WAN: À procura dos jorAnalistas
No dia seguinte à morte de Michael Jackson o que é que os jornais informaram os leitores nas suas manchetes? Bem…que Michael Jackson tinha morrido. “Isto não é informação relevante”, […]
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No dia seguinte à morte de Michael Jackson o que é que os jornais informaram os leitores nas suas manchetes? Bem…que Michael Jackson tinha morrido. “Isto não é informação relevante”, apresta-se a constatar Juan Senor. Mais, frisa o vice-presidente da Innovation International Media Consulting Group, “se o modelo de conteúdos não mudar, vão ter dificuldades em se manterem no negócio”. O que os leitores querem não é aquilo que Juan Senor classifica de “batom num porco”, ou seja, novos designs e o mesmo conteúdo. Esta ideia está demonstra no 2009 Global Report on Innovation in Newspapers, apresentado durante o dia de encerramento congresso mundial da WAN-IFRA, em Hyderabad, Índia. “Acreditamos que temos de matar o modelo americano de jornais em multi-secções” e o próprio mindset dos profissionais. Estes têm de deixar de ser jornalistas para ser jorAnalistas. Ou seja, defende Senor, os jornais em vez de usaram o seu espaço editorial a tentar cobrir tudo (que de resto já é conhecido no dia anterior) devem seleccionar um número reduzido de histórias e dar-lhes profundidade. “Temos de nos transformar em revistas diárias”, em levar o leitor mais além. “O novo desafio são as novas narrativas. A solução não são as tecnologias, elas vão e vêm. Quem se lembra dos motores de busca antes do Google? São plataformas tecnológicas não de media”, frisa. A aposta deverá passar por jornais mais curtos, com menos secções, com aposta na imagem, ilustração, que contem histórias relevantes para o leitor que foquem as suas paixões, que tenham informações como crime, conteúdos educacionais, de saúde, de relacionamento ou finanças. Senor deu como exemplo desta nova abordagem o brasileiro Correio, o português I e o francês Liberátion, projectos onde a Innovation esteve envolvida. O director da Innovation Andrew Jasper, dando conta da experiência do jornal francês, falou da necessidade de “dar soluções aos leitores” e não apenas “dizer-lhes o que aconteceu no dia anterior”, sendo que em termos de plataformas o conteúdo deve ser “credível” e seguir o que chama de abordagem Martini: “Em qualquer hora, em qualquer sítio, em qualquer lugar”. Uma abordagem centrada na marca como frisa Martim Avillez Figueiredo, director do I. “Todo o plano de negócio não está baseado na edição em papel”. Para Jasper o “conteúdo é rei”. Este “é valioso e só temos de desbloquear essa riqueza”.
No futuro, defende Juan Senor, a periodicidade dos jornais terá “de mudar”: “O sábado é o novo domingo”. E o preço também. O jornal tem de ser encarado com um produto premium, uma haute couture, enquanto o online e o modelo são os conteúdos pret-à-porter. Mas para mudar o preço, “por favor não me continuem a dizer que o Michael Jackson morreu”. Quanto ao online, “não há grande negócio nesta abordagem de conteúdos gratuitos”, descrito como a “maior asneira” deste negócio. Mas agora, alerta, “não façam o mesmo erro da indústria da música. Podemos cobrar, mas por produtos novos”. Para esta plataforma, Juan Senor defendia um modelo de negócio híbrido com conteúdos gratuitos e pagos. “Se tiverem uma paywall não lhes digam. Construam um sistema de navegação inteligente que os leve dos conteúdos gratuitos para os pagos”.
(Na foto Juan Senor, da responsabilidade da WAN-IFRA)
O M&P viajou a convite do I