Google acusada de publicidade anticoncorrencial no Reino Unido
A AdX, plataforma de espaço publicitário digital em tempo real da Google, é acusada de fornecer “acesso exclusivo ou preferencial aos anunciantes que utilizam a plataforma Google Ads”, entre outras acusações
Daniel Monteiro Rahman
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A Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA na sigla inglesa) do Reino Unido alega que a Google “abusou da sua posição dominante” na publicidade digital para favorecer os seus próprios serviços. A acusação surge dias antes do início de um processo paralelo nos Estados Unidos, representando mais um percalço para a empresa liderada por Sundar Pichai, noticia o Financial Times.
A 6 de setembro, a CMA afirmou que uma investigação concluiu provisoriamente que a Google está a utilizar práticas anticoncorrenciais no domínio da tecnologia publicitária digital, que podem estar a prejudicar milhares de editores e anunciantes do Reino Unido, cobrando-lhes preços excessivos, bem como a suprimir potenciais concorrentes, manipulando os mercados de ofertas de publicidade digital.
A CMA está preocupada com o facto de a Google estar a utilizar a sua posição dominante em duas frentes do mercado, nos servidores de anúncios dos editores e nas ferramentas de compra dos anunciantes, para criar uma vantagem injusta a favor da sua plataforma de compra e venda de anúncios face aos seus rivais.
Segundo o comunicado de objecções da CMA, a AdX, plataforma de compra e venda de espaço publicitário digital em tempo real da Google, é acusada de fornecer “acesso exclusivo ou preferencial aos anunciantes que utilizam a plataforma Google Ads” e de “manipular as propostas dos anunciantes para que tenham um valor mais elevado quando apresentadas no leilão da AdX do que quando apresentadas em plataformas rivais”.
A Google está ainda, alegadamente, a “permitir que a AdX licite em primeiro lugar nos leilões para espaço publicitário digital, dando-lhe efetivamente um ‘direito de preferência’ que impede os concorrentes de apresentarem quaisquer propostas”. A CMA afirma que está a analisar o que pode vir a ser exigido, para garantir que a Google cesse as práticas anticoncorrenciais e que tomará uma decisão final após as declarações da Google.
“O ponto fulcral deste caso assenta em interpretações erradas do setor da tecnologia publicitária”, sustenta Dan Taylor, vice-presidente de anúncios globais da Google. “Discordamos do ponto de vista da CMA e responderemos em conformidade”, acrescenta.
As conclusões da CMA surgem no momento em que a Google enfrenta o Departamento de Justiça dos Estados Unidos num tribunal da Virgínia por alegações semelhantes de que exerce um controlo monopolista da publicidade digital no mercado norte-americano.