Musk Tweets

Por a 3 de Maio de 2022

Luís Mergulhão, CEO do Omnicom Media Group Portugal

Must Musk I – Elon Musk, o empresário que tem vindo a marcar o início deste século, nas suas opções de investimento, colocou-se-se quase sempre a pensar a partir do futuro, em vez de projetar onde estaríamos: entrou na indústria aeroespacial há 20 anos, com a criação da SpaceX, desde logo anunciada como comercial, e não apenas querendo chegar longe – Marte – mas também naquilo que podem vir a ser os navios de cruzeiro espaciais“, veículos de residência para humanos, senão permanente, mas pelo menos de média duração;

Must Musk II – Assegurou de seguida, em 2003, o controlo de uma Tesla que tinha ainda poucos meses de vida, colocando a questão da mobilidade elétrica e da automação na ordem do dia;

Must Musk III – Concebeu e lançou uma rede de satélites com cobertura global, o Starlink, já com 2.100 aparelhos de pequena dimensão e que podem operar com licença em 32 países (graças a ele, a Ucrânia pode continuar a ter todo o seu sistema de comunicação garantido, o que tem sido crucial para a defesa do país perante a invasão pela Federação Russa); e agora a compra inesperada do Twitter, a maior rede social de transações de informações, colocando de imediato, quer as plataformas globais quer os grupos de media, num estado de alerta, pelo controlo que terá sobre qual a difusão e quais os conteúdos a serem veiculados. Receios, interrogações, medos, muitos.

Must Musk IV – Vale a pena entender o que se está a passar, e o que isto significa: liberdade de expressão (o Twitter tornou-se no media com maior impacto mundial), interesses de negócios cruzados (não fora a China um dos principais parceiros comerciais de Musk e onde ele pode crescer com maior impacto), e imprevisibilidade (maior do que a de Trump, e mais poderosa, pois é global).

& Less Gafa – mesmo com o rebranding do Facebook para Meta, a companhia de Mark Zuckerberg terminou o Q1 de 2022, um frágil crescimento de 7% nos seus revenues, uma queda de 25% no seu income operacional, o que levou à queda de 18% nos dividendos pagos, o que não acontecia desde há muito tempo. Na mesma semana, a Amazon anunciava uma queda de 3% no seu volume de negócios no Q1, comparativamente com o período homólogo do ano passado, e a Apple, fechando o seu Q2 (tem o ano fiscal a terminar em setembro) com um aumento de 9% de revenues, mas projetando um impacto negativo de 8 mil milhões de dólares, o que provocou uma quebra imediata na sua cotação bolsista. Por seu turno a Alphabet, dona do Google e YouTube, apresentou um crescimento de 23% mas abaixo do previsto, e com o YouTube a falhar nos seus objetivos de forma clara, talvez mercê da concorrência da chinesa TikTok. Fuga de visualizações e de investimento publicitário (e de jovens), nuns casos, e falta de componentes (já não se trata apenas de chips, agora também de semicondutores) noutros, prenunciam o fim do ciclo dos crescimentos anuais significativos.

Short tweets:

Desejos de mudança – Revelados pelo Survey tornado público pelo LinkedIn sobre o Reino Unido que nos revela a sua pesquisa mais recente que aponta para que 22 milhões de britânicos, ou seja 67% da força de trabalho, estão disponíveis para um novo emprego ou um novo desafio na sua vida profissional. Embora seja o país onde esta percentagem é a mais elevada, é algo que perpassa por toda a Europa.

Lançamento de livro – Ocorrido no final de abril, de alguma forma inédito por se ter tornado uma verdadeira e relevante Conferência sobre o marketing no Futuro, a mais recente edição da Lidel, o livro “Marketing Futureland”, de autoria de Luiz Moutinho, Nuno Teixeira e André Zeferino: Para além do brilho dos autores, donde destaco o grande professor de marketing que é o Luiz, a fazer uma key note extraordinária, como nos habituou, brilharam também Luís Bravo Martins, e Karla e Silvia Menezes. A ler o livro, e ver a conferência no lançamento, disponível no YouTube.

Artigo de opinião assinado por Luís Mergulhão, CEO do Omnicom Media Group Portugal

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