O futuro das equipas

Por a 22 de Julho de 2022

Vivemos numa era de constante transformação digital onde corremos para digitalizar produtos, serviços, relações e praticamente todos os aspetos e necessidades presentes na nossa vida profissional e pessoal. Entre essa busca constante corremos o risco de perder alguma da nossa humanidade? E até que ponto podemos ou devemos digitalizar as nossa relações profissionais e pessoais?

De forma a permitir essa evolução, o mercado está focado em conseguir responder às necessidades criadas e os profissionais são constantemente atraídos para novos desafios com um mercado que compete de forma feroz pelo talento com as mais diversas ofertas para estes perfis. Não se limitando atualmente à competição nacional, mas também com desafios para qualquer parte do mundo a partir do conforto do lar.

O maior desafio que existe atualmente na área da tecnologia está relacionado com a atração e retenção de talento uma vez que essas capacidades são agora necessárias em todas as vertentes de negócio em qualquer parte do mundo.

Esta corrida pelo talento promove maior rotatividade de profissionais nas organizações na mesma medida que obriga as organizações a repensar todos os seus modelos de atração e retenção.

E por que é fundamental seguir esse caminho?

Parece evidente que não o fazer irá obrigar as organizações a constantes mudanças já que, com a incapacidade de reter e desenvolver talento, será complexo criar dinâmicas e processos de trabalho consistentes e, dessa forma, inevitavelmente haverá impacto no negócio.

Focar na rapidez e volume de contratação de profissionais não será a solução. Profissionais que entram e saem das organizações rapidamente dificilmente podem agregar um valor que seja consistente e que tenha efeito a longo prazo, precisamos pensar as nossas equipas como uma parte fundamental da organização e definir um caminho de atração, retenção, mas, também importante, de crescimento dessas mesmas pessoas e equipas.

É cada vez mais importante o foco na estabilidade e no bem-estar das pessoas que compõem as organizações, assim como criar condições para que exista evolução profissional e constante desafio. Por isso é fundamental trabalhar na retenção de equipas de modo a permitir uma evolução sustentada e apoiada na confiança entre pares. Uma equipa nunca será um grupo de pessoas que trabalham lado a lado, mas sim a soma das suas valências assim como das suas fraquezas. Uma equipa de alto rendimento é aquela que melhor consegue equilibrar estes dois pontos em torno de um objeto comum e que consegue desenvolver confiança e empatia entre os seus elementos.

A forma como as organizações planeiam a sua estratégia de retenção e atração pode e deve variar de organização para organização, o mais importante é que essa estratégia de seja fiel ao ADN da organização e que consiga agregar desafio, crescimento, autonomia, condições e benefícios de forma a encontrar um equilíbrio saudável entre as partes. A aposta nas pessoas e no desenvolvimento das suas mais-valias terá sempre um retorno positivo para todas as partes. É fundamental para as organizações uma definição clara e um plano assertivo neste campo para o futuro, só assim se vão manter relevantes.

Sir Richard Branson tem uma frase com a qual concordo plenamente: “Train people well enough so they can leave, treat them well enough so they don’t want to”. Colocar o foco no bem-estar das pessoas, sendo pedra fundamental para criar uma cultura que perdure, pessoas que ficam, que desenvolvem competências e que se tornam a base para criar uma cultura dentro das organizações.

Acredito que este é um caminho bastante desafiante que as organizações têm pela frente, mas é, sem dúvida, algo possível de concretizar com todos os ajustes necessários pelo caminho.

Artigo assinado por Ricardo Melo, head of frontend da Fullsix Portugal

Deixe aqui o seu comentário