O negócio dos prémios
O festival de Cannes termina amanhã, fechando assim um dos maiores negócios da indústria da publicidade do mundo. No início desta semana a Adverting Age adiantava que, por ano, as agências norte-americanas gastavam mais de 30 milhões de euros em inscrever os trabalhos nos principais festivais. O jornal cruzou os resultados que as agências obtiveram no ano passado e chegou á conclusão de que as seis networks mais premiadas -TBWA, DDB, BBDO, Ogilvy, Wieden & Kennedy, Saatchi & Saatchi, estavam entre as 10 agências que mais cresceram em 2005. A Publicis e a Leo Burnett, também entre as networks mais premiadas, viram o seu negócio crescer, mas pouco. A participação de uma agência em Cannes não é barata. Além dos voos, alojamento e despesas na cidade, há que contar com as inscrições como delegados. Um preço a pagar para quem quiser assistir ás cerimónias de entrega de prémios, exposições e seminários. Antes disso, há as inscrições de peças. A categoria mais cara é a de Titanium que custa 980 euros, por peça. Media custa 400 euros por trabalho, enquanto que as competições tradicionais de imprensa e outdoor não passam dos 300 euros por trabalho. Um spot de rádio, categoria que arrancou no ano passado, custa apenas 200 euros. Fazendo as contas ás inscrições das agências portugueses concluí-se, de acordo com os preços da organização, que gastaram quase 117 mil euros. Um valor que representa uma gota de água no orçamento do festival, ou não fosse este o festival de publicidade que capta o maior número de inscrições, delegados e países do mundo. Sinal do crescimento é o número de categorias existentes: nove. Além de Filme, Media, Imprensa, Outdoor e Cyber, a organização foi acrescentando nos anos anteriores as competições de Promoções, Marketing Directo, Rádio e Titanium, que abarcam praticamente todo o mercado da comunicação. Falta ainda a secção de design para que as agências não tenham desculpas para não inscrever trabalhos em Cannes.