Podem as redes sociais ser uma ferramenta de employer branding?

Por a 21 de Setembro de 2021

Ao longo dos últimos anos, o conceito employer branding tem ganho cada vez mais relevância no mundo organizacional. Qualquer empresa que pretenda gerar uma percepção positiva no mercado, relativamente ao seu local de trabalho ou aos seus métodos operacionais em equipa, deve adoptar uma estratégia de employer branding.

Actualmente, encontramo-nos num cenário organizacional bastante competitivo, onde as empresas, com o intuito de se diferenciarem e distanciarem dos seus concorrentes, de fortalecerem a sua imagem corporativa e de atraírem novos recursos, recorrem a este tipo de estratégias. Estas, quando bem executadas, permitem que, por um lado, seja possível ter colaboradores satisfeitos e bastante empenhados com a sua organização – uma vez que esta é vista como uma oportunidade para o desenvolvimento do seu potencial e valorização profissional – e, por outro, mais candidatos dispostos a lutar pelas melhores vagas nas organizações.
No entanto, quando falamos em gerar a tal percepção positiva de uma determinada organização, devemos sempre equacionar as redes sociais. Estas – devidamente pensadas e com estratégias definidas – são, nos dias de hoje, o canal mais importante para uma marca. Quando, numa conversa formal ou informal, ouvimos falar de uma determinada empresa cujo nome não nos é familiar, imediatamente fazemos uma pesquisa nos social media para validar mais informações: quem são, o que fazem, o que apoiam.

Neste sentido, as redes sociais devem reflectir as suas emoções, atitudes, crenças e, de uma forma indirecta, a actividade de uma organização. Reflectir o que pensa e aquilo em que acredita é o que vai permitir à comunidade identificar-se com a mesma. Muitas das vezes não procuram o produto, procuram espírito, imagem, experiência e convicção. As pessoas hoje em dia estão tão despertas para estas motivações que são elas que analisam os comportamentos das marcas. Querem sentir-se identificadas e as empresas querem essa percepção positiva. Sem as duas, não há desenvolvimento de notoriedade.

Neste sentido, será que podemos afirmar que as redes sociais são fundamentais para as estratégias de employer branding? A verdade é que as redes sociais são, cada vez mais, um canal a ter em conta dada a sua relevância. É, muitas das vezes, através delas que atraímos, conquistamos novos elementos e retemos os nossos profissionais. Mas, como em tudo, se a estratégia for errada, fará o efeito contrário e pode ser bastante prejudicial. Por exemplo, a escolha das redes a marcar presença é uma estratégia. Tem de ser pensada e não devemos estar em todas em redes, sem certeza daquilo que se pretende. Esta escolha, sem conteúdos correctos, pode ser o ponto mais prejudicial de uma estratégia de comunicação.

As organizações devem estar sempre disponíveis e ser o mais credível possível para gerar confiança. É fundamental que os públicos confiem na organização e vice-versa, sendo que não devem ser construídas imagens fora da realidade. Devemo-nos focar numa comunicação transparente e coerente sobre quem somos para que todos nos conheçam e, posteriormente, se possam envolver. Mas então através de que conteúdos é que os social media podem melhorar as estratégias de employer branding. Antes de mais, é fundamental que as organizações sejam verdadeiras no tipo de conteúdos que publicam, mas é também bastante importante que estas tenham os conhecimentos necessários relativamente àquilo que move os seus colaboradores e candidatos, para que estes desejem ser parte do ADN da empresa. Neste sentido, testemunhos reais da organização, assim como acções fora da actividade recorrente, podem ser boas soluções para estratégias de employer branding.

Em suma, podemos entender que as redes sociais, devido ao seu exponencial crescimento e à sua grande representatividade e relevância no quotidiano dos trabalhadores e das organizações, podem ser utilizadas para as mais diversificadas finalidades. Cada dia que passa, os profissionais do mundo empresarial ambicionam estar mais próximos das grandes organizações, e as redes sociais, pelo poder que têm, revelam-se imprescindíveis para que isso aconteça.

Artigo de opinião de Susana Sardinha, directora de marketing e comunicação da Glintt

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