Congresso APDC: O ponto de viragem nos media já está a decorrer
No segundo e último dia do Congresso das Comunicações, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), foi discutido o futuro da nova geração de serviços de media […]
Filipe Gil
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No segundo e último dia do Congresso das Comunicações, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), foi discutido o futuro da nova geração de serviços de media e telecomunicações. No painel sobre este tema participaram José Marquitos, pela RTP, Luís Lopes, da Zon, Manuel Ramalho Eanes, da Sonaecom, Pedro Leitão, da Portugal Telecom (PT), Mário Vaz em representação da Vodafone e Pedro Norton da Impresa.
Pedro Norton afirmou que o futuro dos grupos de media passa pela distribuição e produção mais barata de conteúdos. “Não tenho a fórmula mágica, mas tenho ideia que vamos ter de mudar para saber dizer o que é uma empresa de media neste novo contexto, temos de dar um salto cultural para dizer que não estamos mais no negócios das revistas e dos jornais mais sim no negócio da produção de conteúdos para diferentes e determinados públicos”.
Norton explicou que será necessário mudar a forma de criar conteúdos pois a luta pelo bolo publicitário é grande. “Temos que jogar este jogo no terreno do adversário através da produção de conteúdos isentos e de qualidade. Temos que reorganizar a forma de produzir os conteúdos, na Impresa temos as melhores redacções do país mas estas não podem funcionar apenas para uma plataforma. Estamos a lutar pelo bolo publicitário com muitos players e temos de revolucionar a forma como vendemos a publicidade e encontrar formas de receita que não passem apenas pela publicidade. Penso que daqui a cinco anos os grupos vão viver de diversas fontes de receitas tendo cada uma delas com menor peso na receita final”.
Já para José Marquitos, da RTP uma das coisas que irá mudar é a forma de ver o utilizador, já que este terá cada vez mais um grau de interactividade, “ele próprio vai tornar-se produtor de conteúdos, e a custos baixos”, indicou. Marquitos referiu ainda que os conteúdos têm de passar a serem alinhados na transversal para serem distribuídos nos diferentes meios. O responsável dos canais públicos de televisão e rádio sublinhou ainda que apesar dos contéudos da RTP passarem a ser multiplataforma o serviço público tem que ser garantido”.
Turning Point já decorre
Do lado da Zon, Luís Lopes, indicou que o “turning point” nos meios e telecomunicações é um processo que já está a acontecer e há algum tempo. Segundo o responsável da operadora de cabo as alterações de mercado a que estamos a assistir levaram à transformação das infra-estruturas com maiores velocidades de banda larga: ” O tráfego de internet dos clientes de banda larga tem vindo a duplicar a cada ano, sendo que o maior aumento de tráfego não se deve aos downloads, mas sim ao streaming de vídeo. A própria internet passou a ser um meio de distribuição de televisão – ou de novos formatos de televisão”.
Já para Pedro Leitão, da PT, a aposta é claramente na rede de fibra óptica. “Em termos de ambição do projecto é que pretendemos levar a fibra óptica até um milhão de portugueses, instalar 50 mil quilómetros de fibra óptica é gigantesco, vamos ser o país com mais fibra óptica do mundo, apenas superados pela Coreia e Japão, o que devia ser um motivo de orguilho nacional” e adiantou que dentro de cinco anos certamente que irão existir velocidades de 10 gigas ou superiores.
Mário Vaz, pela Vodafone, preferiu não falar das redes de nova geração mas sim do cliente de nova geração. “Hoje, o cliente tem uma grande intervenção junto do conteúdo, no seu papel de produtor de conteúdos. Assim, a relação com este tipo de cliente com competências tão específicas, terão que gerar conteúdos de valor, os próprios media vão ter que se expressar com qualidade e têm que ter parceiros para fazer pagar esses conteúdos”.
Vaz referiu ainda que os tempos que vivemos são mais fáceis para as massificação dos conteúdos multiplataforma já que os terminais de telemóveis são, actualmente, autênticos computadores pessoais.
Este painel foi moderado por António Lagartixo que no início da sessão apresentou um vídeo sobre a visão que o movimento Mocom2020 (ver: www.mocom2020.com) tem do estado dos media e das telecomunicações no ano 2020.