José Sócrates nega pressão a director do Público

Por a 8 de Outubro de 2008

José Sócrates negou a existência de pressões sobre o director do Público relativamente às notícias sobre a sua licenciatura, numa carta ontem divulgada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). O primeiro-ministro fez um “desmentido formal e categórico” ao depoimento de José Manuel Fernandes, divulgado pela ERC no site da entidade reguladora, na sequência da notícia publicada pelo Expresso sobre o caso onde eram citados depoimentos de diversos responsáveis. Na acta do depoimento de José Manuel Fernandes era relatado uma conversa telefónica onde primeiro-ministro teria feito referências a “uma boa relação com o accionista” do Público, e que não gostaria que a mesma se alterasse. Na carta enviada à ERC, José Sócrates refere ainda que, “segundo consta da acta do seu depoimento, o mesmo Senhor teria acrescentado: ‘É uma interpretação subliminar dizer que sempre existiu uma boa relação com o accionista (e admitir que ela poderia ser posta em causa?)”. “Deste modo sibilino o Senhor Director do Público terá querido fundamentar a existência de ‘pressões’ do Primeiro-Ministro sobre o seu jornal, a propósito dos boatos e insinuações a que deu guarida acerca da minha licenciatura”, pode-se ler na carta assinada pelo primeiro-ministro. José Sócrates acusa ainda o responsável do Público de “falta de frontalidade”, “que já não é a primeira vez que o director do Público falta à verdade a meu respeito”, considerando este depoimento uma “forma especialmente covarde” de o fazer, já que foram feitas durante num processo “que eu não poderia conhecer, estando, portanto, impedido de me defender”.

“O depoimento a que o primeiro-ministro reagiu não é o depoimento certo”, começa por referir José Manuel Fernandes, quando instado pelo M&P a comentar o teor da carta enviada por José Sócrates. A primeira acta, refere o director do Público, não correspondia à acta corrigida e validada por si, algo tornado necessário dadas as gravações do depoimento terem falhado. Todavia, José Manuel Fernandes mantém os elementos essenciais do depoimento e a referência durante a conversa telefónica do nome de Paulo Azevedo que, “interpretei como uma forma de pressão”. Quanto às acusações de cobardia, José Manuel Fernandes apenas diz que não irá processar José Sócrates.

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