Tendências de marketing digital para 2024: tentar prever o imprevisível
À medida que a tecnologia e o marketing digital evoluem a ritmos alucinantes, 2024 promete ser um ano com tendências inovadoras capazes de moldar o setor. Neste ambiente dinâmico e […]

M&P BRANDED
Justiça quer venda forçada de produtos de tecnologia publicitária da Google
Hollywood em choque com tarifas de Trump sobre o cinema
Trump admite nova extensão de prazo para venda do TikTok
“Sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade não aparece”
Grupo Rodilla adquire 100% da A Padaria Portuguesa
Dio Rods é o ‘gamer’ nacional com mais interações no Instagram
Doja Cat dá a cara pela Marc Jacobs
APR exige retoma de programa de aquisição de geradores para rádios locais
João Maia Abreu assume direção executiva da SPi
Hub Media reforça portefólio com quatro novas contas
À medida que a tecnologia e o marketing digital evoluem a ritmos alucinantes, 2024 promete ser um ano com tendências inovadoras capazes de moldar o setor. Neste ambiente dinâmico e competitivo, as empresas precisam de se manter à frente da curva e ter uma visão abrangente das tendências mais proeminentes a adotar para prosperar.
Se olharmos para o panorama no seu geral, é desde logo impossível negar o impacto que a Inteligência Artificial (IA) terá para o digital e consequentemente para as empresas. Apesar de ainda estar nos primórdios da sua implementação generalizada e gerar ainda algumas controvérsias, esta ferramenta está já bastante avançada e pode agilizar inúmeras tarefas de marketing.
As ferramentas orientadas para a IA generativa têm um grande potencial na otimização de tarefas repetitivas, criação de estratégias e na análise de vastos conjuntos de dados dinâmicos que levaria muito mais tempo ou em que seria até impossível para o humano alcançar o mesmo nível de detalhe. Com o data-driven marketing a manter o seu estatuto indispensável, o uso destas ferramentas permitirá às agências e às empresas direcionar melhor os seus esforços comunicativos e publicitários, melhorar a exatidão das experiências personalizadas e identificar em tempo real as preferências e necessidades dos diferentes públicos em constante movimento.
Num mundo em que os domínios offline e digital se estão a fundir cada vez mais, é crucial que as marcas ofereçam uma experiência integrada e seemless para os seus consumidores, em particular dada a preferência contínua pelo uso do telemóvel, uma ferramenta que os consumidores têm sempre à mão, inclusive nas lojas físicas. Com os consumidores fragmentados em várias plataformas, uma abordagem coesa e consistente em todos os canais será também essencial para atingir este público diversificado, pelo que uma estratégia omnichannel é mais crítica do que nunca, implicando a adaptação de táticas num mindset phygital.
As redes sociais são outro aspeto que continuará a desempenhar um papel vital no panorama do marketing digital, com uma camada nova que continua a crescer e ainda vem trazer mais poder a estas plataformas. Apesar de o Google continuar a ser um ator predominante, as redes sociais têm crescido como uma espécie de motor de busca onde os consumidores procuram o contacto com as marcas e onde vão para saber as novidades, pelo que os investimentos publicitários em redes sociais continuam a crescer.
Para além de locais de pesquisa, o social commerce tem vindo a ganhar o seu espaço, com os consumidores a desejarem a experiência completa nestas plataformas que visitam com grande regularidade. A possibilidade de tornar as compras mais fáceis capitalizando a conveniência ao disponibilizar essa transação nas próprias plataformas sociais e otimizando o processo de venda, cria uma experiência de compra fluída e atraente.
Em Google, veremos uma predominância crescente dos investimentos a serem canalizados para formatos com Machine Learning (ML) e IA, como o Performance Max e Demand Gen, que permitem aceder a todo o inventário de Google Ads a partir de uma única campanha, com um objetivo concreto a atingir.
Os consumidores procuram cada vez mais conteúdo de fácil consumo, adaptado aos seus estilos de vida agitados e ao seu período de atenção reduzido. É aqui que se manterá também outra tendência: os vídeos curtos e a expansão dos podcasts emergem como formas essenciais de conexão com o público. Este tipo de conteúdos audiovisuais afirmam a sua posição como veículos poderosos para o envolvimento do público ao permitir que as marcas contem histórias e estabeleçam conexões profundas, pela regularidade de contactos, e sem grande esforço do utilizador.
Ainda nas redes sociais, podemos estar certos da importância para as empresas de manterem uma estratégia de marketing de influência constante e atualizada. Em 2024, os influenciadores, sejam eles micro ou macro, continuarão a ser uma força motriz para influenciar a tomada de decisões dos consumidores. Os públicos continuam a olhar para estes influenciadores como fonte de confiança (por vezes imparcial e mais credível) e com a capacidade de dar às marcas uma camada mais humanizada e empática.
Mesmo com a ascensão imparável das tecnologias e a automação no marketing, o elemento humano e capacidade de estabelecer conexões emocionais continuam a revelar ter um papel insubstituível e inigualável. As marcas que melhor conseguirem equilibrar as vantagens da tecnologia com o toque humano estarão numa posição mais favorável para cativar e reter os seus públicos e construir relacionamentos sólidos a longo prazo.
Um fator que é igualmente essencial para criar transparência e confiança na relação com os consumidores recai sobre a utilização dos dados e as questões de privacidade, um tema que sempre gerou controvérsia e um grande impacto nas estratégias das empresas. Em 2024, a integração de dados primários (1st party data) nas estratégias de marketing ganhará destaque, impulsionada por regulamentos de privacidade mais rigorosos, pelo declínio dos cookies de terceiros e pelas crescentes preocupações com a privacidade dos clientes.
Se, por um lado, os dados recolhidos pelas marcas oferecem maior precisão e mais controlo, permitindo estratégias mais afinadas com vista a atingir os seus objetivos de marketing, por outro, esta abordagem traz desafios em termos de limitar o alcance e o acesso das empresas a estas informações, uma vez que os dados se tornam exclusivos e, muitas vezes, mais escassos em comparação com dados de terceiros. Porém, há sempre quem beneficie desta gestão, como é o caso do Retail Media, uma estratégia em crescimento que irá permitir às marcas através dos do first party data dos retalhistas fornecer experiências de publicidade altamente direcionadas e relevantes aos seus clientes, o que acabará por aumentar as taxas de conversão e ser altamente eficaz e mensurável para as empresas.
Uma coisa é certa, a tendência mais importante é a necessidade de uma forte capacidade de adaptação por parte dos negócios a este ambiente altamente volátil e num contexto em que os consumidores se tornam cada vez mais rigorosos e atentos. O mundo não pára e o marketing digital também não.
Por: Miguel Serrão, Head of Digital da Havas Media Network