A festa da Maria

Por a 6 de Abril de 2001

A apresentação do novo programa de Maria Rueff, na Casa do Alentejo, resultou numa noite em cheio, com muito humor. A ascensão de uma actriz, ao vivo e a cores

A família do taxista mais famoso de Portugal — Zé Manel, pois claro —, o serviço de tele-desenrasca, uma minhota que traveste o “Milho Verde” em rap ou uma indescritível Micaela Moura Guedes são alguns dos “bonecos” de “O Programa da Maria”, estreado quarta-feira, na SIC. A apresentação para a imprensa decorreu na passada semana e revestiu-se de alguma originalidade.

Eram 23 horas e junto á estátua do Marquês de Pombal as limusinas e o champanhe denunciavam festa. Os convidados começam a surgir: Herman José — que comentava estar ali para «assistir a um parto» —, Joaquim Monchique, Cândido Mota, Ana Bola, Maria Vieira… A família adoptiva de Maria Rueff fazia a sua chegada triunfal. Da estrela da noite… nem sinal.

Seguimos para a Casa do Alentejo, engalanada a rigor, com tapete vermelho e holofotes á janela, qual recriação “á Hollywood”, onde Maria fez a sua entrada triunfal, juntamente com o restante elenco: Rui Luís Brás, Mina Andala, Nuno Lopes, Sofia Portugal e Sabri Caramunchande.

Após o visionamento de algumas cenas do programa, Maria Rueff foi completamente “engolida” por toda a atmosfera. «Estou completamente anestesiada», confessou-nos. No seu entender, «o mais gratificante foi trabalhar com uma equipa absolutamente fantástica e a maior dificuldade… vai ser a sentença do público», admite, com a humildade que lhe é reconhecida.

Esta série, realizada por João Maia, apoia-se na conjugação do trabalho de vários profissionais de meios diferentes, apostando numa linguagem nova. «A televisão e o cinema cada vez mais se cruzam e quem estiver por dentro destas coisas vai mesmo notar alguns elementos da linguagem publicitária», diz-nos Diamantino Ferreira, da Diamantino Filmes, responsável pela produção. João Bacelar, autor do genérico e dos elementos gráficos que pontuam os sketches — bastante relevantes, uma vez que a trama central parodia os canais da televisão portuguesa recorrendo á sua própria identidade gráfica —, também trabalha em publicidade, na BBDO, pelo que não é de espantar a intromissão de elementos desta linguagem: «O dinamismo das cenas, a construção dos décors… há vários elementos presentes. Mesmo o product placement é feito de uma forma diferente, assumido ao exagero.» De tal modo que é possível ver um grande plano de um televisor, seguido de um zoom sobre a marca. Sem pudor.

Vítor de Sousa gracejava: «Viria nem que fosse de muletas.» E realçava: «Gostava de a ver num palco, se possível num outro registo dramático. Tenho uma grande curiosidade.» Maria comenta estas palavras com alguma cautela: «Não sei. Por agora sinto-me tão bem a fazer aquilo que faço… É um pouco aquele espírito do “Carpe Diem”.».

Nuno Markl, um dos elementos das Produções Fictícias que assinam os textos, não hesita em considerar este trabalho como «uma prova de fogo para todos os envolvidos». Porém, salienta «a grande ajuda que foi o profissionalismo da Maria. Chegava a representar junto a nós os textos para que fosse mais fácil fazer modificações».

A festa continuou, num crescendo de alegria. Era a noite de todos os parabéns e ninguém quis ficar de fora. Luzes, câmara, acção: “It’s Maria’s time!”

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