Assédio moral e sexual nas agências brasileiras com valores preocupantes (com vídeo)
O Grupo de Planejamento apresentou os resultados de um estudo que promoveu no mercado publicitário da região de São Paulo (Brasil) onde ouviu 1400 pessoas, relativamente a situações de assédio moral ou sexual no local de trabalho.
De acordo com os resultados, todas as pessoas participantes declararam que existem casos de assédio nas empresas de comunicação. Entre as mulheres entrevistadas, 90 por cento declarou já ter sofrido alguma situação de assédio, enquanto nos homens situa-se nos 76 por cento. No caso do assédio sexual, 51 por cento das mulheres assumiram terem sofrido assédio sexual no ambiente de trabalho e, entre este grupo, 39 por cento declarou que a forma de assédio sofrida envolveu contacto físico. “Esse índice de agressão com contacto físico surpreende-nos pois mostra que esses casos, muitas vezes, são tratados como se fossem situações normais, brincadeiras ou piadas do ambiente de trabalho”, comenta Renata D’Ávila, diretora-presidente do Grupo de Planejamento, citada pelo Meio e Mensagem.
O estudo indica ainda que para 89 por cento das mulheres e 85 por cento dos homens, o assédio moral está presente no quotidiano laboral. A pesquisa indica também que 62 por cento das mulheres que foram vítimas de assédio sexual ou moral declararam terem tido sintomas físicos, como crises de choro, ansiedade, sensação de incapacidade ou depressão. Entre os homens vítimas de assédio, esse indicador situa-se nos 51 por cento.
“Tínhamos a ideia de que a questão do assédio era um grande problema de nossa indústria. Mas quando conseguimos quantificar esse problema e transformar a percepção em números concretos é mais fácil consciencializar as lideranças e começar a planear as maneiras de coibir essas práticas que são culturais e tão prejudiciais a toda a sociedade”, completa Ana Cortat, que integrou o mesmo grupo de trabalho, em declarações ao Meio e Mensagem.