Entre as tendências e a media terrorista
Uma consultora de tendências e uma agência de meios terrorista são os novos projectos de Luís RasquilhaNo fim de 2008 Luís Rasquilha deixou as actividades em que estava envolvido: a […]
Rui Oliveira Marques
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Uma consultora de tendências e uma agência de meios terrorista são os novos projectos de Luís RasquilhaNo fim de 2008 Luís Rasquilha deixou as actividades em que estava envolvido: a direcção geral da Etic e a direcção de marketing da Multipublicações, ficando como assessor da administração. Tudo para se concentrar no lançamento de dois novos negócios: uma consultora de tendências e uma agência de media terrorista, ao mesmo tempo que continua a dar aulas no INP.
Com um grupo de seis sócios, que prefere não identificar, o consultor está a montar a Ayr, a Science of the Time Consulting, onde Luís Rasquilha detém uma quota de 25 por cento. O projecto conta com o suporte da Science of the Time. Esta rede de tendências tem origem em Carl Rohde, professor universitário especializado em Sociologia do Consumo. “É a maior network do mundo em pesquisa de tendências”, sustenta Luís Rasquilha, justificando com os 500 colaboradores que reportam à sede as tendências que se estão a manifestar nas suas cidades e que depois são cruzadas com estudos académicos. No portfólio de clientes estão marcas como a Coca-Cola, Unilever, Microsoft ou Levi’s, empresas para quem a Science of Time faz trend research “não de produtos, mas de mentalidades”.
A ligação à Science of Time nasceu em Maio do ano passado quando Carl Rohde convidou Rasquilha para ser o cool hunter para Portugal. “Em Outubro, lancei a ideia de trazer e sedear uma parte física da Science of Time em Lisboa. Temos uma rede mundial de trend hunters, mas falta às empresas um suporte para perceber para que servem as tendências.” O acordo com a consultora holandesa implicou Lisboa poder desenvolver negócio em África, na Europa de Leste, excepto Rússia, e na América Latina. É por isso que a Ayr nasce com uma ambição internacional: “Temos dois projectos consolidados, um para o Leste, outro para a América do Sul. A perspectiva é de Lisboa para o mundo. Mas o primeiro impacto será com as marcas nacionais”. Os clientes das áreas do grande consumo, bebidas e serviços são encarados como os alvos preferenciais. “Não somos uma agência de publicidade, de design, de estudos de mercado ou uma consultora de gestão. Somos laterais a isto tudo, mas podemos ajudar estas empresas.”
A Ayr irá actuar no research, podendo identificar produtos ou serviços que estão hoje a manifestar-se de forma incipiente no subconsciente dos consumidores, na consultoria, propondo novos modelos de negócios, novas marcas ou novos produtos e no training. A apresentação oficial da consultora vai decorrer no próximo mês e contará com a presença do fundador Carl Rohde. Aí serão divulgados os estudos Recessão Saudável, sobre as tendências que estão a emergir e que poderão ser o futuro de muitos negócios, e o Lisbon Cool City Hunts. Lisboa é uma cidade que dita tendências globais? Luís Rasquilha acredita que sim e, sem levantar o véu sobre os resultados finais, aponta para um caso. “No Bairro Alto, por exemplo, há um talho que deu origem a uma loja de ténis. Aqui assistimos ao emergir de lojas que mantêm uma traça tradicional, mas que têm um negócio totalmente diferente.”
Com o research em torno das tendências, a Ayr poderá, por exemplo, ajudar os clientes a construir uma loja completamente diferente ou a criar um conceito inovador de hotel. “Temos dois anos para pôr este processo de pé, sendo que vai levar tempo a tangibilizar a nossa mais-valia.” Como sublinha o responsável, “uma consultora de topo cobra mil a 1500 euros/hora, nós podemos andar entre os 200 e 300 euros”. Mesmo assim, a expectativa de facturação está nos 150 a 200 mil euros em 2009 e tem como objectivo um milhão no prazo de três a quatro anos.
Projecto United Media
O plano não fica por aqui. “Se queremos ser uma consultora transversal e queremos ir para o terreno, faz sentido ter uma ferramenta para que as marcas ganhem visibilidade. A United Media surge como braço de apoio, que se posiciona como agência de media terrorista. Não vamos estar a fazer a página simples ou o anúncio de rádio”.
O responsável pelo projecto explica o âmbito do negócio: “O tradicional é fazer segmentação pela Marktest, mas temos de encontrar outras formas de chegar ao consumidor. Pode ser Messenger, capas de telemóveis ou Hi5. Luís Rasquilha não hesita em criticar o funcionamento das agências de meios: “Estão formatadas para os meios tradicionais. Algumas começam a dar passos no online, mas o grosso, e porque é um negócio mais financeiro do que estratégico, é quem compra mais e quem tem mais descontos. Mas aí estamos a ver o negócio da forma errada. Temos de ver o que os consumidores querem ver ou ler”. Esta unidade, que conta com quatro sócios, integrava a Media Connect e foi agora autonomizada. A compra de espaço será feita através da Media Connect. “Há muitas empresas de marketing de guerrilha ou alternativa, mas a media terrorista é para ir para além do tradicional. O cliente não terá o plano de meios tradicional.” Para a United Media, não há, por enquanto, expectativas de facturação.