Efeito inflação: 58% das categorias aumentaram preço e 31% perderam compradores. Quota das marcas de distribuição nos 41,1%

Por a 18 de Maio de 2022

O aumento dos preços dos produtos no setor do grande consumo, devido à inflação e às consequências do conflito na Ucrânia, está a ter impacto nas compras dos portugueses, adianta um estudo realizado pela Kantar e pela Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca.

O volume das cestas é o menor dos últimos quatro anos, ao registar uma quebra de 2,8% no primeiro trimestre do ano face ao período homólogo de 2019. O único segmento que contraria esta tendência é o da higiene e beleza, que mantém a desvalorização que já era sentida nos períodos anteriores, com uma preferência por categorias de cuidado e um maior mix entre marcas de distribuição e marcas de fabricante.

“Quando se analisa o início deste ano e se compara com o do ano anterior, assiste-se a uma perda inevitável, tanto em valor como em volume, uma vez que no primeiro trimestre de 2021 estávamos confinados. No entanto, quando se compara o primeiro trimestre de 2022 com o homólogo de 2019, verifica-se que as cestas são mais pequenas, mas de maior valor. A frequência de compra mantém-se estável”, explica Marta Santos, sector director da Kantar, citada em comunicado.

Os números apresentados referem que 58% das categorias que aumentaram o preço, apenas 31% perderam compradores, incluindo categorias básicas como o arroz, azeite e margarinas.

Quota das marcas de distribuição  aumenta e consumo online pouco acima de 2020

O estudo da Kantar para a Centromarca destaca ainda o crescimento contínuo e acelerado das marcas de distribuição. Neste momento, a quota em valor situa-se nos 41,1%, tendo aumentado 2,3 pontos percentuais face a 2021 e 5,2 pontos percentuais relativamente a 2019, com destaque nesta evolução para a performance das marcas de distribuição da Mercadona e do Intermarché.

Comparativamente com o primeiro trimestre de 2019, a preferência por marcas de distribuição é ainda mais visível em categorias que aumentam o preço e perdem compradores (26 em 29 conquistaram quota de mercado), como o leite UHT, refrigerantes de fruta ou azeite.

No que diz respeito ao consumo online, e apesar do canal ter perdido parte dos consumidores ganhos na pandemia, o grau de penetração permanece um pouco acima do verificado em 2020 (15% vs. 16,8%).

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