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Um admirável mundo novo

Dimensão. Este é o grande factor diferenciador entre o mercado publicitário do continente e os dos arquipélagos dos Açores de da Madeira.

Pedro Durães
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Dimensão. Este é o grande factor diferenciador entre o mercado publicitário do continente e os dos arquipélagos dos Açores de da Madeira.

Pedro Durães
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Dimensão. Este é o grande factor diferenciador entre o mercado publicitário do continente e os dos arquipélagos dos Açores de da Madeira. Pode parecer evidente, tendo em conta o número de habitantes e anunciantes, mas a dimensão do mercado é apenas um ponto de partida. É a dimensão que acaba por determinar tudo o resto, desde a margem de manobra das agências para trabalhar a comunicação das marcas à própria capacidade de conseguirem convencer os anunciantes da importância de uma comunicação estruturada dos produtos e serviços que oferecem, passando pelos budgets, estratégias de comunicação e disponibilidade de outros serviços indispensáveis para olear a máquina publicitária. O M&P procurou ouvir as agências nos dois arquipélagos para perceber melhor o funcionamento deste mercado. “Considero que a principal diferença é a dimensão do mercado. Factor que faz diferir automaticamente a gestão de qualquer tipo de investimento nos meios e nas acções promocionais de cada produto e serviço”, aponta Humberto Drumond, administrador da agência Dupladp da Madeira. Opinião que é partilhada por Leonor Sena Lino, directora-executiva da FepDesign, também da ilha da Madeira, que aponta a dimensão do mercado como algo que “influencia os budgets, as estratégias e tudo o resto”.

A oferta ao nível de agências de comunicação ou publicidade não é muito grande. Na Madeira é possível encontrar uma série de pequenas empresas de comunicação e ateliers de design, mas não agências publicitárias de grande dimensão. “Se falarmos em projecto, gestão, acompanhamento, estratégia, consultoria e inovação, reconhecemo-nos como sendo a única empresa do sector como agência global”, refere Humberto Drumond. “O portfólio que actualmente possuímos mostra que trabalhamos ao nível regional e nacional, bem como pela representação que temos também nos Açores, Lisboa e Porto. Somos a única empresa na região com projectos efectivamente realizados à escala nacional”, acrescenta. Já Leonor Sena Lino assume que poucas são as vezes em que a FepDesign trabalha no continente, mas sublinha o trabalho desenvolvido ns regiões autónomas e no estrangeiro: “Trabalhamos a nível regional, nos Açores e no estrangeiro. No continente raramente. O mercado onde operamos é o da Madeira. No entanto, por via de alguns contactos temos feito trabalhos esporádicos para os Açores e temos um trabalho para Angola.”

A maioria dos clientes acaba por ser de âmbito regional, com parcas incursões no mercado nacional. “A fatia mais significativa é, sem dúvida, a da Madeira”, afirma a Leonor Sena Lino. O que acaba por acontecer, no que respeita às campanhas nacionais, prende-se apenas com pedidos de adaptação de campanhas criadas por outras agências no continente. “O que acontece é que há empresas que têm a tomada de decisão no continente e apenas nos pedem que adaptemos campanhas já existentes”, explica. “A Zon Madeira é exemplo disso”. Em questões como preços ou terminologia são feitos pequenos ajustes. O mesmo acontece nos Açores, com a Zon Açores. Mas talvez este seja dos poucos, senão mesmo o único, caso de uma marca que opta por entregar a sua comunicação separadamente a três agências para as suas campanhas no continente, Madeira e Açores. Também Humberto Drumond reforça a existência desta tendência que condena a publicidade regional a não agarrar contas nacionais. “Efectivamente a realidade ainda é um pouco a de apenas sermos contactados para a comunicação na ilha da Madeira, mas após relacionamento com esses mesmos clientes tem sido crescente o interesse de alguns em consultar-nos para projectos ao nível nacional”, adianta. O problema, aliás, passa também pelo facto de o percurso inverso ainda se verificar com muita frequência. Apesar da existência de agências locais, as marcas regionais que apostam em campanhas de espectro nacional tendem a entregar as suas estratégias de comunicação a multinacionais localizadas em Lisboa.

Do lado dos Açores

É precisamente essa fuga de oportunidades e de “dinheiro que podia circular nas ilhas e revitalizar a economia local” que Luís Rego, director criativo e fundador da HornyDog (HDG Açores), quer evitar. “Acredito que estamos a credibilizar a nossa operação no sentido certo para agarrar essas grandes contas regionais”, diz, referindo-se a contas como o Turismo dos Açores, SATA ou a Bel (empresa que comercializa o queijo Terra Nostra).

Para o criativo faz todo o sentido que as grandes marcas açorianas sejam trabalhadas por açorianos. A HDG foi fundada há pouco mais de três anos e talvez seja mesmo a única agência publicitária a funcionar nos Açores com um modelo próximo daquele que é praticado pelas multinacionais. Luís Rego trabalhou durante vários anos na McCann e passou pela Fischer, mas o açoriano reconheceu oportunidades do arquipélago e decidiu arriscar. Quando lhe perguntamos pela concorrência e pelo mercado publicitário nos Açores, é peremptório: “Não conheço nenhuma agência que trabalhe com o modelo de agência de publicidade, com pessoas com experiência em trabalhar grandes contas, como a Coca-Cola, Siemens, Turismo de Portugal, que trabalhe grandes contas nacionais e regionais. Não existe. Não consigo identificar uma agência de publicidade nos Açores. Nem pequenas agências sequer.” Algo que considera ser bastante negativo já que a concorrência poderia ajudar a resolver aquele que considera ser o principal problema do mercado publicitário açoriano. “O que existe é um mercado onde proliferam os free lancers e, neste sentido, era importante haver mais agências porque isso iria nivelar o mercado, os clientes e as políticas de preço. O que acontece agora é que tenho uma agência montada a competir, para fazer uma página de internet para uma loja de grande distribuição, por exemplo, com um free lancer que faz uma página de internet por 500 euros… Eu estou tramado”, queixa-se apontando também o dedo a falta de cultura e formação de alguns anunciantes.

Para Luís Rego um dos maiores entraves à emergência de um verdadeiro mercado publicitário nos Açores passa pela “tacanhez” de alguns anunciantes que não reconhecem o valor dos seus próprios produtos e pela inexistência da figura do marketeer nas empresas. “Não há formação, há dificuldade em saber dar nome às coisas, há um problema deficitário de formação do marketeer. A formação do homem de marketing que decide que caminhos aquela empresa deve seguir do ponto de vista da promoção dos seus produtos não existe. Não existe a palavra briefing. Até agora só consegui ter briefing dos clientes actuais, porque os outros não sabem”, atira. O que acaba por acontecer é que a própria agência tem de fazer esse trabalho de marketing para desbloquear os entraves e conseguir o cliente. Mas a agência açoriana tem já conseguido várias contas regionais e algumas nacionais. Neste momento, o bolo da HDG conta com uma fatia de 80 por cento de marcas regionais e 20 por cento nacionais.

Mercado de produção

Do ponto de vista da produção das campanhas, até que ponto é que o mercado publicitário das ilhas tem as soluções de que as agências precisam? Há produtoras de som e imagem, gráficas e organizadores de eventos ou todas as soluções têm obrigatoriamente de passar por um viagem ao continente? Neste aspecto, tudo aponta para que o mercado madeirense esteja um pouco mais bem servido do que o açoriano. Ainda assim, é ponto comum a acumulação de funções dentro das próprias agências de publicidade, fruto da escassez de recursos ao nível da produção audiovisual e na área da assessoria de imprensa. “Se quisermos uma gráfica ou uma empresa de impressão digital como fornecedores isolados, a região responde às necessidades”, afirma Humberto Drumond. Tirando este aspecto, acabam por ser as agências a ter de estabelecer parcerias para dar conta do recado, mas assegurando soluções sem recorrer ao continente. “Existem todas as empresas que trabalham o processo publicitário, à excepção da central de meios. O que acontece é que aglutinam o trabalho, ou seja, as agências de publicidade também fazem eventos ou assessoria, por exemplo. Não há mercado para empresas especializadas apenas numa determinada área”, explica Leonor Sena Lino, apontando também o dedo à inexistência de departamentos de marketing em algumas empresas, bem como o tamanho do mercado: “A dimensão do mercado faz com que uma agência de publicidade tenha de tratar da assessoria, do vídeo, das RP, do processo criativo, etc.”

Nos Açores a situação não é muito diferente. “A única coisa que temos é a produção gráfica. Temos uma excelente gráfica que se chama Nova Gráfica. Tem milhões de euros investidos em maquinaria. A esse nível estamos muito bem servidos. Tudo o resto a nível de produção: zero”, aponta Luís Rego. “Não existem estúdios profissionais de fotografia, produtoras de filmes publicitários, produtoras de rádio. Infelizmente, somos obrigados a gravar os spots de rádio no continente”, acrescenta. No campo da organização de eventos também não há soluções estruturadas, existem free lancers que resolvem a situação. “Assessoria de imprensa e relações públicas também não, fazemos nós”, confirma Luís Rego.

Os meios e volumes de investimento

Na região da Madeira, de acordo com dados avançados pelas duas agências contactadas pelo M&P, os maiores anunciantes do mercado estão nos sectores da banca, telecomunicações, distribuição, promoção imobiliária e no Estado. Leonor Sena Lino aponta mais especificamente a companhia regional de electricidade, as marcas de cerveja e a Zon como os maiores anunciantes. Os volumes de investimento são significativamente mais baixos do que os registados no continente. “Poderia dividir em três segmentos de campanhas. As mais altas nunca ultrapassam um volume anual superior a 250 mil euros, campanhas médias de 100 mil e uma pequena campanha de 50 mil”, refere Humberto Drumond. Luís Rego dá conta de uma situação um pouco melhor nos Açores, com as grandes campanhas, para um mês de visibilidade, a título de exemplo, a rondar os 100 a 200 mil euros. Mas são excepções os anunciantes que apostam em grandes campanhas que procurem cobrir todas as ilhas do arquipélago.

“Fazemos as campanhas para os Açores, mas o grosso é São Miguel que tem 150 dos 250 mil habitantes dos Açores.

Aqui é que está o mercado”, explica. Com este tipo de valores, a Dupladp na Madeira e a HDG nos Açores registam um volume de negócios anual semelhante, a rondar os 2,5 e os 3 milhões de euros.

Relativamente aos meios, cabe mais uma vez mais às agências a negociação directa com os detentores de meios perante a inexistência de agências de meios nas ilhas. Na procura de suportes, há diferenças significativas relativamente ao cenário que se vive no continente. “O meio predominante ainda é a imprensa. As campanhas dos clientes regionais ainda são muito caso a caso, ou seja, órgão a órgão”, assinala Humberto Drumond. No caso dos Açores, Luís Rego não hesita em afirmar que “a televisão é o meio menos procurado. Não é procurado mesmo. Porque a RTP Açores é um barco à deriva. Não consegue estruturar-se, não consegue ser uma proposta de valor e ninguém vê aquilo”. Situação agravada pelos preços desproporcionados ao mercado insular. “O que temos muito forte é a rádio. É um meio que toda a gente ouve, consegue gerar-se um grande word-of-mouth quase só através da rádio. E o outdoor também é um meio muito forte. Quase conseguimos fazer uma campanha só com rádio e outdoor”, revela Luís Rego. Apesar disso, com a crise, “a quebra mais significativa sente-se nos outdoors, vê-se muitos outdoors vazios e isso é preocupante”.

Independentemente de as contas nacionais estarem ou não, para já, ao alcance das agências das ilhas acaba por ser uma questão menos importante do que aquilo que parece.

“No caso do mercado açoriano, e da Madeira também, não podemos fazer uma leitura de provinciano. Ou seja, se tiver uma agência em Portalegre ou em Viseu, estou um bocadinho condenado a fazer o flyer do restaurante, o flyer do senhor que tem a loja de carros usados. Nesse sentido, os mercados açoriano e madeirense não são provincianos porque têm os seus próprios produtos. Nós temos a única plantação de chá da Europa, temos uma companhia aérea, temos o queijo Terra Nostra, temos marcas conserveiras de atum enlatado… Podemos falar de um mercado regional mas nunca provinciano. Os grandes desafios comunicacionais já cá estão.”

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26ª Festival CCP tem 346 trabalhos finalistas. Categoria de Design lidera

As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do festival, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa, no mesmo local onde os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP

O júri do 26º Festival CCP selecionou 346 trabalhos para ‘shortlist’, entre um total de 933 inscrições a concurso, nas sete categorias abrangidas no festival do Clube da Criatividade de Portugal. As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do evento, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

De acordo com os dados da organização do Festival CCP, as categorias com mais trabalhos na final são Design (80; 40% de 200 inscrições), Craft em Publicidade (73; 33% de 220 inscrições), Digital (71; 44% de 162 inscrições), Publicidade (63 finalistas; 34% de 185 inscrições), Experiências de Marca (27; 31% de 88 inscrições), Criatividade em Meios (23; 44% de 52 inscrições) e Integração e Inovação (9; 35% de 26 inscrições).

A lista completa de finalistas por categoria pode ser consultada online e os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP, que se realiza no espaço da antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

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Beefeater patrocina Oeiras Padel Academy e aproveita prova para lançar gin sem álcool

A marca de destilados dá nome ao Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy. Para além de reforçar a estratégia de ligação ao desporto, divulga a nova variedade de gin sem teor alcoólico. Em preparação está também uma campanha para promover o produto

A Beefeater patrocina o Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy que se realiza entre os dias 17 e 19 de maio. É a segunda vez que a marca se associa ao torneio, aproveitando a edição deste ano para lançar publicamente a Beefeater 0.0, uma bebida elaborada com botânicos naturais, com um teor alcoólico de 0,0% em volume, inspirada no clássico Beefeater London Dry Gin, reforçando a estratégia de ligação da marca à modalidade desportiva.

“O padel é um desporto com uma procura crescente e com cada vez mais adeptos, ajudando não só ao bem-estar físico, mas também a ser um momento perfeito para socializar e juntar amigos e/ou família, motivo pelo qual, para Beefeater 0.0, um produto com 0% de álcool que nos permite entrar no território do desporto, esta associação nos pareceu natural e com sentido”, justifica ao M&P Yuliya Vashchyshyn, gestora de marca do gin.

“A presença de Beefeater 0.0 no Oeiras Padel Academy, enquanto main sponsor, vem marcar uma nova era para Beefeater que, com a qualidade a que o consumidor já está habituado, se eleva para outro patamar de momentos de consumo, vendo no desporto e em particular no padel, um momento onde se fomenta a socialização entre as pessoas, o lazer e o convívio”, refere ainda a responsável pela promoção do gin, que integra o portefólio de bebidas do grupo Pernod Ricard.

Dinamizar ativações em eventos significativos para a modalidade é uma das apostas da marca para potenciar a estratégia de comunicação que está a ser delineada para promover o produto. “Estamos ansiosos por explorar todas as oportunidades para fortalecer ainda mais a nossa conexão com este meio”, assegura Yuliya Vashchyshyn, revelando também que está a ser preparada uma campanha publicitária multimeios para divulgar o Beefeater 0.0 nos meses de maior calor.

Sem adiantar valores, a marca confirma o reforço do orçamento de marketing para promover as novidades de 2024. “Aumentámos o investimento em comunicação devido ao lançamento de três novas referências no portefólio, refletindo o nosso compromisso contínuo em impulsionar a marca, expandir a nossa presença no mercado e envolver eficazmente o nosso público-alvo. Este investimento adicional permitirá ampliar as nossas iniciativas de marketing”, refere a responsável.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P

Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) avaliam os trabalhos a concurso

Numa era cada vez mais dominada pela inteligência artificial generativa, premiar a criatividade humana é um ato pré-revolucionário. Chegará o dia em que, no limite, a ‘criatividade artificial’ poderá ser o que nos resta para avaliar e premiar?

Por enquanto, queremos continuar a olhar e a distinguir o que os humanos são capazes de criar em comunicação comercial, com mais ou menos colaboração de máquinas, Midjourney, ChatGPT e todos os seus parentes, que se estão a reproduzir em nome da produtividade, eficácia, eficiência e melhoria dos resultados.

Chegará o dia em que as fichas técnicas irão incluir, obrigatoriamente, as ferramentas de inteligência artificial generativa utilizadas em cada campanha, lado a lado com os seus ‘pares’ humanos? E o Photoshop e seus derivados, normalizados há décadas, com todas as consequências, boas e más, sobejamente conhecidas?

Não há dúvidas sobre o poder da inteligência artificial nas várias fases de criação de uma campanha publicitária, da ideia ao planeamento da veiculação, passando pelo desenvolvimento e execução. Mas devemos acreditar, enquanto indústria, que é a capacidade de pensar de forma criativa e original, empática e ética, disruptiva e inclusiva, que torna os seres humanos insubstituíveis na publicidade.

Na 13ª edição dos Prémios de Criatividade continuamos a avaliar e a distinguir os melhores trabalhos publicitários gerados por humanos empáticos, éticos e com pensamento crítico e estratégico.

Nesta edição, Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) são os humanos responsáveis pela avaliação dos trabalhos a concurso. Um dia teremos máquinas a avaliar a criatividade de máquinas? Que esse dia esteja longe.

A inteligência artificial não sabe transformar dados em histórias, nem conhecimento em emoções, mas analisa quantidades gigantescas de dados, identifica padrões e indica as opções mais certeiras em função desses padrões.

A criatividade humana tem a capacidade de gerar perceções, conectar ideias aparentemente desconexas e criar algo completamente novo e original. É capaz de pensar fora da caixa, encontrar soluções inovadoras e criar histórias que tocam o coração e o espírito, que constroem marcas e criam notoriedade.

É o que esperamos avaliar e distinguir nos trabalhos a concurso na 13a edição dos Prémios de Criatividade M&P, que se distribuem por 66 categorias, em 16 grandes áreas (Televisão/Cinema, Áudio, Imprensa, Outdoor, Digital, Ativação, Relações Públicas, Eventos, Marketing Relacional, Media, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Suporte Alternativo/Inovação, Ação Integrada, Mercados Internacionais e Mercados Lusófonos). Haverá espaço, no futuro mais ou menos longínquo, para termos uma categoria para trabalhos gerados por inteligência artificial? Chegará o dia.

Até lá, e até à revelação dos vencedores da 13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P, recorde os vencedores dos últimos anos, e inscreva-se aqui.

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Netflix lança plataforma própria de anúncios

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano

A Netflix vai lançar a sua própria plataforma de anúncios, com o objetivo de ter tanto controlo sobre a tecnologia de publicidade como tem sobre a tecnologia de streaming. A nova plataforma proprietária da Netflix vai começar a ser testada no Canadá, ainda este ano, para ser lançada nos Estados Unidos no segundo trimestre de 2025, estando previsto o lançamento mundial para o final do próximo ano.

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano.

Pretendendo tirar partido deste crescimento, a empresa demonstrou a intenção de diminuir a dependência do atual parceiro publicitário, a Microsoft, enquanto trabalha na criação da plataforma de anúncios própria.

A Netflix avança ainda que a The Trade Desk, a Display & Video 360 da Google e a Magnite são os novos parceiros programáticos da plataforma de streaming, em conjunto com a Microsoft.

A partir deste verão, a empresa disponibilizará a oferta publicitária através da Magnite, à qual os anunciantes podem aceder através da The Trade Desk ou da Display & Video 360. Atualmente, a Netflix apenas utiliza a Microsoft para vender anúncios de forma programática.

Na vertente da monitorização de resultados publicitários, a Netflix revela a entrada da iSpot.TV e da TVision enquanto parceiros, que se juntam à Affinity Solutions, DoubleVerify, EDO, Integral Ad Science, Kantar, Lucid, NCSolutions e Nielsen.

Para além das novidades publicitárias, a empresa aproveitou o Netflix Upfront 2024 para demonstrar as novidades da plataforma nas transmissões em direto, um formato que diversas plataformas de streaming têm vindo a incorporar no seu modelo de negócio.

Apesar deste ainda ser um segmento de negócio novo para a Netflix, a empresa tem vindo a explorar o formato, tendo estabelecido, recentemente, diversos acordos de transmissão de eventos desportivos, como o acordo de transmissão do jogo do dia de Natal, da National Football League, liga nacional de futebol americano, durante três anos, e o acordo de transmissão do WWE Raw, programa de televisão norte-americano de luta livre profissional, a partir de 2025.

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Sofia Cartó preside a primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa

A PAPT, liderada por Sofia Cartó e tem Rita Serrabulho e Gonçalo Boavida como vice-presidentes, está a preparar um código de conduta. A nova organização é um dos novos membros da PACE, organização que agrega associações sectoriais de vários países europeus

Public Affairs Portugal (PAPT) é a denominação da primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa. A nova organização, presidida por Sofia Cartó, sócia-gerente da Loyal Ecosystem, tem como vice-presidentes a sócia-gerente da Political Intelligence Portugal Rita Serrabulho e o sócio da Lift Consulting Gonçalo Boavida. A mesa da assembleia geral é presidida por Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond. Luís Rhodes Baião, diretor de assuntos públicos e governamentais da Association of the European Self-Care Industry (AESGP), é secretário da mesa da assembleia geral.

Além da Loyal Ecosystem, da Political Intelligence Portugal e da Lift Consulting, também a Atrevia integra a lista de fundadores da PAPT. Apesar de a organização, que está a preparar um código de conduta, ter sido apresentada a 16 de maio, só vai ter o site disponível no início de junho, apurou o M&P. “A PAPT reunirá organizações que se dedicam à atividade profissional de representação de interesses, próprios ou de terceiros, de origem portuguesa ou estrangeira, a operar no mercado nacional, assim como profissionais a título individual”, informa a associação em comunicado.

Membro da Public Affairs Community of Europe (PACE), a PAPT vai funcionar em estreita relação com a organização europeia, que agrega associações sectoriais de diferentes países europeus, na definição de normas uniformes e de linhas orientadoras comuns para garantir uma maior transparência no setor em todo o continente europeu. “O trabalho conjunto entre profissionais e organizações que se dedicam a este setor é determinante para a profissionalização e reconhecimento de uma atividade legítima e alinhada com as melhores práticas a nível europeu”, defende Sofia Cartó.

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M&P 957: Como Bernardo Almeida fatura €300 mil com o YouTube + Assédio sexual na publicidade + Especial Euro 2024

O percurso do criador de conteúdos Bernardo Almeida, que fatura €300 mil com o YouTube, os casos de assédio sexual na indústria da publicidade denunciados na conta de Instagram The F Side e um especial sobre os patrocínios ao Euro 2024 são alguns dos destaques

Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

No Especial Euro 2024, é dada a palavra a algumas das marcas patrocinadoras da seleção nacional, da Federação Portuguesa de Futebol ou do campeonato europeu de futebol.

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O que pode ler na edição 957 do M&P

O percurso do criador de conteúdos Bernardo Almeida, que fatura €300 mil com o YouTube, os casos de assédio sexual na indústria da publicidade denunciados na conta de Instagram The F Side e um especial sobre os patrocínios ao Euro 2024 são alguns dos destaques

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Criatividade portuguesa premiada nos Adforum PHNX Awards 2024

A agência Cooprativa foi distinguida com Prata na categoria de Design: Brand Identity pelo projeto de rebranding que desenvolveu para a SPILM. A campanha Não Seja Bully De Bancada, que a Coming Soon criou para o IPDJ, conquistou um Bronze na cerimónia

A Cooprativa e a Coming Soon foram distinguidas no concurso de criatividade mundial Adforum PHNX Awards 2024, anunciados numa cerimónia transmitida online a 16 de maio. O júri, composto por um milhar de profissionais do setor provenientes dos quatro cantos do mundo, atribuiu um prémio Prata ao trabalho de renovação da identidade visual que a agência de Torres Vedras desenvolveu para a Sociedade Portuguesa Interdisciplinar do Laser Médico (SPILM), na categoria de Design: Brand Identity.

“Houve apenas um Ouro, o nosso Prata e um Bronze na categoria”, sublinha, em declarações ao M&P, André Sousa Moreira, sócio e diretor criativo da Cooprativa, visivelmente entusiasmado com a distinção. “O novo design da marca foi concebido tendo como inspiração a luz, especificamente o espetro visual composto por sete cores, que é utilizado em uma variedade de lasers médicos”, esclarece o responsável, que partilha a direção de arte com Simão Dias, motion designer do projeto premiado.

A Coming Soon venceu um prémio Bronze pela campanha Não Seja Bully De Bancada, criada para o  Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), na categoria Film: Creative idea. Com direção criativa de Marcelo Lourenço e Pedro Bexiga, também responsável pela direção de arte, o filme que a integra, com uma mensagem que pretende combater a intimidação e a violência no desporto, foi produzido pela Rocky Studios e realizado por Filipe Sampaio. A redação é de Marcelo Lourenço.

O júri dos Adforum PHNX Awards 2024 integrou três representantes portugueses. Além de Pedro Leal Almeida, fundador e diretor de comunicação do Leal Almeida Brand Studio, contou com a avaliação de José Vila Cardoso, CEO da Adso, agência de comunicação global sediada em Braga. Sávio Hatherly, diretor de arte sénior de O Escritório, foi outro dos jurados. As agências internacionais VCCP Madrid, Havas London, Critical Mass e VML Singapore e Wolf BCPP também figuram entre os premiados.

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Niu investe €1 milhão em estruturas de produção e negoceia regresso a Espanha

No ano em que a empresa que detém e lidera assinala 30 anos no mercado, Nuno Santana avança ao M&P que está focado em conseguir uma maior complementaridade e autonomia, desenvolvendo áreas difíceis e fulcrais nos projetos da Niu, como a serralharia e a carpintaria, que são críticas na empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que o ano passado faturou €12 milhões

A Niu vai investir €1 milhão para reforçar a capacidade de produção. Com este investimento, a empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que faturou €12 milhões o ano passado e €30,4 milhões entre 2020 e 2023, pretende tornar-se mais autossuficiente. “Estamos focados em conseguir uma complementaridade interna ainda maior, desenvolvendo áreas difíceis, mas que são fulcrais à implementação dos nossos projetos. Vamos investir em áreas técnicas, como a serralharia e a carpintaria que, não sendo muito sofisticadas, são muito críticas”, justifica, ao M&P, Nuno Santana, proprietário e CEO da Niu.

“Este investimento permite-nos fazer coisas diferenciadoras, senão estaremos sempre limitados. O setor da construção atravessa uma fase muito complexa, porque há défice de mão de obra”, sublinha o empresário, que, com esta aposta estratégica, tem a ambição de continuar a fazer crescer o negócio. “Nos últimos 15 anos, temos mantido sempre um intervalo de faturação entre os €7 milhões e os €9 milhões e, nos últimos dois anos, crescemos praticamente 25% em termos de valor acumulado”, revela o gestor.

Os próximos meses são de grande atividade. “Vamos fazer a Fan Zone do Euro 2024 na Cidade do Futebol, entre 14 de junho e 14 de julho, em Oeiras. Também vamos estar presentes em todos os grandes festivais. Estamos agora em negociações, a fechar o plano com as marcas. O stand da Heineken no Nos Alive já está adjudicado. Vamos estar seguramente no Rock in Rio, no Meo Marés Vivas e no Meo Kalorama, mas ainda não consigo avançar com que insígnias”, confidencia o empresário.

Atualmente, a ativação de marca e a organização de eventos é responsável por 50% do volume de faturação da Niu. O negócio da produção 2D e 3D representa 25%, tal como o de marketing de compras, uma área que tem vindo a crescer.

“Somos uma empresa de serviço a clientes. Tão depressa estamos a fazer um jantar para cinco mil pessoas no Meo Arena como estamos a inaugurar uma loja criada e produzida por nós num centro comercial como o Ubbo. Como nascemos da produção, temos muitos ativos internos e somos relativamente autossuficientes”, sustenta Nuno Santana.

O CEO da Niu salienta os 4.000 m2 de área, na sede da empresa em Alfragide, que tem disponíveis para criar, desenhar, produzir e implementar ações para stands de festivais, congressos, lojas e grandes eventos de rua, como o Wonderland Lisboa, que regressa este ano para a oitava edição.

Promovido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Media Capital, desde 2016, o Wonderland Lisboa é um dos eventos com maior visibilidade mediática que a Niu organiza e que, entre 30 de novembro de 2023 e 8 de janeiro de 2024, teve 852 mil visitantes. Jogos Santa Casa, Coca-Cola, McDonald’s, Licor Beirão e TVI são algumas das insígnias que se têm associado à iniciativa.

“Uma das formas de retribuirmos o investimento que as marcas fazem em nós é através das ativações que fazemos. Comunicamos e amplificamos também muitas dessas insígnias, através dos media e das redes sociais”, sublinha o empresário.

Com audiências cada vez mais diferenciadas, segmentadas e dispersas por plataformas distintas, criar e desenvolver eventos, ativações e comunicações que envolvam os consumidores é, nos dias de hoje, uma tarefa mais desafiante.

“Temos uma área que só pensa nisso, que é a área de ambientes, liderada pela minha irmã Joana [Santana]. Quando desenvolvemos um evento, há a preocupação de ver como será visível nas redes sociais. Temos um projeto, que por acaso é nosso, que é o Praia no Parque, em que a última renovação estética que a Niu lhe fez funcionou muito bem no digital”, admite o também cofundador do Grupo Praia e acionista da Media Capital.

“Vivemos no mundo físico a pensar para o digital. Mesmo em pequenas apresentações, temos sempre âncoras cénicas que amplificam essa divulgação. Começámos a produzir néones nos últimos três anos porque são elementos muito fáceis de amplificar. As pessoas veem-nos e têm tendência a fotografá-los”, afiança.

A diferenciação avera-se crucial, principalmente num mercado pequeno como o português. “Temos um grande laboratório comportamental que são os restaurantes do Grupo Praia. Os frequentadores do Praia no Parque, por exemplo, têm perfis muito diferentes. Ao almoço, temos os empresários e os decisores. Ao jantar, durante a semana, temos os turistas. Ao fim de semana, temos a geração Y e as pessoas que gostam de festas. Conseguimos mapear os comportamentos e oferecer uma proposta diferenciada”, assegura Nuno Santana.

A evolução do negócio

Na génese da Niu está a Sistemas Rafael, uma empresa espanhola especializada em pós-produção de imagem que, quando decidiu investir em Portugal, em 1994, desafiou José Santana a dirigir a operação nacional. Hoje afastado do negócio, o pai de Nuno Santana, que foi durante duas décadas relações públicas da Mercedes-Benz, aceitou o repto. Em 1996, é contactado pela Euro RSCG, que em 2012 se viria a transformar na Havas Worldwide, por causa da campanha publicitária que a agência estava a desenvolver para promover a Expo 98.

Na altura em que gravaram o filme que mostrava bebés a nadar debaixo de água, a produtora londrina que o produzia esqueceu-se de os fotografar para os anúncios de imprensa e para os materiais promocionais impressos. “Solucionámos o problema. Fomos a Londres digitalizar um fotograma e fizemos a pós-produção com base nele. Foi um sucesso. A partir daí, começámos a trabalhar com a Euro RSCG. Foi um cliente estratégico para nós”, recorda Nuno Santana.

Em 1997, a Sistemas Rafael passa também a disponibilizar um serviço de processamento de cor para fotolitos. “Era a sequência lógica”, considera. Em 1999, com o crescimento do negócio e a evolução tecnológica, a empresa abre o primeiro estúdio de fotografia digital da Península Ibérica. “Ninguém, na altura, acreditava nisto. Os próprios fotógrafos eram muito céticos. E eram investimentos completamente loucos para a altura. Uma máquina podia custar facilmente €100 mil e fazia fotos de 16 megabytes. Hoje, um telefone tira fotografias com 100 megabytes”, relembra.

2002 é um ano de viragem, com a Sistemas Rafael a deixar de trabalhar apenas com agências de publicidade para começar a produzir materiais promocionais para pontos de venda e a esboçar as primeiras ativações para marcas. É nessa fase que a Coca-Cola a desafia a decorar os espaços da insígnia nos estádios construídos para o UEFA Euro 2004. “Ficaram muito bem impressionados. Ainda hoje são um dos nossos principais clientes”, conta Nuno Santana.

Pouco depois, são desafiados pela Sagres e pela Portugal Telecom a desenvolver projetos estéticos para o SL Benfica. “O Miguel Arruda, que foi o arquiteto do novo Estádio da Luz, pediu-nos para desenvolvermos uma ativação para o dia da inauguração”, recorda Nuno Santana. A parceria estabelecida com a Rank Xerox permitiu imprimir postais com fotografias do jogo inaugural e distribuí-las pelos espetadores minutos depois, com 50 promotores a entrar nas bancadas para as entregar.

Outro momento decisivo foi o Mega Pic-Nic Continente, que a futura Niu também viria a dinamizar ao longo das seis edições do evento. “Fomos dando resposta aos desafios que nos foram sendo feitos. Demos pulos em grandes momentos, como a Expo 98 e o Euro 2004, mas, curiosamente, nunca como organizadores de eventos. Hoje, são o nosso core”, sublinha.

Operação em Espanha dependente das negociações em curso

O dinamismo da Sistemas Rafael em Portugal acaba por levar a empresa a ser selecionada pela Coca-Cola para participar no reposicionamento mundial da insígnia, iniciado em março de 2006 com a campanha publicitária Coke Side of Life. Numa reunião, em Espanha, a proposta portuguesa vence um concurso interno, mas o nome da empresa suscita dúvidas.

“Decidimos então criar a marca Niu, que chega ao mercado a 21 de junho de 2007. Nasce aí a nossa fase 2.0 e, em breve, vamos apresentar um racional que sustente a nossa entrada na fase 3.0, mas ainda não posso falar sobre isso”, ressalva Nuno Santana.

Todavia, nem tudo foram rosas ao longo do percurso. “Houve alturas em que perdemos dois ou três clientes grandes e em que achei que o mundo ia acabar. Hoje, olho para trás e percebo que esses foram momentos de transformação do negócio”, desabafa, enaltecendo a capacidade de resiliência da equipa e o elevado nível de retenção de funcionários.

A pandemia, em 2020, foi outro teste. “Apesar de ter sido um processo muito doloroso, não deixámos sair ninguém. Mantivemos os 70 colaboradores. Houve, inclusive, pessoas que passaram para os quadros a meio do surto. Tivemos algum sangue-frio para percebermos que isto iria passar e que os eventos iriam regressar. Quando a economia abriu, nós estávamos preparados e com capacidade de resposta, ao contrário de outras empresas que tinham diminuído muito as equipas”, sublinha.

A operação da Niu em Espanha, alavancada a partir de 2006, acaba, todavia, por ser afetada pelo surto viral que confinou o mundo. “A pandemia obrigou-nos a focar no mercado nacional e a suspender o processo de expansão em território espanhol. Estamos, neste momento, em negociações com um grande grupo para o retomar, mas nesta fase ainda não posso adiantar mais informação”, admite Nuno Santana.

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