Os mais queridos
Um estudo sobre consumidores europeus e a sua empatia face a marcas e instituições conclui que estes são leais, optimistas e dinâmicos. Os portugueses confiam no casamento, mas não na polícia…
Acordou, reencontrou-se com a sua Colgate, confrontou-se com a Gillette, avistou os Nike e correu para o BMW. Que vida! Não se trata de uma simples descrição de azáfama, mas sim do retrato que o senso-comum faz das marcas. Que é como quem diz, a constatação de que algumas delas ficam a fazer parte da nossa vida, transformadas em conceitos.
Publicado pelo Reader’s Digest, o inquérito denominado European Trusted Brands Survey 2001 avalia a atitude dos consumidores face ás marcas e instituições que melhor conhecem e com as quais mais fortemente se identificam.
Assim, as oito marcas mais citadas são a Nokia, Sony, Nivea, Canon, Colgate, IBM, Ariel e L’Oréal. As categorias em que foram classificadas são, respectivamente, telemóveis, hi-fi/áudio, cosméticos, máquinas fotográficas, dentífrico, computadores, detergentes e cuidados com o cabelo. No caso dos portugueses, as marcas que lhes merecem maior confiança são o Antigripine como medicamento, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) no sector da banca, a Colgate nos dentífricos, a IBM quanto aos computadores e a Sony no que respeita ao sector do hi-fi e áudio — preferências que são extensíveis aos restantes países da Europa —, bem como o Net Sapo, referência primordial da internet.
Mas, muitas outras marcas — e instituições — mereceram referência. Citemos alguns exemplos. Segundo os resultados apurados, quando se fala em analgésico o nome que “salta” á memória é a Aspirina, e quando o tema é agências de viagens, a primeira associação é á Agência Abreu. O sabonete mais citado é o Dove e a companhia é, claro, a TAP. Aliás, o estudo afirma que «em alguns mercados como os das companhias aéreas, os europeus confiam nas marcas locais acima de quaisquer outras».
No sector dos equipamentos de alta fidelidade, a maior credibilidade vai para a Sony e no âmbito dos automóveis a preferência recai sobre a Mercedes. A polícia portuguesa não está nas melhores graças dos seus concidadãos. Basta salientar que, ao contrário de outros países, como a Finlândia, 58% da população portuguesa confessa não ter muita confiança nas forças policiais.
A imprensa é que parece estar nas boas graças dos portugueses, com 55% dos entrevistados a afirmar que «confia muito» ou «confia bastante» neste sector. Outras instituições-chave da sociedade também são alvo de análise: o casamento é aquela que é digna de «maior confiança» por parte dos europeus, embora um em cada cinco afirme não ter «nenhuma confiança» na Igreja. No mínimo, curioso. Já a imagem dos sindicatos navega por águas algo turvas, uma vez que dois terços dos inquiridos afirma não ter confiança nestes órgãos.
Através dos resultados encontrados, o estudo aponta para algumas conclusões sobre a caracterização dos europeus: a maioria deles destaca a lealdade, o optimismo e o dinamismo como valores fundamentais. A internet apresenta baixos níveis de confiança, uma vez que apenas cerca de 37% dos inquiridos nomeia uma empresa de internet na qual confia.
O European Trusted Brands Survey 2001 baseou-se nas respostas de 17.027 pessoas em 18 países europeus. As respostas podiam inserir-se numa grelha constituída por 18 categorias de marcas e dez de instituições.