Um presente com futuro
No ano do 150º aniversário, a Reuters foi alvo de uma reestruturação interna. Juan José Seisdedos, director-geral em Portugal, explica as mudanças
A Reuters comemora em 2001 o 150º aniversário, num ano marcado pela
reestruturação interna da agência noticiosa. Mais de mil
funcionários foram dispensados em todo o mundo, situação que Juan
José Seisdedos, director-geral da Reuters Portugal, justifica com
duas causas: «A primeira é que a agência sempre tentou utilizar
tecnologia de ponta e, ao fazê-lo, principalmente nos últimos anos,
sentiu necessidade de reorganizar a sua estrutura interna, uma vez
que alguns lugares já não faziam sentido.
Por outro lado, a economia ao nível mundial não é neste momento
muito favorável, o que nos levou também a reduzir a nossa equipa.»
Acerca da conclusão da reestruturação, o responsável refere: «Hoje
em dia, as coisas nunca terminam, seremos sempre influenciados pelo
mercado, mas o que queríamos fazer já fizemos.»
Apesar dos acontecimentos verificados, a agência tem celebrado o
aniversário ao longo do ano, sempre tendo em conta os seus
principais clientes: meios de comunicação e empresas do sector
financeiro. «Temos vindo a organizar diversas iniciativas no mundo
inteiro, nomeadamente exposições de fotografia que ilustram o que
fizemos ao longo destes 150 anos. Isso deve-se ao facto de essa ser
uma das nossas áreas mais conhecidas do público em geral.»
Fundada em 1851 por Paul Julius Reuter, a agência iniciou a sua
actividade como agência noticiosa financeira, mas depressa alargou o
seu core business a outros sectores. Está presente em mais de cem
países e, além de oferecer informação sobre os principais
acontecimentos internacionais, disponibiliza as mais relevantes
notícias dos países onde está presente.
«Rapidez (ser os primeiros a dar uma notícia), independência e
abrangência, ou seja, cobrirmos todas as áreas são três princípios
que a Reuters preza ter», acrescenta Juan Seisdedos. Em Portugal,
onde a Reuters está há pouco mais de 50 anos, conta com oito
jornalistas que disponibilizam textos, fotografias e
audiovsuais.
Num sector em que é imprescindível ter a informação em tempo real,
qualquer que seja o ponto do mundo, é fundamental ter acesso ás mais
avançadas tecnologias. Tendo isso em conta, «e com o objectivo de
servirmos cada vez melhor os nossos clientes, sempre temos
acompanhado o desenvolvimento tecnológico. Primeiro foram os pombos-
correio, depois os cabos telegráficos, os primeiros computadores e,
agora, a internet e a terceira geração de telemóveis», afirma.
Juan Seisdedos adianta, porém, que este «é um investimento
dispendioso, mas que tem de ser feito. A Reuters tem efectuado
diversas aquisições e firmado parcerias com empresas que operam no
sector das novas tecnologias, sempre com o objectivo de melhorar o
serviço ao cliente. Mas é um investimento que só terá retorno a
médio e longo prazo».
Sobre o futuro, o responsável destaca um dos trunfos da Reuters: «O
nosso negócio é a informação, o que nos permite fazer tudo. O limite
é a nossa própria capacidade para a disponibilizar, e, como tal,
iremos tentar chegar a novos clientes que tenham interesse nos
nossos conteúdos.»