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Qual o papel do marketing relacional na era da integração?

Com a convergência dos meios e a consequente diluição das disciplinas da comunicação, os especialistas contactados pelo M&P acreditam que, num contexto de mudança de paradigma, as agências de marketing […]

Filipe Pacheco
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Qual o papel do marketing relacional na era da integração?

Com a convergência dos meios e a consequente diluição das disciplinas da comunicação, os especialistas contactados pelo M&P acreditam que, num contexto de mudança de paradigma, as agências de marketing […]

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Com a convergência dos meios e a consequente diluição das disciplinas da comunicação, os especialistas contactados pelo M&P acreditam que, num contexto de mudança de paradigma, as agências de marketing relacional desempenham um papel fundamental na relação entre marcas e consumidoresAs acções Voyeur para a HBO e Believe para o Halo 3 da Microsoft Xbox 360 são dois casos que fizeram furor em Cannes e que, para Ricardo Clemente, director-geral da Ogilvy One, representam na perfeição aquela que será, em breve, a tendência dominante do marketing: a convergência entre as várias disciplinas da comunicação. A primeira, desenvolvida pela BBDO Nova Iorque e com dois grandes prémios no festival de publicidade mais importante do mundo, nas categorias de promo e outdoor, teve o mérito de conduzir mais de 3.200 pessoas para um outdoor em Manhattan e de registar mais de um milhão de visitantes num site nas três primeiras semanas da iniciativa. Este projecto interactivo foi o grande vencedor do ano no festival One Show, e como o próprio nome indica, baseava-se numa experiência voyeurista que cruzava 12 histórias que podiam ser acompanhadas através da internet. Os conteúdos também foram transportados para o telemóvel, para algumas redes sociais e para o blogue The Story Gets Deeper. Já a campanha integrada desenvolvida pela TAG San Francisco para o Halo3, que ganhou um grande prémio em Cannes, englobava um filme que remetia para um site onde podiam ser visualizadas várias histórias em redor do jogo para Xbox. Este é outro exemplo que vem demonstrar como as marcas estão a assumir-se como contadoras de histórias, tendo sido essa, aliás, a fórmula encontrada para contornarem o défice de relação entre a publicidade convencional e a nova geração de consumidores. O “engagement”, como refere Ricardo Clemente, é assim, neste momento, uma “das grandes tendências do mercado”, e nesse campo o marketing relacional é encarado como uma disciplina de charneira.
Recuando ainda ao sucedido recentemente em Cannes, o grande prémio atribuído ao trabalho na categoria de marketing directo vem dar razão às palavras do responsável da Ogilvy One. Aproveitando a ocasião do 60º aniversário da Índia independente, o The Times of India lançou o projecto Lead India, cujo vencedor teria apoio para concorrer a um lugar da assembleia daquele país e a uma bolsa de estudo numa das mais reputadas universidades do mundo: Harvard. No planeamento de meios, foram utilizados todos os canais de marketing directo, tendo culminado a iniciativa com a realização do concurso na televisão para escolher o vencedor. Uma história que, por sinal, não terá deixado indiferentes os 37 mil participantes, o que demonstra bem como as campanhas que estão a marcar a diferença são aquelas que englobam uma forte componente estratégica na sua execução. Num contexto de convergência, um pormenor a não desprezar terá sido o facto desta acção ter ido para Cannes com a chancela de uma agência tradicional, a JWT Índia. Estamos, pois, perante um cenário cuja maior evidência é o esbater das fronteiras entre disciplinas da comunicação, cabendo, por isso, questionar qual o papel das agências especializadas em marketing relacional nesta nova realidade. Disciplina faz mais sentido que nunca
Sendo ponto assente que a comunicação terá de convergir inevitavelmente para estes pressupostos, a existência de agências ou de unidades especializadas em marketing relacional no seio dos grandes grupos de comunicação faz, segundo alguns dos responsáveis ouvidos pelo M&P, mais sentido do que nunca. “É uma disciplina que pode liderar esta mudança. Chegou o momento em que as outras disciplinas vão ter de interagir muito mais com o marketing relacional, aprender muito mais com o marketing relacional e ir muito atrás daquilo que são as tendências ditadas por essa disciplina”, defende Ricardo Clemente. A emergência de uma tendência em que as marcas se apresentam aos consumidores como contadoras de histórias deve-se em muito, na opinião do responsável da Ogilvy One, ao marketing relacional, ou não fosse a disciplina que “procurou sempre relações continuadas com os consumidores”, já que na
sua génese “criou sempre conteúdos para manter conversas com as pessoas”, refere.
Também Jorge Castanheira, CEO da Wunderman, aponta nessa direcção: “O know how dessas fronteiras está aqui. Foi o marketing relacional que provocou a abertura dessas fronteiras, mesmo que não tenha acontecido dentro uma agência de marketing relacional”. Ou seja, a verdade é “que a dissipação das fronteiras tem acontecido porque cada vez mais é possível criar relações com o consumidor e, muitas vezes, não é só criar, é reforçar a relação que foi criada pelo próprio consumidor”. Para o responsável da Wunderman, a emergência de uma nova geração de consumidores só vem comprovar que o marketing directo é das áreas que se encontra mais alinhada com os novos modelos de comunicação. A esse propósito, demonstra ainda que, “na maioria das situações, a lógica deixou de estar assente na marca como um emissor de mensagens, mas como um participante de conversas onde estão uma série de mensagens a ser transmitidas em interacção. E esse know how está aqui, está nas agências especializadas”.
A Proximity faz parte da network da BBDO, onde em conjunto com a RMAC – a unidade de design do grupo -, tem vindo a ser desenvolvido um trabalho de aproximação à integração de propostas apresentadas aos clientes. Daí que a BBDO Consultants tenha nascido com o objectivo de englobar as três áreas de negócio do grupo para dar resposta às novas necessidades que vão surgindo no mercado. Nuno Antunes, CEO da Proximity, defende que independente do modelo existente em cada grupo de comunicação, o importante é continuarem a existir unidades especializadas em marketing relacional. “Somos uma agência que faz exclusivamente marketing directo. O que depois fazemos, porque estamos integrados num grupo, é que quando é necessário fazer uma proposta integrada, fazemo-la em conjunto. Contudo, fazemos melhor marketing directo do que uma agência que não tem essas competências o faz”, adianta. Ou seja, “acreditamos na especialização através da integração”, explicando ainda que faz sentido haver agências de marketing directo, mas depois tem de haver a capacidade dessas agências saberem integrar a sua oferta e as suas capacidades com outro tipo de competências”.
O que diferencia o marketing relacional de uma unidade de advertising tradicional é a “sua componente estratégica”, diz Nuno Antunes. E explica: “O que é diferente nestas agências é a existência de uma parte muito mecânica de implementação no terreno. Há um mecanismo de situações e de funcionamento da própria campanha que estão muito ligadas ao terreno e à logística de implementação”.
Na prática, toda a componente estratégica e a implementação das ideias são apoiadas pela correcta leitura e interpretação das bases de dados e da informação. E embora admita que as agências de publicidade possam ter a capacidade para fazer trabalhos de marketing relacional, pois basta introduzirem um mecanismo de resposta numa peça de comunicação para que esta atinja esse estatuto, socorre-se de uma metáfora para ilustrar a sua argumentação: “Eu sei conduzir carros, mas se me puserem um camião à frente também o conduzo. Não o conduzo é tão bem. O importante é que quando se tem um cliente à frente e quando se tem um problema à frente, se ponha em primeiro lugar as ideias e só depois a execução”.
Execução essa, cujo sucesso depende, em grande medida, de uma boa gestão das bases de dados onde estão contidas todas as informações consideradas relevantes sobre os consumidores: “É fundamental para saber qual é o passo seguinte que devemos tomar para continuar a interagir com o consumidor. A gestão dos dados ganhou um ímpeto e uma nova dimensão com o surgimento destes canais de contacto”, refere Jorge Castanheira, explicando ainda que “aquilo que há uns anos era possível de fazer, que era estudar as reacções face a um ímpeto que a marca criava, um vale de desconto, uma promoção, uma acção de charme ou uma acção de fidelização, tem agora de estar automatizado e mecanizado para percebermos as reacções em tempo real. E são essas reacções que nos vão dar a base do conhecimento para decidirmos o que fazer a seguir”. O fim de fronteiras
Mário Rui Silva, presidente da HPP Euro RSCG, ilustra com exemplos o diluir das fronteiras existentes entre o trabalho das agências de marketing relacional e as agências de publicidade, sem por isso deixar de defender que aquelas incorporam um know how que lhes permite assumir uma relação continuada entre a marca e o consumidor: Qualquer anúncio que saia na imprensa, que tenha um número de telefone ou um site está a fazer marketing relacional porque vai gerar uma reacção da parte de quem o vê, pois vai dar origem a outras formas de comunicação e tecnicamente isso é marketing directo”. O presidente da HPP diz, contudo, ser necessária a existência de unidades específicas pela “especialização que isso implica”. Isto porque, como sublinha, nas acções de marketing directo produzidas pelas agências de publicidade é “gerado um contacto que, posteriormente, não tem sequência”, pelo que as classifica de marketing relacional “muito primário”. O mais importante, acrescenta Mário Rui Silva, é gerar uma “interacção que vai, por sua vez, dar-nos a conhecer cada vez melhor as preferências do consumidor para poder dar-lhe produtos e serviços à medida do que ele pretende. Os serviços são cada vez mais semelhantes e a forma como são trabalhados emocionalmente é que marca toda a diferença”, defende.
Já Ricardo Clemente diz acreditar na especialização, quando esta se encontra enquadrada numa vertente multidisciplinar, pois defende a necessidade de uma convergência ao nível do planeamento estratégico. “Não faz sentido uma disciplina ter um planeamento estratégico independente da outra disciplina, porque quando se aponta um caminho estratégico, este tem de ser pensado numa lógica multidisciplinar levando em conta aquilo que são as tendências do mundo de hoje”, afirma, e defende que a multidisciplinaridade deve ser assegurada na execução, na gestão e no desenvolvimento criativo dos projectos.
Estando, mais do que nunca, a discussão da integração em cima da mesa, até que ponto essa realidade poderá vir a transformar os modelos organizacionais dos grandes grupos de comunicação? De acordo com Jorge Castanheira, neste ponto, torna-se importante fazer a separação entre a componente estratégica e organizacional: “Algumas agências de publicidade estão a perceber que a publicidade convencional em si, em algumas ou na maioria das vezes, já não faz sentido, e portanto estão a incorporar esse know how dentro de casa, tornando-a numa agência 360 graus. Agora como incorporam, isso depende de cada grupo. Estamos a falar de conceitos técnicos e depois de conceitos organizacionais. O que está a acontecer é que as fronteiras estratégicas estão a esbater-se. As fronteiras organizacionais dependem muito dessa empresa”, afirma. Até porque, como acrescenta, a resposta integrada pode ser dada de várias formas e até com a participação de empresas concorrentes: “O trabalho tem de ser desenvolvido com o envolvimento de todos os especialistas. Agora se os especialistas estão in house, se são uma empresa parceira, se são uma empresa associada ou até concorrente, depende das capacidades ou da estratégia de crescimento do negócio que cada empresário tem”.
Já Mário Rui Silva, quando se refere às agências de publicidade, vaticina que será normal que aquelas acabem por se tornar “em grandes agências de marketing relacional”, pois a própria evolução do mercado assim o determina. “O normal é que os grandes grupos de comunicação acabem por ficar preparados para darem resposta àquilo que o mercado vai exigindo e, neste momento, o marketing relacional é uma exigência do mercado”, diz, explicando ainda que “há uma tendência para estas agências se irem preparando, se irem qualificando cada vez mais”, pois, à medida que vão abarcando várias áreas da comunicação e vão dominando esta área, as agências de publicidade acabarão por ter no seu seio uma agência que saiba dar resposta a isso”.
A posição do responsável da HPP é, de resto, alimentada pela convicção de que o modelo base do funcionamento das agências de publicidade está condenado ao fracasso. “Como estão organizadas não vão sobreviver porque não se tratam cancros com aspirinas”, assevera, considerando que as agências não se adaptaram às novas formas do mercado, pois quando vemos o crescimento da internet e percebemos como é fácil qualquer jovem saber tudo através da internet e vai procurar todos os serviços e produtos que lhe interessam, é fácil perceber que as agências tradicionais estão a fazer publicidade que está condenada a médio prazo”.
Para Vítor Vasques, presidente do grupo Grey, que integra a agência de marketing relacional G2, a questão que se coloca é a de saber quais as metodologias a serem implementadas no seio das agências. Evoca, por isso, o exemplo de agências como a Wieden + Kennedy, onde diz existir uma metodologia de trabalho definida para todas as áreas de comunicação, o que se traduz na capacidade de criar “outputs criativos sólidos, coerentes e de qualidade em todos os meios e através de todas as valências que a agência incorpora”. Defende, portanto, que as agências de marketing relacional acabarão por ficar diluídas nas unidades de advertising, ou o contrário, pois, na sua opinião, o mais importante é encontrar uma matriz que defina a linha de trabalho das agências em todas as suas vertentes. Na sua óptica, a forma como os grupos de comunicação se organizaram nos últimos anos não lhes tem permitido dar este tipo de respostas ao mercado, apesar de reconhecer que em Portugal já se começam a assinalar algumas mudanças nesse sentido. E Vítor Vasques concretiza: “Os outputs criativos são definidos pelo lado por onde o trabalho entra, o que faz com que os métodos definidos pelas unidades de advertising tradicional acabem por prevalecer, pois é nesses meios que os clientes ainda continuam a investir mais”. O que se traduz, segundo Vítor Vasques, num “desequilíbrio no trabalho que é desenvolvido pelas várias unidades de negócio de cada grupo”. E a concorrência das agências web?
O crescimento do número de utilizadores de canais online veio permitir às marcas, por via do trabalho desenvolvido pelas agências digitais, criar um maior foco na vertente relacional com os consumidores. Um cenário que veio despertar a discussão em torno da capacidade destas agências virem, no futuro a substituir as competências consagradas às unidades de marketing relacional. “Falsa questão”, sublinha Nuno Antunes, pois as agências de “marketing directo tradicionais já estão dotadas de capacidades digitais”. “As agências de marketing directo tradicionais já começaram há muito tempo a preparar-se para dominar os canais digitais, porque eram agências mais vocacionadas para dominar o canal offline. Estamos no mundo das ideias e não dos canais e a Proximiy não está refém de um canal, porque tem cá dentro uma estrutura que domina o digital, o mobile marketing, o online e o offline. As agências digitais, por seu lado, apenas dominam um canal e as ideias que têm só podem ser aí aplicadas”, realça. Ricardo Clemente diz mais: “As web agencies estão num momento com grande crescimento, e com grande sucesso, mas acredito pouco no futuro de uma agência exclusivamente digital ou exclusivamente a trabalhar para a web porque a vida das pessoas não é exclusivamente digital, assim como não é exclusivamente offline”. Além de que, acrescenta, são agências com “fortes competências técnicas na área de web, mas que não têm uma cultura de marca e uma experiência de marca como as agências mais tradicionais têm”. Ricardo Clemente acredita, porém, que as web agencies acabarão por ir à procura de outras competências que não apenas as digitais: “O mercado está em pura convulsão. A mudança está do lado do consumidor, e isso faz com que a cadeia se vá ajustando. No futuro, os mais fortes ficarão e os mais fracos sairão”, explica.
Também Jorge Castanheira acredita que as agências digitais possam incorporar esse know how. Todavia, apronta-se a esclarecer que “uma agência digital que trabalhe na óptica de criar relações e que não as consiga manter, tal como acontece com uma agência de publicidade, não vai perceber esta mudança do relacionamento que existe com os clientes”. No presente, prossegue, o importante “é saber interpretar, não só o ciclo de vida do cliente, mas o ciclo de vida da relação, porque ele pode estar a falar comigo ou de mim sem eu saber”. E conclui: “Eu tenho de saber onde ele anda, o que anda a dizer sobre mim aos seus amigos e contactos e como é que posso participar nessa conversa sem parecer que estou a invadir. Saber interpretar os resultados e saber decidir de acordo com os resultados que se medem. Só temos sucesso, e aí a internet foi importante pois deu-nos mais ferramentas, se numa operação juntarmos a estratégia, a criatividade e os resultados”.

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Beefeater patrocina Oeiras Padel Academy e aproveita prova para lançar gin sem álcool

A marca de destilados dá nome ao Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy. Para além de reforçar a estratégia de ligação ao desporto, divulga a nova variedade de gin sem teor alcoólico. Em preparação está também uma campanha para promover o produto

A Beefeater patrocina o Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy que se realiza entre os dias 17 e 19 de maio. É a segunda vez que a marca se associa ao torneio, aproveitando a edição deste ano para lançar publicamente a Beefeater 0.0, uma bebida elaborada com botânicos naturais, com um teor alcoólico de 0,0% em volume, inspirada no clássico Beefeater London Dry Gin, reforçando a estratégia de ligação da marca à modalidade desportiva.

“O padel é um desporto com uma procura crescente e com cada vez mais adeptos, ajudando não só ao bem-estar físico, mas também a ser um momento perfeito para socializar e juntar amigos e/ou família, motivo pelo qual, para Beefeater 0.0, um produto com 0% de álcool que nos permite entrar no território do desporto, esta associação nos pareceu natural e com sentido”, justifica ao M&P Yuliya Vashchyshyn, gestora de marca do gin.

“A presença de Beefeater 0.0 no Oeiras Padel Academy, enquanto main sponsor, vem marcar uma nova era para Beefeater que, com a qualidade a que o consumidor já está habituado, se eleva para outro patamar de momentos de consumo, vendo no desporto e em particular no padel, um momento onde se fomenta a socialização entre as pessoas, o lazer e o convívio”, refere ainda a responsável pela promoção do gin, que integra o portefólio de bebidas do grupo Pernod Ricard.

Dinamizar ativações em eventos significativos para a modalidade é uma das apostas da marca para potenciar a estratégia de comunicação que está a ser delineada para promover o produto. “Estamos ansiosos por explorar todas as oportunidades para fortalecer ainda mais a nossa conexão com este meio”, assegura Yuliya Vashchyshyn, revelando também que está a ser preparada uma campanha publicitária multimeios para divulgar o Beefeater 0.0 nos meses de maior calor.

Sem adiantar valores, a marca confirma o reforço do orçamento de marketing para promover as novidades de 2024. “Aumentámos o investimento em comunicação devido ao lançamento de três novas referências no portefólio, refletindo o nosso compromisso contínuo em impulsionar a marca, expandir a nossa presença no mercado e envolver eficazmente o nosso público-alvo. Este investimento adicional permitirá ampliar as nossas iniciativas de marketing”, refere a responsável.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P

Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) avaliam os trabalhos a concurso

Numa era cada vez mais dominada pela inteligência artificial generativa, premiar a criatividade humana é um ato pré-revolucionário. Chegará o dia em que, no limite, a ‘criatividade artificial’ poderá ser o que nos resta para avaliar e premiar?

Por enquanto, queremos continuar a olhar e a distinguir o que os humanos são capazes de criar em comunicação comercial, com mais ou menos colaboração de máquinas, Midjourney, ChatGPT e todos os seus parentes, que se estão a reproduzir em nome da produtividade, eficácia, eficiência e melhoria dos resultados.

Chegará o dia em que as fichas técnicas irão incluir, obrigatoriamente, as ferramentas de inteligência artificial generativa utilizadas em cada campanha, lado a lado com os seus ‘pares’ humanos? E o Photoshop e seus derivados, normalizados há décadas, com todas as consequências, boas e más, sobejamente conhecidas?

Não há dúvidas sobre o poder da inteligência artificial nas várias fases de criação de uma campanha publicitária, da ideia ao planeamento da veiculação, passando pelo desenvolvimento e execução. Mas devemos acreditar, enquanto indústria, que é a capacidade de pensar de forma criativa e original, empática e ética, disruptiva e inclusiva, que torna os seres humanos insubstituíveis na publicidade.

Na 13ª edição dos Prémios de Criatividade continuamos a avaliar e a distinguir os melhores trabalhos publicitários gerados por humanos empáticos, éticos e com pensamento crítico e estratégico.

Nesta edição, Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) são os humanos responsáveis pela avaliação dos trabalhos a concurso. Um dia teremos máquinas a avaliar a criatividade de máquinas? Que esse dia esteja longe.

A inteligência artificial não sabe transformar dados em histórias, nem conhecimento em emoções, mas analisa quantidades gigantescas de dados, identifica padrões e indica as opções mais certeiras em função desses padrões.

A criatividade humana tem a capacidade de gerar perceções, conectar ideias aparentemente desconexas e criar algo completamente novo e original. É capaz de pensar fora da caixa, encontrar soluções inovadoras e criar histórias que tocam o coração e o espírito, que constroem marcas e criam notoriedade.

É o que esperamos avaliar e distinguir nos trabalhos a concurso na 13a edição dos Prémios de Criatividade M&P, que se distribuem por 66 categorias, em 16 grandes áreas (Televisão/Cinema, Áudio, Imprensa, Outdoor, Digital, Ativação, Relações Públicas, Eventos, Marketing Relacional, Media, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Suporte Alternativo/Inovação, Ação Integrada, Mercados Internacionais e Mercados Lusófonos). Haverá espaço, no futuro mais ou menos longínquo, para termos uma categoria para trabalhos gerados por inteligência artificial? Chegará o dia.

Até lá, e até à revelação dos vencedores da 13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P, recorde os vencedores dos últimos anos, e inscreva-se aqui.

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Netflix lança plataforma própria de anúncios

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano

A Netflix vai lançar a sua própria plataforma de anúncios, com o objetivo de ter tanto controlo sobre a tecnologia de publicidade como tem sobre a tecnologia de streaming. A nova plataforma proprietária da Netflix vai começar a ser testada no Canadá, ainda este ano, para ser lançada nos Estados Unidos no segundo trimestre de 2025, estando previsto o lançamento mundial para o final do próximo ano.

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano.

Pretendendo tirar partido deste crescimento, a empresa demonstrou a intenção de diminuir a dependência do atual parceiro publicitário, a Microsoft, enquanto trabalha na criação da plataforma de anúncios própria.

A Netflix avança ainda que a The Trade Desk, a Display & Video 360 da Google e a Magnite são os novos parceiros programáticos da plataforma de streaming, em conjunto com a Microsoft.

A partir deste verão, a empresa disponibilizará a oferta publicitária através da Magnite, à qual os anunciantes podem aceder através da The Trade Desk ou da Display & Video 360. Atualmente, a Netflix apenas utiliza a Microsoft para vender anúncios de forma programática.

Na vertente da monitorização de resultados publicitários, a Netflix revela a entrada da iSpot.TV e da TVision enquanto parceiros, que se juntam à Affinity Solutions, DoubleVerify, EDO, Integral Ad Science, Kantar, Lucid, NCSolutions e Nielsen.

Para além das novidades publicitárias, a empresa aproveitou o Netflix Upfront 2024 para demonstrar as novidades da plataforma nas transmissões em direto, um formato que diversas plataformas de streaming têm vindo a incorporar no seu modelo de negócio.

Apesar deste ainda ser um segmento de negócio novo para a Netflix, a empresa tem vindo a explorar o formato, tendo estabelecido, recentemente, diversos acordos de transmissão de eventos desportivos, como o acordo de transmissão do jogo do dia de Natal, da National Football League, liga nacional de futebol americano, durante três anos, e o acordo de transmissão do WWE Raw, programa de televisão norte-americano de luta livre profissional, a partir de 2025.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Sofia Cartó preside à primeira associação de public affairs e lobbying portuguesa

A PAPT, que é liderada por Sofia Cartó e tem Rita Serrabulho e Gonçalo Boavida como vice-presidentes, está a preparar um código de conduta. A nova organização é um dos novos membros da PACE, organização que agrega associações sectoriais de diferentes países europeus

Public Affairs Portugal (PAPT) é o nome da primeira associação de public affairs e lobbying portuguesa. A nova organização, que é presidida por Sofia Cartó, sócia-gerente da Loyal Ecosystem, tem como vice-presidentes a sócia-gerente da Political Intelligence Portugal Rita Serrabulho e o sócio da Lift Consulting Gonçalo Boavida. A mesa da assembleia geral é presidida por Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond. Luís Rhodes Baião, diretor de assuntos públicos e governamentais da Association of the European Self-Care Industry (AESGP), é secretário da mesa da assembleia geral.

Além da Loyal Ecosystem, da Political Intelligence Portugal e da Lift Consulting, também a Atrevia integra a lista de fundadores da PAPT. Apesar de a organização, que está a preparar um código de conduta, ter sido apresentada a 16 de maio, só vai ter o site disponível no início de junho, apurou o M&P. “A PAPT reunirá organizações que se dedicam à atividade profissional de representação de interesses, próprios ou de terceiros, de origem portuguesa ou estrangeira, a operar no mercado nacional, assim como profissionais a título individual”, informa a associação em comunicado.

Membro da Public Affairs Community of Europe (PACE), a PAPT vai funcionar em estreita relação com a organização europeia, que agrega associações sectoriais de diferentes países europeus, na definição de normas uniformes e de linhas orientadoras comuns para garantir uma maior transparência no setor em todo o continente europeu. “O trabalho conjunto entre profissionais e organizações que se dedicam a este setor é determinante para a profissionalização e reconhecimento de uma atividade legítima e alinhada com as melhores práticas a nível europeu”, defende Sofia Cartó.

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M&P 957: Como Bernardo Almeida fatura €300 mil com o YouTube + Assédio sexual na publicidade + Especial Euro 2024

O percurso do criador de conteúdos Bernardo Almeida, que fatura €300 mil com o YouTube, os casos de assédio sexual na indústria da publicidade denunciados na conta de Instagram The F Side e um especial sobre os patrocínios ao Euro 2024 são alguns dos destaques

Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

No Especial Euro 2024, é dada a palavra a algumas das marcas patrocinadoras da seleção nacional, da Federação Portuguesa de Futebol ou do campeonato europeu de futebol.

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Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

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Criatividade portuguesa premiada nos Adforum PHNX Awards 2024

A agência Cooprativa foi distinguida com Prata na categoria de Design: Brand Identity pelo projeto de rebranding que desenvolveu para a SPILM. A campanha Não Seja Bully De Bancada, que a Coming Soon criou para o IPDJ, conquistou um Bronze na cerimónia

A Cooprativa e a Coming Soon foram distinguidas no concurso de criatividade mundial Adforum PHNX Awards 2024, anunciados numa cerimónia transmitida online a 16 de maio. O júri, composto por um milhar de profissionais do setor provenientes dos quatro cantos do mundo, atribuiu um prémio Prata ao trabalho de renovação da identidade visual que a agência de Torres Vedras desenvolveu para a Sociedade Portuguesa Interdisciplinar do Laser Médico (SPILM), na categoria de Design: Brand Identity.

“Houve apenas um Ouro, o nosso Prata e um Bronze na categoria”, sublinha, em declarações ao M&P, André Sousa Moreira, sócio e diretor criativo da Cooprativa, visivelmente entusiasmado com a distinção. “O novo design da marca foi concebido tendo como inspiração a luz, especificamente o espetro visual composto por sete cores, que é utilizado em uma variedade de lasers médicos”, esclarece o responsável, que partilha a direção de arte com Simão Dias, motion designer do projeto premiado.

A Coming Soon venceu um prémio Bronze pela campanha Não Seja Bully De Bancada, criada para o  Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), na categoria Film: Creative idea. Com direção criativa de Marcelo Lourenço e Pedro Bexiga, também responsável pela direção de arte, o filme que a integra, com uma mensagem que pretende combater a intimidação e a violência no desporto, foi produzido pela Rocky Studios e realizado por Filipe Sampaio. A redação é de Marcelo Lourenço.

O júri dos Adforum PHNX Awards 2024 integrou três representantes portugueses. Além de Pedro Leal Almeida, fundador e diretor de comunicação do Leal Almeida Brand Studio, contou com a avaliação de José Vila Cardoso, CEO da Adso, agência de comunicação global sediada em Braga. Sávio Hatherly, diretor de arte sénior de O Escritório, foi outro dos jurados. As agências internacionais VCCP Madrid, Havas London, Critical Mass e VML Singapore e Wolf BCPP também figuram entre os premiados.

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Niu investe €1 milhão em estruturas de produção e negoceia regresso a Espanha

No ano em que a empresa que detém e lidera assinala 30 anos no mercado, Nuno Santana avança ao M&P que está focado em conseguir uma maior complementaridade e autonomia, desenvolvendo áreas difíceis e fulcrais nos projetos da Niu, como a serralharia e a carpintaria, que são críticas na empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que o ano passado faturou €12 milhões

A Niu vai investir €1 milhão para reforçar a capacidade de produção. Com este investimento, a empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que faturou €12 milhões o ano passado e €30,4 milhões entre 2020 e 2023, pretende tornar-se mais autossuficiente. “Estamos focados em conseguir uma complementaridade interna ainda maior, desenvolvendo áreas difíceis, mas que são fulcrais à implementação dos nossos projetos. Vamos investir em áreas técnicas, como a serralharia e a carpintaria que, não sendo muito sofisticadas, são muito críticas”, justifica, ao M&P, Nuno Santana, proprietário e CEO da Niu.

“Este investimento permite-nos fazer coisas diferenciadoras, senão estaremos sempre limitados. O setor da construção atravessa uma fase muito complexa, porque há défice de mão de obra”, sublinha o empresário, que, com esta aposta estratégica, tem a ambição de continuar a fazer crescer o negócio. “Nos últimos 15 anos, temos mantido sempre um intervalo de faturação entre os €7 milhões e os €9 milhões e, nos últimos dois anos, crescemos praticamente 25% em termos de valor acumulado”, revela o gestor.

Os próximos meses são de grande atividade. “Vamos fazer a Fan Zone do Euro 2024 na Cidade do Futebol, entre 14 de junho e 14 de julho, em Oeiras. Também vamos estar presentes em todos os grandes festivais. Estamos agora em negociações, a fechar o plano com as marcas. O stand da Heineken no Nos Alive já está adjudicado. Vamos estar seguramente no Rock in Rio, no Meo Marés Vivas e no Meo Kalorama, mas ainda não consigo avançar com que insígnias”, confidencia o empresário.

Atualmente, a ativação de marca e a organização de eventos é responsável por 50% do volume de faturação da Niu. O negócio da produção 2D e 3D representa 25%, tal como o de marketing de compras, uma área que tem vindo a crescer.

“Somos uma empresa de serviço a clientes. Tão depressa estamos a fazer um jantar para cinco mil pessoas no Meo Arena como estamos a inaugurar uma loja criada e produzida por nós num centro comercial como o Ubbo. Como nascemos da produção, temos muitos ativos internos e somos relativamente autossuficientes”, sustenta Nuno Santana.

O CEO da Niu salienta os 4.000 m2 de área, na sede da empresa em Alfragide, que tem disponíveis para criar, desenhar, produzir e implementar ações para stands de festivais, congressos, lojas e grandes eventos de rua, como o Wonderland Lisboa, que regressa este ano para a oitava edição.

Promovido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Media Capital, desde 2016, o Wonderland Lisboa é um dos eventos com maior visibilidade mediática que a Niu organiza e que, entre 30 de novembro de 2023 e 8 de janeiro de 2024, teve 852 mil visitantes. Jogos Santa Casa, Coca-Cola, McDonald’s, Licor Beirão e TVI são algumas das insígnias que se têm associado à iniciativa.

“Uma das formas de retribuirmos o investimento que as marcas fazem em nós é através das ativações que fazemos. Comunicamos e amplificamos também muitas dessas insígnias, através dos media e das redes sociais”, sublinha o empresário.

Com audiências cada vez mais diferenciadas, segmentadas e dispersas por plataformas distintas, criar e desenvolver eventos, ativações e comunicações que envolvam os consumidores é, nos dias de hoje, uma tarefa mais desafiante.

“Temos uma área que só pensa nisso, que é a área de ambientes, liderada pela minha irmã Joana [Santana]. Quando desenvolvemos um evento, há a preocupação de ver como será visível nas redes sociais. Temos um projeto, que por acaso é nosso, que é o Praia no Parque, em que a última renovação estética que a Niu lhe fez funcionou muito bem no digital”, admite o também cofundador do Grupo Praia e acionista da Media Capital.

“Vivemos no mundo físico a pensar para o digital. Mesmo em pequenas apresentações, temos sempre âncoras cénicas que amplificam essa divulgação. Começámos a produzir néones nos últimos três anos porque são elementos muito fáceis de amplificar. As pessoas veem-nos e têm tendência a fotografá-los”, afiança.

A diferenciação avera-se crucial, principalmente num mercado pequeno como o português. “Temos um grande laboratório comportamental que são os restaurantes do Grupo Praia. Os frequentadores do Praia no Parque, por exemplo, têm perfis muito diferentes. Ao almoço, temos os empresários e os decisores. Ao jantar, durante a semana, temos os turistas. Ao fim de semana, temos a geração Y e as pessoas que gostam de festas. Conseguimos mapear os comportamentos e oferecer uma proposta diferenciada”, assegura Nuno Santana.

A evolução do negócio

Na génese da Niu está a Sistemas Rafael, uma empresa espanhola especializada em pós-produção de imagem que, quando decidiu investir em Portugal, em 1994, desafiou José Santana a dirigir a operação nacional. Hoje afastado do negócio, o pai de Nuno Santana, que foi durante duas décadas relações públicas da Mercedes-Benz, aceitou o repto. Em 1996, é contactado pela Euro RSCG, que em 2012 se viria a transformar na Havas Worldwide, por causa da campanha publicitária que a agência estava a desenvolver para promover a Expo 98.

Na altura em que gravaram o filme que mostrava bebés a nadar debaixo de água, a produtora londrina que o produzia esqueceu-se de os fotografar para os anúncios de imprensa e para os materiais promocionais impressos. “Solucionámos o problema. Fomos a Londres digitalizar um fotograma e fizemos a pós-produção com base nele. Foi um sucesso. A partir daí, começámos a trabalhar com a Euro RSCG. Foi um cliente estratégico para nós”, recorda Nuno Santana.

Em 1997, a Sistemas Rafael passa também a disponibilizar um serviço de processamento de cor para fotolitos. “Era a sequência lógica”, considera. Em 1999, com o crescimento do negócio e a evolução tecnológica, a empresa abre o primeiro estúdio de fotografia digital da Península Ibérica. “Ninguém, na altura, acreditava nisto. Os próprios fotógrafos eram muito céticos. E eram investimentos completamente loucos para a altura. Uma máquina podia custar facilmente €100 mil e fazia fotos de 16 megabytes. Hoje, um telefone tira fotografias com 100 megabytes”, relembra.

2002 é um ano de viragem, com a Sistemas Rafael a deixar de trabalhar apenas com agências de publicidade para começar a produzir materiais promocionais para pontos de venda e a esboçar as primeiras ativações para marcas. É nessa fase que a Coca-Cola a desafia a decorar os espaços da insígnia nos estádios construídos para o UEFA Euro 2004. “Ficaram muito bem impressionados. Ainda hoje são um dos nossos principais clientes”, conta Nuno Santana.

Pouco depois, são desafiados pela Sagres e pela Portugal Telecom a desenvolver projetos estéticos para o SL Benfica. “O Miguel Arruda, que foi o arquiteto do novo Estádio da Luz, pediu-nos para desenvolvermos uma ativação para o dia da inauguração”, recorda Nuno Santana. A parceria estabelecida com a Rank Xerox permitiu imprimir postais com fotografias do jogo inaugural e distribuí-las pelos espetadores minutos depois, com 50 promotores a entrar nas bancadas para as entregar.

Outro momento decisivo foi o Mega Pic-Nic Continente, que a futura Niu também viria a dinamizar ao longo das seis edições do evento. “Fomos dando resposta aos desafios que nos foram sendo feitos. Demos pulos em grandes momentos, como a Expo 98 e o Euro 2004, mas, curiosamente, nunca como organizadores de eventos. Hoje, são o nosso core”, sublinha.

Operação em Espanha dependente das negociações em curso

O dinamismo da Sistemas Rafael em Portugal acaba por levar a empresa a ser selecionada pela Coca-Cola para participar no reposicionamento mundial da insígnia, iniciado em março de 2006 com a campanha publicitária Coke Side of Life. Numa reunião, em Espanha, a proposta portuguesa vence um concurso interno, mas o nome da empresa suscita dúvidas.

“Decidimos então criar a marca Niu, que chega ao mercado a 21 de junho de 2007. Nasce aí a nossa fase 2.0 e, em breve, vamos apresentar um racional que sustente a nossa entrada na fase 3.0, mas ainda não posso falar sobre isso”, ressalva Nuno Santana.

Todavia, nem tudo foram rosas ao longo do percurso. “Houve alturas em que perdemos dois ou três clientes grandes e em que achei que o mundo ia acabar. Hoje, olho para trás e percebo que esses foram momentos de transformação do negócio”, desabafa, enaltecendo a capacidade de resiliência da equipa e o elevado nível de retenção de funcionários.

A pandemia, em 2020, foi outro teste. “Apesar de ter sido um processo muito doloroso, não deixámos sair ninguém. Mantivemos os 70 colaboradores. Houve, inclusive, pessoas que passaram para os quadros a meio do surto. Tivemos algum sangue-frio para percebermos que isto iria passar e que os eventos iriam regressar. Quando a economia abriu, nós estávamos preparados e com capacidade de resposta, ao contrário de outras empresas que tinham diminuído muito as equipas”, sublinha.

A operação da Niu em Espanha, alavancada a partir de 2006, acaba, todavia, por ser afetada pelo surto viral que confinou o mundo. “A pandemia obrigou-nos a focar no mercado nacional e a suspender o processo de expansão em território espanhol. Estamos, neste momento, em negociações com um grande grupo para o retomar, mas nesta fase ainda não posso adiantar mais informação”, admite Nuno Santana.

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New in Town regressa à CNN Portugal com Sara Sousa Pinto na apresentação

Sara Sousa Pinto é a nova apresentadora de New in Town. O programa produzido pela NiT regressa à antena da CNN Portugal no próximo sábado, 18 de maio. Os vídeos do formato são disponibilizados na plataforma NiTtv e nas redes sociais da marca da MadMen

O programa New in Town, produzido pela NiT, regressa à antena da CNN Portugal, no dia 18 de maio, sábado, com Sara Sousa Pinto na apresentação, confirmou ao M&P Jaime Martins Alberto, diretor-geral da MadMen, empresa que detém a marca. Para além da antiga pivô de Esta Manhã, programa matinal diário da TVI que foi suspenso no início do ano, a versão televisiva da publicação digital de lifestyle conta com a participação de Sara Ribeiro, Marcos Pinto e Miguel Lambertini.

“O desafio da NiT é diferente porque não é em direto. Acabo por ter um papel diferente e a oportunidade de crescer na área do lifestyle. Vou ter uma linguagem diferente e isto acaba por me desafiar”, afirmou Sara Sousa Pinto nas primeiras declarações públicas que fez sobre o projeto, em entrevista à NiT. Também disponíveis na plataforma NiTtv e nas redes sociais da NiT, YouTube e Instagram, os vídeos do programa New in Town integram um código QR que remete para o site da NiT.

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Comon cria campanha provocadora e humorística para a Makro

A Comon recorreu a estátuas gregas, zebras e fatos espaciais para, com base nas análises data driven feitas ao comportamento dos clientes da Makro, idealizar uma campanha publicitária multimeios disruptiva e divertida que pretende reforçar o posicionamento da marca

A nova campanha publicitária da Makro, idealizada pela Comon, revoluciona a forma de comunicar da marca. Estátuas gregas, zebras e fatos espaciais são os protagonistas dos anúncios. Além das redes sociais da marca e dos media digitais, também figuram nos múpis e nos cartazes de lojas que estão a ser espalhados por todo o país, com maior concentração na região de Lisboa, apresentando um discurso humorístico e provocador. “Tínhamos o desafio de fazer uma comunicação diferenciadora”, assume ao M&P Salvador Mathias, gestor nacional de excelência multicanal da Metro, empresa que detém a marca.

“Quem poderia esperar que esses elementos fossem os protagonistas de uma campanha de uma empresa de distribuição grossista? Mas é exatamente isso que nos torna únicos. Escolhemos uma abordagem menos óbvia, que certamente surpreenderá o mercado. Ao combinar o humor e o tom até provocador, sentimos que estamos a abrir novas oportunidades para a imagem da marca e a cumprir os objetivos da campanha”, refere o responsável. Reforçar o posicionamento como parceiro grossista, mostrando aos clientes que podem encontrar os produtos essenciais os seus negócios, é o propósito da iniciativa.

“O grande objetivo é reforçar o nosso compromisso com o setor da restauração, sublinhando que, no nosso portefólio de produtos alimentares e não alimentares, temos tudo o que os clientes deste segmento necessitam para o sucesso dos seus negócios. É certo que esta tem sido a nossa mensagem nas campanhas que temos vindo a desenvolver, mas desta vez quisemos fazê-lo com este tom disruptivo”, justifica Salvador Mathias. A mensagem da campanha tem em conta os resultados das análises ‘data driven’ feitas ao comportamento dos clientes da Makro, que também ouviu um grupo de clientes habituais da insígnia.

A campanha multimeios, que arrancou a 15 de maio, prolonga-se até junho, sendo amplificada por um cartaz de formato diferenciado instalado na loja da Makro de Alfragide. “Este ano, o objetivo é maximizar o nosso plano de marketing, de forma estratégica e cirúrgica, com ações e iniciativas que nos projetem como, mais do que fornecedores, parceiros. Esta campanha representa uma aposta criativa, muito grande e disruptiva, que vem reforçar aquilo em que, diariamente, estamos focados, o sucesso dos clientes é o nosso negócio”, refere Salvador Mathias, sem revelar valores de investimento publicitário.

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