Uma não-campanha
Se os candidatos presidenciais não podem contactar presencialmente com as pessoas, isso é uma campanha eleitoral? Pelo menos será “sui generis” como os tempos em que vivemos, em que a incerteza é o verbo e o planeamento assenta sobre uma incógnita. Mas já antes deste novo confinamento o cenário era pobrezinho com uma campanha medíocre e sem qualquer factor de inovação.
Houve quem não recorresse sequer a outdoors, os sites estavam desactualizados e nenhum arriscou ter uma aplicação para telemóvel para contactar com os possíveis eleitores. Trabalhou-se Facebook, Instagram, Twitter e YouTube mas de maneira inócua. A peça essencial deste processo foram os debates – alguns com excelentes audiências – onde se criaram dinâmicas de sedimentação e crescimento do eleitorado. Porém, também se verificaram candidaturas em perda.
Houve muita lama, algo que não dignifica quem quer ser Presidente da República. Relevante é que nesta não-campanha pouco fica para a história em termos de comunicação política.
Análise de Rui Calafate, director da Special One Comunicação, à comunicação das Presidenciais 2021, publicada na mais recente edição do M&P