2 de área, na sede da empresa em Alfragide, que tem disponíveis para criar, desenhar, produzir e implementar ações para stands de festivais, congressos, lojas e grandes eventos de rua, como o Wonderland Lisboa, que regressa este ano para a oitava edição.

Promovido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Media Capital, desde 2016, o Wonderland Lisboa é um dos eventos com maior visibilidade mediática que a Niu organiza e que, entre 30 de novembro de 2023 e 8 de janeiro de 2024, teve 852 mil visitantes. Jogos Santa Casa, Coca-Cola, McDonald’s, Licor Beirão e TVI são algumas das insígnias que se têm associado à iniciativa.

“Uma das formas de retribuirmos o investimento que as marcas fazem em nós é através das ativações que fazemos. Comunicamos e amplificamos também muitas dessas insígnias, através dos media e das redes sociais”, sublinha o empresário.

Com audiências cada vez mais diferenciadas, segmentadas e dispersas por plataformas distintas, criar e desenvolver eventos, ativações e comunicações que envolvam os consumidores é, nos dias de hoje, uma tarefa mais desafiante.

“Temos uma área que só pensa nisso, que é a área de ambientes, liderada pela minha irmã Joana [Santana]. Quando desenvolvemos um evento, há a preocupação de ver como será visível nas redes sociais. Temos um projeto, que por acaso é nosso, que é o Praia no Parque, em que a última renovação estética que a Niu lhe fez funcionou muito bem no digital”, admite o também cofundador do Grupo Praia e acionista da Media Capital.

“Vivemos no mundo físico a pensar para o digital. Mesmo em pequenas apresentações, temos sempre âncoras cénicas que amplificam essa divulgação. Começámos a produzir néones nos últimos três anos porque são elementos muito fáceis de amplificar. As pessoas veem-nos e têm tendência a fotografá-los”, afiança.

A diferenciação avera-se crucial, principalmente num mercado pequeno como o português. “Temos um grande laboratório comportamental que são os restaurantes do Grupo Praia. Os frequentadores do Praia no Parque, por exemplo, têm perfis muito diferentes. Ao almoço, temos os empresários e os decisores. Ao jantar, durante a semana, temos os turistas. Ao fim de semana, temos a geração Y e as pessoas que gostam de festas. Conseguimos mapear os comportamentos e oferecer uma proposta diferenciada”, assegura Nuno Santana.

A evolução do negócio

Na génese da Niu está a Sistemas Rafael, uma empresa espanhola especializada em pós-produção de imagem que, quando decidiu investir em Portugal, em 1994, desafiou José Santana a dirigir a operação nacional. Hoje afastado do negócio, o pai de Nuno Santana, que foi durante duas décadas relações públicas da Mercedes-Benz, aceitou o repto. Em 1996, é contactado pela Euro RSCG, que em 2012 se viria a transformar na Havas Worldwide, por causa da campanha publicitária que a agência estava a desenvolver para promover a Expo 98.

Na altura em que gravaram o filme que mostrava bebés a nadar debaixo de água, a produtora londrina que o produzia esqueceu-se de os fotografar para os anúncios de imprensa e para os materiais promocionais impressos. “Solucionámos o problema. Fomos a Londres digitalizar um fotograma e fizemos a pós-produção com base nele. Foi um sucesso. A partir daí, começámos a trabalhar com a Euro RSCG. Foi um cliente estratégico para nós”, recorda Nuno Santana.

Em 1997, a Sistemas Rafael passa também a disponibilizar um serviço de processamento de cor para fotolitos. “Era a sequência lógica”, considera. Em 1999, com o crescimento do negócio e a evolução tecnológica, a empresa abre o primeiro estúdio de fotografia digital da Península Ibérica. “Ninguém, na altura, acreditava nisto. Os próprios fotógrafos eram muito céticos. E eram investimentos completamente loucos para a altura. Uma máquina podia custar facilmente €100 mil e fazia fotos de 16 megabytes. Hoje, um telefone tira fotografias com 100 megabytes”, relembra.

2002 é um ano de viragem, com a Sistemas Rafael a deixar de trabalhar apenas com agências de publicidade para começar a produzir materiais promocionais para pontos de venda e a esboçar as primeiras ativações para marcas. É nessa fase que a Coca-Cola a desafia a decorar os espaços da insígnia nos estádios construídos para o UEFA Euro 2004. “Ficaram muito bem impressionados. Ainda hoje são um dos nossos principais clientes”, conta Nuno Santana.

Pouco depois, são desafiados pela Sagres e pela Portugal Telecom a desenvolver projetos estéticos para o SL Benfica. “O Miguel Arruda, que foi o arquiteto do novo Estádio da Luz, pediu-nos para desenvolvermos uma ativação para o dia da inauguração”, recorda Nuno Santana. A parceria estabelecida com a Rank Xerox permitiu imprimir postais com fotografias do jogo inaugural e distribuí-las pelos espetadores minutos depois, com 50 promotores a entrar nas bancadas para as entregar.

Outro momento decisivo foi o Mega Pic-Nic Continente, que a futura Niu também viria a dinamizar ao longo das seis edições do evento. “Fomos dando resposta aos desafios que nos foram sendo feitos. Demos pulos em grandes momentos, como a Expo 98 e o Euro 2004, mas, curiosamente, nunca como organizadores de eventos. Hoje, são o nosso core”, sublinha.

Operação em Espanha dependente das negociações em curso

O dinamismo da Sistemas Rafael em Portugal acaba por levar a empresa a ser selecionada pela Coca-Cola para participar no reposicionamento mundial da insígnia, iniciado em março de 2006 com a campanha publicitária Coke Side of Life. Numa reunião, em Espanha, a proposta portuguesa vence um concurso interno, mas o nome da empresa suscita dúvidas.

“Decidimos então criar a marca Niu, que chega ao mercado a 21 de junho de 2007. Nasce aí a nossa fase 2.0 e, em breve, vamos apresentar um racional que sustente a nossa entrada na fase 3.0, mas ainda não posso falar sobre isso”, ressalva Nuno Santana.

Todavia, nem tudo foram rosas ao longo do percurso. “Houve alturas em que perdemos dois ou três clientes grandes e em que achei que o mundo ia acabar. Hoje, olho para trás e percebo que esses foram momentos de transformação do negócio”, desabafa, enaltecendo a capacidade de resiliência da equipa e o elevado nível de retenção de funcionários.

A pandemia, em 2020, foi outro teste. “Apesar de ter sido um processo muito doloroso, não deixámos sair ninguém. Mantivemos os 70 colaboradores. Houve, inclusive, pessoas que passaram para os quadros a meio do surto. Tivemos algum sangue-frio para percebermos que isto iria passar e que os eventos iriam regressar. Quando a economia abriu, nós estávamos preparados e com capacidade de resposta, ao contrário de outras empresas que tinham diminuído muito as equipas”, sublinha.

A operação da Niu em Espanha, alavancada a partir de 2006, acaba, todavia, por ser afetada pelo surto viral que confinou o mundo. “A pandemia obrigou-nos a focar no mercado nacional e a suspender o processo de expansão em território espanhol. Estamos, neste momento, em negociações com um grande grupo para o retomar, mas nesta fase ainda não posso adiantar mais informação”, admite Nuno Santana.

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