Meios exteriores de Lisboa vão ficar com a JCDecaux. MOP contesta

Por a 30 de Janeiro de 2018

lisboa-2872396_960_720O júri que avaliou as propostas para a concessão da publicidade exterior de Lisboa mudou de posição. Se o relatório preliminar, conhecido no Verão passado, dava a proposta apresentada pelos donos da MOP como vencedora, agora o relatório final do júri determina que os meios devem ser entregues à JCDecaux.
Lisboa é o principal mercado de exterior do país e determinante para definir qual a maior empresa de exterior do mercado.
No relatório preliminar eram apontadas como vencedoras as  propostas da Explorer Investments (dona da MOP)  para o lote 1  (mupis) e lote 2 (suportes digitais). Agora, o relatório final considera como vencedor a JCDecaux pelo lote 3 , a que a Explores Investments não concorreu,  e que junta numa proposta única os lotes 1 e 2.

A administração da MOP anunciou já que vai contestar esta decisão e que “não deixará de denunciar a forma como este concurso foi conduzido”. A empresa alega que os procedimentos de contratação pública foram “violados de forma tão clara os princípios gerais aplicáveis e as regras do jogo previamente fixadas, com decisões dificilmente explicáveis à luz das mais elementares regras do direito”. De acordo com a empresa dirigida por Vasco Perestrelo, o “júri alterou a sua posição invocando razões inaceitáveis para exclusão das nossas propostas, facto que, consequentemente veio a favorecer o concorrente JCDecaux, que tinha apresentado uma proposta inferior para os interesses da cidade”.
O M&P tentou, sem sucesso, obter um comentário de Ricardo Bastos, CEO da dreamMedia, empresa que também participou no concurso. A dreamMedia tinha já antes contestado a decisão preliminar do júri. O concurso implica uma mudança do panorama dos suportes publicitários da capital já que passará a haver uma maior presença de meios digitais. Até aqui os meios concessionados pela autarquia de Lisboa estavam repartidos pela Cemusa e pela JCDecaux. O novo contrato de concessão da exploração de publicidade no mobiliário urbano de Lisboa é válido por 15 anos.

JCDecaux ganha no lote dos 8,3 milhões de euros

O concurso estava repartido por três lotes. O primeiro lote dizia respeito a cerca de mil mupis (dos quais 100 digitais), o segundo a cerca de 130 grandes formatos digitais e o terceiro lote , que juntava os dois lotes.  De acordo com a proposta da Câmara de Lisboa, o primeiro lote valia 4,9 milhões de euros, o segundo 2,77 milhões e o terceiro, que engloba os suportes dos dois anteriores, oito milhões.
O grupo Explorer Investments, dono da MOP, apresentou propostas através das recém-criadas Cartazes & Panoramas I e Cartazes & Panoramas II. Para o primeiro lote, a Cartazes & Panoramas I ofereceu 5,24 milhões de euros. Os valores apresentados pela JCDecaux e pela Cemusa eram inferiores.
Para o lote 2, a Cartazes & Panoramas II  propunha 3,16 milhões de euros, pouco mais de 10 mil euros do que a segunda classificada, a Alargâmbito (dreamMedia). A JCDecaux também disputou este lote.
A JCDecaux apresentou uma proposta para o lote 3 no valor de 8,3 milhões de euros, ao qual a dona da MOP não concorreu. Mesmo assim, o valor da JCDecaux para todos os meios de Lisboa ficava 100 mil euros abaixo da soma das propostas da Explorer para os lotes 1 e 2 (8,4 milhões de euros). Foi esta proposta vencedora e será esta a base de contestação da MOP, já que o preço era o critério de decisão do concurso.

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