“Queremos posicionar a nossa imagem como uma agência criativa que trabalha para o anunciante”

Por a 20 de Fevereiro de 2017
Filipe Terruta

Filipe Terruta, director criativo da TVI

O novo logo e linha gráfica da TVI foi criado internamente e executado pela equipa liderada por Filipe Terruta, director criativo da estação. O responsável pela promos, grafismo e infografia explica, em três pontos, como é que o processo se desenvolveu e quais são os objectivos

A criação de um logo

Temos que ter uma imagem que seja também reflexo dos produtos que temos. E tínhamos um problema base, é que todos os projectos que nos foram aparecendo, todos os canais que fomos tendo, foram sempre avulso. Quando tivemos que fazer o TVI África surgiu a necessidade de fazer uma experiência de reformatar por completo a maneira de comunicar. O TVI África acabou por ser o nosso tubo de ensaio. Como não ia ter expressão a nível da emissão nacional, ajudou-nos a arrojar um bocadinho e a fazer coisas novas a nível de imagem. Foi um projecto que nos correu super bem. A partir daí, a tentativa foi a de, no espaço de um ano, uniformizar todos os logos e a imagem de todos os canais. Sempre foi a nossa necessidade porque tínhamos projectos completamente desgarrados e fomos fazendo sempre do zero. Do TVI foi o TVI 24, depois apareceu um TVI Ficção, um +TVI, um TVI Reality e de repente já estava tudo muito disperso. Então fizemos a uniformização e o rebrand de todos os outros canais complementares e deixamos o mais difícil para o fim. E é o mais difícil por ser aquele que tem maior visibilidade, que está mais sujeito a crítica.

 Diz algures a promo que “que não podemos esquecer de onde viemos mas podemos escolher para onde vamos”…

É um bocadinho por aí. Na altura em que se diz que a televisão morreu, discordo profundamente. Acho que na realidade temos sabido, com conta, peso e medida, acompanhar a evolução que tudo isto está a ter. E, na realidade, se olharmos para os últimos 5 anos, a televisão cresceu estupidamente. A televisão continua a ter a sua distribuição em FTA, a nossa televisão cresceu para aquilo que é a distribuição por cabo, cresceu no meio digital. Hoje em dia a palavra televisão é redutora. Continua a parecer que a televisão é o televisor. Não, nós não somos um televisor, isso deixamos para a Samsung, é outro campeonato. Somos geradores de conteúdos e hoje em dia estamos num processo de saber espalhá-los por todas as plataformas.

Falam dos Netflix da vida… Ok, a Netflix substituiu aquilo que no passado era o nosso blockbuster, que nada tem a ver com aquilo que era o nosso trabalho. E fazendo essas analogias, conseguimos perceber que crescemos sem dúvida e hoje conseguimos comunicar em multiplataformas, seja com o nosso canal em FTA – que tem que estar muito protegido porque tem uma audiência que nenhum outro meio consegue alcançar – independentemente de como as pessoas consomem. Se consomem ou não em linear, não tem nada a ver. Se o nosso conteúdo for o preferido de todos os espectadores, estamos bem. E é para ai que queremos caminhar. Os nossos conteúdos têm que ser os melhores e os mais consumidos, o que nos dá a tal liderança que é super confortável.

Nova imagem: Ruptura ou evolução?

Não é uma ruptura, é uma evolução. Não há aqui nenhum corte com o passado. Estamos a trabalhar numa série de formatos novos e aquilo que sentíamos necessidade é de ter um logo muito mais ágil para conseguir ter esse trabalho no dia-a-dia bem executado… Queremos posicionar a nossa imagem como uma agência criativa que trabalha para o anunciante. Então tinha a necessidade de ter um logo muito mais clean. O nosso logo vai-se desdobrar para qualquer tipo de aplicação. É esse é o próximo trabalho que tem que ser implementado ao longo deste ano, criarmos soluções para que o mercado nos receba bem e que de facto nos distancie dos nossos concorrentes.

O resto da conversa pode ser lida na próxima edição, em papel ou digital, do M&P

 

Deixe aqui o seu comentário