Chegou o Uber das viagens de avião. E é português
A apresentação oficial decorreu em Abril em Friedrichshafen (Alemanha) durante a feira de aviação Aero 2015. A aplicação portuguesa Skyüber põe em contacto donos de aviões até seis lugares e pessoas interessadas em fazer determinada viagem anunciada com antecedência. Quatro meses depois, estão já mais de cinco mil pessoas registadas e “algumas centenas de aeronaves”. O festival Vodafone Paredes de Coura está a servir de pretexto para promover o serviço. Quem for à app, disponível em iOs, descobre que pode ir de avião até ao coração do Alto Minho a partir de Benavente (Grande Lisboa) por 30 euros, de Vilar da Luz (Grande Porto) por 15 euros ou a partir de Braga por 12,50 euros.
O Skyüber, ao contrário do Uber para viagens de automóvel, não permite a criação de percursos à medida do utilizador. “Funcionamos como uma plataforma de matchmaking, como o Airbnb ou o Blablacar. A Skyüber actua na área da economia partilhada, ao pretender fazer a ligação entre os donos dos aviões e pessoas interessadas em utilizar esses voos. Baseia-se na partilha de custos e na diminuição dos custos da viagem para o dono do avião”, explica Carlos Oliveira, responsável pela startup portuguesa. O registo e utilização do serviço são gratuitos, sendo que é cobrado ao dono do avião “um pequeno valor” sobre o preço da viagem, quando a mesma se concretiza. A título de exemplo, a viagem poderá ser cancelada por questões atmosféricas ou porque o piloto não se sente confortável com o passageiro. A Skyüber só permite que entrem na plataforma aviões que cumpram vários requisitos, como a existência de seguro ou licença de voo.
“Fizemos em Abril, na maior feira de aviação da Europa, uma primeira apresentação. Queríamos ter o feedback dos pilotos europeus. Estamos ainda numa fase inicial, a dar passos curtos mas sólidos, ainda não chegou o momento de acelerar”, reforça o ex-secretário de Estado da Inovação e Empreendedorismo e actual presidente da InvestBraga, empresa municipal que inclui a incubadora Startup Braga. Portugal funciona como mercado-teste para este serviço, já que o Reino Unido, França e Alemanha são a prioridade “quer pela dimensão, quer pelo número de aviões privados”. Os mercados do Benelux e Brasil estão também a apresentar um feedback “interessante”. Apesar de não querer adiantar números, Carlos Oliveira refere que já foram realizados mais voos no estrangeiro que em Portugal, ligando aeródromos e aeroportos de pequena dimensão, dadas as características dos aviões.
É a limitação do Skyüber a pequenos aviões que permite à empresa operar na Europa, ao contrário dos EUA, onde este tipo de serviços não é autorizado. O mesmo responsável sustenta que, até ao momento, a Skyüber é a única empresa do mundo a apresentar um serviço com estas características. O céu é o limite? Quase. A Skyüber poderá vir a “ser a maior companhia de aviação do mundo sem possuir um único avião”, aponta Carlos Oliveira.
Acompanhe na próxima edição do M&P, as estratégias de 8 novas marcas portuguesas, como é o caso da Skyüber