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Luís Mergulhão, CEO do Omnicom Media Group Portugal
“Content is King” – este termo, muito em voga ainda no século passado, tem vindo a revelar-se cada vez mais atual: não bastassem os valores por que têm sido transacionados os direitos de conteúdos de carteiras de produtoras ou artistas (veja-se o valor de venda do portfólio musical de David Bowie e, mais recentemente, o anúncio da pretensão de venda dos direitos do The Lord of The Rings por um valor de cerca de dois mil milhões de dólares), a confirmação, no início deste mês, da intenção da venda do Channel 4 pelo governo britânico não trata senão disso: pense-se no valor dos filmes, séries e documentários que aquele canal produziu ao longo de 40 anos. Não se estará aqui apenas no plano ideológico (embora dê cobertura a isso), mas sim dos valores que aquela transação certamente movimentará. A seguir com atenção.
NFT … – os non-fungible tokens estão cada vez mais presentes na comunicação das marcas (e especialmente na comunicação de que o fazem), quer se trate de produtos duradouros ou de consumo imediato: torna-se cada vez mais evidente que esse movimento possibilitará, não apenas atrair públicos-alvo distantes dos media ou plataformas digitais globais cada vez mais tradicionais, como associará essas marcas a atributos de modernidade e de inovação de que tanto precisam. Mesmo sem grande impacto inicial, as marcas “marcam” pontos nessa comunicação, sem que tenham necessariamente resultados diretos significativos nas vendas, o que poderá ser uma limitação no atual quadro da previsível evolução da economia mundial.
… & Metaverso – que, de repente, se tornou como um caminho mais fácil no futuro para associar as marcas a um mundo onde desigualdades de todo o tipo se esbatem ou nem sequer existem, e onde a sustentabilidade (que está hoje na ordem do dia), encontra “soluções” rápidas e sólidas. Não se trata afinal apenas de um mundo paralelo, pois existe um valor real (e monetizável) nas pessoas que por lá “passam” ou lá “vivem”. As marcas, todavia, terão de saber lidar com essa convivência paralela, e a permanente entrada/saída entre os dois mundos. Um desafio forte para a criatividade, mas também para as empresas, pois não poderão, no mundo real, ser muito diferentes da imagem que tentarem criar nesse mundo paralelo!
Passagem pelo governo – a de Nuno Artur Silva, protagonista da mais importante alteração que a RTP e o serviço público audiovisual que presta tiveram nas últimas décadas (integrado na equipa de Gonçalo Reis). Profissional com provas dadas em várias áreas, teve a árdua tarefa, entre outras, de gerir o difícil momento da necessidade de apoio aos media e grupos de comunicação social durante o período covid. De novo uma excelente prestação com o rigor e empenho a que nos habituou. Obrigado Nuno.
Short tweets:
Carla Borges Ferreira – de partida do Meios & Publicidade onde, acompanhada pelo Rui Oliveira Marques e pelo Pedro Durães, e com o apoio possível do acionista, conseguiu durante vários anos, manter uma informação diversificada e plural sobre o setor do marketing, da comunicação e da publicidade. Obrigado, e até já, Carla. Parabéns também ao Pedro, a quem cabe a partir de agora dirigir e transformar um jornal fundamental e imprescindível para o nosso ecossistema.
Personalidade do ano em sustentabilidade – bem merecida pela pessoa distinguida com a atribuição do galardão deste ano, na segunda edição dos Prémio Nacional de Sustentabilidade promovido pelo Jornal de Negócios e pela Cofina, e que a data em que escrevo me impede de revelar publicamente (embora já o saiba por ter feito parte do júri deste ano).
Artigo de opinião assinado por Luís Mergulhão, CEO do Omnicom Media Group