Um laboratório de criatividade
Agência de Comunicação da Universidade Fernando Pessoa do Porto (AC-UFP). É desta forma que se denomina a agência que há três anos opera naquela universidade e que pretende funcionar como um laboratório para os finalistas do curso de Ciências da Comunicação. “Temos cerca de 50 alunos que estão divididos em grupos e que passam várias horas por semana connosco. Na passagem por aqui tentamos dar uma perspectiva geral sobre os problemas que se vive numa agência. Apesar de ser uma simulação, os alunos envolvem-se muito, porque o ambiente está muito próximo do mundo real. Têm de desenvolver um briefing que lhes é dado, onde têm de estudar o target e seguir todos os processos necessários para desenvolver uma campanha”, relata ao M&P o professor universitário Francisco Mesquita, que coordena o projecto.
PSP, Fotosport, Instituto Português de Oncologia do Porto ou a Associação de Recursos Hídricos são alguns dos clientes reais para quem a AC-UFP tem trabalho. Os clientes são “conquistados” através dos contactos que são estabelecidos pelo gabinete de estágios da universidade.
Um projecto recente envolveu a PSP, para quem os alunos desenvolveram trabalhos associados ao bullying e à solidão. “Um grupo começou a estagiar em Outubro e na semana passada esteve numa escola a desenvolver uma campanha com vários meios. Estiveram lá uma semana a implementar uma acção”, conta o também director da agência de Aveiro Adverte. Já para a Fotosport, o trabalho foi de outro âmbito. “Elaboraram um estudo de mercado, que envolveu os alunos que tinham de questionar os clientes das lojas.”
Olhando para trás, Francisco Mesquita, que está ligado ao mercado publicitário há cerca de 15 anos, além de ser doutorado em Engenharia Têxtil e mestre em Design e Marketing, faz o balanço dos cursos superiores na área da publicidade. “A maioria dos cursos trabalha na perspectiva de que os alunos vão ser colocados em grandes agências e que vão trabalhar clientes grandes, mas na realidade isso corresponde a um nicho de mercado. É muito limitado o número de alunos que alcança esse patamar. Aqui, pretendo passar a forma de trabalhar para o mercado das pequenas e médias empresas”, remata.