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Arquivo na ponta de um clique

A expressão “arquivo morto” parece estar a desaparecer do vocabulário dos grupos de media, não só a nível internacional mas também em Portugal. O online está a trazer novas possibilidades […]

Ana Marcela
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A expressão “arquivo morto” parece estar a desaparecer do vocabulário dos grupos de media, não só a nível internacional mas também em Portugal. O online está a trazer novas possibilidades […]

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A expressão “arquivo morto” parece estar a desaparecer do vocabulário dos grupos de media, não só a nível internacional mas também em Portugal. O online está a trazer novas possibilidades de rentabilizar o acervo dos meios de comunicação social que olham para o seu arquivo como uma nova fonte de receita. Conheça alguns casos nacionais e saiba quais os desafios em cima da mesaEste mês o jornal alemão Die Zeit abriu o seu arquivo online com mais de 250 mil artigos aos cibernautas, tornando disponível de forma gratuita o trabalho publicado pelo título desde 1946. Ainda no mercado alemão, a Der Spiegel é uma das publicações apontadas como estando a estudar esta hipótese. A concretizar-se, a decisão da revista surge na sequência de uma série de iniciativas de outros grupos de media internacionais que estão não só a abrir na totalidade o acesso aos seus conteúdos na internet, como também a disponibilizar o seu acervo através deste meio. Uma tendência onde a recente decisão do The New York Times, que desde Setembro do ano passado permite o acesso aos artigos publicados antes de 1987, é apenas um exemplo.

Esta onda de fundo internacional, com maior ou menor dimensão, parece estar a ganhar terreno nos grupos de media nacionais, ainda que o modelo de negócio não apresente as mesmas características. “Um dos nossos objectivos é abrir os nossos arquivos ao público exterior”, começa por referir Maria João Lopes, directora-geral da Gesco, empresa do grupo Impresa constituída em 2000 e que reúne o acervo de artigos e fotografia das publicações do grupo de Pinto Balsemão, bem como os arquivos dos jornais A Capital, O Jornal e o Sete. “Em 2008 queremos estar na internet com os nossos conteúdos”, adianta a responsável. 943 mil artigos, 590 mil fotografias em alta resolução, 426 mil páginas em pdf e 1.396 utilizadores são os números que a Gesco tem para apresentar, apenas referentes à área de imprensa do grupo. O projecto, uma iniciativa da Gesco e da Media Zoom, unidade integrada na Impresa Digital, irá permitir aos utilizadores/clientes da empresa fazer a pesquisa dos conteúdos do grupo, bem como fazer a sua encomenda online, estando nos planos da empresa estipular uma cobrança por este serviço, tal como já sucede quando contactada por agências de comunicação, publicidade, editoras de livros e de imprensa, público académico. “Pensamos que há negócio, não sabemos ao certo quanto vale. Vamos testar o mercado”, admite Maria João Lopes. Além dos conteúdos das publicações do grupo Impresa, o portal/site irá igualmente contar com os conteúdos da televisão do grupo: a SIC.

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Online reduz custos operacionais dos arquivos

A estação, à semelhança do grupo, está com um processo de digitalização em curso dos seus conteúdos, equipamentos, entre outros, a decorrer desde 2001. Neste momento, o arquivo da SIC, além de servir as necessidades da estação, é solicitado por entidades externas que procuram imagens registadas ao longo dos 15 anos de existência da primeira televisão privada em Portugal. Em arquivo estão não só os programas que vão para o ar, mas também os brutos de reportagem que são considerados terem potencial de reutilização, como explica Ana Franqueira. Ainda que a maioria da procura do material de arquivo da SIC seja feita, curiosamente, pelos telespectadores, os clientes “mais significativos são os profissionais, é onde está o negócio”, afirma a responsável do arquivo da SIC, que realça ainda a procura crescente, “sobretudo desde o ano passado, de formatos para a web”. Uma procura que a responsável, no entanto, preferiu não precisar no que é que resulta em termos de receita. “As vendas do arquivo representam um terço dos custos do arquivo”, refere. A disponibilização dos conteúdos do arquivo no online é encarada por Ana Franqueira como uma oportunidade de crescimento e de negócio. Com a passagem para a world wide web como ponto de contacto, a procura e a receita irão “sem dúvida” crescer, “sobretudo com a digitalização, porque o valor do arquivo cresce consoante o número de vezes que os conteúdos são visualizados”.

Um factor referido igualmente por Hilário Lopes. O subdirector de arquivo da RTP dá também conta que nas intenções do operador de serviço público de rádio e televisão está dar início, ainda este ano, a uma forma de acesso ao arquivo através da internet. Previsto, nos planos de investimento da empresa, está a “criação, no âmbito do site www.rtp.pt, que disponibilize conteúdos em arquivo”.

“O que está previsto é que os conteúdos [sonoros e audiovisuais] estejam visíveis para pesquisa e para visualização” (total ou parcial), e poderá ser solicitada a compra desses conteúdos nessa plataforma, sendo o valor do pagamento determinado pelo tipo de utilizador e a utilização (pessoal ou profissional) que o conteúdo irá ter. A concretizar-se – “o modelo de negócio ainda está a ser estudado” – irá transpor para o online a actual fórmula de pagamento do material de arquivo, que no caso do serviço público de rádio e televisão é regido por uma tabela de preços aprovada pela tutela, como explica Hilário Lopes. A passagem para a internet, defende o subdirector de arquivo da RTP, “reduz substancialmente os custos operacionais. Se o conteúdo está digitalizado, na internet é fácil aceder ao conteúdo para o fim desejado”. “Abrir o arquivo ao público” e, “obviamente, também potenciar as receitas do arquivo com novos acessos” são os objectivos desta disponibilização dos conteúdos online. Contudo, como refere o responsável, o grosso da procura do material de arquivo da RTP está no seio da própria empresa. Os números apresentados por Hilário Lopes são elucidativos. Só o ano passado foram feitas 15.861 solicitações ao arquivo o que resultou na entrega de 4.639 horas de extractos de imagem para utilização em programas de informação e ficção. Os documentários A Guerra, de Joaquim Furtado, e Portugal – Um Retrato Social, de António Barreto, ou a série Conta-me como Foi são alguns dos programas que recentemente recorreram ao arquivo da RTP. Os números não incluem as emissões do Memória, um canal de cabo criado em 2004 e que é alimentado, sobretudo, pelo acervo de programas do operador de serviço público de televisão. Já para “comercialização, entre privados e profissionais, 1.976 foi o número de pedidos em 2007, o que se traduziu em 968 horas de imagem”, acrescenta o responsável. Todavia, a procura externa, apesar de “ser uma fonte de receita, está aquém das necessidades de um arquivo como o da RTP. Dificilmente é um modelo de negócio que pode ser sustentado só com receitas”, afirma Hilário Lopes.

Uma questão de direitos…

Uma questão igualmente referida por Simões Dias, director do arquivo da Global Notícias, onde se reúne o acervo dos centenários Diário de Notícias e Jornal de Notícias e das publicações do grupo Controlinveste, como o Jogo, o 24horas, entre outros títulos. Estudantes e professores universitários, público em geral e, por fim, os grupos de media “que procuram informação anterior à sua data de fundação” estão entre o lote de clientes externos do acervo do grupo, o que gera “alguma receita”. “Mas temos custos muito elevados. Este é um investimento que o grupo faz mais em termos de serviço à comunidade”, refere Simões Dias.

Na Controlinveste a digitalização foi também um processo incontornável. Desde 2002 que foi constituída uma base de dados onde constam os arquivos dos diversos títulos, sendo que, em finais de 2006, foi feito um esforço de colocação dos mesmos em formato XML, o que permite a consulta via internet. Neste momento, a consulta por este meio só é possível internamente pelas redacções, a consulta e os pedidos externos do acervo ainda só são permitidos nos centros de documentação do Diário de Notícias, em Lisboa, e do Jornal de Notícias, no Porto, bem como nas lojas que o grupo pensa vir a abrir, de que a da Amoreiras, inaugurada em Dezembro passado, é exemplo. “As lojas vão disponibilizar tudo o que é produto editorial do grupo”, refere Simões Dias, acrescentando que “o centro de documentação é um desses produtos”. E a expansão, pelo menos a curto prazo, deverá passar por essa estratégia. Mas será que nos planos do grupo está abrir um novo ponto de contacto mais massificado com o público através da internet? “Estamos a pensar. Mas colocar o que quer que seja na internet, envolve cuidados acrescidos”, refere cauteloso o director do arquivo da Global Notícias. Há que, enumera Simões Dias, ter garantias de não vai haver usos indevidos do que as pessoas compram, ou seja, quem adquire efectivamente o conteúdo e que uso é que irá fazer do mesmo, havendo ainda questões de direitos de autor que é necessário acautelar.

Os direitos de autor são referidos, aliás, de forma unânime pelos responsáveis ouvidos pelo M&P. “A utilização de imagens on-line já é feita, nomeadamente na disponibilização para consulta por parte do público de peças dos jornais”, começa por frisar Maria Ana Borges de Sousa. Todavia, ressalva a directora de marketing, relações exteriores e novos negócios da TVI, “a sua comercialização ainda não é uma realidade e deverá ser estudada com o maior dos cuidados, defendo ser salvaguardados os direitos de autor e demais, bem como a defesa do próprio consumidor no processo de compra”. Uma questão que se coloca, de resto, na comercialização dos conteúdos mesmo sem recurso ao online. A nível externo o arquivo da estação, diz a responsável, é procurado, sobretudo, por instituições de ensino ou de saúde, às quais “tem sido política ceder as reportagens”, mas também por televisões com quem estabelecem “uma conta corrente”. “A venda de imagens, para uso em publicidade e documentários, não está fora de questão. Nestes casos, há que ter sempre em conta os direitos de autor e conexos, o que nos impede de rentabilizar muito mais os nossos arquivos”, refere Ana Borges de Sousa.

É igualmente na questão dos direitos que, no entender de Ana Franqueira, reside a maior dificuldade do projecto do grupo Impresa de avançar com a colocação do arquivo online. “É muito complicado efectivar o projecto, sobretudo pela questão dos direitos”, considera a responsável do arquivo da SIC. No que se refere à estação, tanto na área de informação como na programação há que garantir que os direitos estão assegurados pela televisão pois, de outro modo, não os poderá disponibilizar para revenda. O mesmo realça Hilário Lopes que explica que no futuro acesso online ao arquivo do operador público os utilizadores só deverão visualizar “os conteúdos próprios [da RTP] e aqueles para os quais estão assegurados os direitos de comercialização”.

Então, para transformar o arquivo num negócio, as bases de dados ou plataformas onde os conteúdos estão alojados deverão contemplar sistemas que garantem uma correcta gestão dos direitos de autor. Um tema que está a ser discutido no seio do grupo Impresa e na Gesco em particular. O novo Estatuto do Jornalista colocou a questão na ordem do dia. Um diploma que tem levado os grupos a analisar com cuidado os contratos de trabalho com os seus funcionários. “Queremos definir, como sempre fizemos, regras dentro do grupo com todos os profissionais (jornalistas e fotógrafos)” relativamente aos direitos dos mesmos sobre o seu trabalho, assegura Maria João Lopes. “É algo que está a ser discutido internamente”, acrescenta. “Vamos negociar. A lei exige que seja feita uma compensação e vamos seguir a lei”, assegura a responsável da empresa. E para isso, tanto o Estatuto do Jornalista, como a lei que regula os direitos de autor ou os contratos colectivos de trabalho vão servir de referência, assegura.

Será o arquivo uma aposta dos grupos de media?

Além do projecto online, na Gesco a estratégia tem sido igualmente a oferta dos seus serviços de catalogação e base de dados para outros grupos de media. A empresa acabou de renovar por mais um ano a parceria que desde Dezembro de 2006 a liga ao Público. O diário da Sonaecom foi o primeiro título externo ao grupo Impresa a usufruir dos serviços prestados pela Gesco, o que permite à redacção do jornal aceder aos conteúdos jornalísticos produzidos pela redacção, e aos quais só os profissionais do título acedem. Apesar do Público se manter ainda como o único título externo a fazer uso dos serviços da Gesco, a empresa quer apostar na amplificação da sua carteira de clientes, considerando que o facto de ter uma base e um sistema já montado poderá funcionar como chamariz de outros grupos de media que não tenham sistema de acervo organizado. Mas será que os grupos não irão eles mesmos fazer esse investimento num sistema de arquivo e transformá-lo numa fonte de receita? “Não sei se os grupos estão dispostos a investir o que o grupo Impresa investiu, e que foi um investimento alto, para colher frutos mais tarde”, refere Maria João Lopes. Mais, relembra, uma base de dados precisa constantemente de ser alimentada. “Há que criar equipas, porque a base de dados tem de ser cheia, e isso implica profissionais, documentalistas para tratar a informação”, diz. “Nos outros grupos há actualmente a tendência de reduzir custos, será que querem investir em algo assim?”, questiona a responsável da Gesco. “Até podem querer, mas não sei se estão dispostos a investir o que é necessário”, sintetiza.

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26ª Festival CCP tem 346 trabalhos finalistas. Categoria de Design lidera

As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do festival, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa, no mesmo local onde os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP

O júri do 26º Festival CCP selecionou 346 trabalhos para ‘shortlist’, entre um total de 933 inscrições a concurso, nas sete categorias abrangidas no festival do Clube da Criatividade de Portugal. As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do evento, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

De acordo com os dados da organização do Festival CCP, as categorias com mais trabalhos na final são Design (80; 40% de 200 inscrições), Craft em Publicidade (73; 33% de 220 inscrições), Digital (71; 44% de 162 inscrições), Publicidade (63 finalistas; 34% de 185 inscrições), Experiências de Marca (27; 31% de 88 inscrições), Criatividade em Meios (23; 44% de 52 inscrições) e Integração e Inovação (9; 35% de 26 inscrições).

A lista completa de finalistas por categoria pode ser consultada online e os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP, que se realiza no espaço da antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

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Beefeater patrocina Oeiras Padel Academy e aproveita prova para lançar gin sem álcool

A marca de destilados dá nome ao Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy. Para além de reforçar a estratégia de ligação ao desporto, divulga a nova variedade de gin sem teor alcoólico. Em preparação está também uma campanha para promover o produto

A Beefeater patrocina o Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy que se realiza entre os dias 17 e 19 de maio. É a segunda vez que a marca se associa ao torneio, aproveitando a edição deste ano para lançar publicamente a Beefeater 0.0, uma bebida elaborada com botânicos naturais, com um teor alcoólico de 0,0% em volume, inspirada no clássico Beefeater London Dry Gin, reforçando a estratégia de ligação da marca à modalidade desportiva.

“O padel é um desporto com uma procura crescente e com cada vez mais adeptos, ajudando não só ao bem-estar físico, mas também a ser um momento perfeito para socializar e juntar amigos e/ou família, motivo pelo qual, para Beefeater 0.0, um produto com 0% de álcool que nos permite entrar no território do desporto, esta associação nos pareceu natural e com sentido”, justifica ao M&P Yuliya Vashchyshyn, gestora de marca do gin.

“A presença de Beefeater 0.0 no Oeiras Padel Academy, enquanto main sponsor, vem marcar uma nova era para Beefeater que, com a qualidade a que o consumidor já está habituado, se eleva para outro patamar de momentos de consumo, vendo no desporto e em particular no padel, um momento onde se fomenta a socialização entre as pessoas, o lazer e o convívio”, refere ainda a responsável pela promoção do gin, que integra o portefólio de bebidas do grupo Pernod Ricard.

Dinamizar ativações em eventos significativos para a modalidade é uma das apostas da marca para potenciar a estratégia de comunicação que está a ser delineada para promover o produto. “Estamos ansiosos por explorar todas as oportunidades para fortalecer ainda mais a nossa conexão com este meio”, assegura Yuliya Vashchyshyn, revelando também que está a ser preparada uma campanha publicitária multimeios para divulgar o Beefeater 0.0 nos meses de maior calor.

Sem adiantar valores, a marca confirma o reforço do orçamento de marketing para promover as novidades de 2024. “Aumentámos o investimento em comunicação devido ao lançamento de três novas referências no portefólio, refletindo o nosso compromisso contínuo em impulsionar a marca, expandir a nossa presença no mercado e envolver eficazmente o nosso público-alvo. Este investimento adicional permitirá ampliar as nossas iniciativas de marketing”, refere a responsável.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P

Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) avaliam os trabalhos a concurso

Numa era cada vez mais dominada pela inteligência artificial generativa, premiar a criatividade humana é um ato pré-revolucionário. Chegará o dia em que, no limite, a ‘criatividade artificial’ poderá ser o que nos resta para avaliar e premiar?

Por enquanto, queremos continuar a olhar e a distinguir o que os humanos são capazes de criar em comunicação comercial, com mais ou menos colaboração de máquinas, Midjourney, ChatGPT e todos os seus parentes, que se estão a reproduzir em nome da produtividade, eficácia, eficiência e melhoria dos resultados.

Chegará o dia em que as fichas técnicas irão incluir, obrigatoriamente, as ferramentas de inteligência artificial generativa utilizadas em cada campanha, lado a lado com os seus ‘pares’ humanos? E o Photoshop e seus derivados, normalizados há décadas, com todas as consequências, boas e más, sobejamente conhecidas?

Não há dúvidas sobre o poder da inteligência artificial nas várias fases de criação de uma campanha publicitária, da ideia ao planeamento da veiculação, passando pelo desenvolvimento e execução. Mas devemos acreditar, enquanto indústria, que é a capacidade de pensar de forma criativa e original, empática e ética, disruptiva e inclusiva, que torna os seres humanos insubstituíveis na publicidade.

Na 13ª edição dos Prémios de Criatividade continuamos a avaliar e a distinguir os melhores trabalhos publicitários gerados por humanos empáticos, éticos e com pensamento crítico e estratégico.

Nesta edição, Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) são os humanos responsáveis pela avaliação dos trabalhos a concurso. Um dia teremos máquinas a avaliar a criatividade de máquinas? Que esse dia esteja longe.

A inteligência artificial não sabe transformar dados em histórias, nem conhecimento em emoções, mas analisa quantidades gigantescas de dados, identifica padrões e indica as opções mais certeiras em função desses padrões.

A criatividade humana tem a capacidade de gerar perceções, conectar ideias aparentemente desconexas e criar algo completamente novo e original. É capaz de pensar fora da caixa, encontrar soluções inovadoras e criar histórias que tocam o coração e o espírito, que constroem marcas e criam notoriedade.

É o que esperamos avaliar e distinguir nos trabalhos a concurso na 13a edição dos Prémios de Criatividade M&P, que se distribuem por 66 categorias, em 16 grandes áreas (Televisão/Cinema, Áudio, Imprensa, Outdoor, Digital, Ativação, Relações Públicas, Eventos, Marketing Relacional, Media, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Suporte Alternativo/Inovação, Ação Integrada, Mercados Internacionais e Mercados Lusófonos). Haverá espaço, no futuro mais ou menos longínquo, para termos uma categoria para trabalhos gerados por inteligência artificial? Chegará o dia.

Até lá, e até à revelação dos vencedores da 13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P, recorde os vencedores dos últimos anos, e inscreva-se aqui.

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Netflix lança plataforma própria de anúncios

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano

A Netflix vai lançar a sua própria plataforma de anúncios, com o objetivo de ter tanto controlo sobre a tecnologia de publicidade como tem sobre a tecnologia de streaming. A nova plataforma proprietária da Netflix vai começar a ser testada no Canadá, ainda este ano, para ser lançada nos Estados Unidos no segundo trimestre de 2025, estando previsto o lançamento mundial para o final do próximo ano.

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano.

Pretendendo tirar partido deste crescimento, a empresa demonstrou a intenção de diminuir a dependência do atual parceiro publicitário, a Microsoft, enquanto trabalha na criação da plataforma de anúncios própria.

A Netflix avança ainda que a The Trade Desk, a Display & Video 360 da Google e a Magnite são os novos parceiros programáticos da plataforma de streaming, em conjunto com a Microsoft.

A partir deste verão, a empresa disponibilizará a oferta publicitária através da Magnite, à qual os anunciantes podem aceder através da The Trade Desk ou da Display & Video 360. Atualmente, a Netflix apenas utiliza a Microsoft para vender anúncios de forma programática.

Na vertente da monitorização de resultados publicitários, a Netflix revela a entrada da iSpot.TV e da TVision enquanto parceiros, que se juntam à Affinity Solutions, DoubleVerify, EDO, Integral Ad Science, Kantar, Lucid, NCSolutions e Nielsen.

Para além das novidades publicitárias, a empresa aproveitou o Netflix Upfront 2024 para demonstrar as novidades da plataforma nas transmissões em direto, um formato que diversas plataformas de streaming têm vindo a incorporar no seu modelo de negócio.

Apesar deste ainda ser um segmento de negócio novo para a Netflix, a empresa tem vindo a explorar o formato, tendo estabelecido, recentemente, diversos acordos de transmissão de eventos desportivos, como o acordo de transmissão do jogo do dia de Natal, da National Football League, liga nacional de futebol americano, durante três anos, e o acordo de transmissão do WWE Raw, programa de televisão norte-americano de luta livre profissional, a partir de 2025.

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Sofia Cartó preside a primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa

A PAPT, liderada por Sofia Cartó e tem Rita Serrabulho e Gonçalo Boavida como vice-presidentes, está a preparar um código de conduta. A nova organização é um dos novos membros da PACE, organização que agrega associações sectoriais de vários países europeus

Public Affairs Portugal (PAPT) é a denominação da primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa. A nova organização, presidida por Sofia Cartó, sócia-gerente da Loyal Ecosystem, tem como vice-presidentes a sócia-gerente da Political Intelligence Portugal Rita Serrabulho e o sócio da Lift Consulting Gonçalo Boavida. A mesa da assembleia geral é presidida por Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond. Luís Rhodes Baião, diretor de assuntos públicos e governamentais da Association of the European Self-Care Industry (AESGP), é secretário da mesa da assembleia geral.

Além da Loyal Ecosystem, da Political Intelligence Portugal e da Lift Consulting, também a Atrevia integra a lista de fundadores da PAPT. Apesar de a organização, que está a preparar um código de conduta, ter sido apresentada a 16 de maio, só vai ter o site disponível no início de junho, apurou o M&P. “A PAPT reunirá organizações que se dedicam à atividade profissional de representação de interesses, próprios ou de terceiros, de origem portuguesa ou estrangeira, a operar no mercado nacional, assim como profissionais a título individual”, informa a associação em comunicado.

Membro da Public Affairs Community of Europe (PACE), a PAPT vai funcionar em estreita relação com a organização europeia, que agrega associações sectoriais de diferentes países europeus, na definição de normas uniformes e de linhas orientadoras comuns para garantir uma maior transparência no setor em todo o continente europeu. “O trabalho conjunto entre profissionais e organizações que se dedicam a este setor é determinante para a profissionalização e reconhecimento de uma atividade legítima e alinhada com as melhores práticas a nível europeu”, defende Sofia Cartó.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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M&P 957: Como Bernardo Almeida fatura €300 mil com o YouTube + Assédio sexual na publicidade + Especial Euro 2024

O percurso do criador de conteúdos Bernardo Almeida, que fatura €300 mil com o YouTube, os casos de assédio sexual na indústria da publicidade denunciados na conta de Instagram The F Side e um especial sobre os patrocínios ao Euro 2024 são alguns dos destaques

Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

No Especial Euro 2024, é dada a palavra a algumas das marcas patrocinadoras da seleção nacional, da Federação Portuguesa de Futebol ou do campeonato europeu de futebol.

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Criatividade portuguesa premiada nos Adforum PHNX Awards 2024

A agência Cooprativa foi distinguida com Prata na categoria de Design: Brand Identity pelo projeto de rebranding que desenvolveu para a SPILM. A campanha Não Seja Bully De Bancada, que a Coming Soon criou para o IPDJ, conquistou um Bronze na cerimónia

A Cooprativa e a Coming Soon foram distinguidas no concurso de criatividade mundial Adforum PHNX Awards 2024, anunciados numa cerimónia transmitida online a 16 de maio. O júri, composto por um milhar de profissionais do setor provenientes dos quatro cantos do mundo, atribuiu um prémio Prata ao trabalho de renovação da identidade visual que a agência de Torres Vedras desenvolveu para a Sociedade Portuguesa Interdisciplinar do Laser Médico (SPILM), na categoria de Design: Brand Identity.

“Houve apenas um Ouro, o nosso Prata e um Bronze na categoria”, sublinha, em declarações ao M&P, André Sousa Moreira, sócio e diretor criativo da Cooprativa, visivelmente entusiasmado com a distinção. “O novo design da marca foi concebido tendo como inspiração a luz, especificamente o espetro visual composto por sete cores, que é utilizado em uma variedade de lasers médicos”, esclarece o responsável, que partilha a direção de arte com Simão Dias, motion designer do projeto premiado.

A Coming Soon venceu um prémio Bronze pela campanha Não Seja Bully De Bancada, criada para o  Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), na categoria Film: Creative idea. Com direção criativa de Marcelo Lourenço e Pedro Bexiga, também responsável pela direção de arte, o filme que a integra, com uma mensagem que pretende combater a intimidação e a violência no desporto, foi produzido pela Rocky Studios e realizado por Filipe Sampaio. A redação é de Marcelo Lourenço.

O júri dos Adforum PHNX Awards 2024 integrou três representantes portugueses. Além de Pedro Leal Almeida, fundador e diretor de comunicação do Leal Almeida Brand Studio, contou com a avaliação de José Vila Cardoso, CEO da Adso, agência de comunicação global sediada em Braga. Sávio Hatherly, diretor de arte sénior de O Escritório, foi outro dos jurados. As agências internacionais VCCP Madrid, Havas London, Critical Mass e VML Singapore e Wolf BCPP também figuram entre os premiados.

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Niu investe €1 milhão em estruturas de produção e negoceia regresso a Espanha

No ano em que a empresa que detém e lidera assinala 30 anos no mercado, Nuno Santana avança ao M&P que está focado em conseguir uma maior complementaridade e autonomia, desenvolvendo áreas difíceis e fulcrais nos projetos da Niu, como a serralharia e a carpintaria, que são críticas na empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que o ano passado faturou €12 milhões

A Niu vai investir €1 milhão para reforçar a capacidade de produção. Com este investimento, a empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que faturou €12 milhões o ano passado e €30,4 milhões entre 2020 e 2023, pretende tornar-se mais autossuficiente. “Estamos focados em conseguir uma complementaridade interna ainda maior, desenvolvendo áreas difíceis, mas que são fulcrais à implementação dos nossos projetos. Vamos investir em áreas técnicas, como a serralharia e a carpintaria que, não sendo muito sofisticadas, são muito críticas”, justifica, ao M&P, Nuno Santana, proprietário e CEO da Niu.

“Este investimento permite-nos fazer coisas diferenciadoras, senão estaremos sempre limitados. O setor da construção atravessa uma fase muito complexa, porque há défice de mão de obra”, sublinha o empresário, que, com esta aposta estratégica, tem a ambição de continuar a fazer crescer o negócio. “Nos últimos 15 anos, temos mantido sempre um intervalo de faturação entre os €7 milhões e os €9 milhões e, nos últimos dois anos, crescemos praticamente 25% em termos de valor acumulado”, revela o gestor.

Os próximos meses são de grande atividade. “Vamos fazer a Fan Zone do Euro 2024 na Cidade do Futebol, entre 14 de junho e 14 de julho, em Oeiras. Também vamos estar presentes em todos os grandes festivais. Estamos agora em negociações, a fechar o plano com as marcas. O stand da Heineken no Nos Alive já está adjudicado. Vamos estar seguramente no Rock in Rio, no Meo Marés Vivas e no Meo Kalorama, mas ainda não consigo avançar com que insígnias”, confidencia o empresário.

Atualmente, a ativação de marca e a organização de eventos é responsável por 50% do volume de faturação da Niu. O negócio da produção 2D e 3D representa 25%, tal como o de marketing de compras, uma área que tem vindo a crescer.

“Somos uma empresa de serviço a clientes. Tão depressa estamos a fazer um jantar para cinco mil pessoas no Meo Arena como estamos a inaugurar uma loja criada e produzida por nós num centro comercial como o Ubbo. Como nascemos da produção, temos muitos ativos internos e somos relativamente autossuficientes”, sustenta Nuno Santana.

O CEO da Niu salienta os 4.000 m2 de área, na sede da empresa em Alfragide, que tem disponíveis para criar, desenhar, produzir e implementar ações para stands de festivais, congressos, lojas e grandes eventos de rua, como o Wonderland Lisboa, que regressa este ano para a oitava edição.

Promovido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Media Capital, desde 2016, o Wonderland Lisboa é um dos eventos com maior visibilidade mediática que a Niu organiza e que, entre 30 de novembro de 2023 e 8 de janeiro de 2024, teve 852 mil visitantes. Jogos Santa Casa, Coca-Cola, McDonald’s, Licor Beirão e TVI são algumas das insígnias que se têm associado à iniciativa.

“Uma das formas de retribuirmos o investimento que as marcas fazem em nós é através das ativações que fazemos. Comunicamos e amplificamos também muitas dessas insígnias, através dos media e das redes sociais”, sublinha o empresário.

Com audiências cada vez mais diferenciadas, segmentadas e dispersas por plataformas distintas, criar e desenvolver eventos, ativações e comunicações que envolvam os consumidores é, nos dias de hoje, uma tarefa mais desafiante.

“Temos uma área que só pensa nisso, que é a área de ambientes, liderada pela minha irmã Joana [Santana]. Quando desenvolvemos um evento, há a preocupação de ver como será visível nas redes sociais. Temos um projeto, que por acaso é nosso, que é o Praia no Parque, em que a última renovação estética que a Niu lhe fez funcionou muito bem no digital”, admite o também cofundador do Grupo Praia e acionista da Media Capital.

“Vivemos no mundo físico a pensar para o digital. Mesmo em pequenas apresentações, temos sempre âncoras cénicas que amplificam essa divulgação. Começámos a produzir néones nos últimos três anos porque são elementos muito fáceis de amplificar. As pessoas veem-nos e têm tendência a fotografá-los”, afiança.

A diferenciação avera-se crucial, principalmente num mercado pequeno como o português. “Temos um grande laboratório comportamental que são os restaurantes do Grupo Praia. Os frequentadores do Praia no Parque, por exemplo, têm perfis muito diferentes. Ao almoço, temos os empresários e os decisores. Ao jantar, durante a semana, temos os turistas. Ao fim de semana, temos a geração Y e as pessoas que gostam de festas. Conseguimos mapear os comportamentos e oferecer uma proposta diferenciada”, assegura Nuno Santana.

A evolução do negócio

Na génese da Niu está a Sistemas Rafael, uma empresa espanhola especializada em pós-produção de imagem que, quando decidiu investir em Portugal, em 1994, desafiou José Santana a dirigir a operação nacional. Hoje afastado do negócio, o pai de Nuno Santana, que foi durante duas décadas relações públicas da Mercedes-Benz, aceitou o repto. Em 1996, é contactado pela Euro RSCG, que em 2012 se viria a transformar na Havas Worldwide, por causa da campanha publicitária que a agência estava a desenvolver para promover a Expo 98.

Na altura em que gravaram o filme que mostrava bebés a nadar debaixo de água, a produtora londrina que o produzia esqueceu-se de os fotografar para os anúncios de imprensa e para os materiais promocionais impressos. “Solucionámos o problema. Fomos a Londres digitalizar um fotograma e fizemos a pós-produção com base nele. Foi um sucesso. A partir daí, começámos a trabalhar com a Euro RSCG. Foi um cliente estratégico para nós”, recorda Nuno Santana.

Em 1997, a Sistemas Rafael passa também a disponibilizar um serviço de processamento de cor para fotolitos. “Era a sequência lógica”, considera. Em 1999, com o crescimento do negócio e a evolução tecnológica, a empresa abre o primeiro estúdio de fotografia digital da Península Ibérica. “Ninguém, na altura, acreditava nisto. Os próprios fotógrafos eram muito céticos. E eram investimentos completamente loucos para a altura. Uma máquina podia custar facilmente €100 mil e fazia fotos de 16 megabytes. Hoje, um telefone tira fotografias com 100 megabytes”, relembra.

2002 é um ano de viragem, com a Sistemas Rafael a deixar de trabalhar apenas com agências de publicidade para começar a produzir materiais promocionais para pontos de venda e a esboçar as primeiras ativações para marcas. É nessa fase que a Coca-Cola a desafia a decorar os espaços da insígnia nos estádios construídos para o UEFA Euro 2004. “Ficaram muito bem impressionados. Ainda hoje são um dos nossos principais clientes”, conta Nuno Santana.

Pouco depois, são desafiados pela Sagres e pela Portugal Telecom a desenvolver projetos estéticos para o SL Benfica. “O Miguel Arruda, que foi o arquiteto do novo Estádio da Luz, pediu-nos para desenvolvermos uma ativação para o dia da inauguração”, recorda Nuno Santana. A parceria estabelecida com a Rank Xerox permitiu imprimir postais com fotografias do jogo inaugural e distribuí-las pelos espetadores minutos depois, com 50 promotores a entrar nas bancadas para as entregar.

Outro momento decisivo foi o Mega Pic-Nic Continente, que a futura Niu também viria a dinamizar ao longo das seis edições do evento. “Fomos dando resposta aos desafios que nos foram sendo feitos. Demos pulos em grandes momentos, como a Expo 98 e o Euro 2004, mas, curiosamente, nunca como organizadores de eventos. Hoje, são o nosso core”, sublinha.

Operação em Espanha dependente das negociações em curso

O dinamismo da Sistemas Rafael em Portugal acaba por levar a empresa a ser selecionada pela Coca-Cola para participar no reposicionamento mundial da insígnia, iniciado em março de 2006 com a campanha publicitária Coke Side of Life. Numa reunião, em Espanha, a proposta portuguesa vence um concurso interno, mas o nome da empresa suscita dúvidas.

“Decidimos então criar a marca Niu, que chega ao mercado a 21 de junho de 2007. Nasce aí a nossa fase 2.0 e, em breve, vamos apresentar um racional que sustente a nossa entrada na fase 3.0, mas ainda não posso falar sobre isso”, ressalva Nuno Santana.

Todavia, nem tudo foram rosas ao longo do percurso. “Houve alturas em que perdemos dois ou três clientes grandes e em que achei que o mundo ia acabar. Hoje, olho para trás e percebo que esses foram momentos de transformação do negócio”, desabafa, enaltecendo a capacidade de resiliência da equipa e o elevado nível de retenção de funcionários.

A pandemia, em 2020, foi outro teste. “Apesar de ter sido um processo muito doloroso, não deixámos sair ninguém. Mantivemos os 70 colaboradores. Houve, inclusive, pessoas que passaram para os quadros a meio do surto. Tivemos algum sangue-frio para percebermos que isto iria passar e que os eventos iriam regressar. Quando a economia abriu, nós estávamos preparados e com capacidade de resposta, ao contrário de outras empresas que tinham diminuído muito as equipas”, sublinha.

A operação da Niu em Espanha, alavancada a partir de 2006, acaba, todavia, por ser afetada pelo surto viral que confinou o mundo. “A pandemia obrigou-nos a focar no mercado nacional e a suspender o processo de expansão em território espanhol. Estamos, neste momento, em negociações com um grande grupo para o retomar, mas nesta fase ainda não posso adiantar mais informação”, admite Nuno Santana.

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