Facebook recusa remunerar meios de comunicação social e bloqueia as suas páginas na Austrália

Centenas de páginas informativas australianas, tanto de órgãos de comunicação social como de organizações privadas e até serviços de emergência, foram bloqueadas no Facebook daquele país. Desta forma. destaca o The Guardian, 18 milhões de utilizadores do Facebook na Austrália ficam impedidos de aceder ou partilhar conteúdos de meios de comunicação social, a partir daquela rede social.

“O Facebook está errado. As acções do Facebook são desnecessárias, autoritárias e vão prejudicar a sua reputação aqui na Austrália”, declarou o ministro das Finanças australiano Josh Frydenberg, citado pela Lusa, a propósito do projecto-lei que responsabiliza o Facebook, a Google e outras plataformas digitais pelo pagamento de conteúdos jornalísticos às empresas que os produzem. O projecto-lei foi aprovado pela Câmara dos Representantes e deverá chegar ao Senado na próxima semana.

“Em resposta à nova lei proposta, o Facebook irá restringir a capacidade dos editores e de todos os outros na Austrália de partilhar ou ler conteúdos noticiosos produzidos pelos meios de comunicação australianos ou internacionais”, contrapõe o Facebook. “A proposta de lei fundamentalmente confunde a relação entre a nossa plataforma e os editores que a usam para partilhar conteúdo noticioso. Deixo-nos perante uma escolha difícil: tentar cumprir a lei que ignora as realidades dessa relação ou deixar de permitir a partilha de conteúdo noticioso os nossos serviços na Austrália”, apontou William Easton, responsável pela rede social na Austrália e Nova Zelândia, de acordo com a agência Lusa. Este responsável sustenta que apenas 4 por cento dos conteúdos que os utilizadores vêem no seu feed corresponde a conteúdos de comunicação social. Em contrapartida, o Facebook esteve na origem de 5,1 mil milhões de cliques direccionados para órgãos de comunicação australianos em 2020.

O bloqueio de sites incluiu serviços e perfis como o do Departamento de Bombeiros e Serviços de Emergência da Austrália Ocidental ou o do Gabinete de Meteorologia, embora o Facebook tenha esclarecido entretanto que as páginas de entidades públicas e governamentais “não devem” ser afectadas, destaca a Lusa.

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