Quinze anos a produzir filmes

Por a 16 de Março de 2001

A Shots está de parabéns! A produtora comemorou ontem, com uma festa-surpresa no Pavilhão de Portugal, o seu 15º aniversário. João Egreja, sócio-fundador, faz o balanço e define os objectivos para este ano

Cerca de 800 filmes em 15 anos. É este o balanço de actividade da Shots, que comemorou ontem o seu 15º aniversário. João Egreja e Jorge Castro Freire, os actuais sócios da produtora, reuniram clientes e amigos numa festa- -surpresa, realizada no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações.

Fundada em 1986 por João Egreja e pelo realizador Lobato Fernandes, a produtora Shots depressa conquistou o seu espaço no mercado nacional. «Os primeiros anos foram fabulosos, muito devido ao Lobato Fernandes. A forma como se atingiam determinado trabalhos é que não era a mais correcta», refere João Egreja. Com a saída de Lobato Fernandes, em 1990, e a entrada como sócio, algum tempo depois, do actual realizador Jorge Castro Freire, a produtora entrou numa nova fase. «Os anos de 1993, 1994 e 1995 foram excepcionais, uma vez que fomos considerados uma das melhores produtoras. Mas sei, por experiência própria, que é complicado estarmos sempre “lá em cima”. O ideal é estarmos no grupo das cinco ou seis melhores», afirma o responsável, que acrescenta: «Temos é de pensar constantemente que podemos ascender ao primeiro lugar, mas para que isso aconteça temos de estar permanentemente atentos a tudo o que se passa á nossa volta.»

Neste momento, os filmes publicitários são o “core business” da Shots, embora João Egreja afirme que a produtora «não recusa a hipótese de desenvolver outros trabalhos, nomeadamente uma curta-

-metragem, um documentário ou uma série de televisão. Até porque há pessoas na Shots que são originárias dessa área». Apesar de trabalhar com 18 colaboradores mais ou menos fixos, existem momentos em que é necessário recorrer a profissionais freelancers, isto porque «o mercado é bastante sazonal. Existem períodos em que se pára por completo e outros em que tudo acontece», salienta.

Em relação a 2000, João Egreja é peremptório ao afirmar que «talvez não tenha sido o ano em que se tenha feito mais filmes, mas em termos de facturação foi melhor do que os anos anteriores, com um valor que rondou meio milhão de contos». Dos trabalhos produzidos, o destaque vai para o filme de Natal do Modelo, realizado por Jorge Castro Freire, e para o de Júlio Alves, por ocasião do Campeonato da Europa de Futebol, feito para o McDonald’s e que contou com a participação de Nuno Gomes. No ano passado «fizemos ainda algumas produções estrangeiras, o que é bastante interessante porque nos permite contactar com outros profissionais», acrescenta.

Como objectivos para este ano, João Egreja salienta «a realização de mais trabalhos e o aumento da facturação, metas que todos pretendem atingir. Queremos fazer isso, mas ao mesmo tempo desenvolver filmes interessantes». As expectativas criadas nos primeiros meses de 2001 deixam antever um bom ano de trabalho, para o qual muito contribuirá a posição que a Shots já detém no mercado e o bom relacionamento com a maioria das agências de publicidade. «Há uma série de agências com as quais gostamos de trabalhar, mas é preciso perceber que as agências são feitas por pessoas e este é um meio onde a rotação de profissionais é enorme. Nenhuma produtora pode ter a pretensão de trabalhar com todas as agências», conclui João Egreja.

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