Um presente com futuro

Por a 30 de Novembro de 2001

No ano do 150º aniversário, a Reuters foi alvo de uma reestruturação interna. Juan José Seisdedos, director-geral em Portugal, explica as mudanças

A Reuters comemora em 2001 o 150º aniversário, num ano marcado pela

reestruturação interna da agência noticiosa. Mais de mil

funcionários foram dispensados em todo o mundo, situação que Juan

José Seisdedos, director-geral da Reuters Portugal, justifica com

duas causas: «A primeira é que a agência sempre tentou utilizar

tecnologia de ponta e, ao fazê-lo, principalmente nos últimos anos,

sentiu necessidade de reorganizar a sua estrutura interna, uma vez

que alguns lugares já não faziam sentido.

Por outro lado, a economia ao nível mundial não é neste momento

muito favorável, o que nos levou também a reduzir a nossa equipa.»

Acerca da conclusão da reestruturação, o responsável refere: «Hoje

em dia, as coisas nunca terminam, seremos sempre influenciados pelo

mercado, mas o que queríamos fazer já fizemos.»

Apesar dos acontecimentos verificados, a agência tem celebrado o

aniversário ao longo do ano, sempre tendo em conta os seus

principais clientes: meios de comunicação e empresas do sector

financeiro. «Temos vindo a organizar diversas iniciativas no mundo

inteiro, nomeadamente exposições de fotografia que ilustram o que

fizemos ao longo destes 150 anos. Isso deve-se ao facto de essa ser

uma das nossas áreas mais conhecidas do público em geral.»

Fundada em 1851 por Paul Julius Reuter, a agência iniciou a sua

actividade como agência noticiosa financeira, mas depressa alargou o

seu core business a outros sectores. Está presente em mais de cem

países e, além de oferecer informação sobre os principais

acontecimentos internacionais, disponibiliza as mais relevantes

notícias dos países onde está presente.

«Rapidez (ser os primeiros a dar uma notícia), independência e

abrangência, ou seja, cobrirmos todas as áreas são três princípios

que a Reuters preza ter», acrescenta Juan Seisdedos. Em Portugal,

onde a Reuters está há pouco mais de 50 anos, conta com oito

jornalistas que disponibilizam textos, fotografias e

audiovsuais.

Num sector em que é imprescindível ter a informação em tempo real,

qualquer que seja o ponto do mundo, é fundamental ter acesso ás mais

avançadas tecnologias. Tendo isso em conta, «e com o objectivo de

servirmos cada vez melhor os nossos clientes, sempre temos

acompanhado o desenvolvimento tecnológico. Primeiro foram os pombos-

correio, depois os cabos telegráficos, os primeiros computadores e,

agora, a internet e a terceira geração de telemóveis», afirma.

Juan Seisdedos adianta, porém, que este «é um investimento

dispendioso, mas que tem de ser feito. A Reuters tem efectuado

diversas aquisições e firmado parcerias com empresas que operam no

sector das novas tecnologias, sempre com o objectivo de melhorar o

serviço ao cliente. Mas é um investimento que só terá retorno a

médio e longo prazo».

Sobre o futuro, o responsável destaca um dos trunfos da Reuters: «O

nosso negócio é a informação, o que nos permite fazer tudo. O limite

é a nossa própria capacidade para a disponibilizar, e, como tal,

iremos tentar chegar a novos clientes que tenham interesse nos

nossos conteúdos.»

Deixe aqui o seu comentário