Facebook corta relações com Cambridge Analytica (com vídeo)
O Facebook suspendeu relações com a Cambridge Analytica, uma empresa de recolha e tratamento de dados sobre eleitores que trabalhou na campanha presidencial de Donald Trump em 2016, justificando que a empresa usou informações sobre os utilizadores sem autorização. A Cambridge Analytica terá ficado com informações pessoais sobre mais de 270 mil utilizadores do Facebook em 2014 e 2015 sem autorização, apesar de ter dito que as tinha apagado. O caso foi relevado na edição deste fim-de-semana do The Guardian.
Paul Grewal, em nome do Facebook, considerou a retenção não autorizada de informação “uma inaceitável violação de confiança”. Já um porta-voz da Cambridge Analytica negou qualquer comportamento impróprio, indicando que, quando soube que o uso dos dados era uma violação das políticas do Facebook, decidiu apagá-los na totalidade.
Entretanto, a comissária da entidade reguladora de privacidade do Reino Unido, Elizabeth Denham, anunciou hoje que está a investigar se os dados foram ou não ilegalmente adquiridos e usados, avançou a Lusa. Esta investigação está inserida num inquérito de maior dimensão para apurar como os partidos políticos, empresas de dados e redes sociais usam a informação privada para fazer perfis de votantes durante campanhas políticas, incluindo durante a do referendo sobre o Brexit no Reino Unido.
“É importante que o público esteja totalmente consciente de como a informação é usada e partilhada nas campanhas políticas da actualidade, e o potencial impacto na sua privacidade”, disse a comissária britânica, citada pela Lusa.
Recorde-se que o CEO da Cambridge Analytica, Alexander Nix, passou pela Web Summit 2017.