Os Dias da Rádio são todos os dias

Por a 23 de Abril de 2001

António Sala dir. de Programas da Rádio Renascença

Nasceu em Vilar de Andorinho, distrito do Porto, há 52 anos e iniciou-se na Rádio Ribatejo em 1967. Nos quadros da Rádio Renascença — que comemora este mês 64 anos — há 23 anos, ocupa o cargo de director de programas há perto de uma década. António Sala, comunicador por excelência, dispensa quaisquer outras apresentações.

Há quantos anos está na Rádio Renascença (RR) e desde quando é director de programação? Sou colaborador da Rádio Renascença há 30 anos e pertenço aos quadros da empresa há 23 anos. Ocupo o cargo de director de programas há quase dez anos.

Após mais de 50 anos no ar, que mais surpresas podemos esperar da RR? Acho que todas. Além de gostarmos de surpreender, estamos virados para o futuro. Por exemplo: quando comemorámos os 64 anos, ao fazer um “apanhado” dos nossos locutores, facilmente constatei que a média de idades é bastante baixa. Estamos virados para o futuro, até mesmo na forma como lidamos com as novas tecnologias.

Qual a posição da RR, e tendo em conta o seu historial, face á cultura das “play lists” que invade todos os dias o panorama radiofónico? Infelizmente, creio que é um mal necessário. Não posso ser um grande defensor dessa opção porque venho de uma outra escola em que o que marcava a diferença era precisamente os chamados programas de autor. No entanto, penso que nos dias de hoje a rádio perfeita tem de conciliar as duas vertentes.

Como vê as novas gerações de comunicadores da rádio? Com um grande optimismo. Há uma nova geração de muito bons comunicadores que daqui a meia dúzia de anos terão, definitivamente, conquistado o seu lugar. O único “handicap” de alguns é que ainda andam á procura de si próprios, o que é natural.

De que maneira a rádio pode criar sinergias com a internet? Defendo essa interligação desde que permita levar ouvintes para a internet, mas também vice-versa. Caso contrário, é dar um tiro no pé. Na RR temos optado por criar algumas coisas na net – como passatempos – mas que só podem ser completados em antena. É uma fórmula que pode fazer ganhar ouvintes.

Algumas tragédias recentes vieram sublinhar as potencialidades deste meio de comunicação. Os dias da rádio são também nossos? Este meio beneficia de grande interactividade. Alguém que assista a um incêndio no prédio defronte e ligue para uma rádio a dar conta do facto, pode ser colocado no ar em poucos segundos. Isso, nem a televisão pode fazer porque, para que possa tirar partido da imagem, é necessário fazer deslocar para o local meios técnicos. Devido a essa rapidez e eficácia, os dias da rádio são todos os dias.

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