RDP critica, Marktest responde

Por a 23 de Fevereiro de 2001

Após críticas da RDP ao estudo de audiências de rádio a Marktest defende-se, embora nunca tenha sido formalmente referida

«Surpreende-me este comunicado da Marktest, uma vez que em momento

algum nos referimos a esta empresa. Não se compreende por que motivo

vem agora responder áquilo que não dissemos.» Foi assim que António

Ribeiro, director de estudos da RDP, reagiu quando confrontado com o

comunicado emitido por aquela empresa no passado dia 15. No texto,

intitulado «A RDP e as audiências de rádio», pode ler-se

que «contrariamente ao que diz a RDP, não é verdade que as suas

estações sejam tratadas de modo diferente no estudo da Marktest»,

acrescentando ainda que «a RDP África (…) não é referida no estudo

por não atingir os patamares mínimos de audiência».

Estas palavras pretendem ser uma resposta ás declarações de António

Ribeiro que, em conferência de imprensa, a 4 de Fevereiro, não

poupou críticas ao sistema de audimetria: «Deixa legítimas dúvidas»

e o método «distorce a realidade do mercado», não se coibindo mesmo

de afirmar que em «certos estudos de âmbito nacional» a lista

apresentada aos inquiridos «privilegia estações que são clientes

habituais do próprio estudo». António Ribeiro socorreu-se de três

estudos da Eurosondagem, nos quais a RDP África era apresentada como

um exemplo da influência da metodologia nos resultados finais.

Aliás, António Ribeiro é peremptório: «Estamos muito satisfeitos com

a RDP. Trata-se de um canal muito prestigiado e que tem feito um

excelente trabalho.»

No comunicado pode ainda ler-se que «a Marktest utiliza as técnicas

mais modernas, segue metodologias iguais ás que se seguem, por

exemplo, em França, na Holanda e noutros países europeus». Quanto á

medição de audiências de rádio por sistemas electrónicos, a cautela

impera: «Quando os resultados, neste momento ainda inconclusivos,

aconselharem o uso desta tecnologia, decerto que ela será proposta e

eventualmente introduzida no nosso país.» O texto termina realçando

que «os estudos de rádio realizados em Portugal pela Marktest [são]

amplamente supervisionados e auditados pela instância representativa

dos utilizadores, a Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM),

onde a RDP teria naturalmente assento, caso o desejasse, e onde

poderia de forma mais adequada levantar as questões técnicas ou

metodológicas que bem entendesse».

António Ribeiro replica: «Não consideramos pertinente a nossa

presença [na CAEM] nem somos obrigados a lá estar.»

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