Os Ex-Miúdos

Por a 30 de Junho de 2006

Rui Marques

Conhece da discurso “da agência que oferece serviços completo”, que costuma vir ao lado do ” decidi sair porque está na hora de abraçar novos projectos” e que é acompanhado pelo “agência de publicidade nacional que não consegue chegar aos grandes clientes porque é esmagada pelas multinacionais”? Nas últimas semanas a Partners demonstrou que é possível põr fim, pelo menos, a este último mito. Depois de ter captado anunciantes de vários sectores, os festivais de publicidade do Clube de Criativos e de Cannes vieram colocar a Partners numa posição ainda mais confortável no panorama das agências. No Clube de Criativos, a Partners chegou ao top três das agências mais premiadas, e só não passou pela Estufa Fria para receber os prémios porque põs em questão os critérios de funcionamento e avaliação do júri. Na semana passada no festival de Cannes conseguiu, além de um ouro em rádio, o primeiro desta competição para Portugal, várias presenças entre a lista de finalistas, ainda por cima com trabalhos para clientes tão insuspeitos como a SIC Notícias e a PT Prime. O processo de nascimento da Partners é conhecido. Saídos da então Young & Rubicam e com alguns clientes provenientes da ex-agência, a equipa fundadora conseguiu construir um portfolio invejável. A agência tornou-se de tal forma competitiva que é apontada como a saída para que a Young & Rubicam volte a dar cartas. A concretizar-se o negócio de fusão entre as duas agências, dado como certo há semanas mas que os intervenientes preferem não explicar, seria um dos casos raros em uma agência nacional iria assumir o controlo criativo de uma multinacional. E mesmo que o negócio não venha a realizar-se, é certo que a Partners continuará a ser um activo apetecível para outros grupos de comunicação multinacionais. É que aqueles que durante muito tempo tratavam a equipa da Partners como “miúdos”, vêem-nos agora como uma ameaça.

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