Maioria absoluta para o Big Brother

Por a 4 de Janeiro de 2002

O final da terceira edição do reality-show arrasou, literalmente, a concorrência na mudança dos ponteiros para o novo ano

Cada vez há menos dúvidas. A TVI fez um excelente negócio ao adquirir os direitos do Big Brother para Portugal. No ano passado, o final do BB1 deu o primeiro lugar na luta pelas audiências do último dia de 2000. Este ano, surpreendentemente ou não, o Big Brother voltou a arrasar a restante concorrência sem dar grandes hipóteses.

Segundo os dados fornecidos pela Carat Portugal, o reality-show que mudou o panorama televisivo nacional alcançou 59,9% de share na viragem de 2001 para 2002. A SIC, com Herman José na primeira linha, não passou dos 29%, ao passo que a Rádio Televisão Portuguesa (RTP), com o Viva 2002 apresentado por Eládio Clímaco e Serenela Andrade, ficou-se pelos 10,6%. Os dados estão aí para quem os quiser interpretar…

Ainda assim, é preciso reter duas notas em relação a esta terceira edição do Big Brother. Pela primeira vez em Portugal foi uma mulher a vencer um reality-show. Por outro lado, Teresa Guilherme anunciou o seu adeus á apresentação de programas durante a extensa emissão do final do BB3. A isso não será alheio o compromisso assumido pela sua produtora com a RTP, e em concreto com Emídio Rangel, tendo em vista a exclusividade de programas.

José Eduardo Moniz perde a sua apresentadora de eleição mas já ganhou muito. Por exemplo, á custa do Big Brother, o director-geral da TVI não só destronou a SIC do topo das audiências como também conseguiu fazer com que o BB funcionasse como o pólo catalisador para

a produção portuguesa, verdadeira aposta da TVI em prime time. Neste momento, duas perguntas se colocam. Irá para o ar a quarta edição do BB? Se tal acontecer, quem terá a difícil missão de substituir Teresa Guilherme? Por certo que José Eduardo Moniz já terá pistas

que o conduzam no sentido do sucesso, mas como o segredo é a alma do negócio…

Voltando um pouco atrás, nomeadamente aos últimos dias de 2001, reparamos que a liderança da TVI foi claramente posta em causa pela SIC. De 27 a 31 de Dezembro contabilizamos cinco dias, cinco campeonatos á parte na terrível guerra das audiências. Os dados da Carat Portugal revelam-nos uma luta titânica entre a SIC e a TVI. A emissora de Carnaxide venceu essa mesma luta a 28 e 30 de Dezembro com 36 e 39,8% de share, respectivamente.

A 27, 29 e 31 quem ditou as regras foi a TVI, com 38,9, 40,1 e 42,8%, respectivamente. O primeiro dia de 2002 deu á SIC o primeiro lugar das audiências com 40,8%, mais seis pontos percentuais

que a TVI.

Uma palavra final para a RTP1. Os valores de share da operadora estatal giraram sempre entre os 19 e os 22%. Muito longe, portanto, das suas mais directas concorrentes, TVI e SIC.

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