Como preparar a sua empresa para o Facebook Graph Search
Na passada terça-feira, dia da semana em que são habitualmente lançadas as novidades da plataforma Facebook, foi anunciado o Facebook Graph Search, o motor de busca interno do Facebook.
Do ponto de vista do utilizador, esta era uma funcionalidade há muito esperada e, nomeadamente, o acesso rápido a informação específica existente, na rede de amigos. Do ponto de vista empresarial, esta será uma forma de os negócios locais ganharem visibilidade e potenciarem o seu negócio.
Como funciona o Facebook Graph Search (FGS)
O FGS permite pesquisas dentro da plataforma Facebook, tendo por base as interacções e partilhas dos seus utilizadores e as informações disponibilizadas pelas páginas.
Numa primeira fase, o FGS permitirá apenas pesquisas por pessoas, fotografias, lugares e interesses, não estando contempladas as actualizações de estado, comentários ou outras informações disponibilizadas através do Facebook Open Graph, mas essa será uma possibilidade no futuro, segundo revelou a empresa.
Através desta nova funcionalidade, os utilizadores podem pesquisar por “Restaurantes em Lisboa que os meus amigos do ISCTE gostam”, que verão devolvidos todos os resultados existentes na rede. Mas brevemente será também possível pesquisar por “Amigos que ficaram noivos em 2011”, por exemplo.
Enquanto empresa, como poderei beneficiar desta nova funcionalidade?
O FGS representa uma excelente oportunidade para as empresas, especialmente negócios locais, aumentarem a sua visibilidade. Para tal deverão ter em conta várias condições, desde logo que os resultados das pesquisas serão uma combinação da informação disponibilizada pela empresa na sua página e pelos amigos do utilizador que faz a pesquisa. Assim, dois utilizadores de Facebook que façam a mesma pesquisa terão resultados diferentes, uma vez que a sua rede é constituída por pessoas diferentes.
Alguns conselhos práticos para as empresas:
– Todos os negócios locais deverão ter uma localização associada
Para poder incluir uma morada associada ao negócio/empresa, poderá categorizar a página como “negócios locais/places” logo no momento da sua criação. A indicação da localização é um dos requisitos fundamentais para que a empresa conste nos resultados da pesquisa “Restaurantes em Lisboa onde os meus amigos estiveram”, por exemplo.
– Adicionar mais informações à página de Facebook
Informação como contactos, horário de funcionamento, tipo e descrição do negócio são agora ainda mais importantes. Imaginemos que faço pesquisa por “restaurantes mexicanos em Lisboa”, os restaurantes que não contenham essa informação serão, a priori, excluídos dos resultados de pesquisa.
– Incentivar a interacção e ter seguidores de qualidade, com relevância no sector onde estão inseridos
Seguidores que tenham interesse na empresa terão sempre uma maior probabilidade de interagir e partilhar o seu conteúdo. Essas partilhas nunca foram tão relevantes como agora, já que irão influenciar os resultados das pesquisas, incluindo a posição que a página ocupará, e contribuir para um boa posição no EdgeRank do Facebook, algoritmo que determina a relevância do conteúdo na plataforma.
Para além disso, o facto de ter líderes de opinião ou influenciadores do sector a seguirem a minha página fará com que a minha empresa seja vista como credível e até que consiga ser considerada num maior número de pesquisas. Vamos colocar a hipótese de que procuro um excelente restaurante em Setúbal e que entre as pessoas que gostam ou partilharam informações sobre aquele restaurante está o José Quitério, um dos mais antigos críticos de gastronomia em Portugal. Isso poderá ser um factor decisivo para a minha escolha, estando aqui implícito o conceito de peer-to-peer recomendation.
– Ter clientes satisfeitos
Os utilizadores e o seu conteúdo passam a influenciar directamente os resultados das pesquisas realizadas pelos amigos que constituem a sua rede, pelo que sera fundamental ter clientes satisfeiros. Qualquer conteúdo negativo sobre a empresa poderá influenciar a percepção das pessoas e clientes.
Vamos imaginar que um cliente insatisfeitos partilha uma foto de um prato mal confeccionado e a torna pública. Qualquer utilizador, quer seja seu amigo ou não, ao fazer pesquisa por fotografias de restaurantes daquela zona terá acesso à imagem, podendo eliminar logo à partida aquele local.
– Monitorizar a informação
As empresas, quer tenham ou não presença nas redes sociais, devem monitorizar frequentemente o que é dito sobre si na web. Com o FGS, esta necessidade torna-se ainda mais importante. As empresas poderão perceber as variáveis que estão a influenciar a escolha dos clientes e, assim, optimizar os seus produtos e serviços.
Esta monitorização poderá ser feita dentro da plataforma do Facebook ou, de uma forma mais abrangente, na web, utilizando ferramentas gratuitas ou plataformas mais abrangentes e rigorosas, como o Radian6 ou o Brandwatch.
Apesar de todos os esforços das empresas em promover o seu negócio, o sucesso desta nova funcionalidade dependerá em grande medida da partilha de informação por parte dos utilizadores e, claro, da sua adesão a esta novidade. Por outro lado, ainda se desconhece como é que os anunciantes poderão tirar proveito dela, isto é, de que forma poderão influenciar os resultados das pesquisas ou associar opções pagas às mesmas.
Esta poderá ser ainda uma excelente forma do Facebook reforçar a sua aposta no mobile, associando as pesquisa à geo-localização do utilizador e, potenciar assim, o uso do Facebook Nearby, funcionalidade lançada em Dezembro do ano passado.
Por enquanto, resta-nos esperar que a o FGS esteja disponível para todos os utilizadores Facebook e aguardar pelas novidades que certamente surgirão durante próximas semanas, com a esperança de que nos possam surpreender.
Por Virgínia Coutinho, fundadora e organizadora do Upload Lisboa. Virgínia Coutinho escreve às segundas-feiras no M&P sobre redes sociais