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“As marcas que só pensam em atingir os objetivos mínimos nunca se irão destacar”

Americo Vizer é, desde o início do ano, diretor criativo da LLYC em Portugal e no Brasil. Em entrevista ao M&P, recorda o momento em que se apaixonou pela publicidade, analisa a fase de transformação que as agências de comunicação estão a viver e explica os desafios que o setor enfrenta

Luis Batista Gonçalves
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“As marcas que só pensam em atingir os objetivos mínimos nunca se irão destacar”

Americo Vizer é, desde o início do ano, diretor criativo da LLYC em Portugal e no Brasil. Em entrevista ao M&P, recorda o momento em que se apaixonou pela publicidade, analisa a fase de transformação que as agências de comunicação estão a viver e explica os desafios que o setor enfrenta

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Luis Batista Gonçalves
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Filho de publicitário, o brasileiro Americo Vizer divide o tempo entre São Paulo e Lisboa, desde que aceitou o convite para passar também a assumir a direção criativa da LLYC em Portugal. Em entrevista ao M&P, fala da experiência, analisa a fase de transformação que as agências de comunicação e relações públicas estão a viver e explica o impacto que a redução de orçamentos tem na criatividade e nas estratégias das insígnias.

É redator criativo há quase 20 anos. Como é que surgiu o interesse por esta área?

O meu pai é publicitário, foi diretor criativo da [J. Walter] Thompson no Brasil, há muitos anos. Tive o privilégio, quando era adolescente, de o acompanhar em filmagens de anúncios. Eram tempos gloriosos, com verbas infinitas, o que me atraiu desde logo. Com o passar do tempo, foi o lado cinematográfico das campanhas a despertar o meu interesse.

Quando chegou a altura de eleger um curso, no final da década de 1990, estava indeciso entre o cinema e publicidade, mas a publicidade parecia-me ter um campo de atuação mais abrangente. Além disso, estava numa fase mais avançada do que o cinema e a ganhar mais prémios internacionais. A influência do meu pai também foi determinante.

Na fase em que acompanhava o seu pai, lembra-se do momento exato em que se apaixonou pela publicidade?

Fascinou-me o facto de os anúncios serem vistos por muita gente, sobretudo os que eram exibidos em televisão. A ideia de passar um dia inteiro a filmar para gravar uma cena ou para fazer um pequeno anúncio que seria visto por milhões de espetadores entusiasmou-me.

Nos últimos anos, o mercado mudou muito. Hoje, está a colaborar com uma empresa que era inicialmente uma agência de comunicação e relações públicas e que evoluiu para uma ‘full communication store’, onde a componente criativa tem um peso maior. Como vê esta mudança?

Esta evolução está em linha com o meu próprio percurso. Ao longo destes 20 anos, não trabalhei só em agências de publicidade. Cheguei a trabalhar em estações de televisão e até num banco, para conseguir dinheiro para a universidade. Trabalhei em agências digitais, em agências de promoção e até em empresas de marketing direto. Sempre tive vontade de experimentar coisas novas. Nunca fiquei preso a nenhum tipo de trabalho.

É um homem sem amarras, tal como a LLYC de hoje?

A LLYC era reconhecida globalmente como uma das melhores agências de relações públicas do mundo. A resposta aos desafios do digital trouxe novas oportunidades. A estrutura digital da LLYC tem crescido nos últimos 10 anos. Hoje, as novas áreas de ação correspondem a praticamente 50% da faturação da empresa.

Atualmente, o ambiente digital e as relações públicas são ferramentas básicas para qualquer grande ideia. Como a LLYC já tem experiência nessas duas vertentes, comunicação e digital, tem tudo para desenvolver o negócio da publicidade. Estamos no processo de juntar essas áreas para entregar projetos com uma qualidade maior aos clientes.

Este paradigma acaba também por dar origem a um movimento de consultoras a adquirirem agências de publicidade para melhorar o serviço que oferecem, com o reforço de especialistas para se especializarem na criação publicitária. A Accenture fê-lo com a Droga5 e a Globant com a Gut.

A LLYC também está a seguir esse movimento?

Sim. Desde que a LLYC entrou na Bolsa de Madrid, adquiriu a China, uma agência criativa espanhola. Depois, comprou a Beso, uma das maiores e mais conceituadas agências do México. A minha chegada insere-se nesse movimento. Não sou uma agência, mas tenho comigo uma equipa de 14 pessoas em Portugal e uma de 10 no Brasil, pelo que podemos garantir aos clientes uma melhor entrega criativa.

Nos últimos três meses, a LLYC também tem tido uma atividade muito grande nos Estados Unidos. Comprou a Lambert Global, outra agência que começou na comunicação e nas relações públicas para se converter numa agência de publicidade. Hoje, o trabalho do Rafa Antón, o nosso diretor criativo global, é justamente o de integrar todos esses criativos para dar resposta às exigências dos clientes.

A explosão do digital é que tem levado empresas como a LLYC a evoluir neste sentido?

Todo o mercado publicitário está a evoluir nesse sentido, não é só a LLYC. Antes, haviam as grandes agências, eu trabalhei em várias no Brasil, e, depois, paralelamente, existiam as agências digitais. Com o crescimento das redes sociais e o aumento da importância dos influenciadores, as agências digitais foram crescendo e assumindo um papel que era das agências publicitárias internacionais.

Temos o exemplo da Thompson e da Wunderman. A Thompson era a agência mais antiga do mundo, a mais conceituada. Fundiu-se depois, em 2018, com a Wunderman, que, na sua essência, era digital. Houve também a fusão da VMLY&R com Wunderman Thompson [para dar origem à VML] o ano passado e da Grey com a AKQA, já este ano. A evolução do mercado criou esta necessidade. A operação da LLYC também é reflexo disso.

A sua contratação tem como missão aumentar a criatividade nas novas áreas que a LLYC está a trabalhar ou também está a ser aplicada nas atividades de relações públicas e assessoria de imprensa mais tradicionais?

O objetivo da LLYC é aplicá-la em todas as áreas. Dentro da de relações públicas, temos, entre outras, áreas de especialização em ‘health care’, infraestruturas e ‘public affairs’. O objetivo é entregar soluções de maior valor aos clientes.

Havendo uma equipa criativa, que está habituada a pensar de forma criativa, trabalhando em sinergia com as equipas de assessoria dessas áreas, conseguimos o melhor dos dois mundos, seja através de um filme publicitário, do desenvolvimento de um novo produto ou de uma ação com influenciadores. A ideia é que vai acabar por decidir em que meio e de que forma é que vai ser divulgada. A ideia e o orçamento disponível.

Anteriormente não havia essa necessidade de criatividade nas relações públicas e na assessoria de imprensa?

As empresas procuram, cada vez mais, otimizar os investimentos que fazem através de novas soluções. Os próprios clientes estão a deixar de trabalhar dentro de caixinhas, o que também aumenta essa necessidade de sermos criativos em qualquer uma dessas áreas. Vemos isso a acontecer na LLYC e em todo o mercado.

É diretor criativo da LLYC em Portugal e no Brasil, dois mercados muito diferentes. Em termos de desafios, diferenças e semelhanças, o que é que os distingue?

Têm, desde logo, tamanhos totalmente diferentes. O Brasil é um país continental. Portugal é um país histórico, que tem uma grande influência na cultura brasileira. Sem os portugueses, o Brasil não existiria nos moldes em que existe hoje. Há muitas coisas que os brasileiros acabaram por absorver da cultura portuguesa.

O contrário também sucede. Mesmo tendo um oceano pelo meio, há uma ligação forte. Apesar de usarmos palavras diferentes em determinadas situações, a língua aproxima-nos e isso acaba por refletir-se nos trabalhos que desenvolvemos. Hoje, há brasileiros a fazer um excelente trabalho no mercado português, assim como o inverso.

A ideia é potenciar essas complementaridades?

O convite da LLYC para liderar os dois mercados veio da necessidade de integrar essas culturas, por causa dessa similaridade, que acaba por ser facilitadora. O pós-pandemia veio provar que não precisamos de estar fisicamente num determinado lugar para executar um trabalho relevante.

Hoje, a comunicação, como um todo, é inspirada globalmente, pelo que um criativo brasileiro e um criativo português acabam por ser influenciados pelas mesmas coisas, seja uma campanha que foi premiada na Austrália ou uma iniciativa diferente levada a cabo na Colômbia.

Entre as dificuldades e os desafios, o que é que é mais complicado de gerir?

Na maioria das vezes, acho que a maior dificuldade não se prende com a cultura, prende-se com o fuso horário e com a diferença de quatro horas que existe entre os dois países. Por vezes, temos que antecipar ou atrasar reuniões.

Pelo facto de serem mercados de dimensões diferentes, em estágios de evolução distintos, têm de ter abordagens diferencias. Como é que faz essa gestão no quotidiano?

A primeira coisa é perceber o público que temos à frente. Pela forma como crio, procuro colocar-me sempre no lugar das pessoas. Para isso, é necessário entender o comportamento e a cultura do público para chegar à melhor solução. Nesse aspeto, é indiferente se as pessoas estão no Brasil ou em Portugal.

A sua contratação potencia sinergias entre os dois países?

O modelo de negócio da LLYC implica sempre a existência de equipas multidisciplinares e multinacionais. Se o projeto que tem em mãos é uma campanha local em Portugal, ela vai ser feita por portugueses em colaboração com equipas de outros países. É assim que trabalhamos.

Fazemo-lo para conseguirmos ter um olhar mais global para uma necessidade, mesmo que seja local, conseguindo assim entregar mais valor aos clientes. Ter pessoas de outros contextos, com outras culturas, potencia uma visão que melhora a qualidade dos serviços prestados.

Numa entrevista, Marlene Gaspar, diretora-geral da LLYC em Portugal, afirmou que, apesar da sua contratação, a intenção era privilegiar, em 90% dos casos, os criativos locais. Isso está a acontecer?

Sim. Mas, apesar de contarmos com criativos locais, não vamos necessariamente excluir pessoas de equipas de outros países. A ideia é integrar forças, experiências e olhares diferentes na mesma solução. Desta forma, conseguimos apresentar trabalhos mais fortes.

O aporte criativo que veio trazer à empresa abrange todas as áreas da LLYC, que trabalha marketing, ‘up-tech’, ‘deep learning’ e até assuntos corporativos?

Sim, acaba por abranger todas as especialidades da LLYC. Para dar um exemplo, tenho em mãos um projeto de ‘health care’, que é uma das nossas áreas de atividade. Não vamos desenvolver uma campanha 100% para media ou para televisão, mas a equipa criativa está a fazer a diferença nesse projeto. Haverá momentos, e até clientes e/ou projetos, em que o meu trabalho não vai fazer a mínima diferença, mas, na grande maioria dos casos, vai ajudar.

A LLYC adquiriu, nos últimos tempos, uma série de empresas, como a China, a Apache, a Beso e até a Lambert Global. Estas aquisições acabam por gerar sinergias e intercâmbios entre as diferentes organizações?

Sim, geram. Há uma reunião semanal com os líderes criativos de cada país. Recentemente, o diretor criativo da Fairly Painless, agência de publicidade da Lambert Global, juntou-se a mim e a outros responsáveis nestes encontros, onde trocamos ideias e partilhamos dificuldades, acabando muitas vezes por encontrar soluções através dessa soma de forças.

Estes intercâmbios têm ainda a vantagem de nos permitirem perceber como é que os outros criativos pensam e chegam a determinada ideia, o que é construtivo. É também o que sucede em festivais como o da criatividade de Cannes, onde interagimos com criativos de outros países.

Ao conversarmos com diretores criativos de agências do Dubai, por exemplo, conseguimos extrair experiências e referências para o dia a dia. É o que acaba por suceder semanalmente naquelas reuniões.

Acaba também por ser uma forma de pôr em prática o pensar global e agir local, um conceito que tem vindo a assumir mais importância, até pela maior personalização que as marcas procuram?

Sim. E não deixa de ser curioso porque todos contribuímos com as nossas diferenças culturais, com vivências que estamos a ter naquele momento ou até com dificuldades que os clientes estejam a ter. Este tipo de experiência é muito enriquecedor.

A inteligência artificial (IA), uma das áreas onde a LLYC tem vindo a fazer um forte investimento, é uma coisa boa ou é uma coisa má?

Acho que é as duas coisas, depende do uso que se faz dela. A IA tem ajudado muito a LLYC no desenvolvimento de dados. Temos uma ferramenta de IA que consegue analisar sentimentos de publicações, que abrange a internet, os blogues, os noticiários e as redes sociais como o X, que ajuda a prever crises. O Instagram e Facebook não são abrangidos porque são plataformas fechadas.

Como é que isso é feito?

Se estivermos a fazer uma escuta digital para um cliente, conseguimos, através da IA, perceber se existe um grupo de pessoas que está a dizer algo que pode gerar uma crise que afete a sua atividade. Isso é enriquecedor e fundamental para uma empresa que também trabalha a reputação das marcas.

Neste caso, a IA é uma coisa boa. Mas, ao mesmo tempo, é assustadora por causa das ‘fake news’ e da manipulação que permite. Não é mau desenhar em cima de uma foto nossa nem usar filtros de uma forma bem-humorada. O problema é quando isso é feito de forma maléfica, sem que existam mecanismos de controlo nem avisos.

O Instagram está a começar a avisar-nos das publicações que usaram recursos de IA. Esses avisos terão de se intensificar. Terão de ser tomadas atitudes, à semelhança do que foi feito com a promoção de bebidas alcoólicas. Além de horários reduzidos, foi restringida a idade dos que podem protagonizar as campanhas. O caminho terá de ser esse.

É utilizador regular de IA?

Sim. No meu dia a dia, a IA tem-me ajudado a desenvolver algumas ideias, a procurar ‘insights’, a buscar referências e, de alguma forma, a poder tangibilizar melhor para um cliente. Os criativos, de modo geral, sofrem quando um cliente não consegue ter a mesma visão criativa da ideia que lhes estão a propor. A IA ajuda-nos, muitas vezes, a simplificar esse processo.

É consensual que é preciso regular a IA. É a favor de uma regulação global, de uma regulação nacional ou da autorregulação?

Acho que conseguirmos uma regulação global é muito difícil, pelo que cada país deve ter a sua própria regulamentação. A autorregulação, de certa forma, já vai sendo feita.

Mas é preciso sinalizar o que foi produzido com recurso à IA. Na minha opinião, isso não desvaloriza um determinado trabalho, mas alerta as pessoas para o facto de parte dele ter sido feito por uma máquina. Tem que existir uma regulamentação que defina o que podemos e o que não podemos fazer com a recurso à IA.

Até para evitar que se manipule facilmente a opinião pública. Nos dias de hoje, esse risco é grande?

A IA, nas mãos de políticos, é um perigo, porque permite colocar na boca de um presidente um discurso que não foi ele que fez. A questão das ‘fake news’ é uma pólvora, porque essas notícias falsas espalham-se rapidamente.

A manipulação de imagens com recurso a IA é outro perigo?

Sim, daí a importância da clarificação que a LLYC defende. Um anúncio a uma cerveja é acompanhado da recomendação para beber com moderação ou da proibição de ingestão por menores. Estas recomendações não desvalorizam a bebida.

Nos últimos meses, falou-se muito no fim dos ‘cookies’ de terceiros. Entretanto, a Google fez marcha-atrás e suspendeu o processo. Em que medida é que esta eliminação afetava a criatividade, se é que a afetava?

Essa medida vinha aumentar a exigência criativa. Se deixássemos de ter ferramentas que nos permitissem rastrear e entender os comportamentos dos consumidores, teríamos de encontrar formas diferentes para chegarmos ao público e impactá-lo. Também considero que a IA acaba por aumentar a exigência criativa, pelos comandos que exige para conseguirmos chegar aos resultados que pretendemos.

No caso dos ‘cookies’, isso aconteceria pela exigência de termos de pensar de forma diferente para contornar a diminuição ou a falta de dados para obter mais informações para atingir a performance que pretendemos ou para perceber se a comunicação está potenciando resultados ou não. Acaba por aumentar a necessidade criativa, além de representar uma tarefa adicional para os criativos.

Não existe um botão em que um criativo possa carregar para ter ideias. O que é que faz para se inspirar quando elas não surgem naturalmente?

Para me inspirar, procuro o cinema, a arte e as vivências quotidianas. Estou muito atento aos festivais de criatividade, como o de Cannes, porque preciso de perceber os mercados que trabalho. Preciso de perceber tendências e comportamentos, de saber quais são as agências criativas que estão a obter melhores resultados porque, direta ou indiretamente, são elas que acabam por influenciar o mercado como um todo.

Para nos inspirarmos, temos de estar onde estão as pessoas, seja no metro, num local turístico ou até em sofrimento numa fila enquanto esperamos por qualquer coisa. É nessas circunstâncias que conseguimos observar os comportamentos dos outros. Nessas observações, conseguimos ver a forma como reagem perante as situações e apreender as diferentes perceções e linguagens.

Se estiver numa carruagem de metro cheia, há quem se irrite, quem se revolte, quem brinque com a situação e todos esses comportamentos acabam por ser inspiradores.

Mas, se lhe passarem um ‘briefing’ com um prazo muito curto e não lhe surgir nenhuma ideia, não tendo a possibilidade de ir para a rua observar, como é que reage? Entra em stresse? Vai apanhar ar? Tem algum ritual?

Revisito as minhas vivências profissionais. Procuro recuperar soluções que já me ajudaram a resolver outros projetos. Nas alturas em que já não consigo render mais, paro, vou beber uma água, comer um gelado, ver um vídeo no YouTube ou falar com alguém para esvaziar a cabeça.

Se não o fizermos, ficamos mais frustrados e, com os nervos, não conseguiremos produzir nada. Temos de saber em que momento é que devemos parar e respirar para afastar a ansiedade, para podermos continuar.

Das campanhas publicitárias que fez, qual é aquela de que mais se orgulha?

São três. Participei numa, desenvolvida pela BETC e pela Havas, que apela à adoção de crianças com mais de seis anos, no Brasil, chamada ‘O álbum nunca fotografado’. Fizemos um álbum de fotografias para pais que adotam filhos mais velhos. Durante o processo de produção, chorei em todas as fases, vendo o casting das famílias, lendo as histórias, gravando as cenas, editando-as e apresentando a campanha aos clientes.

Outra é um filme de fim de ano que fiz, na Publicis. Uma animação de três minutos, lançada em 17 canais em simultâneo, sobre inclusão e igualdade. Foi o primeiro anúncio que apresentou uma criança com síndrome de Down em ilustração animada. Um dos personagens era um pirilampo que não acendia. É um filme que procura combater preconceitos.

E a terceira?

Essa já a fiz na LLYC, no Brasil. É uma ativação direcionada para pessoas que têm uma doença muito rara e que só podem ingerir entre 15 a 20 gramas de gordura por dia. Só para termos uma ideia, um ovo cozido tem cinco.

Fizemo-la num restaurante com estrela Michelin, todo decorado com o nome da doença [síndrome de quilomicronema familiar], proporcionando a um grupo de doentes uma experiência única, em segurança, uma vez que têm uma dieta tão restritiva, a comida tem de ser toda pesada, que não podem comer fora de casa.

Podem não ter sido as campanhas que venderam mais ou as que ganharam mais prémios, mas mudaram, nem que fosse um pouco, a vida de algumas pessoas.

Procura essa gratificação em todos os trabalhos que faz?

O papel da comunicação não é só potenciar vendas. A comunicação tem que criar empatia, porque, a partir do momento em que o conseguimos, conquistamos a pessoa que impactamos para sempre. Esse é o maior orgulho da minha carreira.

Numa perspetiva oposta, também existirão seguramente campanhas de outros que gostaria de ter feito. Lembra-se de alguma?

Sim, muitas. Gostava de ter feito todas as que, este ano, conquistaram Grandes Prémios em Cannes. Mas a primeira que me vem à cabeça é um SMS, uma ideia da Gut. Na final do campeonato mundial de futebol, o Brasil parou.

Durante o jogo, muitas pessoas começaram a receber uma mensagem que as avisava que o pedido que tinham feito estava a caminho. Como não tinham encomendado nada, estranharam. A ideia era, num gesto moralizador, avisá-los que o troféu vinha a caminho do país. É ridiculamente simples e profundamente impactante. Gosto de ideias de execução simples que causem um grande impacto.

Enquanto explicava como é que se começou a interessar pela publicidade, no início da entrevista, recordou que, nesses tempos, havia muito dinheiro para fazer anúncios. Em que medida é que a redução de orçamentos das últimas décadas condiciona a criatividade?

Condiciona muito, uma vez que a criatividade é muito relevante. É muito fácil ter uma ideia para um anúncio para o intervalo do Super Bowl se se tiver 10 milhões de dólares para gastar. No exemplo que dei antes, do SMS, o custo não foi dos maiores. É um desafio constante. Com reduções de orçamento, não podemos ter o Cristiano Ronaldo mas, em função dos valores de que dispomos, procuramos entregar a melhor proposta possível.

Isso obriga-nos a fazer adaptações e concessões para conseguir concretizar a criatividade sem que esta perca força. Temos de fazer ajustes e tirar partido do que temos à mão. Hoje, filmam-se campanhas com o telemóvel, com uma qualidade impressionante, com um custo que é um décimo ou um centésimo do orçamento de uma longa-metragem de Hollywood, mas a história que está a ser contada não é pior do que a do filme.

Vários profissionais do setor têm reconhecido publicamente que, como se está a investir menos em criatividade, é preciso repetir muito os anúncios para que os consumidores consigam reter. Também é essa a perspetiva que tem?

Sim. Há muitos clientes no mercado que preferem investir na segurança, na repetição, na informação e na performance, para garantir os resultados mínimos de que necessitam para atingir o seu objetivo.

Mas isso acaba por limitar o desempenho da marca e até do próprio cliente. As marcas que só pensam em atingir os objetivos mínimos nunca se irão destacar nem surpreender o consumidor.

Sente muito a pressão dos clientes para conseguirem essa diferenciação?

Como vem originalmente das relações públicas, a LLYC tem muitos clientes que sabem que as soluções básicas garantem resultados, apesar de não serem suficientes para garantir essa diferenciação. Mas, quando conseguimos apresentar uma ideia, uma ação ou uma campanha que faz aumentar a notoriedade das marcas, começam a confiar mais e a arriscar mais.

Em vez de investir 100% em segurança, começam a alocar 10% em criatividade e inovação e, com o tempo, essa percentagem sobe para os 20% e até passa a abranger outros canais, com os clientes a experimentar outras coisas, para aumentar a reputação, sem descurarem a tal segurança.

Também há, hoje, uma grande necessidade de métricas, de relatórios e de análises de dados. Isso também condiciona a criatividade?

Acaba por condicionar. Se apresentarmos uma ideia que não atinge os KPI [indicadores de desempenho] esperados, para o cliente a campanha não foi eficaz. Por mais que se ache que foi genial e até tenha ganho 50 prémios, não é considerada eficiente. Então, é preciso oferecer-lhe soluções e outros KPI, que podem ser tão importantes ou até melhores do que os que está a considerar.

No Brasil, um cliente recorria a um grande influenciador para promover a marca. No plano de meios que lhe elaborámos, colocámo-lo lá e o cliente ficou muito surpreendido. Mas a realidade é que, numa publicação ou num anúncio no Facebook, conseguimos obter métricas. Esta foi uma forma que encontrámos de aumentar os KPI do cliente, que só estava a contar com os gerados por ‘media display’.

Sente que se valorizam demasiado as métricas?

Varia muito de cliente para cliente. No Brasil, trabalhei com anunciantes que sabiam que uma determinada campanha não teria grande impacto em termos de vendas, mas investiam nela por uma questão de reputação e de notoriedade, com os sentimentos a sobreporem-se aos números.

Como é que vê o futuro mais imediato?

A LLYC está a estruturar-se cada vez mais, oferecendo na prática um serviço de ‘full communication store’, com a ambição de sermos vistos como um player que consegue entregar aos clientes a mesma qualidade que temos nos nossos serviços de relações públicas, assessoria de imprensa e digital na publicidade.

Não é fácil efetuar uma mudança de imagem, assim como mudar a imagem de um cliente também não é um processo simples nem rápido. Mas estamos com vários projetos em mãos e, ao longo dos próximos meses, esperamos que nos proporcionem grandes resultados.

“A multiculturalidade é um dos nossos maiores fatores distintivos”
–––

Foi contratado para aportar uma visão criativa e estratégica para a LLYC em Portugal. Como é que isso é feito em termos práticos?

Com muita reunião, com muita referência, com muita inspiração e ouvindo muito também. Não é só o que eu digo que deve ser seguido. É preciso ouvir as equipas, perceber quais são as necessidades locais e estar atento aos movimentos culturais que acabam por exercer alguma influência. Como já estou habituado a trabalhar grandes contas, no Brasil e não só, consigo transmitir a minha visão. A equipa global de criação da LLYC também tem essa experiência.

A multiculturalidade é um dos nossos maiores fatores distintivos, porque conseguimos apresentar soluções locais em consonância com as necessidades de um determinado país, com uma visão internacional, fruto da integração de profissionais de diferentes origens e culturas nas nossas equipas. Isso dá-nos mais agilidade.

Como é que gere o facto de não conseguir estar em dois sítios ao mesmo tempo?

Superamos isso com a competência de uma equipa muito alinhada. Em Portugal, temos 14 pessoas na área de criatividade, todas a remar no mesmo sentido, em articulação com a equipa do Brasil, para fazer com que a LLYC seja mais relevante no setor da publicidade, sendo mais escolhida pelos diretores de marketing, para os ‘pitches’.

Como não consigo estar em dois lugares ao mesmo tempo, vamos contornando a situação de outras formas, delegando responsabilidades noutras pessoas, tentando ensinar metodologias de trabalho e de criação.

Vai alterando temporadas no Brasil com estadias em Portugal?

Sim. Também temos elementos da equipa portuguesa que vão ao Brasil e colaboradores da brasileira que vêm a Portugal. O Tiago Vidal, [sócio e diretor de talentos e tecnologia da LLYC], foi, no fim de julho, para o Brasil.

Sempre que não conseguimos resolver determinado assunto através de uma chamada telefónica, juntamo-nos presencialmente, aproveitando essas alturas para discutir questões que se prendem com o relacionamento com os clientes e para atualizar metodologias, referências e inspirações, para que possamos todos caminhar no mesmo sentido.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Fora do Escritório com André Gerson, CEO do GCIMedia Group

Adidas, Piz Buin e Hawkers são as marcas que não dispensa nas férias. Numa altura em que procura abrandar o ritmo, recorre essencialmente às redes sociais para se manter informado, apesar de reduzir o tempo que lhes dedica

A Riviera Maya (na foto) foi o destino de André Gerson, CEO do GCIMedia Group, nas férias que tirou no início de junho. A par do fim de setembro, é um dos períodos em que mais gosta de viajar. As duas épocas permitem-lhe gerir melhor as ausências da equipa na agência durante os meses de julho e agosto. Nos períodos de descanso, o tempo em que está ligado diminui radicalmente, aproveitando as atividades que elege para fugir à rotina para renovar a mente e para se inspirar.

O que é que não faz durante as férias, que faça habitualmente quando está a trabalhar?

Estar permanentemente conectado. Quando estou a trabalhar, tenho uma rotina e horários muito exigentes. Por isso, nas férias, gosto de gerir os dias conforme a vontade do momento ou alguma especificidade do destino. Mesmo nas férias com uma forte componente cultural, exceto quando é praticamente inevitável, como na aquisição de bilhetes online que exigem a escolha de uma data ou uma hora, tudo é definido conforme a disposição e o momento.

Procuro também explorar atividades que habitualmente não fazem parte do meu estilo de vida, para me obrigar a distrair e a conseguir um maior distanciamento face às questões de trabalho que mais me preocupam.

Estar de férias significa desligar ou inspirar-se para novas ideias a aplicar no trabalho? 

As férias são para desligar da rotina, ponto. Mesmo que permaneça alguma atividade profissional, como apoiar a equipa em alguma tomada de decisão ou dar algum contributo para um projeto, a intenção é abrandar fortemente e respirar fundo. O facto de desligar é, em si, um ato de inspiração.

O processo criativo tem estes momentos de pausa como um dos seus motores. Inevitavelmente, estamos a receber inspiração, a tomar atenção a outros fatores que nos rodeiam, a reencontrar o nosso equilíbrio e, por isso, é essencial não diabolizar as férias de sossego total.

Quais são os jornais, programas de televisão, podcasts, sites ou outros meios de comunicação que segue durante as férias?

Evito estar muito conectado, mas confesso que é difícil. Consumo as notícias e outros conteúdos através das redes sociais. E, como acumulo muitas publicações do setor durante os meses em que tenho menos tempo para leitura, costumo levar comigo as revistas e meter a leitura em dia. Mesmo sendo temas relacionados com o meu setor de atividade, gosto de conhecer outras perspetivas, além de ser uma fonte de inspiração.

Quais são as marcas que o acompanham nas férias?

Acompanham-me as sapatilhas Adidas, para as atividades que obrigam a caminhadas mais longas. Para a praia, não dispenso o protetor solar da Piz Buin, com fator de proteção 50+, nem um par de óculos de sol para a praia, um modelo mais descontraído, da Hawkers.

Qual é a primeira coisa que faz quando regressa ao escritório? 

Consultar a agenda atualizada com compromissos que, entretanto, foram definidos na minha ausência e reunir naturalmente com as diferentes equipas. Logo no primeiro dia de regresso, tenho uma forte necessidade de ficar rapidamente com um enquadramento geral, sobretudo em termos de agenda e de prioridades.

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Bernardo Azevedo é o novo diretor de vendas e parcerias do A Bola

Licenciado em gestão de empresas na Universidade Lusíada, Bernardo Azevedo (na foto) iniciou o percurso profissional na área de vendas, em empresas como Teixeira Duarte e Danone

O novo diretor de vendas e parcerias do A Bola é Bernardo Azevedo, que, com cerca de 10 anos de experiência em gestão de patrocínios e marketing, chega ao ‘board’ do jornal, recentemente comprado pela Ringier Media Sports Group, para acelerar a transformação digital.

Licenciado em gestão de empresas na Universidade Lusíada, Bernardo Azevedo iniciou o percurso profissional na área de vendas, em empresas como Teixeira Duarte e Danone, tendo passado pelo grupo Heineken. Nesta empresa assumiu a área de patrocínios da marca em Portugal, com a gestão de contratos com cerca de 15 clubes de futebol nacionais, como o Sport Lisboa e Benfica, e a Federação Portuguesa de Futebol, Champios League e Fórmula 1.

Mais tarde, junta-se a uma ‘start-up’ tecnológica  de web3, como diretor comercial, acumulando depois a função de diretor de marketing, onde geriu negociações na área de ‘sport tech’ e ‘gaming’ com a Real Federação Espanhola, Liga Portuguesa de Futebol Profissional e Federação Alemã.

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Apple condenada a pagar €13 mil milhões, um dia após lançar novo iPhone 16 (com vídeos)

A decisão é revelada um dia depois do evento de apresentação dos novos lançamentos da Apple, que pela primeira vez aconteceu a uma segunda-feira (9 de setembro) para evitar coincidir com o anúncio da decisão judicial

Um dia após o evento de lançamento do novo iPhone 16, para o qual a Apple lançou uma campanha com The Weeknd, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) deu razão à Comissão Europeia (CE) determinando que a Apple tem de reembolsar os benefícios fiscais ilegais, dados pela Irlanda à Apple entre 1991 e 2014, no valor estimado de €13 mil milhões.

Num acórdão divulgado a 10 de setembro, o TJUE anulou uma decisão anterior do Tribunal Geral Europeu que dava razão à empresa liderada por Tim Cook, num contencioso sobre ajudas de Estado. Trata-se do fim de uma disputa que remonta a 2016, e que agora conhece o seu fim. De acordo com o tribunal, a deliberação “confirma a decisão da Comissão Europeia em 2016: a Irlanda garantiu à Apple ajuda ilegal que agora deve recuperar”, e que diz respeito à tributação entre 1991 e 2014.

A decisão é revelada um dia depois do evento de apresentação dos novos lançamentos da Apple, que tomou lugar pela primeira vez na história numa segunda-feira (9 de setembro) para evitar coincidir com a decisão judicial. No evento ‘It’s Glowtime’, a empresa de tecnologia norte-americana apresentou vários novos produtos, mas o destaque vai para o iPhone 16.

O novo telefone foi lançado juntamente com um novo spot publicitário integrado na campanha ‘Shot on iPhone’, de um ‘teaser’ e de um vídeo dos bastidores do próximo videoclipe de The Weeknd, “Dancing in the Flames”, filmado inteiramente com o iPhone 16 Pro.

No vídeo dos bastidores da campanha, o realizador Anton Tammi e o cinematógrafo Erik Henriksson abrandam a velocidade das filmagens de The Weeknd, enquanto este interpreta o seu single, diretamente no iPhone. Luzes de néon, sequências oníricas e uma mistura de estética retro e moderna resultam no visual atmosférico característico do artista.

O fotógrafo Eddy Chen também tira fotografias durante a rodagem do vídeo, incluindo a capa do single da canção, utilizando o iPhone 16 Pro. O vídeo completo será lançado a 13 de setembro.

A campanha segue-se a uma série de anúncios semelhantes para o iPhone, incluindo ‘Shot on iPhone 15 Pro’, que oferece uma visão dos bastidores da realização do videoclip “Get Him Back” de Olivia Rodrigo, e uma campanha ‘Shot on iPhone’ de julho em que a Apple prestou homenagem à música mexicana criando um videoclipe para o single “Intercambio Injusto” de Ivan Cornejo.

A campanha vai incluir uma série de ações digitais nas redes sociais com demonstrações do iPhone 16 Pro e conteúdo dos bastidores do videoclipe. A campanha está presente em televisão, no YouTube e nas redes sociais da Apple, e será veiculada nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, México, Índia, China, Canadá, Austrália, França, Itália, Alemanha, Espanha, Indonésia, Chile, Turquia, Tailândia, Malásia e Singapura.

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World Opportunity Fund exige €2,8 milhões à Printer Portuguesa

O fundo com sede nas Bahamas financiou a gráfica em €2,5 milhões e agora reclama o reembolso da verba com juros, noticia o Expresso. A empresa de Álvaro Sobrinho, declarada insolvente em julho, deve mais de €12 milhões a credores

O World Opportunity Fund (WOF), fundo sediado nas Bahamas que deteve títulos como o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias e o O Jogo, exige €2,8 milhões à Printer Portuguesa, €2,5 milhões pelo financiamento que concedeu à gráfica e €381 mil em juros, noticia o Expresso.

A empresa de Álvaro Sobrinho, declarada insolvente em julho, deve mais de €12 milhões aos credores. Além do empresário luso-angolano, os maiores credores da Printer Portuguesa, em insolvência no Tribunal de Sintra, são dois fundos bahamenses, avança ainda o jornal.

Fundada em 1972, a Printer Portuguesa foi vendida em 2012 pelo grupo alemão Bertlesmann a Álvaro Sobrinho. Além dos €1,8 milhões em bens móveis que constam do inventário realizado após o encerramento, o património da gráfica integra as antigas instalações, em Sintra.

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Políticas de minimização de dados reduzem variedade e eficácia dos anúncios

Segundo um estudo norte-americano divulgado no Journal of Marketing, as medidas que têm vindo a ser adotadas pelas grandes empresas tecnológicas diminuem o envolvimento com as marcas e aumentam o grau de insatisfação dos consumidores

As políticas de minimização de dados que as grandes empresas tecnológicas têm vindo a implementar desde 2020 reduzem a variedade e a eficácia e retorno financeiro dos anúncios. A garantia é dada por um estudo levado a cabo por investigadores da University of Notre Dame, da University of Southern California e da San Diego State University, divulgado pelo Journal of Marketing.

A decisão de apagar dados dos consumidores, incluindo a localização e o histórico de atividade após 18 meses, acaba por ser nociva para os anunciantes, concluíram os cientistas, após analisarem dezenas anúncios de vários produtos exibidos em suportes publicitários digitais. 

“Embora essas medidas de garantia de privacidade protejam os dados dos utilizadores, podem inadvertidamente fazer diminuir o grau de envolvimento e de satisfação do consumidor com os anúncios, resultando num menor número de cliques e na redução no desempenho dos anúncios”, explica Shijie Lu, coordenador do estudo.

De acordo com o especialista, na origem das reduções identificadas estão políticas protetivas que acabam por fazer com que anúncios de marcas de moda masculina, equipamentos desportivos, t-shirts de basquetebol e calçado masculino apareçam menos vezes nos diferentes suportes digitais.

“Estes ‘insights’ são essenciais para as plataformas, que se esforçam para equilibrar as preocupações com a privacidade do consumidor com a necessidade de sustentar estratégias publicitárias eficazes”, afirma Shijie Lu, defendendo a adoção de políticas de reajustamento que não afastem as marcas dos potenciais compradores.

“Se o fizerem, poderão satisfazer melhor as necessidades dos consumidores e, assim, alcançar fluxos de receitas mais vantajosos. Os anunciantes também devem estar cientes de que as mudanças na utilização de dados e as consequentes implicações na variedade de anúncios podem afetar as suas estratégias e o desempenho geral das suas campanhas”, adverte ainda o investigador.

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Inteligência Artificial na Black Friday: Guia Grátis da E-goi Reúne Especialistas e Dicas Exclusivas

O conteúdo, disponível no site da plataforma, conta com a participação de especialistas de diferentes áreas, além de incluir desafios e dicas práticas.

“Black FrAIday” – Guia Prático é o novo material gratuito disponibilizado pela E-goi, plataforma de automação de marketing. O conteúdo reúne dicas de especialistas de diversas áreas para a Black Friday, com um foco especial em como utilizar a inteligência artificial para otimizar as estratégias.

Neste material, o nome inovador resulta de uma combinação entre a palavra Black Friday e Inteligência Artificial (AI), evidenciando a proposta do guia, que é fornecer boas práticas de Inteligência Artificial nas estratégias de marketing e, assim, auxiliar na criação de campanhas eficientes para a Black Friday, explica o Head de Marketing da E-goi, Marcelo Caruana.

O lançamento é especialmente oportuno tendo em conta as tendências atuais. Um estudo recente da Gartner prevê que até 2026, 80% dos negócios estarão a utilizar AI regularmente nas suas operações de marketing.

De acordo com Caruana, “a ideia de reunir diferentes especialistas surgiu para trazer mais diversidade ao conteúdo, mostrando como profissionais de diversas áreas estão a utilizar a AI para otimização do trabalho”.

Além dos especialistas da E-goi, o guia também conta com a participação de Lívia Faustino, Marketing Leader da Agência e-Plus, Marco Gouveia, Consultor de Marketing Digital, Thiago Falanga, Performance Marketing Manager da Corebiz e Vanessa Zimmermann,  General Manager  EMEA & APAC da Corebiz.

Adicionalmente ao conteúdo teórico aprofundado, o guia oferece dicas práticas, checklists detalhados e desafios interativos. Os recursos foram desenvolvidos para ajudar empresas de todos os tamanhos a criar estratégias de sucesso para a data comercial mais importante do ano.

O guia “Black FrAIday” está disponível gratuitamente no site da E-goi e oferece uma oportunidade única para as empresas se prepararem para a Black Friday com estratégias baseadas em AI. Este lançamento reafirma o compromisso da E-goi em fornecer recursos valiosos e inovadores para o sucesso dos negócios.

Para aceder ao material, faça o download gratuito aqui:  Black FrAIday – Guia Prático

Sobre a E-goi

A E-goi é uma plataforma de automação de marketing omnicanal projetada para ajudar empresas a aumentar as suas vendas e economizar tempo. Com mais de 20 funcionalidades avançadas, a E-goi permite-lhe conquistar novos clientes, fidelizar a sua base existente e impulsionar as vendas do seu e-commerce em até 34%, tudo isso utilizando uma única plataforma integrada.

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Luísa Oliveira nomeada diretora-geral da Henkel Consumer Brands na Henkel Ibérica

Licenciada em gestão e com uma experiência de quase 25 anos na Henkel, desempenhou funções em cargos nas áreas de marketing e vendas, em Portugal, Alemanha e Itália

Luísa Oliveira, atual diretora-geral da Henkel Consumer Brands em Portugal, foi nomeada diretora-geral de marcas de consumo da Henkel Ibérica, passando a liderar o negócio em Espanha e Portugal.

“Assumo este desafio com grande entusiasmo e estou muito grata pela confiança que a empresa depositou em mim para este novo cargo. Estou certa que, com o trabalho conjunto das pessoas que fazem parte desta equipa, continuaremos a crescer nas nossas categorias e mercados, e continuaremos a criar valor para os nossos consumidores, parceiros comerciais e acionistas. Com uma equipa ibérica criaremos sinergias em várias dimensões e faremos todos os esforços para evoluir para uma equipa única e unida entre Espanha e
Portugal”, afirma Luísa Oliveira, em comunicado de imprensa.

Luísa Oliveira é licenciada em gestão pela Universidade Técnica de Lisboa e possui uma experiência de quase 25 anos na Henkel. Ao longo da sua trajetória profissional, Luísa desempenhou várias funções em diferentes cargos com responsabilidades nas áreas de marketing e vendas, em diferentes países como Portugal, Alemanha e Itália.

 

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Geração Z prefere YouTube ao TikTok

O Facebook (25%) supera a outra rede social da Meta, o Instagram (23%), e 10% escolhem o Snapchat. Apenas 3% dos inquiridos classificam o X como a plataforma social favorita, segundo o inquérito da PreciseTV com a Giraffe Insights, que avalia o consumo de media dos adolescentes

Um estudo da PreciseTv indica que a maioria dos inquiridos da geração Z elege o YouTube como a plataforma de redes sociais preferida, surgindo o TikTok em segundo lugar, noticia a Ad Age. Abordando os comportamentos de consumo de meios de comunicação dos jovens, o inquérito da agência especializada em campanhas online em vídeo foi realizado em conjunto com a empresa de pesquisa sobre crianças e adolescentes Giraffe Insights.

O inquérito, conduzido nos Estados Unidos junto de mil adolescentes com idades compreendidas entre os 13 e os 17 anos e respetivos pais, revela que 46% dos inquiridos da geração Z escolhem o YouTube como a rede social de preferência, seguido pelo TikTok, com 29%. O Facebook (25%) supera a outra rede social da Meta, o Instagram (23%), e 10% preferem o Snapchat. Apenas 3% dos inquiridos classificaram o X como a sua plataforma social favorita.

“Os anunciantes têm de compreender melhor o consumo de media dos adolescentes, não só a um nível avançado, mas também a nível de cada vídeo, tema e tópico. Com estas audiências fragmentadas, é preciso muito mais rigor”, explica Denis Crushell, diretor comercial da PreciseTV, citado pela Ad Age.

O inquérito revela que YouTube, TikTok e jogos de vídeo são os meios de comunicação mais utilizados por esta faixa etária. O inquérito indica também que 58% dos jovens afirmam ser utilizadores do Facebook, comparativamente a 55% no caso do Instagram. Apenas 36% afirmam ter visto recentemente conteúdos na televisão.

Ao avaliar a publicidade em cada plataforma, o estudo identifica divisões entre os canais de comunicação social de que os adolescentes se lembram dos anúncios e os que consideram mais agradáveis. O YouTube foi o canal mais bem classificado em ambas as métricas, com 52% dos jovens a recordarem-se dos anúncios que viram na plataforma e 27% a afirmarem que são de melhor qualidade do que em outras plataformas, embora 25% dos adolescentes ignorem toda a publicidade no YouTube.

A tolerância da geração Z em relação aos anúncios no TikTok e no Instagram, no entanto, é muito menor, com 19% e 10% a indicarem que gostam dos anúncios nas plataformas, respetivamente. Porém, as reações aos anúncios em plataformas lideradas por influenciadores, como o Instagram ou o TikTok, em comparação com outras redes sociais, são mais matizadas.

Denis Crushell argumenta que a avaliação que os inquiridos fazem dos anúncios em plataformas lideradas por influenciadores, como o Instagram e o TikTok, é provavelmente uma resposta aos anúncios que funcionam como interrupções comerciais tradicionais e não como anúncios integrados no conteúdo do criador.

No domínio da televisão, uma percentagem mais elevada de adolescentes recorda ter visto anúncios em plataformas de streaming (31%) do que na televisão convencional (29%), embora o streaming tenha ficado em último lugar entre as plataformas que apresentam anúncios mais apreciados por adolescentes (9%). A televisão convencional representa 23% nesta métrica e exemplifica de forma semelhante a aceitação de anúncios em plataformas onde são esperados, em comparação com plataformas que só recentemente começaram a interromper os conteúdos.

Ao selecionarem as plataformas de streaming preferidas, 27% dos adolescentes escolheram a Netflix como a plataforma de eleição, em seguida encontra-se o YouTube, com 16%, e o Hulu ocupa o terceiro lugar, com 10% de preferência. O Prime Video, o Disney+ e o Paramount+ apresentam percentagens de preferência de apenas um dígito.

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Google vai excluir automaticamente novos anunciantes dos domínios ‘estacionados’

Os anunciantes atuais do Google Ads continuam a ser incluídos por defeito e têm de optar por excluir de cada campanha os domínios que foram comprados e não estão a ser utilizados

A Google vai excluir automaticamente os novos anunciantes do Search e do Performance Max dos domínios ‘estacionados’, que foram comprados e não estão a ser utilizados atualmente, a partir de outubro. Desta forma, põe fim à distribuição predefinida de anúncios, pelo menos para as novas contas, em dezenas de milhares de páginas web em grande parte inativas, cujo valor é questionado há muito tempo, noticia a Ad Age.

A inclusão automática de campanhas do Search em domínios ‘estacionados’ e em outros parceiros de pesquisa questionáveis da Google já tinha sido criticada, no final de 2023, num relatório da Adalytics, que encontrou problemas com sites pornográficos e outros ligados a empresas russas ou iranianas sob sanção do Governo dos Estados Unidos, na rede de parceiros da Google. Os domínios ‘estacionados’ foram o maior grupo de parceiros de pesquisa que a Adalytics encontrou, somando mais de 21 mil.

“Há muito tempo que oferecemos aos anunciantes a opção de não permitir que os seus anúncios apareçam em domínios ‘estacionados'”, afirma um porta-voz da Google, citado pela Ad Age. “Estamos sempre a seguir o ‘feedback’ dos nossos clientes, e essa é a razão pela qual tomámos recentemente a decisão de mudar a distribuição em domínios ‘estacionados’ para uma definição de inclusão opcional em campanhas do Search e do Performance Max de novas contas”, acrescenta.

A mudança representará um ligeiro impacto nas receitas do negócio global do Search da Google, mas para alguns anunciantes e empresas que exploram os domínios ‘estacionados’ a mudança vai ser mais sentida. A Google, no entanto, não especifica o montante das receitas que poderão ser afetadas.

A opção de auto-exclusão por defeito dos domínios ‘estacionados’ para os novos anunciantes é a mais recente de uma série de medidas tomadas pela Google, desde o relatório da Adalytics, para dar aos anunciantes mais visibilidade e controlo sobre as campanhas do Search.

Embora os novos anunciantes do Google Ads passem automaticamente a ser excluídos dos domínios ‘estacionados’, os anunciantes existentes continuam a ser incluídos por defeito e têm de optar por excluí-los de cada campanha.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Audiências semanais: TVI recupera liderança

Na semana de 2 a 8 de setembro, a RTP1 cresce e atinge os 12,4% de quota, a SIC mantém o mesmo valor de ‘share’ que já registava, ficando nos 13,9%, e a TVI reforça e atinge os 14,6%. O consumo global de televisão tem uma quebra de cerca de seis minutos por dia

O consumo global de televisão apresenta tendência decrescente esta semana, registando uma quebra de cerca de seis minutos por dia, ficando assim em cinco horas e 24 minutos.

Nas contas do share de audiência, RTP1 e TVI reforçam o seu share, a SIC está estável e mantém o valor da semana anterior, o cabo e ‘outros’ decrescem. Esta semana a TVI recupera a liderança, detida anteriormente pela SIC. Desta forma, a RTP1 cresce mais uma vez e atinge os 12,4% de quota, a SIC mantém o mesmo valor de share que já registava, ficando nos 13,9%, a TVI reforça e atinge os 14,6% de quota semanal.

O cabo e ‘outros’ registam ambos tendência de quebra, com o cabo a descer até aos 39,1% de quota, e o “outros” (que inclui o visionamento em time shift, streaming e vídeo/jogos) desce de forma mais ligeira e tem esta semana 18,1% de share.

Na tabela dos canais mais vistos no cabo, o Star Channel conquista um lugar no pódio esta semana (o terceiro), junta-se a CMTV e a CNN Portugal nas primeiras posições do ranking. Seguem-se Hollywood, SIC Notícias, Star Movies, SIC Mulher e Globo. Nas duas posições que restam encontramos o AXN, de regresso ao top 10 da semana, e ainda o Star Life.

Com o início da Liga das Nações e a entrada de Portugal em campo, a transmissão de ‘Futebol – Liga das Nações/Portugal X Escócia’, feita na RTP1, foi, sem surpresas, o programa mais visto da semana. Ao longo do restante top 5 global marcam presença ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha’, da SIC, dois blocos do ‘reality show’ da TVI: ‘Dilema – Os Finalistas’ e ‘Dilema’, e ainda um episódio da novela ‘Cacau’, também da TVI.

No ranking dos programas mais vistos da oferta cabo, o programa ‘Doa a Quem Doer’, da CMTV, ocupa a primeira posição, sendo seguido por ‘Investigação CM/Enfermeira Assassina’ e pelos serviços noticiosos ‘Grande Jornal – Tarde’, ‘Grande Jornal – Noite’ e ainda ‘Jornal 7’, todos conteúdos da CMTV, como é habitual.

 

by Data Insights, Havas Media Network

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