Há menos liberdade de imprensa em Portugal do que em 2022. Sindicato debate tema
Portugal desceu de sétimo para o nono lugar do ranking mundial da liberdade de imprensa da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), divulgado esta quarta-feira, dia em que se assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Apesar da descida de dois lugares, em relação a 2022, Portugal integra, ainda assim, o grupo de 44 países com “uma situação satisfatória” no que diz respeito a tema. “A liberdade de imprensa é robusta em Portugal. Os jornalistas podem conduzir suas reportagens sem restrições, embora alguns possam enfrentar ameaças de grupos extremistas”, refere a organização na área dedicada ao país na plataforma que reúne os dados analisados.
De acordo com a 21ª edição do ranking, que avalia 180 países, em primeiro lugar surge a Noruega, pelo sétimo ano consecutivo, seguida pela Irlanda, que subiu quatro posições, e pela Dinamarca, que desceu um.
O secretário dos Repórteres Sem Fronteiras, citado no relatório, salienta que “o Índice Mundial de Liberdade de Imprensa revela uma enorme volatilidade de situações, com grandes subidas e descidas e mudanças sem precedentes, como a subida de 18 lugares do Brasil e a descida de 31 lugares do Senegal”, agora na 92ª e na 104ª posições respetivamente.
Christophe Deloire adianta ainda que “esta instabilidade é o resultado de uma maior agressividade das autoridades em muitos países e da crescente animosidade contra os jornalistas nas redes sociais e no mundo físico. A volatilidade é também consequência do crescimento da indústria de conteúdos falsos, que produz e distribui desinformação e fornece as ferramentas para fabricá-la”.
No âmbito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Sindicato dos Jornalistas aproveita para refletir sobre o tema no ciclo de conferências intitulado “E sobre isto, o Sindicato não diz nada?.
Agendada para as 21h30, a conferência contará com as presenças da jornalista e escritora Isabel Nery, do advogado do Sindicato dos Jornalistas desde 1990 Tiago Rodrigues Bastos e do jornalista e escritor Germano Silva, especialista em história e guardador de memórias.