Miguel Serrão, Head of Digital da Havas Media Network
Tendências de marketing digital para 2024: tentar prever o imprevisível
À medida que a tecnologia e o marketing digital evoluem a ritmos alucinantes, 2024 promete ser um ano com tendências inovadoras capazes de moldar o setor. Neste ambiente dinâmico e […]
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À medida que a tecnologia e o marketing digital evoluem a ritmos alucinantes, 2024 promete ser um ano com tendências inovadoras capazes de moldar o setor. Neste ambiente dinâmico e competitivo, as empresas precisam de se manter à frente da curva e ter uma visão abrangente das tendências mais proeminentes a adotar para prosperar.
Se olharmos para o panorama no seu geral, é desde logo impossível negar o impacto que a Inteligência Artificial (IA) terá para o digital e consequentemente para as empresas. Apesar de ainda estar nos primórdios da sua implementação generalizada e gerar ainda algumas controvérsias, esta ferramenta está já bastante avançada e pode agilizar inúmeras tarefas de marketing.
As ferramentas orientadas para a IA generativa têm um grande potencial na otimização de tarefas repetitivas, criação de estratégias e na análise de vastos conjuntos de dados dinâmicos que levaria muito mais tempo ou em que seria até impossível para o humano alcançar o mesmo nível de detalhe. Com o data-driven marketing a manter o seu estatuto indispensável, o uso destas ferramentas permitirá às agências e às empresas direcionar melhor os seus esforços comunicativos e publicitários, melhorar a exatidão das experiências personalizadas e identificar em tempo real as preferências e necessidades dos diferentes públicos em constante movimento.
Num mundo em que os domínios offline e digital se estão a fundir cada vez mais, é crucial que as marcas ofereçam uma experiência integrada e seemless para os seus consumidores, em particular dada a preferência contínua pelo uso do telemóvel, uma ferramenta que os consumidores têm sempre à mão, inclusive nas lojas físicas. Com os consumidores fragmentados em várias plataformas, uma abordagem coesa e consistente em todos os canais será também essencial para atingir este público diversificado, pelo que uma estratégia omnichannel é mais crítica do que nunca, implicando a adaptação de táticas num mindset phygital.
As redes sociais são outro aspeto que continuará a desempenhar um papel vital no panorama do marketing digital, com uma camada nova que continua a crescer e ainda vem trazer mais poder a estas plataformas. Apesar de o Google continuar a ser um ator predominante, as redes sociais têm crescido como uma espécie de motor de busca onde os consumidores procuram o contacto com as marcas e onde vão para saber as novidades, pelo que os investimentos publicitários em redes sociais continuam a crescer.
Para além de locais de pesquisa, o social commerce tem vindo a ganhar o seu espaço, com os consumidores a desejarem a experiência completa nestas plataformas que visitam com grande regularidade. A possibilidade de tornar as compras mais fáceis capitalizando a conveniência ao disponibilizar essa transação nas próprias plataformas sociais e otimizando o processo de venda, cria uma experiência de compra fluída e atraente.
Em Google, veremos uma predominância crescente dos investimentos a serem canalizados para formatos com Machine Learning (ML) e IA, como o Performance Max e Demand Gen, que permitem aceder a todo o inventário de Google Ads a partir de uma única campanha, com um objetivo concreto a atingir.
Os consumidores procuram cada vez mais conteúdo de fácil consumo, adaptado aos seus estilos de vida agitados e ao seu período de atenção reduzido. É aqui que se manterá também outra tendência: os vídeos curtos e a expansão dos podcasts emergem como formas essenciais de conexão com o público. Este tipo de conteúdos audiovisuais afirmam a sua posição como veículos poderosos para o envolvimento do público ao permitir que as marcas contem histórias e estabeleçam conexões profundas, pela regularidade de contactos, e sem grande esforço do utilizador.
Ainda nas redes sociais, podemos estar certos da importância para as empresas de manterem uma estratégia de marketing de influência constante e atualizada. Em 2024, os influenciadores, sejam eles micro ou macro, continuarão a ser uma força motriz para influenciar a tomada de decisões dos consumidores. Os públicos continuam a olhar para estes influenciadores como fonte de confiança (por vezes imparcial e mais credível) e com a capacidade de dar às marcas uma camada mais humanizada e empática.
Mesmo com a ascensão imparável das tecnologias e a automação no marketing, o elemento humano e capacidade de estabelecer conexões emocionais continuam a revelar ter um papel insubstituível e inigualável. As marcas que melhor conseguirem equilibrar as vantagens da tecnologia com o toque humano estarão numa posição mais favorável para cativar e reter os seus públicos e construir relacionamentos sólidos a longo prazo.
Um fator que é igualmente essencial para criar transparência e confiança na relação com os consumidores recai sobre a utilização dos dados e as questões de privacidade, um tema que sempre gerou controvérsia e um grande impacto nas estratégias das empresas. Em 2024, a integração de dados primários (1st party data) nas estratégias de marketing ganhará destaque, impulsionada por regulamentos de privacidade mais rigorosos, pelo declínio dos cookies de terceiros e pelas crescentes preocupações com a privacidade dos clientes.
Se, por um lado, os dados recolhidos pelas marcas oferecem maior precisão e mais controlo, permitindo estratégias mais afinadas com vista a atingir os seus objetivos de marketing, por outro, esta abordagem traz desafios em termos de limitar o alcance e o acesso das empresas a estas informações, uma vez que os dados se tornam exclusivos e, muitas vezes, mais escassos em comparação com dados de terceiros. Porém, há sempre quem beneficie desta gestão, como é o caso do Retail Media, uma estratégia em crescimento que irá permitir às marcas através dos do first party data dos retalhistas fornecer experiências de publicidade altamente direcionadas e relevantes aos seus clientes, o que acabará por aumentar as taxas de conversão e ser altamente eficaz e mensurável para as empresas.
Uma coisa é certa, a tendência mais importante é a necessidade de uma forte capacidade de adaptação por parte dos negócios a este ambiente altamente volátil e num contexto em que os consumidores se tornam cada vez mais rigorosos e atentos. O mundo não pára e o marketing digital também não.
Por: Miguel Serrão, Head of Digital da Havas Media Network